“Plano de Aula: Interdisciplinaridade com Arte e Literatura”

O plano de aula a seguir foi desenvolvido para que professores do 2º ano do Ensino Fundamental explorem a interdisciplinaridade por meio da literatura, da música e da arte na prática educacional, utilizando como base o poema “Olha só a macaquada”, de Ruth Rocha. Os alunos terão a oportunidade de criar novos nomes e listas, além de relacionar suas experiências pessoais com o ambiente ao seu redor. Essa abordagem não só enriquece o aprendizado, mas também estimula a criatividade e a expressão individual.

Tema: A Rua Tem História
Duração: 225 minutos
Etapa: Ensino Fundamental 1
Sub-etapa: 2º Ano
Faixa Etária: 7 anos

Objetivo Geral:

Promover a leitura e a produção textual dos alunos a partir da obra literária “Olha só a macaquada”, de Ruth Rocha, desenvolvendo a capacidade de criação e expressão através de diferentes formas artísticas e literárias.

Objetivos Específicos:

Planejamentos de Aula BNCC Infantil e Fundamental

– Desenvolver a habilidade de escrever nomes e listas, utilizando conceitos de produção textual.
– Estimular a reflexão sobre o ambiente em que vivem, inserindo-se em discussões sobre identidade e pertencimento.
– Exibir a capacidade de identificar e apreciar elementos da arte que se conectam com a literatura.
– Fomentar o reconhecimento da importância da rua como espaço social e cultural.

Habilidades BNCC:

– (EF02LP01) Utilizar, ao produzir o texto, grafia correta de palavras conhecidas ou com estruturas silábicas já dominadas.
– (EF02LP02) Segmentar palavras em sílabas e remover e substituir sílabas iniciais, mediais ou finais para criar novas palavras.
– (EF15AR01) Identificar e apreciar formas distintas das artes visuais tradicionais e contemporâneas.
– (EF15AR02) Explorar e reconhecer elementos constitutivos das artes visuais.

Materiais Necessários:

– Exemplar do poema “Olha só a macaquada” de Ruth Rocha.
– Materiais de desenho (papéis coloridos, lápis de cor, canetinhas, tesouras, cola).
– Caixas de música ou dispositivos para reprodução de canções.
– Folhas em branco para escrita e listas.
– Recursos audiovisuais (se possível, tablets ou computadores).

Situações Problema:

– Perguntas estimulantes para discussão:
1. Você sabe o nome da sua rua?
2. A sua rua fica no bairro ou no centro da cidade?
3. Qual o número da sua casa?
4. Você sempre morou nesta rua?
5. Quais ruas você já morou?

Contextualização:

A rua é um espaço que carrega histórias e vivências de cada um de nós. Através da poesia, podemos abordar questões de identidade e pertencimento, levando os alunos a refletirem sobre suas próprias experiências. O poema de Ruth Rocha é uma porta de entrada para conversas sobre a convivência social, a cultura local e a importância de se reconhecer no espaço em que se vive.

Desenvolvimento:

Para o desenvolvimento da aula, o professor irá iniciar com a leitura do poema “Olha só a macaquada”. Solicitar que os alunos observem e comentem a leitura, garantindo que cada um tenha a chance de expressar suas ideias. Em seguida, os alunos serão divididos em pequenos grupos para debater as experiências pessoais relativas à temática da rua. Cada grupo deverá listar nomes de ruas que conhecem, assim como contar histórias ou eventos que ocorreram em suas ruas.

Após essa fase, o foco será a criação de novos nomes para as ruas, utilizando as categorias das artes visuais e o tema do poema como inspiração. O professor incentivará a expressão artística através de desenhos que representem as diferentes ruas fictícias que foram criadas pelos grupos, convidando-os a usar cores e formas que remetam à cultura local.

Uma vez concluídas as produções, realizar uma roda de conversa onde cada grupo apresentará sua criação, explicando significados e inspirações. Por fim, a aula poderá ser concluída com uma atividade musical, onde os alunos poderão criar uma canção ou rap sobre suas ruas, incorporando ritmos e melodias que eles conhecem.

