“Socialização Ativa na Educação Infantil: Roda de Conversa e Arte”

A proposta de aula que será apresentada busca integrar elementos fundamentais do desenvolvimento emocional, social e cognitivo da criança nesta fase inicial de sua vida escolar. O enfoque está na socialização ativa por meio da roda de conversa, onde os alunos poderão compartilhar suas experiências e sentimentos relacionados à experiência escolar, utilizando o livro “Samira não quer ir na escola” como ferramenta de reflexão e expressão. A atividade tem como finalidade promover um ambiente onde as crianças possam se ouvir, respeitar as opiniões dos colegas e expressar suas emoções e preocupações.

Neste contexto, o livro escolhido permitirá que os pequenos se identifiquem com a protagonista, Samira, que expressa seu desejo de não ir à escola, e ainda poderá encorajar a discussão sobre as regras de convivência e a importância de construir uma rotina que favoreça a organização e a convivência harmônica. A atividade culminará na expressão artística, onde as crianças desenharão seus sentimentos sobre a experiência escolar em folhas A4, permitindo uma exploração mais profunda de suas emoções e a construção de empatia entre os colegas.

Tema: Socialização ativa com o professor, por meio de uma roda de conversa sobre regras de convivência e leitura do livro “Samira não quer ir na escola” com a proposta de desenho na folha A4 expressando os sentimentos sobre a experiência escolar.
Duração: 50 minutos
Etapa: Educação Infantil
Sub-etapa: Crianças pequenas
Faixa Etária: 4 a 5 anos

Objetivo Geral:

Planejamentos de Aula BNCC Infantil e Fundamental

Promover a socialização entre as crianças por meio da expressão de sentimentos e ideias sobre suas vivências escolares, utilizando a literatura e a arte como ferramentas facilitadoras.

Objetivos Específicos:

– Desenvolver a habilidade de ouvir e respeitar a fala do outro.
– Fomentar a expressão de ideias e sentimentos das crianças sobre a escola.
– Promover a empatia e a convivência harmoniosa entre os alunos.
– Construir, junto ao professor e colegas, uma rotina para o bom andamento e organização das atividades em sala de aula.

Habilidades BNCC:

– (EI03EO01) Demonstrar empatia pelos outros, percebendo que as pessoas têm diferentes sentimentos, necessidades e maneiras de pensar e agir.
– (EI03EO03) Ampliar as relações interpessoais, desenvolvendo atitudes de participação e cooperação.
– (EI03EF01) Expressar ideias, desejos e sentimentos sobre suas vivências, por meio da linguagem oral e escrita (escrita espontânea), de fotos, desenhos e outras formas de expressão.
– (EI03EF04) Recontar histórias ouvidas e planejar coletivamente roteiros de vídeos e de encenações, definindo os contextos, os personagens, a estrutura da história.
– (EI03TS02) Expressar-se livremente por meio de desenho, pintura, colagem, dobradura e escultura, criando produções bidimensionais e tridimensionais.

Materiais Necessários:

– Livro “Samira não quer ir à escola”
– Folhas A4 coloridas
– Lápis de cor e canetinhas
– Cartolinas para expor os desenhos
– Esconderijos e tapetes para a roda de conversa
– Roupas ou objetos que representem a ideia de escola

Situações Problema:

– O que você sentiria se não quisesse ir à escola?
– Como você acha que Samira se sente?
– Quais são as regras que podemos criar juntos para que todos se sintam bem na escola?

Contextualização:

As vivências escolares são repletas de desafios, inseguranças, alegrias e celebrações. A roda de conversa proporcionará um espaço seguro onde as crianças poderão compartilhar suas experiências sobre a escola, reforçando a importância da escuta ativa e do respeito pelas diferenças. A leitura do livro ajuda a criar um ambiente de identificação e reflexão, uma vez que aborda a temática de forma lúdica e acessível.

Desenvolvimento:

1. Início da Aula (10 minutos): Começar a aula formando um círculo no chão, onde os alunos se sintam confortáveis. Apresentar a proposta da roda de conversa com a pergunta: “Quantos de vocês já se sentiram assim como a Samira?” Incentivar os pequenos a se apresentarem e compartilharem algo que sentem sobre a escola.

2. Leitura do Livro (15 minutos): Ler o livro “Samira não quer ir à escola” em voz alta, parando em momentos estratégicos para perguntar como os alunos acham que Samira se sente e incentivá-los a relacionar suas próprias experiências com a história. Perguntas como “O que você faria se fosse a Samira?” podem ser utilizadas para instigar ainda mais o diálogo.

3. Roda de Conversa (15 minutos): Após a leitura, iniciar uma roda de conversa onde cada aluno terá a oportunidade de falar sobre o que gosta e o que não gosta na escola. O professor deve mediar a conversa, ressaltando a importância de respeitar a vez de cada um e os sentimentos dos colegas.

