“Redação de Reportagens: Revelando a Invisibilidade Pública”
A proposta deste plano de aula é abordar a temática da invisibilidade pública por meio da redação de reportagens, destacando a narrativa inspiradora de um professor da USP que se infiltrou como gari durante seis anos para realizar uma pesquisa sobre o tema. Essa abordagem oferece aos alunos a oportunidade de refletirem sobre a realidade social, a valorização do protagonismo de diferentes grupos e a construção de uma narrativa acessível ao público, enfatizando a importância da inclusão e do reconhecimento das vozes sociais muitas vezes silenciadas.
Neste contexto, a prática da redação de reportagens se torna um poderoso instrumento para que os alunos desenvolvam suas habilidades de escrita e análise crítica, além de promover um entendimento mais profundo sobre questões sociais contemporâneas, preparando-os para a atuação sendo agentes de transformação em suas comunidades.
Tema: Redação Reportagem – Invisibilidade Pública
Duração: 50 minutos
Etapa: Ensino Médio
Sub-etapa: 2º Ano Médio
Faixa Etária: 16 anos
Objetivo Geral:
Desenvolver a capacidade dos alunos de produzir textos jornalísticos que abordem questões ligadas à invisibilidade pública, utilizando a experiência de um professor da USP como ponto de partida para debates sociais e reflexões sobre a realidade de grupos marginalizados.
Objetivos Específicos:
1. Estimular a percepção crítica dos alunos sobre a temática da invisibilidade social e suas implicações.
2. Promover o desenvolvimento de habilidades de escrita jornalística, incluindo a estruturação da reportagem e a pesquisa de dados.
3. Incentivar a reflexão e o debate sobre o papel da mídia e do jornalista na representação de vozes sociais.
4. Fomentar a empatia e a inclusão por meio da promoção de discussões sobre os direitos humanos e a cidadania.
Habilidades BNCC:
(2° ANO do Ensino Médio) – Linguagens e suas Tecnologias
(EM13LGG101) Compreender e analisar processos de produção e circulação de discursos, nas diferentes linguagens, para fazer escolhas fundamentadas em função de interesses pessoais e coletivos.
(EM13LGG102) Analisar visões de mundo, conflitos de interesse, preconceitos e ideologias presentes nos discursos veiculados nas diferentes mídias, ampliando suas possibilidades de explicação, interpretação e intervenção crítica da/na realidade.
(EM13LP01) Relacionar o texto, tanto na produção como na leitura/escuta, com suas condições de produção e seu contexto sócio-histórico de circulação.
(EM13LP05) Analisar, em textos argumentativos, os posicionamentos assumidos, os movimentos argumentativos e os argumentos utilizados para sustentá-los.
Materiais Necessários:
– Projetor e computador com acesso à internet.
– Quadro branco e marcadores.
– Apostilas com exemplos de reportagens e técnicas de redação.
– Materiais de escrita como cadernos e canetas.
– Acesso a jornais e revistas digitais.
Situações Problema:
1. Como a invisibilidade pública impacta a vida de indivíduos e grupos na sociedade?
2. Quais aspectos devem ser considerados para garantir uma representação justa e precisa de histórias de vida em reportagens?
Contextualização:
Os alunos serão introduzidos ao contexto da invisibilidade pública abordando a experiência vivida por um professor que se disfarçou de gari por seis anos. Este exemplo servirá como ponto de partida para discussões sobre a importância da pesquisa social, as desigualdades e exclusões existentes na sociedade, e como a redação de reportagens pode trazer à tona essas realidades.
Desenvolvimento:
1. Início da aula (10 minutos): Abertura com uma discussão sobre o conceito de invisibilidade pública e o papel do jornalismo. Os alunos serão convidados a compartilhar suas ideias sobre o tema.
2. Exibição de um vídeo curto sobre a experiência do professor da USP como gari (5 minutos).
3. Discussão em grupo (10 minutos): Dividir a turma em grupos pequenos para discutir o impacto da invisibilidade social e quais histórias podem ser contadas a partir disso.
4. Apresentação de exemplos de reportagens que abordam questões sociais (10 minutos). Analisar em conjunto.
5. Aula prática (15 minutos): Os alunos começarão a criar um esboço de uma reportagem, utilizando o tema da invisibilidade pública e a metodologia discutida. O professor irá auxiliar na estruturação do texto e incentivar a pesquisa de dados.
