Plano de Aula: trabalhando com identidade, atividade de auto retrato com espelho (Educação Infantil) – crianças_pequenas
A atividade proposta para crianças pequenas visa promover a reflexão sobre a própria identidade através da arte do autorretrato. Este plano de aula é uma oportunidade valiosa para fomentar a autoestima e o autoconhecimento das crianças, incentivando-as a se reconhecerem e a valorizarem suas próprias características. O uso do espelho na atividade permitirá que as crianças observem seus traços e expressem como se veem, tanto fisicamente quanto emocionalmente.
Neste sentido, a atividade se alinha perfeitamente às diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), especificamente no campo de experiências “O EU, O OUTRO E O NÓS”. Com isso, pretende-se promover um espaço seguro onde as crianças possam explorar sua identidade, expressar seus sentimentos e desconstruir estereótipos sobre a aparência e a diversidade. Através do autorretrato, também podemos abordar tópicos como valorização do corpo e respeito às diferenças, elementos essenciais para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e inclusiva.
Tema: Trabalhando com identidade – Atividade de autorretrato com espelho
Duração: 50 minutos
Etapa: Educação Infantil
Sub-etapa: Crianças Pequenas
Faixa Etária: 4 a 5 anos
Objetivo Geral:
Promover o autoconhecimento e a valorização da identidade individual por meio da atividade de autorretrato, estimulando a criatividade e a expressão pessoal em ambiente lúdico.
Objetivos Específicos:
– Proporcionar momentos de reflexão sobre a própria identidade e a percepção de si mesmo.
– Incentivar a expressão emocional através da arte, utilizando diferentes materiais para a confecção dos autorretratos.
– Promover a empatia e o respeito às características físicas e emocionais das outras crianças.
Habilidades BNCC:
Para esta atividade, destacamos as seguintes habilidades da BNCC que se correlacionam diretamente com o tema oferecido:
– (EI03EO01) Demonstrar empatia pelos outros, percebendo que as pessoas têm diferentes sentimentos, necessidades e maneiras de pensar e agir.
– (EI03EO05) Demonstrar valorização das características de seu corpo e respeitar as características dos outros (crianças e adultos) com os quais convive.
– (EI03TS02) Expressar-se livremente por meio de desenho, pintura, colagem, dobradura e escultura, criando produções bidimensionais e tridimensionais.
– (EI03EF01) Expressar ideias, desejos e sentimentos sobre suas vivências, por meio da linguagem oral e escrita (escrita espontânea), de fotos, desenhos e outras formas de expressão.
Materiais Necessários:
– Espelhos pequenos (preferencialmente acrílicos, para evitar riscos)
– Folhas de papel (branco ou colorido)
– Lápis de cor, canetinhas e tintas
– Pincéis e esponjas para pintura
– Materiais recicláveis (pode incluir papelão, tampinhas, tecidos)
– Música ambiente suave para criar um clima relaxante
Situações Problema:
Como você se vê no espelho? Quais cores e formas você usou para expressar sua identidade? O que mais você vê que faz parte de quem você é?
Contextualização:
O contexto para esta atividade pode ser enriquecido com uma breve conversa sobre a importância de amar e respeitar a si mesmo e aos outros. Os educadores podem utilizar histórias que abordem diferentes tipos de personagens e suas características, discutindo sobre a diversidade que existe entre as pessoas. Em seguida, a proposta do autorretrato será apresentada, incentivando as crianças a refletirem sobre o que as torna únicas.
Desenvolvimento:
1. Iniciar a aula com uma conversa sobre a identidade e o que cada criança acredita que as define.
2. Apresentar os espelhos e permitir que as crianças se observem, descrevendo suas descobertas com palavras e sentimentos.
3. Orientar as crianças a desenhar ou pintar seu autorretrato, utilizando os materiais disponíveis. Encorajá-las a usar cores que expressem suas emoções e a incluir detalhes que considerem relevantes sobre si mesmas.
4. Durante a atividade, circular pela sala para observar e conversar com as crianças sobre suas produções, incentivando-as a compartilhar o significado das cores e formas escolhidas.
5. Ao final, promover um momento de compartilhamento, onde as crianças poderão mostrar seus autorretratos e falar sobre o que eles representam.
Atividades sugeridas:
Atividade 1: Olhando no Espelho
– Objetivo: Desenvolver a observação e a autoanálise.
– Descrição: Cada criança recebe um espelho e tem um tempo para observar seu rosto, como ele se movimenta e seus traços. Em seguida, terá que se descrever em partes (olhos, boca, cabelo).
– Materiais: Espelhos, folhas para anotações com a ajuda do professor.
– Adaptação: Para crianças que podem ter dificuldades motoras, a descrição pode ser dada oralmente, dictando para o professor.
