“Projeto Identidade: Quem Sou Eu? Arte e Autoconhecimento para Crianças”

Neste plano de aula, o tema central é o Projeto Identidade: Quem Sou Eu, uma atividade pensada especificamente para crianças pequenas, entre 1 e 2 anos. O objetivo é estimular a expressão pessoal e a autoconceituação através da arte, propiciando um ambiente de descoberta onde cada criança poderá se ver representada e, ao mesmo tempo, aprender a respeitar as diferenças entre os pares. A atividade de pintura com giz de cera, em que os meninos desenharão um menino e as meninas desenharão uma menina, é um momento lúdico que promove, além da criatividade, a reflexão sobre a identidade de cada um.

A faixa etária proposta é delicada e recruta atividades zero a dois anos, onde o potencial de aprendizado é altíssimo. Importante frisar que desde essa tenra idade, as crianças possuem uma capacidade admirável de absorver e vivenciar experiências que ajudem na formação não apenas da sua identidade, mas também no entendimento sobre o outro. Portanto, é fundamental que as atividades estejam em consonância com as diretrizes da BNCC e que ainda promovam sentimentos de cuidado, solidariedade e respeito nas interações dos pequenos.

Tema: Projeto Identidade: Quem Sou Eu
Duração: 30 minutos
Etapa: Educação Infantil
Sub-etapa: Crianças Bem Pequenas
Faixa Etária: 1 a 2 anos

Objetivo Geral:

Planejamentos de Aula BNCC Infantil e Fundamental

Estimular o reconhecimento da própria identidade e a valorização das diferenças entre as crianças por meio da expressão artística.

Objetivos Específicos:

– Proporcionar momentos de interação e troca entre as crianças.
– Incentivar a autonomia e a habilidade manual ao manusear giz de cera.
– Facilitar a comunicação entre as crianças, expressando sentimentos e características.
– Promover a percepção sobre as diferenças físicas e a valorização da diversidade.

Habilidades BNCC:

Campo de Experiências “O EU, O OUTRO E O NÓS”
– (EI02EO02) Demonstrar imagem positiva de si e confiança em sua capacidade para enfrentar dificuldades e desafios.
– (EI02EO05) Perceber que as pessoas têm características físicas diferentes, respeitando essas diferenças.

Campo de Experiências “CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS”
– (EI02CG05) Desenvolver progressivamente as habilidades manuais, adquirindo controle para desenhar, pintar, rasgar, folhear, entre outros.

Campo de Experiências “TRAÇOS, SONS, CORES E FORMAS”
– (EI02TS02) Utilizar materiais variados com possibilidades de manipulação, explorando cores, texturas, superfícies, planos, formas e volumes ao criar objetos.

Materiais Necessários:

– Giz de cera (em diversas cores).
– Folhas de papel de tamanho A4 (brancas).
– Materiais para proteção (como jornais ou toalhas de plástico).
– Um espaço amplo para a realização da atividade.

Situações Problema:

Como encorajar as crianças a se olharem e entenderem que, apesar das diferenças, todas são muito especiais? Como as crianças respondem a essa questão ao antes e depois de realizar suas obras de arte?

Contextualização:

As crianças estão em um momento de intensa descoberta sobre si mesmas e sobre o espaço que as rodeia. Oferecer oportunidades para que elas se expressem e descubram seu lugar no mundo é crucial; é um passo importante para o desenvolvimento da autoestima e das habilidades sociais. Ao criar uma arte, cada criança fará sua própria interpretação do que significa ser um menino ou uma menina, impulsionando não só a criatividade, mas também a reflexão sobre os papéis que cada um pode assumir.

Desenvolvimento:

1. Preparação: Organize o espaço, colocando jornais ou toalhas de plástico para evitar sujeira. Disponha o material a ser utilizado em uma mesa acessível para as crianças.
2. Introdução: Explique brevemente a atividade. Mostre o exemplo de um desenho de um menino e uma menina, ressaltando as diferenças e semelhanças. Pergunte para as crianças o que elas acham que podem desenhar.
3. Atividade:
– Distribua a folha em branco e o giz de cera para cada criança.
– Incentive-as a começar a desenhar, e ande pela sala observando e ajudando quando necessário, fazendo perguntas que estimulem a reflexão como: “O que faz o seu desenho ser único?”
4. Finalização: Após as crianças terminarem, promova um momento de “exposição” onde elas poderão apresentar suas obras e falar sobre elas. Pergunte coisas simples, como: “O que você criou?” “Como você se sente fazendo esse desenho?”

Atividades sugeridas:

1. Dia da Pintura: Reserve um dia específico da semana para que as crianças possam criar mais desenhos. Estimule a troca de obras entre os colegas, ressaltando características e cores.
Objetivo: Promover a socialização e o respeito às criações dos colegas.
Materiais: Giz de cera e mais folhas.

