“Imersão nas Artes: África e Brasil no 7º Ano”

A proposta deste plano de aula é proporcionar uma imersão no universo das representações da arte africana e da arte colonial brasileira, permitindo que os alunos do 7º ano do Ensino Fundamental II compreendam e interpretem as nuances culturais e históricas que permeiam essas expressões artísticas. O ensino da arte, especialmente essas formas de expressão, é fundamental para o desenvolvimento da identidade cultural dos alunos e para o reconhecimento da diversidade que compõe a sociedade brasileira.

Neste plano, os alunos serão incentivados a explorar e refletir sobre a interconexão entre a arte africana e a arte colonial brasileira, analisando como essas duas tradições influenciam a cultura contemporânea. O objetivo é fomentar um espaço de discussão, análise e criação artística, onde os estudantes possam expressar suas próprias compreensões e interpretações acerca dos temas apresentados. Através de atividades práticas, discussões em grupo e reflexões críticas, buscar-se-á uma apreciação mais profunda dessas formas de arte.

Tema: Representações da arte africana e Arte colonial brasileira
Duração: 200 minutos (4 h/a)
Etapa: Ensino Fundamental 2
Sub-etapa: 7º Ano
Faixa Etária: 12 – 13 anos

Objetivo Geral:

Planejamentos de Aula BNCC Infantil e Fundamental

Identificar e analisar as principais características e influências da arte africana e da arte colonial brasileira, promovendo uma reflexão crítica sobre a identidade cultural brasileira e suas raízes históricas.

Objetivos Específicos:

– Compreender a importância da arte africana na formação da cultura brasileira.
– Analisar as características da arte colonial brasileira e suas influências.
– Promover uma discussão crítica sobre a diversidade cultural presente no Brasil.
– Estimular a criação artística a partir dos conceitos discutidos.
– Desenvolver habilidades de observação, análise e interpretação de obras de arte.

Habilidades BNCC:

EF69AR01: Pesquisar, apreciar e analisar formas distintas das artes visuais.
EF69AR02: Pesquisar e analisar diferentes estilos visuais, contextualizando-os no tempo e no espaço.
EF69AR34: Analisar e valorizar o patrimônio cultural, material e imaterial.

Materiais Necessários:

– Projetor e computador.
– Obras de arte impressas ou projetadas (imagens de arte africana e arte colonial brasileira).
– Materiais para criação artística (papel, tinta, pincéis, giz de cera, entre outros).
– Quadro de branco e marcadores.

Situações Problema:

– Como a arte africana influenciou a cultura e a arte brasileiras?
– Quais são as semelhanças e diferenças entre as representações da arte africana e a arte colonial brasileira?
– De que forma a arte pode ser uma forma de resistência cultural?

Contextualização:

Iniciaremos a aula discutindo brevemente o contexto histórico da arte africana e da arte colonial brasileira. A arte africana é rica em simbologia e espiritualidade, refletindo tradições, crenças e narrativas de diversas culturas. Já a arte colonial brasileira nasceu da fusão de distintas influências culturais, estabelecendo um novo caráter no contexto artístico nacional. Essas duas vertentes se entrelaçam na formação da identidade brasileira, um mosaico cultural que é resultado da herança europeia, africana e indígena.

Desenvolvimento:

A aula será dividida em quatro partes importantes:

1. Introdução à Arte Africana: (50 minutos)
Com uma apresentação multimídia, iremos explorar as características da arte africana, abordando seu contexto histórico e cultural. Apresentaremos exemplos de esculturas, máscaras e tecidos, discutindo seu simbolismo e funções sociais. Encorajaremos os alunos a refletir sobre como esses elementos são utilizados nas produções contemporâneas e no cotidiano.

2. Análise da Arte Colonial Brasileira: (50 minutos)
Da mesma forma, apresentaremos obras da arte colonial brasileira, incluindo a rica tradição de pintura e escultura produzida nos séculos XVI ao XVIII. Serão discutidos aspectos como o estilo barroco e a influência das pinturas religiosas. Os alunos serão convidados a observar imagens das obras e a refletir sobre como as tradições africanas e indígenas foram incorporadas nesse contexto.

3. Atividade Prática: (50 minutos)
Os alunos deverão criar suas próprias obras explorando a fusão de elementos africanos e coloniais. Para isso, eles usarão os materiais artísticos fornecidos. O objetivo é que os alunos expressem suas interpretações sobre os temas discutidos e reflitam sobre a influência cultural de ambos os lados.