Atividade 2: O Meu Desenho
– Objetivo: Praticar a expressão artística e representar características pessoais.
– Descrição: Com os materiais fornecidos, as crianças devem desenhar as partes do seu rosto que observaram no espelho, utilizando cores que representam suas emoções.
– Materiais: Folhas, lápis de cor, canetinhas.
– Adaptação: Para as que possuem dificuldades motoras, os professores podem ajudar a segurar o lápis ou usar stencil das formas do rosto.
Atividade 3: Colagem de Identidade
– Objetivo: Incentivar a criatividade e a autoexpressão.
– Descrição: Usando materiais recicláveis, cada grupo de crianças deverá criar uma colagem que represente o que é importante para eles, incluindo suas características e o que gostam.
– Materiais: Materiais recicláveis, tesouras, cola.
– Adaptação: Monitores ou professores podem auxiliar com o manuseio das tesouras.
Atividade 4: Hora do Conto – Histórias de Identidade
– Objetivo: Estimular a escuta, a interação e o reconhecimento das diferenças.
– Descrição: Contar uma história onde personagens têm características diferentes, levando a reflexões sobre a diversidade.
– Materiais: Livro ilustrado que fale sobre características diferentes de pessoas.
– Adaptação: Pode-se criar um livro coletivo com as experiências da turma sobre o tema.
Atividade 5: Apresentação da Identidade
– Objetivo: Trabalhar a verbalização e a autoestima.
– Descrição: Cada criança deverá apresentar seu autorretrato e falar sobre o que representam as escolhas que fizeram.
– Materiais: Autorretratos finalizados.
– Adaptação: Para crianças tímidas, pode-se permitir que apresentem em duplas ou grupos.
Discussão em Grupo:
Ao final da atividade, realizar uma roda de conversa onde as crianças poderão compartilhar como se sentiram durante o processo de criação do autorretrato e o que descobriram sobre si mesmas.
Perguntas:
– O que você viu no espelho que você gostou?
– Como você se sente quando se olha?
– Que cores você escolheu para o seu autorretrato e por quê?
– O que você gostaria que os outros soubessem sobre você?
Avaliação:
A avaliação pode ser realizada de forma observacional. O professor deve se atentar a:
– Como as crianças interagem durante a atividade.
– A disposição em compartilhar suas experiências.
– A habilidade em expressar suas próprias características e sentimentos através dos autorretratos.
Encerramento:
Como fechamento, o professor pode fazer uma breve síntese sobre o que foi discutido e aprendido durante a aula. É importante destacar a importância de respeitar e valorizar a própria identidade e a dos outros, criando um ambiente de respeito e apoio ao próximo.
Dicas:
– Utilize músicas suaves durante a atividade para criar um ambiente acolhedor.
– Esteja sempre aberto a adaptar a atividade conforme as necessidades e dinâmicas do grupo.
– Reforce a ideia de que não existem “certos” ou “errados” nas produções, e que cada autorretrato é único, assim como cada um é especial à sua maneira.
Texto sobre o tema:
A constituição da identidade é um tema multifacetado que se constrói ao longo da vida, particularmente nas primeiras fases da infância. Entender quem somos e como nos percebemos é fundamental para o desenvolvimento emocional das crianças. Quando falamos sobre identidade, estamos nos referindo a como as crianças veem a si mesmas e como se encaixam no mundo ao seu redor. Elas estão sempre em busca de se identificar com histórias, imagens e até mesmo com outros, o que torna a percepção de sua própria imagem ainda mais crucial. Neste sentido, a proposta de um autorretrato funciona como uma ferramenta pedagógica poderosa, que ajuda as crianças a expressarem suas particularidades, a refletirem sobre suas emoções e a compreenderem a noção de individualidade em meio à coletividade.
Recursos visuais, como o espelho, são essenciais nesta etapa do desenvolvimento, já que proporcionam uma interação direta com sua própria imagem. Ainda, devemos lembrar que a identidade vai muito além do que podemos ver na superfície. Aspectos emocionais, como medos, alegrias e descobertas, também fazem parte do que somos. Isso nos leva a pensar na inclusão da diversidade nas atividades. Ensinar nossas crianças a valorizar a singularidade de cada um, respeitando diferentes corpos, culturas e experiências é fundamental. É necessário que, desde cedo, as crianças entendam que a riqueza das relações humanas se dá, também, pela variedade que existe na sociedade.
Por isso, ao criar um espaço seguro onde as crianças possam explorar sua própria identidade, por meio da arte e da auto-expressão, proporcionamos o desenvolvimento de habilidades socioemocionais que influenciarão suas interações futuras. Dessa forma, elas aprenderão não só a se valorizar, mas também a apreciar o próximo e reconhecer a beleza de ser diferente. Na construção de uma sociedade mais justa e igualitária, a educação infantil desempenha um papel fundamental ao oferecer experiências que promovam a valorização da diversidade e da identidade de cada um.
