“Reformas Religiosas e Absolutismo: Entenda a Europa do Século XVI”
A elaboração deste plano de aula visa proporcionar uma compreensão aprofundada sobre as Reformas Religiosas e o Absolutismo na Europa nos séculos XVI e XVII, com destaque para a Reforma Protestante, o Concílio de Trento e a formação dos Estados absolutistas e do Antigo Regime. Este tema é crucial para que os alunos do 7º Ano do Ensino Fundamental 2 compreendam as bases que moldaram a política, a religião e a cultura europeias, além de seus desdobramentos ao longo da história. Por meio de aulas expositivas, atividades subjetivas e rodas de conversa, os alunos terão a oportunidade de explorar o contexto histórico, analisar os eventos e discutir as suas implicações.
É essencial ressaltar que, ao final da proposta, os alunos não só reconhecerão a importância das transformações socioculturais ocorridas durante esse período, mas também desenvolverão habilidades críticas e reflexivas em relação à história, fatores sociais e políticos que influenciam o mundo contemporâneo.
Tema: Reformas Religiosas e Absolutismo na Europa nos séculos XVI e XVII
Duração: 120 minutos
Etapa: Ensino Fundamental 2
Sub-etapa: 7º Ano
Faixa Etária: 13 anos
Objetivo Geral:
O objetivo geral deste plano é proporcionar aos alunos uma compreensão crítica das Reformas Religiosas e do Absolutismo na Europa durante os séculos XVI e XVII, discutindo suas causas, processos e efeitos sobre a sociedade, a política e a religião da época.
Objetivos Específicos:
1. Identificar e descrever os principais eventos da Reforma Protestante e o papel do Concílio de Trento.
2. Discutir as características do Absolutismo e a formação do Antigo Regime na Europa.
3. Analisar a centralização política e suas consequências sociais e culturais.
4. Refletir sobre a participação e o papel das mulheres durante o período do Antigo Regime.
Habilidades BNCC:
1. (EF07HI05) Identificar e relacionar as vinculações entre as reformas religiosas e os processos culturais e sociais do período moderno na Europa e na América.
2. (EF07HI07) Descrever os processos de formação e consolidação das monarquias e suas principais características com vistas à compreensão das razões da centralização política.
3. (EF07HI06) Comparar as navegações no Atlântico e no Pacífico entre os séculos XIV e XVI.
Materiais Necessários:
1. Quadro branco e marcadores.
2. Projetor multimídia e computador.
3. Apostilas com textos sobre o tema.
4. Folhas de papel e canetas para anotações.
5. Recursos audiovisuais (documentários ou vídeos curtos sobre o tema).
6. Materiais para mural (papel kraft, tesoura, cola, etc.)
Situações Problema:
1. O que motivou a formação de novos movimentos religiosos na Europa do século XVI?
2. Como as reformas religiosas influenciaram a organização política do continente?
3. Quais foram as repercussões sociais e culturais da Reforma Protestantismo e do Absolutismo?
Contextualização:
O contexto histórico das Reformas Religiosas e do Absolutismo é marcado por uma profunda transformação na Europa, onde a influência da Igreja Católica foi contestada e novas correntes de pensamento surgiram. Ao mesmo tempo, as monarquias europeias passaram pelo processo de centralização do poder, que buscava enfraquecer a nobreza e outras instituições. O desafio às doutrinas católicas deu origem a conflitos internos e marcas duradouras nas sociedades europeias, que devem ser entendidos para compreender a complexidade da história ocidental.
Desenvolvimento:
1. Introdução ao tema: Apresentar brevemente o contexto europeu no século XVI e o surgimento da Reforma Protestante.
2. Discussão sobre o Concílio de Trento: Explicar seu papel em responder à Protestantismo e em reformar a Igreja Católica.
3. Apresentação das características do Absolutismo: Discutir a centralização do poder e as justificativas dadas pelos monarcas.
4. Roda de conversa: Levantar perguntas sobre a participação das mulheres e seu papel na sociedade e cultura durante o Antigo Regime.
Atividades sugeridas:
1. Aula 1: A Reforma Protestante (30 minutos)
Objetivo: Introduzir os alunos ao conceito da Reforma Protestante.
Descrição: Exposição sobre os principais líderes, como Martinho Lutero e João Calvino, e suas ideias centrais.
Instruções: Utilize um projetor para apresentar imagens e trechos de textos significativos. Após a exposição, promover uma discussão sobre as reações da Igreja Católica e a importância histórica da Reforma.
Materiais: Apostilas, projetor e imagens ilustrativas.
Adaptação: Estudantes com dificuldades de leitura podem ser auxiliados com a leitura em voz alta dos trechos selecionados.
2. Aula 2: O Concílio de Trento (30 minutos)
Objetivo: Compreender o impacto do Concílio de Trento na Igreja Católica.
