“Plano de Aula: Reflexão sobre Expressões Racistas na Educação”

O plano de aula a seguir é uma proposta abrangente e detalhada, abordando o tema das expressões racistas, com foco na importância de evitá-las e o significado das palavras que utilizamos diariamente. Através de uma abordagem didática, os alunos serão incentivados a refletir sobre o poder das palavras e suas implicações sociais.

Tema: Expressões racistas; Por que evitá-las? “A coisa tá preta”, gênero textual parlenda “Fui à feira”, família silábica F. Linhas e formas.
Duração: 225 minutos
Etapa: Ensino Fundamental 1
Sub-etapa: 2º Ano
Faixa Etária: 7 anos

Objetivo Geral:

Promover a reflexão sobre o uso de expressões racistas na língua portuguesa, enfatizando o poder das palavras e suas consequências, utilizando a parlenda “Fui à feira” como recurso pedagógico.

Objetivos Específicos:

Planejamentos de Aula BNCC Infantil e Fundamental

– Compreender o significado da expressão “a coisa tá preta” e seu contexto ofensivo.
– Desenvolver habilidades de leitura e escrita através da análise da parlenda “Fui à feira”.
– Identificar e segmentar palavras em sílabas, focando na família silábica “F”.
– Compreender a relação entre palavras, sentimentos e expressões através de debates e atividades interativas.

Habilidades BNCC:

– (EF02LP01) Utilizar, ao produzir o texto, grafia correta de palavras conhecidas ou com estruturas silábicas já dominadas.
– (EF02LP02) Segmentar palavras em sílabas e remover e substituir sílabas iniciais, mediais ou finais.
– (EF02LP12) Ler e compreender, com certa autonomia, cantigas e letras de canção, considerando a situação comunicativa e o tema/assunto do texto.
– (EF02LP28) Reconhecer o conflito gerador de uma narrativa ficcional e sua resolução, além de palavras, expressões e frases que caracterizam personagens e ambientes.

Materiais Necessários:

– Quadro branco e marcadores
– Cópias da parlenda “Fui à feira”
– Cartolinas e canetinhas
– Projetor (se disponível)
– Folhas para escrita
– Recursos audiovisuais (vídeos ou músicas abordando o tema de racismo e inclusão)

Situações Problema:

– O que significa a expressão “a coisa tá preta”?
– Quais palavras você conhece que podem ofender ou machucar as pessoas?
– Por que é importante evitar expressões que possam ser interpretadas como racistas?

Contextualização:

Inicie a aula explicando aos alunos que as palavras têm poder e que algumas expressões são usadas de forma errada e podem ferir sentimentos. Vamos pensar juntos sobre como podemos ser mais respeitosos ao nos comunicarmos. A expressão “a coisa tá preta” é um exemplo de como algumas palavras podem ter um significado que machuca ou ofende. Depois disso, introduza a parlenda “Fui à feira”, que será utilizada para praticar a leitura e a segmentação silábica.

Desenvolvimento:

1. Introdução ao Tema: Pergunte aos alunos o que eles entendem sobre a frase “a coisa tá preta”. Registre as respostas no quadro e discuta o contexto em que essa expressão pode ser usada.

2. Apresentação da Parlenda: Entregue a cópia de “Fui à feira” a cada aluno, faça a leitura compartilhada e depois a leitura individual. Questione:
– Qual o gênero textual da parlenda?
– Você conhece esse texto?
– Qual a primeira e a última palavra do texto?
– Quantas palavras tem em cada verso?

3. Segmentação Silábica: Com os alunos, trabalhe a família silábica “F”. Utilize palavras da parlenda e outras que contenham a letra F para segmentar juntos.

Atividades sugeridas:

Dia 1: Discussão e Reflexão
Objetivo: Compreender os significados de expressões e o poder das palavras.
Descrição: O professor inicia com a discussão sobre expressões racistas e solicita que os alunos compartilhem exemplos. Utilize o quão as palavras podem afetar e machucar.
Instruções: Exponha no quadro as expressões e peça que os alunos reflitam sobre cada uma.
Materiais: Quadro branco e marcadores.