Desdobramentos do plano:
Este plano de aula pode abrir portas para várias outras atividades que exploram a identidade das crianças de formas diferentes e criativas. Após realizar o autorretrato com espelho, os educadores podem seguir o tema para construir uma série de discussões sobre a diversidade cultural. Isso pode ser feito através da leitura de livros que retratam diferentes culturas e histórias de vida, levando as crianças a ampliarem sua visão sobre o que é identidade e o que a compõe. Outra possibilidade seria a introdução de um projeto onde as crianças poderiam, por exemplo, criar um “livro de identidades” da turma, onde cada aluno teria uma página dedicada a expressar sua própria história, características e tradições familiares.
Além disso, a atividade pode ser integrada a ações interdisciplinares que envolvem a música e a dança. Incorporar atividades musicais onde as crianças possam expressar suas emoções através do movimento é uma forma lúdica de aprofundar o entendimento da identidade. O uso da música também pode ajudar as crianças a se conectarem com suas emoções e histórias, permitindo que se sintam livres para explorar quem são de um jeito divertido e envolvente.
Por último, o trabalho com a identidade pode ser amarrado ao campo da sensibilização para o respeito mutuo. Poderíamos discutir e criar regras de convivência dentro da sala de aula, onde as crianças destacariam como gostariam de ser tratadas e como devem tratar os outros. Isso reforça o aprendizado sobre empatia e respeito, pilares que sustentam uma convivência harmônica e respeitosa. Ao trabalhar questões de identidade, o educador também pode abordar a questão do autocuidado, convidando as crianças a refletirem sobre como se sentem em relação à sua aparência, autoestima e às interações com os colegas, construindo assim um ambiente educacional inclusivo e acolhedor.
Orientações finais sobre o plano:
Ao implementar este plano de aula, é crucial que os educadores estejam atentos às reações e sentimentos das crianças durante todo o processo. Criar um ambiente seguro e respeitoso é a chave para que todos se sintam à vontade para se expressar. As crianças são naturalmente curiosas e estão em constante busca de aprovação e aceitação. Portanto, o feedback positivo é fundamental para estimular sua autoestima e promover um ambiente de aprendizado saudável. A partir do momento que elas se sentem seguras e aceitas, a expressão de suas identidades torna-se mais fluida e autêntica.
Além disso, os educadores devem estar preparados para adaptar a atividade conforme as necessidades de aprendizado e desenvolvimento de cada criança. Algumas podem ter mais facilidade que outras em expressar sua identidade, e cabe ao educador assegurar que todas tenham a oportunidade de participar. O uso de recursos alternativos, como o uso de tecnologia, pode ser uma maneira eficaz de ajudar na expressão individual e em atividades colaborativas.
Por fim, é importante que o envolvimento da comunidade e dos responsáveis seja considerado. Compartilhar as atividades realizadas com os pais e incentivá-los a conversar sobre identidade em casa pode fortalecer ainda mais o aprendizado. Isso pode incluir exposições das obras criadas pelas crianças, atividades que envolvem a família, promovendo diálogos sobre as características que cada um valoriza em si e nos demais. Dessa forma, cria-se um ciclo de aprendizado contínuo sobre a importância do respeito à diversidade e a valorização da própria identidade.
5 Sugestões lúdicas sobre este tema:
Sugestão 1: Mímicas de Identidade
– Objetivo: Estimular a expressão não verbal e a percepção do outro.
– Descrição: Juntar as crianças em círculo e solicitar que uma delas realize uma mímica que represente uma emoção ou uma característica, enquanto as outras tentam adivinhar.
– Materiais: Nenhum material é necessário.
– Adaptação: Para crianças tímidas, as mímicas podem ser feitas em pequenos grupos.
Sugestão 2: A Canção da Identidade
– Objetivo: Criar uma música coletiva sobre as características da turma.
– Descrição: As crianças podem criar uma pequena canção que inclua características que elas valorizam, seus nomes e favoritos.
– Materiais: Instrumentos musicais simples (pandeiros ou palmas).
– Adaptação: As crianças podem inventar a melodia de acordo com suas habilidades.
Sugestão 3: O Mapa do Meu Corpo
– Objetivo: Trabalhar a consciência corporal.
– Descrição: Em uma folha grande, desenhar a silhueta de uma criança e as crianças devem colorir e desenhar em cada parte do corpo, o que mais gostam em si mesmas.
– Materiais: Papel grande, canetões, tintas.
– Adaptação: Educadores podem apoiar aqueles que precisarem de ajuda para desenhar.
Sugestão 4: A Dança das Emoções
– Objetivo: Expressar sentimentos por meio do movimento.
– Descrição: Criar uma atividade onde as crianças dancem represent