Plano de Aula: Consciência Negra (Educação Infantil) – 45 minutos

Iniciar a jornada de ensino com um plano de aula sobre a Consciência Negra é uma oportunidade valiosa para desenvolver a identidade e a valorização da diversidade entre as crianças. Nessa abordagem, serão utilizadas histórias, artes e músicas para reconhecer e respeitar as diferenças, promovendo a empatia e a inclusão. Com isso, buscamos expandir a compreensão sobre a importância da Cultura Afro-Brasileira, assim como fortalecer a autoconfiança e a expressão artística dos alunos pequenos, que são elementos essenciais nesta fase da educação infantil.

Neste plano de aula, a contação da história “O cabelo de Lelê” trará uma reflexão sobre a aceitação e o amor próprio, fazendo com que as crianças se reconheçam e respeitem as diferenças entre elas. A geração de momentos significativos através de atividades práticas e lúdicas, como a oficina de arte para construir a boneca, permitirá que as crianças se envolvam de maneira criativa e reflexiva com o tema abordado. Ao final, as músicas servirão como um fechamento festivo e alegre, estimulando o envolvimento e a garra da criançada.

Tema: Consciência Negra
Duração: 45 minutos
Etapa: Educação Infantil
Sub-etapa: Crianças pequenas
Faixa Etária: 4 a 5 anos

Objetivo Geral:

Planejamentos de Aula BNCC Infantil e Fundamental

Promover a reflexão sobre a valorização da diversidade cultural, com foco na Consciência Negra, estimulando a autoaceitação e o respeito ao próximo entre crianças pequenas.

Objetivos Específicos:

Estimular a empatia ao perceber e respeitar as diferenças culturais.
Desenvolver a criatividade por meio da expressão artística.
Fomentar a comunicação das emoções e ideias por meio da contação de histórias e discussões em grupo.
Valorizar a identidade de cada criança, reconhecendo as características próprias e dos outros.

Habilidades BNCC:

– (EI03EO01) Demonstrar empatia pelos outros, percebendo que as pessoas têm diferentes sentimentos, necessidades e maneiras de pensar e agir.
– (EI03EO05) Demonstrar valorização das características de seu corpo e respeitar as características dos outros.
– (EI03CG01) Criar com o corpo formas diversificadas de expressão de sentimentos, sensações e emoções.
– (EI03EF01) Expressar ideias, desejos e sentimentos sobre suas vivências, por meio de diferentes formas de expressão.
– (EI03TS02) Expressar-se livremente por meio de desenho, pintura e colagem.

Materiais Necessários:

Livro “O cabelo de Lelê”.
Materiais de arte (papel colorido, tesoura, cola, canetinhas).
Elementos de decoração (tecidos diversos, lã, botões).
Música temática para tocar durante a atividade (sugestão: canções folclóricas).
Bonecas para que as crianças possam interagir durante a contação da história.

Situações Problema:

– Como reconhecer e valorizar as diferenças entre nós mesmos e nossos colegas?
– O que podemos aprender com a história de “O cabelo de Lelê”?

Contextualização:

A história de “O cabelo de Lelê” aborda questões sobre autoaceitação, diversidade e afeto por meio da narrativa da protagonista, que vive a experiência de ter um cabelo diferente. Nessa contação, exploraremos os sentimentos e reflexões geradas a partir do reconhecimento das diferenças. A arte permitirá que as crianças materializem sua compreensão sobre o tema, e a música trará leveza e alegria.

Desenvolvimento:

1. Início: Apresentar o tema Consciência Negra e discutir brevemente as características que tornam cada um único (cor de pele, cabelo, etc.).
2. Contação da História: Ler “O cabelo de Lelê” para as crianças, fazendo pausas estratégicas para criar espaços de diálogo sobre o que estão sentindo e pensando.
3. Discussão: Perguntar às crianças se elas têm cabelos diferentes e como elas se sentem em relação a isso.
4. Atividade de Arte: Conduzir a oficina de arte, onde cada criança irá montar uma boneca, utilizando os materiais disponíveis para criar franja, penteados e características que representem as diferentes belezas que compõem a cultura afro-brasileira.
5. Momento Musical: Encerrar a atividade com música envolvente, promovendo um momento de dança e celebração da diversidade.

