“Sons e Artes Visuais: A Interação Criativa no 8º Ano”
A proposta deste plano de aula é aprofundar o entendimento dos estudantes do 8º ano sobre a intersecção entre sons e artes visuais. Por meio da exploração de diferentes formas artísticas, os alunos experimentarão como essas linguagens podem se complementar e dialogar, promovendo a expressão de sentimentos e ideias. A atividade proposta visa estimular não apenas a criatividade, mas também o pensamento crítico e a apreciação estética.
O tema se concentra na relação entre percepção sonora e visual, permitindo que os alunos desenvolvam suas habilidades de análise e expressão artística. Utilizando exemplos de diferentes culturas e épocas, a aula propõe um mergulho em como os sons influenciam a percepção de obras visuais e vice-versa, reforçando a interdisciplinaridade entre artes e a linguagem.
Tema: Sons e Artes Visuais
Duração: 45 min
Etapa: Ensino Fundamental 2
Sub-etapa: 8º Ano
Faixa Etária: 13 e 14 anos
Objetivo Geral:
Desenvolver a percepção estética dos alunos e a capacidade de articular suas ideias sobre a relação entre sons e artes visuais, utilizando a análise crítica de obras e a criação artística.
Objetivos Específicos:
– Compreender como a música e os sons podem influenciar a apreciação das artes visuais.
– Criar uma obra artística que incorpore elementos sonoros.
– Refletir sobre a importância da interdisciplinaridade nas diferentes manifestações artísticas.
– Discutir a experiência subjetiva de cada aluno ao interagir com os sons e as imagens.
Habilidades BNCC:
(EF08AR01) Pesquisar, apreciar e analisar formas distintas das artes visuais tradicionais e contemporâneas, em obras de artistas brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas e em diferentes matrizes estéticas e culturais, de modo a ampliar a experiência com diferentes contextos e práticas artístico-visuais e cultivar a percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e o repertório imagético.
(EF69AR04) Analisar os elementos constitutivos das artes visuais (ponto, linha, forma, direção, cor, tom, escala, dimensão, espaço, movimento etc.) na apreciação de diferentes produções artísticas.
(EF69AR32) Analisar aspectos históricos, sociais e políticos da produção artística, problematizando as narrativas eurocêntricas e as diversas categorizações da arte (arte, artesanato, folclore, design etc.).
Materiais Necessários:
– Aparelhos de som ou celular com acesso a músicas
– Projetor e computador
– Televisão ou tela para exibição de imagens e vídeos
– Materiais para desenho (papel, lápis, canetas, tintas, etc.)
– Instrumentos musicais (se disponíveis)
– Materiais recicláveis para construção artística
Situações Problema:
1. Como os sons associados a uma obra de arte podem mudar a nossa percepção dela?
2. Quais elementos visuais podem ser desenhados ou pintados para traduzir uma experiência sonora?
3. De que maneira as diferentes culturas utilizam som e imagem em suas expressões artísticas?
Contextualização:
O uso de sons e artes visuais na expressão artística pode ser visto em diversas culturas ao longo da história. Desde as tribos indígenas que usam a música em suas danças ritualísticas, até os museus contemporâneos que combinam música e artes visuais em exposições interativas, esta aula propõe uma reflexão sobre como essas duas linguagens se influenciam e se complementam. Através da apreciação e produção, os alunos poderão experimentar a sinergia existente entre o som e a imagem, promovendo uma maior compreensão dos elementos constitutivos de cada forma de arte.
Desenvolvimento:
1. Introdução (10 min): Inicie a aula apresentando uma obra de arte visual e uma música que remetam a sentimentos semelhantes. Peça que os alunos relatem suas impressões sobre como cada obra se relaciona, discutindo a emoção que cada uma evoca.
2. Exposição Dialogada (15 min): Com suporte audiovisual, apresente exemplos de artistas que trabalharam com a intersecção entre música e artes visuais, como Kandinsky e suas teorias sobre a sinestesia, ou exposições multimídia como a “Yayoi Kusama: Infinity Mirrors” com trilha sonora. Aproveite para desenvolver uma discussão crítica sobre as percepções dos alunos.