Atividades sugeridas:
1. Atividade 1: Pesquisa de Campo
– Objetivo: Desenvolver habilidades de pesquisa e observação.
– Descrição: Os alunos deverão sair para observar um espaço público (ex.: praça, mercado) e anotar suas observações sobre interações e a presença de invisibilidade social.
– Instruções: Deverão identificar histórias que gostariam de explorar em suas reportagens.
– Materiais: Caderno e caneta.
2. Atividade 2: Redação da Reportagem
– Objetivo: Produzir uma reportagem com base em suas pesquisas e observações.
– Descrição: Após a coleta de dados, cada aluno deve redigir uma reportagem destacando uma história que ilustre a invisibilidade pública.
– Instruções: Seguir a estrutura básica de uma reportagem: título, lead, corpo e conclusão.
– Materiais: Notebook ou papel para redação.
3. Atividade 3: Apresentação Oral
– Objetivo: Desenvolver habilidades de comunicação oral.
– Descrição: O aluno deve apresentar sua reportagem para a turma.
– Instruções: Cada aluno terá 5 minutos para apresentar suas descobertas e a história contada. A turma fará perguntas.
– Materiais: Texto da reportagem.
4. Atividade 4: Reflexão em Grupo
– Objetivo: Fomentar a empatia e discussão sobre os direitos humanos.
– Descrição: Após as apresentações, a turma deve discutir em grupo o que aprenderam sobre invisibilidade e como isso pode ser abordado no jornalismo.
– Instruções: Preparem um mural com frases impactantes que sintetizem o que aprenderam.
– Materiais: Papel e canetas coloridas.
5. Atividade 5: Análise de Reportagens
– Objetivo: Analisar criticamente reportagens de interesse social.
– Descrição: Selecionar duas reportagens que tratem de invisibilidade social e discutir em grupo como essas reportagens abordam o tema.
– Instruções: Realizar um debate com foco nos argumentos apresentados e na ética da representação.
– Materiais: Acesso a jornais e revistas.
Discussão em Grupo:
Os alunos devem discutir as experiências de invisibilidade que observaram e como as reportagens podem ajudar a revelá-las.
Perguntas:
– O que é invisibilidade pública e como ela se manifesta em nossa sociedade?
– Quais histórias vocês consideram importantes trazer à luz?
– Como a mídia pode ajudar a diminuir essa invisibilidade?
Avaliação:
A avaliação será realizada de forma contínua, levando em consideração a participação nas discussões, o desenvolvimento da redação da reportagem e a apresentação final. Feedbacks serão fornecidos para aprimorar a compreensão dos alunos sobre a importância de sua voz no contexto social.
Encerramento:
A aula será concluída com uma reflexão sobre a importância do jornalismo na promoção de uma sociedade mais justa e inclusiva, enfatizando o papel do jornalista como mediador de histórias.
Dicas:
– Incentive os alunos a praticar empatia ao escrever sobre a experiência do outro.
– Encoraje a pesquisa adicional sobre o tema proposto.
– Utilize espaços digitais para a apresentação e troca de ideias entre alunos, como fóruns online ou blogs.
Texto sobre o tema:
Invisibilidade pública é um conceito que se refere à marginalização de certos grupos dentro da sociedade, os quais frequentemente não têm suas vozes e experiências reconhecidas. Esse fenômeno pode ser observado em vários contextos, como na desigualdade econômica, na distribuição desigual de recursos e na representação na mídia. Historicamente, a invisibilidade pública tem sido uma barreira para a promoção de direitos iguais e para a construção de uma sociedade onde todos possam se sentir valorizados e ouvidos.
A experiência do professor da USP, que se disfarçou de gari durante seis anos, representa uma tentativa de iluminar essas vozes silenciadas e entender as suas realidades. Ao se envolver nas rotinas e vivências de um grupo muitas vezes esquecido, ele não apenas coleta dados para sua pesquisa, mas também traz à tona histórias que desafiam o olhar dominante sobre as questões sociais.
O jornalismo pode e deve desempenhar um papel central na luta contra a invisibilidade pública. Por meio de reportagens que realmente escutem as experiências daqueles que vivem à margem, a mídia tem o poder de transformar percepções e gerar empatia em uma sociedade marcada por desigualdades. É fundamental, portanto, que estudantes desenvolvam habilidades de redação e análise crítica para se tornarem contadores de histórias que visam promover mudanças e ampliar a compreensão sobre a condição humana.