4. Apresentações e Discussão em Grupo: (50 minutos)
Os alunos apresentarão suas obras e explicarão suas escolhas. Em seguida, promoveremos uma discussão sobre o que aprenderam durante as atividades e como as diferentes culturas podem se manifestar na arte.

Atividades sugeridas:

1. Exploração Virtual de Museus (1 hora)
Objetivo: Familiarizar os alunos com as obras de arte africana e colonial por meio da internet.
Descrição: Usar computadores ou tablets para visitar sites de museus que abrigam esses tipos de arte.
Material: Acesso à internet; folhas para anotações.
Instruções: Alunos escolhem uma obra de cada arte e fazem anotações sobre as características observadas.
Adaptação: Para alunos com dificuldades, forneça imagens específicas para que possam se concentrar.

2. Criação de um Mapa Conceitual (2 horas)
Objetivo: Estabelecer relações entre as artes africana e colonial.
Descrição: Criar um mapa conceitual em grupos.
Material: Papel kraft, canetas coloridas.
Instruções: Cada grupo recebe um tópico e deve relacionar com outros conceitos.
Adaptação: Forneça exemplos para alunos que precisem de auxílio.

3. Debate em Sala (1 hora)
Objetivo: Discutir a representação cultural na arte.
Descrição: Organizar um debate sobre a importância da arte na identidade cultural.
Material: Quadro branco para anotações.
Instruções: Dividir a turma em dois grupos, um a favor e outro contra.
Adaptação: Forneça um guia com frases e argumentos para alunos com dificuldades de expressar-se.

4. Visita a uma Exposição de Arte (3 horas)
Objetivo: Observar obras de arte ao vivo.
Descrição: Programar uma visita a um museu ou galeria que exiba arte africana ou colonial.
Material: Autorização dos responsáveis, transporte.
Instruções: Durante a visita, alunos anotam suas impressões.
Adaptação: Preparar uma lista com perguntas para guiar a observação de alunos que precisem de mais apoio.

5. Criação de um Diário de Bordo Cultural (1 semana)
Objetivo: Refletir sobre o que foi aprendido.
Descrição: Alunos devem manter um diário, anotando impressões e aprendizados sobre as artes em questão.
Material: Cadernos ou folhas de papel.
Instruções: Diariamente, devem registrar suas reflexões e descobertas.
Adaptação: Incentivar a criação de colagens ou desenhos para alunos que prefiram formas visuais.

Discussão em Grupo:

Promova um espaço onde os alunos possam compartilhar seus pensamentos sobre:
– Como as características da arte africana se diferenciam das da arte colonial brasileira?
– Qual a importância de estudar essas duas formas de arte na construção da identidade cultural?
– Como a arte pode ser utilizada como forma de resistência e afirmação cultural?

Perguntas:

– Quais elementos da arte africana você considera mais impactantes?
– Como os artistas contemporâneos ainda se inspiram na arte africana e na arte colonial?
– De que maneira a arte pode influenciar a sociedade e a cultura?

Avaliação:

A avaliação será contínua e considerará a participação nas atividades, produção artística, capacidade de reflexão e argumentação nas discussões em grupo. Os professores farão anotações sobre o envolvimento e a evolução de cada aluno em suas produções e discussões.

Encerramento:

Ao final da aula, faremos uma breve recapitulação dos conceitos discutidos e as reflexões realizadas. Os alunos poderão mudar suas percepções ao conhecer a influência recíproca entre a arte africana e a arte colonial brasileira, desenvolvendo um olhar crítico sobre a diversidade cultural em suas vidas.

Dicas:

– Utilize sempre que possível materiais visuais para enriquecer as discussões.
– Incentive os alunos a compartilharem suas próprias experiências relacionadas à arte e cultura.
– Considere a diversidade do ambiente escolar e adapte as atividades para atender todas as necessidades dos alunos.

Texto sobre o tema:

A arte africana e a arte colonial brasileira são dois mundos profundamente conectados que possuem um histórico vasto e repleto de significados. A arte africana é reconhecida pela sua diversidade e profundidade significante. Esta forma de expressão não se limita a meras representações estéticas, mas sim a narrativas que transmitem histórias, tradições e crenças de povos que têm uma relação íntima com a terra, a espiritualidade e a vida cotidiana. Esculturas, máscaras e pinturas são não apenas objetos de beleza, mas sim peças carregadas de simbolismo e função social, evidenciando a forma como os africanos compreendem o mundo.