Dia 2: Leitura da Parlenda
Objetivo: Praticar a leitura em voz alta e a segmentação silábica.
Descrição: Os alunos farão a leitura da parlenda “Fui à feira”, em grupos, seguido de uma discussão em sala.
Instruções: Após a leitura, divida os alunos em duplas para que pratiquem a leitura seguida de perguntas.
Materiais: Cópias da parlenda.

Dia 3: Atividade de Segmentação
Objetivo: Trabalhar a identificação e a segmentação silábica.
Descrição: Os alunos farão uma atividade escrita em que devem segmentar palavras da parlenda e criar novas palavras a partir das sílabas.
Instruções: Expliquem a atividade e caminhem pela sala para auxílios.
Materiais: Folhas para escrita.

Dia 4: Montagem de Cartazes
Objetivo: Criar consciência sobre expressões racistas.
Descrição: Os alunos, em grupos, criarão cartazes que ilustrem expressões positivas e respeitosas em oposição às racistas.
Instruções: Disponibilize cartolinas e canetinhas para os alunos.
Materiais: Cartolinas e canetinhas.

Dia 5: Apresentação dos Cartazes
Objetivo: Compartilhar aprendizado.
Descrição: Cada grupo apresentará o cartaz que criou, explicando seu raciocínio.
Instruções: Incentive a interação entre grupos e promova um debate amistoso.
Materiais: Cartazes.

Discussão em Grupo:

– Como você se sentiu ao ouvir as expressões que discutimos?
– Quais palavras você acha que podem ser usadas para ajudar pessoas em vez de ofendê-las?
– Como podemos mudar nossa forma de falar para que nossas palavras não machuquem?

Perguntas:

– O que vocês acharam da parlenda “Fui à feira”?
– Quais palavras podem ser consideradas racistas?
– Por que é importante respeitar as palavras?

Avaliação:

A avaliação será feita de forma contínua, observando a participação dos alunos nas discussões, a compreensão das expressões abordadas, bem como na qualidade dos trabalhos (cartazes) produzidos. O professor pode aplicar uma breve ficha de avaliação ao final do tema, confrontando o que foi aprendido.

Encerramento:

Concluir a aula reforçando a ideia de que as palavras possuem poder e que é essencial usá-las de forma consciente e respeitosa. Incentivar os alunos a colocarem em prática o que aprenderam, seja em casa, seja na escola.

Dicas:

– Sempre que uma expressão potencialmente ofensiva surgir, aborde-a em sala de aula.
– Crie um ambiente seguro onde os alunos possam expressar seus pensamentos sem medo de retaliação.
– Utilize recursos audiovisuais para ilustrar o tema de maneira empática.

Texto sobre o tema:

O uso de expressões racistas na língua portuguesa e em outras culturas é um tema que exige atenção especial, principalmente em ambientes escolares. Muitas expressões se infiltram na linguagem cotidiana sem que percebamos o impacto que podem ter sobre as pessoas. Uma dessas expressões é “a coisa tá preta”, que insinua um lado negativo a ser evitado. Essa expressão herda um histórico de contextos opressivos que se relacionam com a cor da pele e uma série de estigmas sociais.

O poder das palavras é inegável. As palavras podem fechar portas, criar preconceitos e reforçar divisões, mas também podem abrir caminhos para a empatia, a compreensão e a união. Em um ambiente escolar, é fundamental promover um entendimento claro do efeito das palavras nos sentimentos das pessoas. Portanto, nossa proposta é não apenas refletir sobre as palavras que usamos, mas também buscar sermos mais respeitosos e inclusivos.