Atividades sugeridas:

Atividade 1: Leitura e Interpretação do Poema
Objetivo: Compreender e discutir a mensagem do poema.
Descrição: Realizar a leitura do poema em voz alta, discutindo seus temas centrais e as atividades que ocorrem nas ruas.
Instruções: O professor deve ler a obra em voz alta, encorajando os alunos a se pronunciarem.
Materiais: Exemplar do poema.
Adaptação: Para alunos que têm dificuldades na leitura, o professor pode disponibilizar o áudio do poema.

Atividade 2: Criação de Nomes de Ruas
Objetivo: Criar novos nomes de ruas inspirando-se nas histórias da turma.
Descrição: Os alunos deverão, em grupos, produzir uma lista de nomes criativos para ruas, levando em conta os aspectos culturais e ambientais.
Instruções: Perguntar a cada grupo quais histórias ou eventos eles associariam a esses nomes.
Materiais: Papel e lápis.
Adaptação: Aliar essa atividade com pesquisa sobre as ruas da comunidade.

Atividade 3: Desenhos das Novas Ruas
Objetivo: Representar artisticamente as ruas criadas.
Descrição: Os alunos deverão produzir desenhos que representem as “novas ruas” criadas.
Instruções: Cada grupo apresentará seu desenho e explicará os elementos que compõem a imagem.
Materiais: Papéis coloridos, lápis de cor, pincéis.
Adaptação: Alunos com dificuldade motora podem trabalhar em dupla.

Atividade 4: Canção da Rua
Objetivo: Criar uma canção sobre suas experiências nas ruas.
Descrição: Usar uma melodia conhecida e adaptar a letra para incluir suas histórias.
Instruções: Incentivar os alunos a fazerem um ensaio antes da apresentação.
Materiais: Instrumentos musicais simples, como pandeiros e flautas.
Adaptação: Para alunos tímidos, pode-se permitir que eles trabalhem em duplas e realizem a apresentação juntos.

Discussão em Grupo:

Promover uma discussão em grupo onde cada aluno pode compartilhar o que descobriu sobre si mesmo e sua comunidade através da atividade. Questões como: “O que sua rua significa para você?” e “Qual a importância de conhecer as histórias em torno do seu espaço?”.

Perguntas:

– O que você aprendeu sobre a sua rua?
– Como você descreveria sua comunidade para alguém que nunca esteve lá?
– Quais as histórias que sua rua guarda?
– Que elementos da sua vida você vê refletidos nas ruas?

Avaliação:

A avaliação será feita através da observação da participação dos alunos nas atividades, a qualidade das produções escritas e artísticas e como eles aplicam o que aprenderam em suas criações. Fatores como criatividade, envolvimento nas discussões e respeito pelas ideias dos colegas também serão levados em consideração.

Encerramento:

Encerrar a aula revisitando os principais pontos discutidos e as produções feitas pelos alunos. O professor pode agradecê-los pelas contribuições e reforçar a importância de conhecer as histórias das ruas que habitam.

Dicas:

– Use jogos e dinâmicas para tornar as discussões mais animadas.
– Incentive os alunos a fazerem perguntas e interagir uns com os outros.
– Considere a possibilidade de levar os alunos em uma pequena caminhada pelo bairro, exceto em dias de chuva ou mal tempo, para que possam observar e coletar informações sobre suas ruas.

Texto sobre o tema:

A rua, muitas vezes, é o cenário das nossas histórias cotidianas. É nela que brincamos, aprendemos e nos relacionamos. As ruas têm suas próprias narrativas, que refletem a cultura e a história dos lugares onde vivemos. Ruth Rocha, com seu jeito encantador de escrever, nos convida a olhar com atenção para esses espaços, mostrando que cada canto tem uma história para contar. Os sentimentos de pertencimento e pertencimento são explorados de forma que os alunos possam se surpreender e se inspirar a narrar e compartilhar suas vivências. Essa é a beleza da literatura: ela faz com que possamos enxergar o comum com novos olhos.

A música também exerce uma função importantíssima no nosso cotidiano. Ao utilizarmos canções, conseguimos despertar emoções que conectam as lembranças às melodias. Assim como uma rua tem sua história, as canções têm também as suas, sendo expressões culturais que nos fazem sentir e vivenciar culturas distintas através do ritmo e das letras.

