“Renovação Cultural e Ética Juvenil: Desafios e Transformações”

Questões sobre: Renovação cultural, ética, valores e cultura juvenil: Filosofia Contemporânea (Século XX – XXI) Escolas filosóficas, representantes e transformações na ética e cultura dos jovens

📚 Área: Ciências Humanas

🎓 Nível: 3ª Série – Ensino Médio

📊 Quantidade: 10 questões

Planejamentos de Aula BNCC Infantil e Fundamental

📝 Tipos: Múltipla escolha

📅 Data de Criação: 11/09/2025

TEXTO BASE

Título: Renovação cultural, ética, valores e cultura juvenil: Filosofia Contemporânea (Século XX – XXI) Escolas filosóficas, representantes e transformações na ética e cultura dos jovens

A transição do século XIX para o século XX marca um momento de profunda renovação cultural e filosófica. As transformações sociais, políticas, científicas e tecnológicas abalaram antigos paradigmas, abrindo espaço para novas formas de pensar a ética, os valores e, principalmente, a cultura juvenil. Ao longo do século XX e XXI, a filosofia contemporânea se debruçou sobre as inquietações que emergem desse cenário mutável, produzindo escolas de pensamento e representantes que influenciaram o imaginário coletivo, as práticas sociais e os modos de vida das novas gerações.

Mudanças culturais e o surgimento de novas éticas O século XX foi caracterizado por rupturas e experimentações. As guerras mundiais, o avanço do capitalismo, o surgimento de novas mídias e a globalização impactaram o cotidiano e os modos de subjetivação. A cultura juvenil despontou como força expressiva e criativa, influenciando a moda, a música, o comportamento e a política.

A ética existencialista Entre as escolas filosóficas mais impactantes está o existencialismo, cujo principal representante é Jean-Paul Sartre. Sartre propõe que o ser humano está condenado à liberdade e, por isso, é responsável por seus próprios valores. A ética existencialista estimula a autenticidade e a autonomia, valores que dialogam com a busca juvenil por significado e diferenciação em meio à massificação cultural.

Outros nomes de destaque: Simone de Beauvoir – que amplia a discussão existencialista ao abordar a condição feminina e o papel da juventude diante das estruturas opressoras. Albert Camus – com seu pensamento sobre o absurdo da existência e a necessidade de criar sentidos próprios. Filosofia analítica e novos valores A filosofia analítica, com figuras como Ludwig Wittgenstein, propõe uma análise rigorosa da linguagem e questionamentos sobre a construção dos valores morais. Para Wittgenstein, os limites da linguagem são os limites do mundo, o que implica que a ética está enraizada nas formas de vida e práticas sociais. Isso se reflete na cultura juvenil contemporânea, na qual a linguagem – especialmente os meios digitais – redefine constantemente identidades e valores.

Filosofia da diferença e pós-modernidade O pós-estruturalismo francês, representado por Gilles Deleuze, Félix Guattari, Michel Foucault e Jacques Derrida, desconstrói as noções clássicas de sujeito, verdade e moral. Em vez de verdades universais e valores fixos, propõem o pluralismo, a multiplicidade e a ética do acontecimento. Foucault, em particular, analisa as formas de poder e a constituição dos sujeitos, destacando o papel da juventude nas micropolíticas do cotidiano e nas resistências culturais.

Filosofia hermenêutica e compreensão cultural A hermenêutica, com Hans-Georg Gadamer e Paul Ricoeur, ressalta a importância da interpretação e do diálogo na construção de sentidos compartilhados. Isso contribui para pensar a ética como processo coletivo, em que os jovens participam ativamente da renovação cultural, reinterpretando tradições e criando novos horizontes de expectativa.

A ética comunicativa Jürgen Habermas, representante da Escola de Frankfurt, desenvolve a teoria da ação comunicativa, defendendo a racionalidade do diálogo e o consenso como fundamentos de uma ética renovada. A juventude, nesse contexto, é vista como agente transformador, capaz de articular reivindicações e participar da esfera pública por meio de movimentos sociais, redes digitais e novas linguagens.