Por fim, é importante que educadores e alunos trabalhem juntos na construção de um vocabulário respeitoso e livre de preconceitos. Ao iniciarmos essa reflexão ainda em tenra idade, estamos moldando uma sociedade mais justa e igualitária, na qual o respeito pelas diferenças é celebrado e valorizado. Construir um ambiente de diálogo e respeito começa com a conscientização sobre como as palavras têm o poder de construir ou destruir.

Desdobramentos do plano:

Um desdobramento importante deste plano é a continuidade da reflexão e da prática sobre o uso da linguagem. Após essa aula, os alunos podem ser incentivados a criar uma rede de palavras positivas que podem substituir expressões que possam causar ofensa. Essa rede pode ser exposta na sala de aula, permitindo que os alunos a consultem sempre que necessário.

Além disso, o professor pode propor projetos de inclusão e respeito à diversidade na escola, como debates, rodas de conversa e oficinas de escrita colaborativa, onde os alunos se sentiriam à vontade para expressar suas ideias e opiniões. Através desses diálogos, espera-se que os alunos se tornem mais sensíveis ao impacto de seus comportamentos e palavras.

Outra possibilidade é abordar o tema da literatura e dos contos que tratam sobre racismo e inclusão, proporcionando aos alunos experiências de leitura que os ajudem a identificar e questionar estereótipos. A literatura é uma ferramenta poderosa para explorar a diversidade e promover um entendimento mais profundo das questões sociais.

Orientações finais sobre o plano:

Ao aplicar este plano, o professor deve estar sempre atento às reações dos alunos. É importante criar um ambiente seguro onde todos se sintam à vontade para discutir seus sentimentos e experiências. Encorajar a participação ativa de todos os alunos e respeitar suas opiniões é crucial para o sucesso do aprendizado.

Além disso, a integração de outras áreas do conhecimento com o tema racial pode enriquecer ainda mais o aprendizado. Por isso, o professor pode pensar em parcerias com outras disciplinas, como Artes, História e Ciências, explorando temas relacionados e trabalhando em projetos interdisciplinares.

Finalmente, avalie constantemente a efetividade das atividades e esteja aberto a ajustes. A educação é um espaço dinâmico, onde a flexibilidade e a capacidade de adaptação são essenciais para atender às necessidades dos alunos e garantir que todos se beneficiem do aprendizado.

5 Sugestões lúdicas sobre este tema:

1. Teatro de Fantoches:
Objetivo: Representar de forma lúdica como o uso de palavras pode afetar as pessoas.
Descrição: Os alunos criarão fantoches de papel e encenarão pequenas peças que mostram o impacto de expressões racistas e o valor de palavras respeitosas.
Materiais: Papel, tesoura, canetas, colas e coxins ou palitos de churrasco para suporte.

2. Jogo da Memória:
Objetivo: Trazer à tona expressões positivas e racistas.
Descrição: Os alunos criarão um jogo da memória com cartões que terão exemplos de expressões, onde devem parear a expressão negativa com a positiva.
Materiais: Cartões ou folhas em branco para desenhar as expressões.

3. Caminhada da Empatia:
Objetivo: Proporcionar uma reflexão sobre como se sentiria ao ser alvo de uma palavra ofensiva.
Descrição: Em um passeio, os alunos podem observar e anotar palavras positivas e ofensivas em cartazes. Ao final, discutir as diferenças.
Materiais: Cadernos para anotações.

4. Desenho das Emoções:
Objetivo: Expressar visualmente como as palavras podem fazer sentir.
Descrição: Os alunos desenham suas emoções quando escutam palavras respeitosas e ofensivas.
Materiais: Lápis, papel colorido e canetinhas.

5. Caixa Positiva:
Objetivo: Incentivar o compartilhamento de ideias e palavras positivas.
Descrição: Criar uma caixa onde os alunos podem depositar bilhetes com palavras positivas que eles encontram ou inventam.
Materiais: Caixa decorada e papéis pequenos.

Esse plano de aula é uma ferramenta rica e flexível que visa educar e conscientizar jovens estudantes sobre o uso responsável da linguagem, promovendo um ambiente inclusivo e respeitoso.

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