2. Jogos de Coordenação: Proponha brincadeiras onde as crianças devem pular até um risco feito no chão, estimulando a noção de espaço e movimento.
Objetivo: Trabalhar a coordenação e o entendimento do espaço em suas movimentações.
Materiais: Giz ou fita adesiva para criar o caminho.

3. Histórias e Músicas: Envolva as crianças em um momento de leitura e canções que tratem sobre identidade e diversidade, incorporando movimentos que as crianças possam fazer.
Objetivo: Ampliar a consciência sobre o tema através de histórias e canções.
Materiais: Livros sobre o tema e uma caixa de música.

4. Explorando Texturas: Realize uma atividade com diferentes texturas. As crianças devem tocar, sentir e desenhar algo que remeta às texturas experimentadas.
Objetivo: Estimular o tato e a percepção sensorial.
Materiais: Materiais diferentes como lixa, tecidos e papel alumínio.

5. Montagem de Painel: Ao final da semana, monte um painel com os desenhos, organizando-os em uma “exposição” especial.
Objetivo: Valorizar o trabalho realizado pelas crianças.
Materiais: Uma parede ou um espaço vazio, fita adesiva ou preguinho.

Discussão em Grupo:

Após a atividade de pintura, formar um círculo onde as crianças possam compartilhar seus desenhos e experiências, promovendo um espaço de aprendizagem mútua.

Perguntas:

– O que você gosta mais no seu desenho?
– Como você se sente sendo uma menina/um menino?
– O que faz você se sentir especial?
– Quais cores você usou e por que escolheu essas cores?

Avaliação:

A avaliação será feita a partir da observação do envolvimento e da expressão das crianças durante a atividade. Analisar como elas se comunicam, trocam ideias e exploram o espaço e os materiais propostos. Também será importante considerar a maneira como elas compartilham suas obras com os colegas e o que expressam.

Encerramento:

Realizar um momento final onde se pode cantar uma canção relacionada à diversidade ou ao tema da identidade, reforçando o que foi aprendido durante as atividades.

Dicas:

– Mantenha um ambiente acolhedor e livre de julgamentos, onde as crianças se sintam seguras para se expressar.
– Adapte a atividade para cada criança, considerando suas habilidades e necessidades.
– Esteja atento às reações das crianças e esteja preparado para intervir, oferecendo auxílio ou novas ideias quando necessário.

Texto sobre o tema:

A identidade é uma construção que se inicia desde os primeiros anos de vida. A maneira como as crianças veem a si mesmas e aos outros é moldada a partir de suas experiências diárias e das interações que têm com o mundo ao seu redor. Na Educação Infantil, é crucial criar ambientes que favoreçam a autoexpressão e a valorização das diferenças. Projetos como o “Quem Sou Eu” não apenas estimulam a criatividade, mas também ajudam as crianças a refletirem sobre o que as torna especiais. Esses momentos são oportunidades para que os pequenos desenvolvam a autoconfiança e a solidariedade, características essenciais ao convívio em sociedade.

Além disso, a arte, nesse contexto, serve como uma ferramenta poderosa para a comunicação, permitindo que as crianças expressem sentimentos, desejos e aspirações, através de formas e cores. Ao se concentrar nos traços que desenvolvem durante as interações, as crianças ganham vivências que, a longo prazo, influenciarão suas relações interpessoais. Portanto, é imprescindível que os educadores criem atividades que sejam inclusivas e que representem a diversidade presente no grupo.

Por fim, a formação da identidade não é um processo isolado; ela está entrelaçada com o aprendizado sobre o outro. Quando as crianças reconhecem e respeitam as diferenças, elas não apenas conquistam autoconhecimento, mas também aprendem a valorizar aqueles que os rodeiam. Atividades que promovem a inclusão e o desenvolvimento pessoal são fundamentais para a aproximação e o fortalecimento desses laços, criando uma base sólida para o futuro.

Desdobramentos do plano:

Ao conduzir o Projeto Identidade: Quem Sou Eu, diversos desdobramentos podem ocorrer, ampliando a experiência das crianças além da simples atividade de pintura. Um primeiro desdobramento pode ser a criação de um álbum de identidade, onde cada criança teria uma página dedicada a ela, que poderia incluir fotos, desenhos e uma breve descrição do que mais gosta. Essa atividade ajudaria a reforçar a assim chamada “comunidade de identidade” em sala de aula, fazendo com que os alunos se sintam mais conectados. Assim, a turma poderia refletir sobre as diversidades e semelhanças presentes em seu grupo.