Cultura juvenil: ruptura, criação e resistência A cultura juvenil no século XX tornou-se símbolo de ruptura, experimentação e resistência. O rock and roll dos anos 1950, o movimento hippie dos anos 1960, o punk, o hip hop, os coletivos digitais e as manifestações de rua são exemplos de renovação cultural que desafiam valores tradicionais e propõem novas formas de viver. A filosofia acompanha esse processo, questionando normas, abrindo espaço para a diversidade e discutindo as implicações éticas das transformações. Zygmunt Bauman, ao analisar a “modernidade líquida”, mostra como as relações e os valores tornaram-se flexíveis e mutáveis, o que repercute especialmente sobre os jovens, sujeitos à constante reinvenção de si mesmos.

Identidade, gênero e multiculturalismo A partir das décadas de 1980 e 1990, pensadoras como Judith Butler e bell hooks problematizam as relações de gênero, raça e identidade. A teoria queer, os feminismos negros e as discussões sobre direitos LGBTQIA+ ampliam o entendimento de ética e valores, tornando a cultura juvenil um campo de múltiplas vozes e lutas por reconhecimento.

Transformações no século XXI No século XXI, a cultura digital, a globalização, o avanço das redes sociais e a crise ambiental trouxeram novos desafios éticos. A juventude contemporânea vive entre a hiperconexão e o desejo de pertencimento, enfrentando questões complexas como cyberbullying, fake news, ativismo digital, sustentabilidade e saúde mental.

Novas abordagens filosóficas Peter Sloterdijk – discute as “esferas” e a produção de novos espaços de convivência e subjetividade. Byung-Chul Han – reflete sobre a sociedade do cansaço, a transparência e o impacto das tecnologias nas formas de vida. Michael Sandel – aborda questões de justiça e bem comum, dialogando com dilemas éticos atuais enfrentados pelos jovens.

Ética ambiental e responsabilidade geracional A discussão ética se amplia para considerar a responsabilidade das gerações diante das mudanças climáticas, desigualdades globais e uso de tecnologia. Filósofos como Bruno Latour e Hans Jonas destacam o imperativo da responsabilidade e do cuidado, fundamentais para a construção de uma ética global e sustentável.

Conclusão A renovação cultural, ética e de valores impulsionada pela filosofia contemporânea reflete a efervescência dos tempos modernos. Escolas e representantes do pensamento filosófico do século XX e XXI propõem novas formas de compreensão do mundo, do outro e de si mesmo, valorizando a diversidade, a autonomia e a responsabilidade. A cultura juvenil, longe de ser apenas reflexo, é potência criadora e crítica, protagonista das transformações que moldam o presente e apontam para futuros possíveis. Ao considerar a renovação dos valores e a ética, é imprescindível acolher o pluralismo e a complexidade dos tempos atuais, reconhecendo o papel da juventude como agente fundamental de mudança cultural e social. A filosofia contemporânea, assim, permanece aberta ao novo, inquieta diante do estabelecido e comprometida com a construção de sentidos que dignifiquem a existência coletiva.

QUESTÕES

  1. Qual é um dos principais representantes do existencialismo mencionado no texto?
    Nível de dificuldade: Fácil
    Habilidades/competências avaliadas: Identificação de autores e escolas filosóficas

    • A) Simone de Beauvoir
    • B) Albert Camus
    • C) Jean-Paul Sartre
    • D) Michel Foucault
    • E) Jürgen Habermas
  2. De acordo com o texto, como a filosofia analítica se relaciona com a cultura juvenil contemporânea?
    Nível de dificuldade: Fácil
    Habilidades/competências avaliadas: Compreensão de conceitos filosóficos

    • A) Ela ignora a linguagem.
    • B) Ela redefine constantemente identidades e valores.
    • C) Ela é exclusivamente focada em questões do passado.
    • D) Ela promove valores fixos.
    • E) Ela é irrelevante para a juventude.
  3. Qual filósofo é mencionado no texto como analista das formas de poder e da constituição dos sujeitos?
    Nível de dificuldade: Fácil
    Habilidades/competências avaliadas: Reconhecimento de conceitos filosóficos

    • A) Jacques Derrida
    • B) Gilles Deleuze
    • C) Michel Foucault
    • D) Hans-Georg Gadamer
    • E) Albert Camus
  4. O que caracteriza a cultura juvenil no século XX, segundo o texto?
    Nível de dificuldade: Fácil
    Habilidades/competências avaliadas: Análise de contextos culturais