Descrição: Análise das decisões tomadas e suas consequências nas práticas religiosas.
Instruções: O professor pode dividir os alunos em grupos para leitura de trechos do documento do Concílio. Cada grupo apresentará suas conclusões.
Materiais: Textos do Concílio e folhetos explicativos.
Adaptação: Grupos podem ser mistos, combinando alunos com diferentes capacidades.
3. Aula 3: O Absolutismo (30 minutos)
Objetivo: Entender as características do Absolutismo e a formação de Estados absolutistas.
Descrição: Exposição sobre princípios do Absolutismo, focando em exemplos como Luís XIV da França.
Instruções: Debate sobre a relação entre Absolutismo e as necessidades dos cidadãos.
Materiais: Quadro branco para elaborações coletivas e apostilas.
Adaptação: Usar recursos visuais e tabelas para alunos que aprendem melhor de forma visual.
4. Aula 4: O Papel das Mulheres no Antigo Regime (30 minutos)
Objetivo: Refletir sobre a atuação das mulheres neste período histórico.
Descrição: Discussão sobre a posição das mulheres em diferentes esferas sociais e impactos sociais do Absolutismo.
Instruções: Ao final, criar um mural onde os alunos poderão afixar suas opiniões resumidas sobre a relevância das mulheres na sociedade do Antigo Regime.
Materiais: Papel kraft, canetas coloridas e outros materiais artísticos.
Adaptação: Alunos poderão desenhar ao invés de escrever, se preferirem.
Discussão em Grupo:
Promover uma roda de conversa ao final das aulas com perguntas orientadoras sobre:
– Como as reformas influenciaram a percepção da religião na sociedade?
– De que forma o Absolutismo afetou a vida cotidiana das pessoas?
Perguntas:
1. Quais foram os principais desdobramentos da Reforma Protestante na sociedade europeia?
2. Como as decisões do Concílio de Trento moldaram a Igreja Católica moderna?
3. Quais aspectos da sociedade estavam relacionados à centralização do poder?
Avaliação:
A avaliação será realizada através da participação nas discussões, desempenho nas atividades em grupo e a reflexão sobre o mural construído. Os alunos também poderão ser avaliados por meio de um resumo individual sobre um dos temas abordados.
Encerramento:
Para concluir as aulas, o professor pode solicitar que cada aluno escreva um parágrafo sobre um aspecto que mais os impactou ou que acharam mais relevante nas aulas. Essa atividade ajuda a promover a autorreflexão e pode guiar futuras discussões em sala.
Dicas:
– Utilizar de discussões mediadas pode ser uma forma eficaz para garantir a participação de todos os alunos.
– Incentivar o uso de várias mídias, como vídeos e documentários, pode enriquecer a compreensão dos alunos sobre o tema.
Texto sobre o tema:
As reformas religiosas que emergiram na Europa a partir do século XVI foram essenciais para o desenvolvimento da história moderna. A Reforma Protestante, liderada por figuras como Martinho Lutero e João Calvino, fez ecoar críticas à Igreja Católica, que era considerada por muitos como corrupta e distante dos ensinamentos originais de Cristo. Lutero, ao pregar em 1517 suas 95 teses, desencadeou um movimento colossal que buscava a renúncia à venda de indulgências e a reforma de dogmas religiosos. Essa transformação não se limitou ao espectro religioso, mas teve profundas repercussões sociais e políticas, dificultando a centralização do poder que os monarcas estavam tentando estabelecer.
Em resposta a este movimento, em 1545, foi convocado o Concílio de Trento, que visava reafirmar a doutrina católica e introduzir uma série de reformas para aceitar as preocupações levantadas pelos protestantes. Esse concílio estabeleceu um período de união e integração entre a Igreja e seus seguidores, além de garantir sua relevância no mundo moderno, configurando um novo modelo de governo e de relacionamento entre o religioso e o secular. O resultado foi uma reestruturação total do catolicismo e um reforço da identidade religiosa da Europa, que simultaneamente reagiu aos desafios impostos pelas doutrinas emergentes.
O Absolutismo em si deve ser entendido como uma resposta a essa tensão, onde monarcas buscaram afirmarem sua autoridade absoluta sobre os territórios. Luís XIV, o Rei Sol, exemplificou essa tendência ao centralizar o poder em suas mãos, comunicando à população a necessidade de uma governança forte e unitária. Isso levou a um entendimento de que a força do rei se refletiria na prosperidade e segurança do povo. Contudo, essa dinâmica de centralização encerrou em si diversas questões sociais, especialmente no que diz respeito à marginalização das vozes femininas, cuja posição era quase sempre relegada a papéis secundários dentro de um sistema que impunha a figura masculina como líder e provedor.