4. Atividade Artística (10 minutos): Distribuir folhas A4 e materiais de desenho. Pedir que cada criança expresse, por meio de um desenho, como se sente em relação à escola. Durante essa atividade, o professor deve circular pela sala, oferecendo suporte e estimulando a conversa entre os alunos sobre seus desenhos.

Atividades sugeridas:

Atividade 1: Contar histórias
*Objetivo:* Reforçar a escuta e a expressão verbal.
*Descrição:* As crianças contarão pequenas histórias sobre experiências escolares a partir de suas memórias.
*Instruções:* Com a ajuda do professor, cada um contará sua história em um tempo limitado, incentivando a escuta atenta dos colegas.

Atividade 2: Desenho coletivo
*Objetivo:* Promover a colaboração e a expressão artística.
*Descrição:* Em grupos, os alunos criarão um mural que represente a “escola ideal”.
*Instruções:* Utilizar cartolina grande onde todos participarão com desenhos e colagens, depois expor na sala.

Atividade 3: Role-playing
*Objetivo:* Explorar interações sociais e resolver conflitos.
*Descrição:* Simular situações comuns da escola, como um amigo se sentir triste ou ter dificuldades com tarefas.
*Instruções:* Pedir que as crianças interpretem as situações e proponham soluções juntos.

Atividade 4: Música e movimento
*Objetivo:* Associar movimento físico à expressão de sentimentos.
*Descrição:* Criar uma canção que fale sobre a escola e como os amigos podem ajudar uns aos outros.
*Instruções:* A professora deverá guiar a melodia com gestos que representem as palavras da canção.

Atividade 5: Criando regras
*Objetivo:* Construir um ambiente escolar colaborativo.
*Descrição:* Discutir e escrever juntos as regras que todos gostariam de seguir.
*Instruções:* Todos podem contribuir com ideias, e o professor deverá anotar em uma cartolina para expor.

Discussão em Grupo:

Após a atividade de desenho, promover uma discussão em grupos sobre as experiências que tiveram na atividade. Perguntar como se sentiram ao desenhar e como isso se relaciona com as experiências compartilhadas na roda de conversa. Isso irá reforçar a empatia e a construção coletiva do conhecimento.

Perguntas:

– Como você se sentiu ao ouvir a história da Samira?
– Quais sentimentos você expressou no seu desenho?
– Como podemos ajudar nossos amigos que não querem vir à escola?
– O que você aprendeu hoje sobre a convivência em grupo?

Avaliação:

A avaliação será contínua, observando a participação dos alunos durante a roda de conversa, a interação entre eles e a capacidade de expressão no desenho. O professor poderá registrar em um diário de aula as percepções sobre o envolvimento de cada criança nas atividades, visando acompanhar seu desenvolvimento emocional e social.

Encerramento:

Fechar a aula com um momento de reflexão sobre o que aprenderam, destacando a importância de se expressar e ouvir os colegas. Agradecer a todos pela participação e ressaltar o quão importante é seguir as regras que construíram juntos para uma convivência harmoniosa.

Dicas:

– Incentivar a diversidade nas expressões artísticas, permitindo que as crianças utilizem diferentes materiais.
– Criar um ambiente seguro e acolhedor para que todos se sintam confortáveis ao compartilhar suas emoções.
– Estar atento às crianças mais tímidas e encorajá-las a se expressar, criando pares de apoio com colegas mais extrovertidos.

Texto sobre o tema:

A socialização na educação infantil é fundamental para o desenvolvimento saudável das crianças, especialmente na construção de habilidades emocionais e sociais. Neste contexto, a escuta ativa e o respeito são pilares essenciais. As rodas de conversa, como a proposta, oferecem um espaço onde as pequenas podem compartilhar seus sentimentos, ouvindo uns aos outros e empoderando-se por meio da expressão verbal. Tais interações ajudam a formar a empatia, permitindo que as crianças reconheçam e compreendam as emoções de seus pares, algo que será crucial ao longo de suas vidas.

A leitura de um livro, como “Samira não quer ir à escola”, tem um papel significativo ao abrir discussões sobre as possíveis inseguranças que uma criança pode sentir a respeito da escola. Este tipo de atividade não somente facilita a partilha de experiências, mas também promove uma conexão emocional entre as crianças, criando um ambiente propício para que se sintam acolhidas. A arte se torna um meio poderoso e expressivo que complementa essas discussões, permitindo que as crianças desenhem seus sentimentos de forma tangível e criativa.

Concluindo, atividades que envolvem a leitura, a roda de conversa e a expressão artística permeiam a prática educativa na educação infantil, tornando o aprendizado uma experiência rica e significativa. A formação de um ambiente seguro, onde as crianças tenham voz e vez, é crucial para que desenvolvam não só habilidades individuais, mas também para que construam uma comunidade respeitosa e colaborativa.

