“Brincadeiras de Matriz Africana e Indígena no Ensino Fundamental”
Introdução
O ensino de jogos e brincadeiras é uma ferramenta poderosa no processo educativo, especialmente quando exploramos as ricas tradições das matrizes africana e indígena. Este plano de aula visa apresentar aos alunos do 4º ano do Ensino Fundamental uma experiência interativa e enriquecedora, onde brincadeiras tradicionais são utilizadas para promover não apenas a cultura, mas também valores essenciais como respeito, inclusão e diversidade. A aula se propõe a criar um ambiente lúdico, onde as crianças possam aprender enquanto se divertem, estimulando a reflexão crítica sobre a importância da cultura local e a valorização de diferentes heranças.
A proposta para esta aula recreativa é explorar brincadeiras de matriz africana e indígena, permitindo que os alunos se familiarizem com essas culturas por meio da prática. Integrar conhecimento histórico e cultural ao aprendizado de forma dinâmica é fundamental e atende à diversificação das metodologias de ensino, promovendo um aprendizado mais significativo e duradouro. A seguir, apresentamos o plano detalhado para a execução dessa atividade.
Tema: A contribuição de jogos e brincadeiras de matriz africana e indígena
Duração: 90 minutos
Etapa: Ensino Fundamental 1
Sub-etapa: 4º Ano
Faixa Etária: 9 e 10 anos
Objetivo Geral:
Estimular o conhecimento e a valorização das culturas africana e indígena por meio da prática de jogos e brincadeiras, promovendo a inclusão e a diversidade cultural entre os alunos.
Objetivos Específicos:
– Compreender a importância dos jogos e brincadeiras nas culturas africana e indígena.
– Desenvolver habilidades motoras e sociais por meio da prática de atividades lúdicas.
– Promover o respeito à diversidade cultural e étnica.
– Valorizar a convivência e a cooperação entre os alunos por meio do trabalho em grupo.
Habilidades BNCC:
– Educação Física: (EF35EF01), (EF35EF02), (EF35EF03), (EF35EF04), (EF35EF09).
– Artes: (EF15AR24), (EF15AR25).
– História: (EF04HI10), (EF04HI11).
– Geografia: (EF04GE01), (EF04GE06).
Materiais Necessários:
– Área externa ou espaço amplo para as atividades.
– Materiais de apoio: cordas, bola, lenços, máscaras ou adereços que representem culturas africanas e indígenas.
– Cartazes ilustrativos com a explicação das brincadeiras e suas origens culturais.
– Apito para sinalizar o início e fim das atividades.
Situações Problema:
– Como as brincadeiras tradicionais podem contribuir para o fortalecimento da identidade cultural?
– De que forma podemos respeitar e valorizar as diferenças culturais por meio dos jogos e brincadeiras?
Contextualização:
A cultura brasileira é um rico mosaico de influências, com grande contribuição das tradições indígenas e africanas. O conhecimento e a prática de seus jogos e brincadeiras são formas valiosas de preservar e respeitar essas heranças. Ao aprender suas origens e estilos de jogos, os alunos são incentivados a refletir sobre a diversidade cultural e social presente em nosso país.
Desenvolvimento:
1. Apresentação inicial (15 minutos):
– Reunir os alunos em um círculo e explicar a importância das brincadeiras de matriz africana e indígena.
– Exibir cartazes que mostrem imagens e descrevam algumas brincadeiras, como “Pular Corda” (africano) e “Peteca” (indígena).
2. Dinâmica de grupo (20 minutos):
– Dividir a turma em grupos e atribuir a cada grupo a prática de uma brincadeira específica.
– Instruir os grupos a praticarem a brincadeira e, após, trazer à sala suas próprias interpretações e variações.
3. Brincadeiras (40 minutos):
– Organizar a sequência das brincadeiras, assegurando que todos tenham a oportunidade de participar.
– As brincadeiras sugeridas são: “Pular Corda” (para desenvolver coordenação e ritmo) e “Pega-Pega” (um jogo tradicional ainda praticado por diversas comunidades).
– Após a prática, cada grupo apresenta a história e o significado de sua brincadeira para os demais, compartilhando suas experiências.
4. Reflexão final (15 minutos):
– Reunir os alunos novamente e conduzir uma discussão sobre o que aprenderam com as atividades.
– Encerrar pedindo que compartilhem como se sentiram ao praticar brincadeiras de outras culturas e a importância dessa experiência.
Atividades sugeridas:
1. Pular Corda:
– Objetivo: Trabalhar habilidades de coordenação motora e ritmo.
– Descrição: Dois alunos seguram uma corda e os demais pulam.
– Instruções: Explique a origem da brincadeira e peça aos alunos que tentem pular ao ritmo de uma música africana.
– Materiais: Corda.
– Adaptação: Os alunos com dificuldades de mobilidade podem participar segurando a corda.
2. Pega-Pega:
– Objetivo: Incentivar o trabalho em equipe e desenvolver condicionamento físico.
– Descrição: Um aluno é “o pegador” e deve tocar os outros jogadores.
– Instruções: Saliente a origem indígena do jogo e incentive estratégias para não serem pegos.
– Materiais: Nenhum.
– Adaptação: Reduzir a área de jogo para alunos com dificuldades.
3. Dança dos Orixás:
– Objetivo: Valorizar as danças e expressões culturais africanas.
– Descrição: Os alunos discutem sobre os Orixás e dançam a sua maneira.
– Instruções: Ensinar alguns passos básicos de dança e criar uma coreografia em grupo.
– Materiais: Músicas africanas.
– Adaptação: Permitir improvisação nas danças.
Discussão em Grupo:
– Qual a importância das brincadeiras no fortalecimento da cultura?