Atividades sugeridas:

Dia 1: Contação da História
Objetivo: Desenvolver a escuta e a empatia.
Descrição: O professor lê a história “O cabelo de Lelê”, fazendo perguntas interativas ao longo da leitura.
Instruções Práticas: Incentivar as crianças a compartilharem suas vivências relacionadas ao tema.

Dia 2: Oficina de Arte – Bonecas
Objetivo: Estimular a criatividade e expressão artística.
Descrição: As crianças criarão suas bonecas a partir dos materiais fornecidos.
Instruções Práticas: Orientar sobre o uso dos materiais e incentivar a personalização de cada boneca.

Dia 3: Discussão em Grupo
Objetivo: Fomentar a comunicação e a troca de ideias.
Descrição: Conversar sobre o que aprenderam com a atividade e como se sentiram ao criar suas bonecas.
Instruções Práticas: Incentivar a expressão de sentimentos.

Dia 4: Música e Movimento
Objetivo: Criar formas diversificadas de expressão.
Descrição: As crianças irão dançar ao som de músicas que falem sobre a diversidade cultural.
Instruções Práticas: Propor movimentos que representem diferentes culturas.

Dia 5: Apresentação Final
Objetivo: Celebrar o aprendido.
Descrição: As crianças farão uma pequena apresentação com suas bonecas e danças.
Instruções Práticas: Preparar um espaço para exposição e um encerramento festivo.

Discussão em Grupo:

Propor um momento onde as crianças possam compartilhar o que aprenderam com a história e a atividade artística, discutindo como se sentiram ao criar suas bonecas e a importância das diferenças.

Perguntas:

– O que você mais gostou na história?
– Como você se sente com o seu cabelo?
– O que é que faz nosso cabelo diferente e especial?

Avaliação:

A avaliação será contínua e acontecerá por meio da observação do envolvimento das crianças nas atividades, sua participação nas discussões e a capacidade de expressar sentimentos e ideias em relação ao tema.

Encerramento:

Realizar uma breve retrospectiva do que foi aprendido com a história e as atividades. Destacar a importância da diversidade na vida de cada criança, encerrando com um agradecimento pela participação de todos e uma celebração musical.

Dicas:

– Incentivar a troca de experiências entre os alunos sobre a história e a diversidade cultural.
– Utilizar imagens de diferentes tipos de cabelo e culturas para enriquecer a discussão.
– Criar um espaço na sala de aula que celebre a diversidade cultural, com materiais e informações que reflitam esse tema.

Texto sobre o tema:

A Consciência Negra é um momento de reflexão sobre a relevância da cultura afro-brasileira e a importância de reconhecer as raízes históricas e culturais que fazem parte da identidade do Brasil. Desde a época da escravidão, a cultura negra influenciou as mais diversas áreas da sociedade brasileira, desde a música até a culinária, passando pela religião e a arte. É essencial trazer essa discussão para as crianças desde cedo, para que elas compreendam que todas as culturas possuem valor e que as diferenças são o que nos tornam únicos.

Nesse sentido, a narrativa “O cabelo de Lelê” é um exemplo perfeito para ilustrar a autoaceitação e a valorização de nossas características individuais. Ao retratar de forma lúdica e sensível as percepções acerca do cabelo, a história permite que as crianças identifiquem e celebrem suas próprias diferenças e aprendam a respeitar as dos outros. Promover este tipo de reflexão é fundamental na formação da identidade e da autoestima dos pequenos. O papel da educação é garantir que as crianças sintam orgulho de quem são e da sua herança cultural, e a Consciência Negra proporciona um momento apropriado para isso.

Além disso, o papel das atividades artísticas na educação infantil não pode ser subestimado. Criar obras de arte envolvendo seus próprios traços e características enriquecem a compreensão e expressão dos sentimentos. As crianças têm a chance de se expressar livremente e, ao mesmo tempo, são incentivadas a reconhecer e respeitar a individualidade de seus colegas. Quando celebramos a diversidade, também estamos ensinando que a cooperação e a empatia são valores que devem ser cultivados desde a infância.