Desdobramentos do plano:

Este plano de aula pode ser desdobrado em outras atividades interdisciplinares, podendo incluir a interação com outras disciplinas como a música e o teatro. Por exemplo, após a roda de conversa e a arte, os alunos poderiam criar pequenas encenações sobre seus desenhos, permitindo uma exploração ainda mais rica das emoções expressas. O uso da arte cênica poderá não apenas diversificar a maneira de abordar os sentimentos, mas também introduzir conceitos básicos de representação e expressão corporal.

Além disso, a proposta de incluir o desenho e a construção de regras poderia ser estendida para outras áreas da escola, promovendo um maior envolvimento dos pais e da comunidade. Um dia de pais ou um evento onde os trabalhos artísticos das crianças possam ser expostos e discutidos seria uma maneira eficaz de engajar a comunidade escolar na tomada de consciência sobre o ambiente emocional e relacional dos estudantes.

Por fim, é importante destacar que a reflexão e a prática de atividades regulares como essa, que envolvem dinâmicas de grupo e expressões artísticas, constituem um forte pilar no desenvolvimento socioemocional das crianças. Isso promoverá hábitos saudáveis de convivência que se estenderão por toda a vida, ajudando-as a desenvolver não apenas habilidades de empatia, mas também um senso de responsabilidade social que será essencial no futuro.

Orientações finais sobre o plano:

Este plano de aula visa não apenas o desenvolvimento individual das crianças, mas a construção de uma comunidade escolar consciente e participativa. Para que os objetivos sejam plenamente alcançados, é fundamental que o professor atue como um mediador nas interações, promovendo um ambiente onde as crianças se sintam valorizadas e ouvidas. Os professores devem estar prontos para fazer adaptações conforme as dinâmicas da sala e as particularidades de cada grupo, garantindo que todos os alunos tenham oportunidades iguais de participação.

Além disso, reforçar a importância de dar voz às crianças é vital para que elas se tornem autônomas em suas expressões e aprendizado. Elas devem ver a escola como um espaço de acolhimento e do compartilhamento de sentimentos, aprendendo a valorizar as opiniões uns dos outros. Isso contribuirá para a formação de cidadãos mais conscientes, que sabem ouvir e respeitar diferentes pontos de vista.

Por último, a Cultura da Paz e do respeito deve ser um norte em todas as práticas educativas nesta fase. Através de atividades que exploram a convivência democrática, as crianças aprenderão não apenas a resolver conflitos, mas também a dialogar e a se engajar em ações colaborativas. Isso resultará em uma experiência escolar mais rica e mais afetiva para todos, onde os alunos se sintam seguros e motivados a crescer juntos.

5 Sugestões lúdicas sobre este tema:

1. Caça ao Tesouro Emocional
*Objetivo:* Reconhecer e expressar emoções.
*Descrição:* Esconda cartões com sentimentos escritos (feliz, triste, com medo, etc.) pela sala. As crianças deverão encontrar esses cartões e, cada vez que encontrarem um, compartilhar um momento que sentiram aquela emoção.
*Materiais:* Cartões de papel com palavras e um tesouro para o final da atividade.

2. Teatro de Fantoches
*Objetivo:* Explorar o reconhecimento e a empatia das emoções.
*Descrição:* Criar fantoches com materiais recicláveis e encenar situações da escola, incentivando as crianças a resolverem os conflitos apresentados.
*Materiais:* Saco de papel, tecidos e outros materiais recicláveis.

3. Música das Emoções
*Objetivo:* Relacionar emoções a sons e movimentos.
*Descrição:* Criar canções ou rimas que falem sobre a escola e seus sentimentos, utilizando instrumentos simples como pandeiros ou chocalhos.
*Materiais:* Instrumentos musicais simples.

4. Jogo da Memória das Emoções
*Objetivo:* Associar cartões de emoções e situações à empatia.
*Descrição:* Crie um jogo da memória com imagens que representam emoções de um lado e situações escolares do outro. As crianças devem encontrar os pares e discutir o que cada combinação representa.
*Materiais:* Cartões com imagens de emoções e situações.

5. Caderno de Sentimentos
*Objetivo:* Expressar e registrar sentimentos.
*Descrição:* Criar um caderno onde as crianças desenham ou escrevem sobre suas experiências e sentimentos a cada semana. Este caderno pode ser compartilhado com um amigo da turma.
*Materiais:* Cadernos de desenho e lápis coloridos.

Esse conjunto de atividades lúdicas contribui para o ambiente educativo da sala de aula, tornando isso um espaço onde as crianças podem não apenas aprender, mas também crescer juntas enquanto indivíduos.

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