– Como podemos integrar as brincadeiras em nosso cotidiano?
Perguntas:
– O que vocês aprenderam sobre as culturas africana e indígena durante as atividades?
– Como as brincadeiras podem nos ajudar a entender mais sobre o outro?
Avaliação:
– Avaliar a participação ativa dos alunos nas atividades práticas e nas discussões.
– Observar a capacidade de trabalhar em grupo e respeitar as diferenças culturais.
Encerramento:
– Reunir os alunos para uma reflexão sobre as vivências do dia.
– Ressaltar a importância de valorizar as culturas de matriz africana e indígena e como cada aluno pode contribuir para a preservação dessa rica herança cultural.
Dicas:
– Utilize músicas tradicionais durante os jogos para enriquecer a experiência.
– Esteja atento às dinâmicas de grupo e garanta que todos se sintam incluídos.
Texto sobre o tema:
Os jogos e brincadeiras são expressões típicas da cultura, fundamentando-se em tradições que fazem parte da identidade de um povo. Ao nos depararmos com as brincadeiras indígenas e africanas, notamos a função social e educativa que estas assumem ao longo dos anos. A exploração das práticas lúdicas permite uma imersão no patrimônio cultural, favorecendo a troca de saberes e a construção de espaços mais inclusivos.
No contexto das comunidades indígenas, os jogos muitas vezes refletem a relação entre o homem e a natureza. Eles são formas de ensinar as crianças sobre recursos, respeito ao meio ambiente e coexistência pacífica. Já os jogos e danças de origem africana são marcados por uma grande carga de significado emocional e espiritual, as práticas são frequentemente utilizadas para transmitir valores, celebrar eventos e promover o pertencimento à comunidade.
Além disso, a interação com essas brincadeiras proporciona aos alunos não apenas momentos de entretenimento, mas também um espaço valioso para discussões sobre diversidade, identidade e pertencimento. É fundamental que, ao ensinar essas brincadeiras, se inclua a história por trás delas, promovendo o respeito e a valorização das diferentes culturas que compõem nosso país.
Desdobramentos do plano:
As brincadeiras e jogos de matriz africana e indígena podem se expandir para outras áreas do conhecimento, enriquecendo o aprendizado dos alunos em diferentes disciplinas. Por exemplo, ao aprender sobre a história dessas culturas, os alunos podem criar um projeto de pesquisa, que explore outros elementos culturais e sociais dessas comunidades, desde suas tradições até os desafios enfrentados.
Outra possibilidade seria a inclusão de projetos de arte, onde os alunos possam criar representações visuais das brincadeiras, utilizando diferentes materiais que simbolizem as culturas estudadas. Isso incentiva a expressão artística e promove uma compreensão mais profunda de como a arte e o lúdico estão interligados na construção da identidade cultural.
Ademais, seria interessante criar uma seção na escola que valorize essas brincadeiras, culminando em um evento cultural onde a comunidade escolar poderia aprender e praticar essas atividades. Em suma, mesmo além da sala de aula, as contribuições desses jogos podem fomentar um ambiente escolar mais inclusivo e sensível às diversas heranças culturais.
Orientações finais sobre o plano:
Ao aplicar este plano de aula, o educador deve estar ciente da importância de criar um espaço acolhedor e respeitoso para todos os alunos. É fundamental que sejam evitados comentários que possam promover estigmas ou preconceitos relacionados a qualquer cultura. Incentivar a empatia e a curiosidade em relação à diferença cultural é essencial para o desenvolvimento de um aprendizado significativo.
Por fim, ao observar a participação dos alunos, o professor deve ajustar a dinâmica das atividades de acordo com as necessidades do grupo, promovendo a inclusão e assegurando que todos se sintam parte dessa experiência. É também aqui que se pode destacar a importância de construir um ambiente colaborativo, no qual os alunos se sintam à vontade para compartilhar suas ideias e contribuições.
5 Sugestões lúdicas sobre este tema:
1. Oficina de confecção de instrumentos musicais:
– Objetivo: Explorar como a música é uma parte integral das culturas africanas e indígenas.
– Material: Itens recicláveis (garrafas, caixas, etc.) e cordas.
– Como conduzir: Mostrar exemplos de instrumentos de tambor, chocalhos e outros. Os alunos podem criar seus próprios instrumentos e utilizá-los durante as danças.
2. Aprendizado de danças étnicas:
– Objetivo: Promoção da expressão corporal e coordenação.
– Material: Música em vídeo e um espaço organizado.
– Como conduzir: Ensinar passos básicos de danças típicas das culturas africanas e indígenas, promovendo a reinterpretação e improvisação de coreografias.
3. Criação de um mural cultural:
– Objetivo: Visualizar e reconhecer a diversidade cultural.
– Material: Papel kraft, tintas, revistas para colagem.
– Como conduzir: Dividir os alunos em grupos e pedir que cada grupo faça uma representação visual de uma brincadeira.
4. Rodadas de contação de histórias:
– Objetivo: Enriquecer o aprendizado sobre as raízes culturais.
– Material: História em livros ou narrativas disponíveis.
– Como conduzir: Contar lendas e histórias populares de culturas indígenas e africanas, discutindo suas mensagens e valor simbólico.
5. Criar um livro de receitas tradicionais:
– Objetivo: Enriquecer a cultural através da gastronomia.
– Material: Papel, canetas, materiais de arte.
– Como conduzir: Pedir que alunos pesquisem ou apresentem pratos típicos de cada cultura e incluí-los em um livro cozinheiro feito pela turma.
Essas sugestões podem ser adaptadas de acordo com o nível de interesse e participação dos alunos, garantindo um aprendizado divertido e repleto de significados sobre a cultura brasileira.