    • A) Conservadorismo e rigidez
    • B) Ruptura, experimentação e resistência
    • C) Uniformidade e homogeneidade
    • D) Passividade e conformismo
    • E) Tradição e estabilidade
  5. Qual é a principal proposta de Jürgen Habermas em relação à ética?
    Nível de dificuldade: Fácil
    Habilidades/competências avaliadas: Conhecimento de teorias éticas

    • A) O individualismo extremo
    • B) A ação comunicativa e o consenso
    • C) A neguição do diálogo
    • D) A busca pela verdade absoluta
    • E) O abandono da razão
  6. O que Zygmunt Bauman discute em sua análise sobre a modernidade líquida?
    Nível de dificuldade: Fácil
    Habilidades/competências avaliadas: Compreensão de transformações sociais

    • A) A rigidez nas relações sociais
    • B) A flexibilidade e mutabilidade das relações e valores
    • C) A permanência das identidades fixas
    • D) A ausência de mudanças culturais
    • E) A crise da individualidade
  7. Qual a relação entre a cultura juvenil e a filosofia contemporânea, segundo o texto?
    Nível de dificuldade: Fácil
    Habilidades/competências avaliadas: Análise crítica de textos

    • A) A cultura juvenil é irrelevante para a filosofia.
    • B) A filosofia se opõe à expressão cultural juvenil.
    • C) A filosofia acompanha e questiona as transformações culturais juvenis.
    • D) A filosofia ignora as demandas dos jovens.
    • E) A cultura juvenil é uma repetição da filosofia clássica.
  8. Qual é uma das questões éticas contemporâneas mencionadas no texto que a juventude enfrenta?
    Nível de dificuldade: Fácil
    Habilidades/competências avaliadas: Identificação de questões atuais

    • A) A falta de comunicação
    • B) O cyberbullying
    • C) A ausência de valores culturais
    • D) A rejeição da tecnologia
    • E) A falta de identidade
  9. Sobre a responsabilidade geracional, o que afirmam os filósofos citados no texto?
    Nível de dificuldade: Fácil
    Habilidades/competências avaliadas: Compreensão de responsabilidade ética

    • A) É uma questão sem importância.
    • B) É uma responsabilidade exclusiva dos mais velhos.
    • C) Envolve cuidados e ações em relação ao futuro.
    • D) Não é relevante para a juventude.
    • E) Deve ser ignorada.
  10. Qual é um dos principais desafios éticos que a juventude contemporânea enfrenta, conforme o texto?
    Nível de dificuldade: Fácil
    Habilidades/competências avaliadas: Identificação de dilemas éticos atuais

    • A) O respeito à tradição
    • B) A busca por estabilidade
    • C) O ativismo digital
    • D) A negação da cultura moderna
    • E) A rejeição de novas tecnologias

GABARITO COMENTADO

1. C) Jean-Paul Sartre
Justificativa: Sartre é o principal representante do existencialismo, conforme mencionado no texto.

2. B) Ela redefine constantemente identidades e valores.
Justificativa: A filosofia analítica, segundo o texto, propõe que a ética está enraizada nas práticas sociais e na linguagem, que muda constantemente.

3. C) Michel Foucault
Justificativa: Foucault é destacado no texto como filósofo que analisa o poder e a constituição dos sujeitos.

4. B) Ruptura, experimentação e resistência
Justificativa: O texto menciona que a cultura juvenil no século XX é caracterizada por essas três características.

5. B) A ação comunicativa e o consenso
Justificativa: Habermas propõe que o diálogo e o consenso são fundamentais para uma ética renovada.

6. B) A flexibilidade e mutabilidade das relações e valores
Justificativa: Bauman discute como as relações e valores se tornaram flexíveis na modernidade líquida.

7. C) A filosofia acompanha e questiona as transformações culturais juvenis.
Justificativa: O texto afirma que a filosofia contemporânea reflete sobre a cultura juvenil, questionando normas e valores.

8. B) O cyberbullying
Justificativa: O texto menciona o cyberbullying como uma das questões éticas contemporâneas enfrentadas pela juventude.

9. C) Envolve cuidados e ações em relação ao futuro.
Justificativa: Filósofos como Bruno Latour e Hans Jonas discutem a responsabilidade geracional em relação às mudanças climáticas e desigualdades.

10. C) O ativismo digital
Justificativa: O texto aponta o ativismo digital como um dos desafios éticos enfrentados pela juventude contemporânea.



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