Um segundo desdobramento interessante poderia ser a produção de um teatro de fantoches, onde as crianças seriam incentivadas a criar personagens que representassem diferentes identidades. Isso não só desenvolveria a criatividade, como também permitiria que as crianças externalizassem sentimentos e emoções de forma lúdica. Os educadores teriam papel fundamental na mediação dessas atividades, encorajando as crianças a discutirem sobre as características de seus fantoches, promovendo o diálogo a respeito das diferenças e da inclusão.

Por fim, outro caminho que o projeto poderia seguir seria a organização de encontros com as famílias, onde os pais pudessem participar de atividades conjuntas com os filhos, como um dia de arte, onde todos pudessem desenhar juntos. Esse evento teria como focos principais o fortalecimento dos laços familiares e a descoberta coletiva da identidade, promovendo um ambiente educacional mais solidário e interativo. Os educadores poderiam mediar discussões e reflexões sobre como a família contribui para a formação da identidade de cada criança, reforçando a importância do suporte familiar nos primeiros anos e, consequentemente, em sua trajetória de vida.

Orientações finais sobre o plano:

Ao finalizar o planejamento do Projeto Identidade: Quem Sou Eu, é vital que os educadores estejam sempre prontos para avaliar e adaptar as atividades conforme a necessidade da turma. Cada grupo de crianças possui suas particularidades, e a flexibilidade nos métodos é crucial para atender a todos de forma eficaz. Ao observar o envolvimento e o entusiasmo das crianças, os professores podem adaptar a abordagem, talvez focando mais em momentos de apreciação mútua das obras dos colegas.

Além disso, sempre que possível, elevar a participação da comunidade escolar e das famílias nas atividades é uma prática benéfica, pois proporciona uma troca significativa de experiências. A interação entre escola e família é fundamental para o desenvolvimento da criança e o sucesso das iniciativas pedagógicas. Casos de dificuldades emocionais ou de expressão, devem ser tratados com a máxima empatia e suporte, criando um espaço seguro para que a criança possa se expressar.

Por último, ao longo do desenvolvimento do projeto, é importante que as crianças se sintam parte de um coletivo, pois a sensação de pertencimento é uma base essencial no processo de formação da identidade. Cada atividade deve ser pensada de forma a criar laços entre as crianças e promover um ambiente acolhedor e respeitoso. O principal resultado do projeto deve ser que cada criança saia se sentindo especial e valorizada em sua singularidade, pronta para abraçar suas diferenças e as dos outros, construindo um futuro mais solidário e respeitoso.

5 Sugestões lúdicas sobre este tema:

1. Atividade “Minha Família”: As crianças utilizarão papel e giz de cera para desenharem suas famílias. Essa atividade deve ser acompanhada de uma conversa onde cada um pode explicar quem está no desenho e quais são as suas funções.
Objetivo: Fortalecer as relações familiares e compreensão de papéis.
Materiais: Papéis coloridos, giz de cera.
Condução: oriente as crianças sobre como iniciar o desenho, lembrando que não precisa ser perfeito, mas sim representativo.

2. Caça ao Tesouro da Identidade: Selecione imagens que representem diferentes características físicas (cabelos, peles, idades) e esconda elas pela sala. Ao encontrarem, as crianças devem comentar sobre a imagem.
Objetivo: Reconhecimento de características físicas e respeito às diferenças.
Materiais: Impressões das imagens para o caça ao tesouro.
Condução: Explique aos alunos antes do jogo quais características estão buscando.

3. Desfile da Diversidade: Organize um pequeno desfile onde cada criança pode se vestir com roupas que representam suas famílias, culturas ou identidades. Após o desfile, cada um pode falar brevemente sobre seu “look”.
Objetivo: Promover a reflexão sobre a diversidade e autoexpressão.
Materiais: Roupas, adereços à disposição.
Condução: Proporcione um espaço onde todos se sintam confortáveis em se apresentar.

4. Brincadeira de Reflexão: Disponibilize espelhos grandes para que as crianças possam observar a si mesmas e a experiência de se ver. Estimule elas a falarem sobre o que apreciam em sua aparência.
Objetivo: Autoimagem e apreciação da própria identidade.
Materiais: Espelhos grandes, cobertores para proteção.
Condução: Acompanhe a atividade falando e questionando o que cada um vê.

5. Role-Playing de Profissões e Mesmas Cores: Prepare um dia onde as crianças possam se vestir de profissões e/ou vir vestidas com as mesmas cores, para trabalhar questões de identidade e formação de grupo.
Objetivo: Proporcionar diálogo sobre as diferentes ocupações e construção de identidade coletiva.
Materiais: Fantasias e adereços.
Condução: Fale sobre profissões e convide os alunos a se representarem, abordando o significado de cada fantasias.

Essas sugestões lúdicas foram criadas para engajar as crianças em diferentes aspectos relacionados à identidade e à valorização das diferenças, sempre dentro da faixa etária proposta e respeitando o desenvolvimento infantil

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