Desdobramentos do plano:

Esse plano de aula pode ser ampliado através de atividades que engajem outras áreas do conhecimento. Por exemplo, as crianças podem realizar pesquisas simples sobre culturas afro-brasileiras, onde cada uma traria um elemento cultural, seja uma música, um ritmo ou uma dança que represente suas raízes. Essa ação permitirá que a sala de aula se torne um espaço de troca cultural, onde o respeito mútuo ganhará destaque.

Outro desdobramento possível é a criação de um mural na escola, que utilize as produções artísticas das crianças, como as bonecas que criaram, apresentando descrições sobre as características de cada uma e o que representam. Isso não apenas promove a valorização do trabalho dos alunos, mas também permite que toda a escola se envolva na discussão sobre diversidade, tornando-se um ambiente onde todos se sintam respeitados e aceitos.

Por fim, é importante que as práticas de ensino não se limitem ao período de uma semana, mas se incorporem ao cotidiano da sala de aula. Assim, a promoção da Consciência Negra deve ser continuada. Tais práticas podem incluir livros que celebrem a diversidade e músicas que remetam à cultura negra, fazendo com que a informação seja constantemente reforçada.

Orientações finais sobre o plano:

Para uma implementação bem-sucedida deste plano de aula, é crucial que os professores estejam abertos a discutir diversidade e autoaceitação com sinceridade e sensibilidade. O ambiente de aprendizado deve ser um espaço seguro, onde as crianças sintam que podem expressar seus pensamentos e emoções sem receios. A empatia deve ser um pilar central na condução das atividades, incentivando as crianças a se colocarem no lugar dos outros e a reconhecerem a singularidade de cada uma.

Além disso, a participação ativa dos pais na educação sobre a cultura negra é fundamental. Incentivar os responsáveis a se envolverem nas atividades pode levar a discussões enriquecedoras sobre a identidade cultural familiar e a importância da diversidade. Integrar os pontos de vista dos adultos pode enriquecer a experiência, criando uma ponte entre o aprendizado em sala de aula e os lares das crianças.

Por último, a continuidade na promoção de eventos que celebrem a cultura negra vai além do conteúdo programático. É essencial implementar projetos que envolvam apresentações folclóricas, exposições de arte, e até diálogos interativos sobre a história afro-brasileira. A ideia é que esse aprendizado se perpetue, formando uma geração que valorize e respeite as diferenças, partindo do conceito de que somos todos parte de uma rica tapeçaria cultural onde a individualidade e a coletividade coexistem.

5 Sugestões lúdicas sobre este tema:

1. Festa da Diversidade: Organizar um dia em que cada criança possa se vestir com trajes de diferentes culturas, apresentando ao grupo de maneira lúdica a origem da vestimenta. Os alunos podem cantar músicas tradicionais de suas culturas.

2. Jogos de Roda: Utilizar canções e brincadeiras de roda que envolvam elementos da cultura afro-brasileira. O objetivo é promover a união e a alegria através da música e da dança, ao mesmo tempo em que se familiarizam com a riqueza cultural.

3. Contação de História com Fantoches: Criar fantoches que representem personagens de diferentes culturas e contar histórias inspiradas em cada uma delas. Essa atividade ajuda na expressão oral e no desenvolvimento da imaginação.

4. Culinária Cultural: Preparar receitas simples que remetam à culinária afro-brasileira, como o acarajé ou o mungunzá. As crianças podem ajudar no preparo, tornando a atividade sensorial e educativa.

5. Jardim da Diversidade: Plantar flores que são representativas de diferentes culturas, cada uma representando uma história específica. As crianças podem registrar em um diário o que aprenderam sobre cada cultura ao longo do processo.

Dessa forma, o plano de aula sobre a Consciência Negra se torna um espaço de aprendizado rico e envolvente, permitindo que as crianças desenvolvam um maior senso de identidade e respeito pela diversidade cultural desde cedo.

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