3. Atividade Prática (20 min): Divida os alunos em grupos e peça que escolham uma canção e uma obra visual para trabalhar. Cada grupo deverá criar uma representação visual que traduza a essência e os sentimentos da música escolhida. Para isso, eles podem usar os materiais disponíveis, como tintas ou até mesmo recortes e colagens.
Atividades sugeridas:
Atividade 1: Escuta Ativa
Objetivo: Reconhecer elementos sonoros que evocam emoções.
Descrição: Ouvir uma canção instrumental e pedir que os alunos describam visualmente o que sentem.
Instruções: Após a escuta, cada aluno desenhará aquilo que a música evocou, apresentando em seguida.
Atividade 2: Análise de Obras
Objetivo: Compreender a relação entre sons e artes visuais.
Descrição: Através do projeto audiovisual, os alunos analisarão obras que utilizam som.
Instruções: Discutir em grupos a mensagem que cada obra passa, conectando as emoções suscitadas pelos sons a elementos visuais.
Atividade 3: Criação de Pôster
Objetivo: Criar uma obra que remeta a uma experiência sonora.
Descrição: Produzir um pôster utilizando colagens de imagens que se relacionem com sonoridades propostas.
Instruções: Os alunos devem apresentar a obra explicando como cada elemento visual se conecta a um som específico.
Discussão em Grupo:
Após a apresentação das obras, conduza uma discussão envolvendo as experiências de cada grupo, questionando como o som modificou suas percepções. Pergunte o que os ajudou a criar suas obras e que aspectos encontraram semelhantes nas diferentes produções.
Perguntas:
1. Como a música afetou a sua interpretação da obra visual?
2. Quais elementos visuais você acredita que melhor traduzem a emoção da música?
3. Que técnicas você poderia usar para expressar sonoridades diferentes em uma obra de arte?
Avaliação:
A avaliação será feita de forma formativa, por meio da observação das discussões em grupo, participação nas atividades práticas e na apresentação das obras. Os alunos serão incentivados a expressar suas interpretações e a criticar construtivamente as criações dos colegas.
Encerramento:
Finalize a aula reforçando a importância da interação entre sons e artes visuais e como essa experiência amplia as possibilidades de expressão. Peça que os alunos reflitam sobre o que aprenderam e como podem aplicar esse conhecimento em outras criações artísticas.
Dicas:
– Incentive os alunos a explorarem mais de uma canção ou obra visual.
– Utilize um ambiente acolhedor para que os alunos se sintam à vontade para compartilhar suas ideias.
– Estimule o respeito e a empatia nas análises e críticas apresentadas.
Texto sobre o tema:
A relação entre som e arte visual sempre foi uma área de grande interesse para artistas, teóricos e educadores, visto que ambas as linguagens comunicam ideias e sensações de maneira singular e poderosa. A música, uma forma de arte temporal que acontece ao longo do tempo, pode afetar profundamente a forma como compreendemos e interpretamos obras visuais. No trabalho de artistas como Wassily Kandinsky, o conceito de sinestesia demonstra exatamente esse entrelaçamento, onde cores e sons se fundem em uma experiência pura de emoção. A presença da música em um espaço expositivo não apenas adiciona uma nova camada à experiência estética, mas também transforma a interação do visitante com a obra, convidando a uma reflexão mais profunda.
No contexto contemporâneo, novas tecnologias e mídias além do tradicional absolvem essas interações, oferecendo ao público oportunidades para experienciar a arte de forma imersiva. Instalações que utilizam sons como elemento central em sua concepção desafiam as percepções tradicionais, tornando o espectador um participante ativo, que não apenas observa, mas também vivencia e dialoga com a obra. Dessa forma, a compreensão da arte se torna um processo dinâmico, que demanda do público a disposição para escuchar. Essa interatividade e sinergia entre som e imagem é uma ferramenta poderosa em mãos de artistas contemporâneos e um campo fértil para o desenvolvimento educacional.
Desdobramentos do plano:
Este plano de aula oferece uma abordagem inovadora e instigante, conectando sonoridades e expressões visuais com um foco prático na criação artística. A experimentação proposta não apenas reforça a compreensão individual sobre o que é arte, mas também promove um espaço de aprendizagem colaborativa, onde cada aluno traz sua perspectiva única para a sala de aula. Esse ambiente de criação dialogal enriquece a experiência dos alunos, fazendo com que seus olhares se ampliem para uma diversidade de interpretações e criações.