Desdobramentos do plano:
Este plano de aula pode ser expandido para agir em colaboração com organizações locais que trabalham com questões sociais, permitindo que os alunos saiam do ambiente escolar e se exponham a realidades diferentes. Uma colaboração com esses grupos pode enriquecer o aprendizado e proporcionar uma vivência prática do tema abordado em sala de aula. Além disso, ao final do semestre, os alunos poderiam organizar uma mostra de reportagens, convidando a comunidade para conhecer seus trabalhos e reflexões.
Outra abordagem seria incorporar a tecnologia no processo de redação, utilizando blogs ou plataformas de mídia social para compartilhar suas reportagens. A criação de um blog poderia ser uma maneira de ampliar a audiência para a qual os alunos escrevem, e também permitir interações diretas com os leitores.
Por fim, as discussões sobre invisibilidade podem ser também um ponto de partida para um projeto interdisciplinar envolvendo outras matérias, como Sociologia ou Artes, permitindo assim que os alunos abordem a questão da invisibilidade sob diferentes ângulos e ampliem ainda mais a sua compreensão e análise crítica sobre o tema.
Orientações finais sobre o plano:
É fundamental que o professor promova um ambiente de respeito e escuta ativa durante as discussões, permitindo que todos os alunos se sintam à vontade para compartilhar suas opiniões e experiências pessoais. Como o tema da invisibilidade pública pode tocar em questões sensíveis, é crucial que o professor esteja preparado para lidar com essas emoções e orientações, dando espaço para que os alunos expressem seus sentimentos e reflexões.
Além disso, o envolvimento da comunidade escolar é importante. Os alunos podem multiplicar suas aprendizagens colaborando com outras turmas e incentivando a troca de ideias e experiências, criando assim uma rede de apoio ao aprendizado coletivo.
Por último, esse plano deve estar sempre aberto à revisão e adaptação. As realidades sociais mudam rapidamente, e as vozes que devem ser ouvidas também. O educador deve estar atento aos novos discursos e narrativas que surgem, para que as atividades propostas permaneçam relevantes e alinhadas às necessidades e desafios da sociedade contemporânea.
5 Sugestões lúdicas sobre este tema:
1. Teatro de Sombras – Invisibilidade:
– Objetivo: Encorajar a expressão criativa sobre a invisibilidade pública.
– Descrição: Os alunos criarão um teatro de sombras, utilizando fantoches para contar uma história sobre um tema social que representa a invisibilidade.
– Materiais: Lonas, lanternas e materiais de artesanato para construir os fantoches.
2. Caminho da Cidadania:
– Objetivo: Discutir os direitos e deveres de um cidadão de forma lúdica.
– Descrição: Criar um jogo em que os alunos representam diferentes papéis sociais e enfrentam situações que ilustram a invisibilidade pública.
– Materiais: Tabuleiros, cartas de situações e dados.
3. Oficina de Mídia – Criação de Reportagens em Grupo:
– Objetivo: Desenvolver habilidades práticas de reportagens em grupo.
– Descrição: Dividir a turma em grupos e criar uma reportagem colaborativa, gravando e editando vídeos sobre a invisibilidade social.
– Materiais: Câmeras, computadores e softwares de edição de vídeo.
4. Criação de uma Exposição de Arte:
– Objetivo: Utilizar a arte para explorar a invisibilidade.
– Descrição: Os alunos criarão obras de arte que representem a invisibilidade, que serão expostas para a escola.
– Materiais: Materiais de pintura e escultura.
5. Caça ao Tesouro do Conhecimento:
– Objetivo: Interação com a comunidade.
– Descrição: Organizar uma caça ao tesouro onde os alunos devem identificar elementos em sua própria comunidade que representem visibilidade ou invisibilidade.
– Materiais: Mapa do tesouro e desafios de busca.
Essas sugestões lúdicas visam criar um ambiente interativo e engajante, onde os alunos possam aprender mostrando a realidade da invisibilidade pública de forma estética e expressiva. Essa abordagem facilita a assimilação do conteúdo e torna a aprendizagem mais significativa e memorável para os alunos.