No âmbito da arte, a rua se transforma em um verdadeiro mural de experiências sociais e culturais. Ao retratar a vida em seus diversos ângulos, a arte proporciona aos alunos a oportunidade de expressar-se, refletindo sobre a diversidade e a pluralidade que habitam o espaço que chamamos de ‘casa’. São estas experiências que moldam nossa compreensão do mundo e de nós mesmos, e é fundamental que as escolas incentivem os alunos a explorar suas raízes por meio da arte.

Desdobramentos do plano:

Após o desenvolvimento da atividade, o professor poderá dar continuidade ao tema introduzindo outros aspectos que envolvem a interação da comunidade com a cidade. Atividades que liguem a história de suas ruas a eventos locais, como festividades, feiras e práticas culturais, podem ser abordadas, permitindo que os alunos ampliem suas compreensões sobre as narrativas mais amplas que habitam seus bairros. A ideia é conectar a experiência do aluno a uma noção de comunidade e patrimônio, incentivando uma consciência crítica sobre a cultura local e seu valor.

Além disso, a realização de um projeto coletivamente organizado pode facilitar ainda mais a construção da identidade local. Os alunos podem realizar pesquisas sobre a história de suas ruas, incluindo a participação de familiares que possam oferecer relatos sobre tempos passados. Desenvolver um livro coletivo, ou uma apresentada digital, com as histórias e os desenhos das ruas, pode proporcionar aos alunos um grande orgulho de suas contribuições e estimular a curiosidade sobre o mundo ao redor.

Finalmente, é interessante que se reflita sobre o papel da arte nas suas vidas. O professor pode organizar exposições com as produções dos alunos, permitindo que a comunidade escolar conheça o trabalho deles e, assim, enriqueçam suas vivências ao observar como outras crianças retratam suas histórias. Essa interação não só valida o trabalho dos alunos, mas também fortalece suas conexões sociais.

Orientações finais sobre o plano:

O plano de aula visa fazer com que os alunos reconheçam a importância do lugar onde vivem, promovendo um senso crítico e reflexivo acerca do que representam suas ruas e o que aprenderam com isso. É fundamental que o professor mantenha um espaço aberto para o diálogo e a expressão, respeitando as individualidades e promovendo um ambiente acolhedor onde todos se sintam à vontade para compartilhar.

Reforce também que a narrativa não se limita apenas a palavras escritas, mas está presente no dia a dia, nas conversas e nas interações. A música, a arte e a literatura são ferramentas poderosas que podem ser utilizadas para expandir o entendimento e a absorção do conhecimento. Incentive os alunos a usarem essas linguagens em outros âmbitos, explorando diversas formas de expressão e comunicação.

Por último, a prática de promover a criatividade na sala de aula deve ser constante. Latente em cada criança, a vontade de criar precisa ser alimentada, e o espaço escolar deve ser o lugar onde essa criatividade pode fluir e ser celebrada. Assim, cada forma e narrativa que emergir das experiências coletivas, será um passo não só em direção à formação de uma identidade própria, mas também a de cidadãos conscientes e atuantes em suas comunidades.

5 Sugestões lúdicas sobre este tema:

1. Caça ao Tesouro: Os alunos precisam encontrar objetos ou fotos que representem suas ruas e descrevê-los. Objetivo: estimular a exploração do espaço de forma divertida.

2. Teatro de Fantoches: Criar histórias inspiradas nas ruas de suas vidas e encenar com fantoches. Objetivo: desenvolver habilidades de comunicação e expressão dramática.

3. Jogo do Mapa: Através de mapas simples, os alunos devem localizá-los e desenhar suas casas e ruas. Objetivo: ajudar na literacia espacial e no reconhecimento do ambiente.

4. Mural da Comunidade: Montar um mural com recortes, palavras e desenhos que representam a diversidade da sua rua. Objetivo: promover a identidade e a valorização do que é local.

5. Brincadeira de Rimas: Criar rimas ou pequenas poesias sobre cada rua que conhecerem, usando música e ritmo para explorar a sonoridade das palavras. Objetivo: estimular a criatividade e a expressão escrita.

Este plano é projetado para ser dinâmico e interativo, permitindo que alunos explorem suas vozes e histórias através da literatura e da arte, simbolizando a rica tapeçaria urbana em que vivem.


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