A possibilidade de integrar sonoridades a processos visuais também abre novos horizontes para futuros projetos artísticos. Os alunos podem continuar explorando essa relação em outros contextos ou disciplinas, como música, teatro ou literatura, preenchendo o espaço para uma expressão mais holística. Além disso, a conexão com as práticas culturais do entorno local pode enriquecer ainda mais as futuras discussões em aula, aproximando a arte ensinada no colégio de realidades sociais e culturais específicas e locais.
Assim, a proposta de ensinar arte com um enfoque em sonoridades e visibilidade não só desenvolve habilidades técnicas em linguagem artística como evidencia o potencial criativo dos estudantes, proporcionando um espaço seguro para a expressão de suas emoções e pensamentos. Ao final, as experiências colaborativas cultivadas nesse ambiente podem se transformar em projetos mais amplos que englobam exposições, performances públicas ou mesmo colaborações entre diferentes áreas do conhecimento, promovendo um aprendizado contínuo e dinâmico. Isso alavanca o papel da educação artística como uma aliada no fortalecimento das competências socioemocionais e no fomento a um ambiente de respeito e diversidade.
Orientações finais sobre o plano:
Este plano tem como finalidade não apenas expandir o conhecimento dos alunos sobre a relação entre sons e artes visuais, mas também fomentar um espaço de criatividade, diálogo e colaboração. Algumas orientações importantes são: a necessidade de garantir que todos os alunos se sintam integralmente incluídos no processo, onde suas vozes sejam ouvidas e respeitadas ao longo do desenvolvimento das atividades. Assim, é essencial incentivar a participação ativa e promover um ambiente empático onde a troca de ideias flua livremente.
Além disso, é importante que o professor esteja atento às diferentes identidades e experiências que os alunos trazem para a sala de aula, o que poderá enriquecer ainda mais as discussões e as produções artísticas. Essa diversidade é uma fonte de potencial criativo que deve ser explorada e celebrada, pois cada aluno poderá ter interpretações e inspirações distintas que levarão a resultados variados e fascinantes.
Por fim, ao realizar e refletir sobre essas atividades, busque integrar feedback contínuo, permitindo que os estudantes percebam a evolução de suas habilidades e entendam a importância do processo criativo. Estimulando a busca por novas referências, o professor pode apresentar aos alunos uma variedade de artistas contemporâneos que exploram essa relação entre som e imagem, abrindo portas para um universo de possibilidades em suas futuras produções artísticas. A assim, o educador não será apenas um instrutor, mas também um facilitador do processo de aprendizagem, que incentiva os alunos a se tornarem criadores ativos em suas comunidades.
5 Sugestões lúdicas sobre este tema:
1. Experiência de Sinestesia: Propor uma atividade em que os alunos devem desenhar ou pintar enquanto ouvem diferentes tipos de músicas. Após, discutir as emoções que surgiram durante a criação e como a música influenciou nos traços e cores escolhidos.
2. Criação de Histórias Sonoras: Dividir os alunos em grupos para que criem uma apresentação que combine narração de uma história com uma trilha sonora criada por eles, utilizando objetos do dia a dia para produzir sons que se integrem à narrativa.
3. Karaokê Cultural: Propor aos alunos que escolham uma música, expliquem seu significado e realizem uma apresentação que misture gestos e elementos visuais. Esse formato de karaokê evidenciará a relação entre som e movimento visual, cultivando a interdisciplinaridade.
4. Jogo do Som e Imagem: Criar um jogo onde os alunos devem associar imagens a sons ou vice-versa. Eles poderão ter cartões com imagens e outros com sons gravados, desafiando-se a fazer conexões criativas.
5. Performance Multissensorial: Organizar uma performance no espaço escolar onde alunos coralizem canções enquanto apresentem um mural feito à mão que represente essa canção. As artes visuais devem interagir no mesmo espaço, criando uma experiência sensorial completa.
Essas sugestões visam cultivar o pensamento crítico e criativo dos alunos, encorajando relações significativas entre diferentes formas de arte e comunicação.