Desdobramentos do plano:
A análise das Reformas Religiosas e do Absolutismo traz à luz as complexidades presentes na formação do mundo moderno. É importante ressaltar que, a partir do século XVI, as transformações impulsionadas pela Reforma não apenas modificaram a paisagem religiosa da Europa, mas também proporcionaram um substrato fértil para o surgimento de novas ideologias e sistemas de governo. Estas alterações desafiaram os modelos tradicionais e promoveram uma diversidade de crenças que correspondiam a um mundo em transformação, onde o homem começou a se concluir de associações entre fé e razão.
Além disso, o estudo sobre o Absolutismo revela como as dinâmicas sociais, políticas e religiosas estavam interligadas, e como a centralização do poder por parte dos monarcas foi vista tanto como um mecanismo de estabilização quanto como um meio de controle. A necessidade de legitimidade em suas ações levou os reis a estabelecerem alianças com a Igreja, marcando o início de um relacionamento sintético entre os poderes secular e religioso que prevaleceria por séculos. Esse relacionamento, embora baseado em colaboração, também trouxe à tona tensões que seriam mais tarde ressignificadas em revoluções e conflitos que moldariam o continente europeu.
Por fim, compreender a posição das mulheres durante a ascensão do Absolutismo nos permite expandir a análise crítica das representações de gênero ao longo da história. O estudo das contribuições e dos papéis resignados das mulheres dentro desse contexto é um campo que ainda carece de exploração, revelando como seus desafios e conquistas foram fundamentais para o fortalecimento de vozes que resistiam ao domínio patriarcal. Ao reconhecer a luta de mulheres tanto diante de estruturas sociais opressivas quanto em salários e direitos, vislumbramos um panorama mais amplo de uma Europa em transformação.
Orientações finais sobre o plano:
Um bom planejamento de aulas sobre as Reformas Religiosas e o Absolutismo deve considerar a diversidade de opiniões e a abertura para discussões que fomentem a reflexão crítica entre os alunos. É importante que o educador promova um ambiente onde cada aluno se sinta à vontade para expor suas ideias, respeitando as perspectivas dos colegas. Isso enriquece o aprendizado e o desenvolvimento de habilidades de diálogo, tão necessárias na formação cidadã.
Além disso, ao final das atividades, o educador deve se atentar para a necessidade de realizar uma síntese do que foi discutido e aprendido durante as aulas, procurando estabelecer conexões com o momento histórico presente. É interessante utilizar testes e questionários periódicos para avaliação da compreensão do conteúdo, bem como incentivar projetos interdisciplinares que integrem História e outros saberes como Artes, Português e até mesmo Ciências, promovendo um aprendizado mais conectivo.
Por fim, o professor deve se manter atualizado em relação a novas abordagens pedagógicas e recursos digitais, que podem ser fundamentais para oferecer uma experiência de aprendizado mais interativa e inclusiva. O uso de documentários, vídeos e outras mídias pode contribuir significativamente para a valorização do tema e para a manutenção do interesse e da motivação dos alunos pela História.
5 Sugestões lúdicas sobre este tema:
1. Jogo da Memória das Reformas: Criar um jogo da memória com os principais eventos e personagens da Reforma Protestante e do Absolutismo. Os alunos devem gerar pares que relacionem os nomes a seus feitos ou datas importantes.
Objetivo: Facilitar a memorização e a associação de informações.
Materiais: Cartões em branco e marcadores.
2. Debate em Círculo sobre a Reforma: Dividir os alunos em dois grupos; um debate a favor da Reforma Protestante e outro a favor da Igreja Católica.
Objetivo: Despertar habilidades de argumentação e oratória.
Materiais: Tópicos de discussão printados.
3. Teatro de Fantoches sobre Mulheres no Antigo Regime: Os alunos criam fantoches representando figuras femininas da época e encenam suas histórias.
Objetivo: Compreender o papel das mulheres em um formato criativo e colaborativo.
Materiais: Meias, papeis, canetas e outros materiais.
4. Criação de Mapa Históricos: Estudantes podem criar mapas que refletem a mudança de poder na Europa, destacando os Estados absolutistas e os reinos protestantes.
Objetivo: Desenvolver habilidades cartográficas e de representação.
Materiais: Papel para mapas, coloridos e lápis.
5. Linha do Tempo Interativa: Criar uma linha do tempo em que os alunos possam adicionar eventos importantes sobre as Reformas e o Absolutismo à medida que vão sendo discutidos em aula.
Objetivo: Visualizar a cronologia dos eventos e suas inter-relações.
Materiais: Papel pardo e fitas adesivas.
Esse plano de aula visa não apenas informar, mas também engajar e estimular o questionamento crítico dos alunos em relação a diferentes aspectos históricos que moldaram a sociedade moderna.