Por outro lado, a arte colonial brasileira emerge na confluência de vários mundos – indígena, africano e europeu. Esse contato resultou em uma rica tapeçaria cultural que se reflete em suas obras de arte. Elementos africanos emergem de maneira poderosa nas religiões afro-brasileiras e nas expressões artísticas que surgem através da resistência cultural ao longo da história do Brasil. As influências retratadas nos trabalhos de artistas como Victor Meirelles e Debret mostram a complexidade e a beleza que emergiram deste encontro cultural.

Explorar esses dois mundos artísticos é fundamental para entender a identidade brasileira atual. A arte é um veículo poderoso de comunicação e resistência, capaz de provocar reflexão e questionamento sobre as experiências humanas. Ao estudar e criar com estas influências, os alunos não apenas expandem seu repertório cultural, como também aprendem a valorizar a diversidade das culturas que compõem a sociedade em que vivem.

Desdobramentos do plano:

Esse plano de aula poderá ser desdobrado em várias outras atividades que explorem ainda mais profundamente as relações entre a arte africana e a arte colonial. O estudo poderá ser ampliado para incluir a análise de outras manifestações culturais, como a culinária, a música e a dança, que também foram influenciadas por essa interculturalidade. Além disso, os alunos podem ser incentivados a investigar outros artistas contemporâneos que utilizam elementos africanos em suas criações, ampliando a discussão sobre como essas tradições são vivenciadas e reinterpretadas hoje.

Os alunos podem ser convidados a realizar uma pesquisa sobre práticas artísticas em suas próprias comunidades, como fazer entrevistas com artistas locais ou visitar ateliês que exploram a arte afro-brasileira. Isso ajudará a solidificar o entendimento da arte como uma prática viva que continua a se desenvolver e dialogar com diversas culturas.

Finalmente, um projeto colaborativo de arte seria uma excelente forma de unir todas as aprendizagens. Os alunos poderiam trabalhar em um mural ou instalação que expressasse a fusão das tradições africanas e brasileiras. Essa experiência de criação em grupo não só furta a importância da colaboração e do diálogo, como reforça a ideia de que a arte tem um papel essencial na formação da identidade cultural.

Orientações finais sobre o plano:

É fundamental que o docente permaneça aberto e receptivo às diversas interpretações que os alunos possam desenvolver. Durante o processo, é imprescindível promover um ambiente de respeito mútuo e diálogo, onde cada aluno se sinta confortável para compartilhar suas perspectivas. As implementações práticas das atividades devem ser concluídas com espaço suficiente para que todos os alunos possam se envolver e expressar suas ideias sobre a arte de forma livre e criativa.

Este plano deve ser visto como um ponto de partida para explorações mais profundas em torno da arte, cultura e identidade. Através da arte, os alunos têm a oportunidade de se conectar não apenas com tradições passadas, mas também de se verem como agentes de mudança, primordialmente em suas comunidades, ao reconhecerem a herança cultural que carregam.

5 Sugestões lúdicas sobre este tema:

1. Criação de Máscaras Africanas:
*Objetivo:* Incentivar a criatividade enquanto se entende a cultura por trás das máscaras africanas.
*Materiais:* Papéis coloridos, tesouras, cola e enfeites (lantejoulas, penas, etc.).
*Como fazer:* Os alunos criarão máscaras inspiradas nas tradições africanas, discutindo seu simbólico durante o processo.

2. Roda de Música ao Vivo:
*Objetivo:* Aprender sobre a influência da música africana na cultura brasileira.
*Materiais:* Instrumentos musicais (ou objetos que façam sons).
*Como fazer:* Organizar uma roda onde os alunos possam tocar e cantar canções que mesclem influências africanas e brasileiras, discutindo as origens das canções.

3. Contação de Histórias:
*Objetivo:* Promover a oralidade e a tradição cultural.
*Materiais:* Livros de histórias africanas, espaço para contação.
*Como fazer:* Os alunos se revezarão contando histórias tradicionais africanas e suas relações com a cultura brasileira.

4. Tarde de Cinema:
*Objetivo:* Explorar filmes que retratam a cultura africana e a sua presença na arte brasileira.
*Materiais:* Projetor, filmes sobre arte e cultura africana.
*Como fazer:* Realizar uma exibição de um filme que complemente o conteúdo discutido na aula, seguido de debate.

5. Caminhada Cultural:
*Objetivo:* Conectar a sala de aula com o mundo fora dela.
*Materiais:* Itinerário preparado que inclua pontos de arte pública ou exposições em sua cidade.
*Como fazer:* Organizar uma visita a locais que expõem arte que relaciona essas duas culturas, promovendo uma discussão contextual.

Essas atividades buscam proporcionar um aprendizado que seja não apenas teórico, mas também prático e culturalmente enriquecedor para todo o grupo.


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