Plano de Aula: refeição as cegas e sentir texturas a cega (Ensino Médio) – 3º Ano

O plano de aula que se propõe é uma interessante experiência sensorial no contexto da alimentação, onde os alunos do 3º ano do Ensino Médio terão a oportunidade de explorar suas percepções gustativas e táteis de maneira inovadora e lúdica. O objetivo é que, ao *sentir* diferentes *texturas* e *sabores* a cegas, os alunos desenvolvam uma maior consciência sobre a relação entre a visão e a percepção sensorial na alimentação. Essa atividade, além de ser divertida e engajadora, também fomenta a reflexão sobre como aspectos culturais e sociais podem influenciar nossas escolhas alimentares.

O plano de aula está desenhado para que os alunos sintam-se confortáveis e dispostos a experimentar novos sabores sem o auxílio da visão, estimulando também a discussão acerca da acessibilidade e das realidades que outras pessoas podem enfrentar quando privadas de um dos sentidos. O curso está alinhado com as habilidades da BNCC, especialmente em Linguagens e suas Tecnologias e Ciências da Natureza, integrando questões que permearão não apenas esta atividade, mas também um aprendizado mais amplo sobre a inclusão e o corpo.

Tema: Refeição às cegas e sentir texturas à cega
Duração: 50 minutos
Etapa: Ensino Médio
Sub-etapa: 3º Ano
Faixa Etária: 16-18 anos

Objetivo Geral:

Planejamentos de Aula BNCC Infantil e Fundamental

Proporcionar uma experiência sensorial aos alunos, onde possam *explorar* diferentes texturas e sabores de alimentos a partir da *experiência tátil*, sem a utilização da visão, motivando a reflexão sobre a percepção sensorial e a relação com a alimentação.

Objetivos Específicos:

– Estimular o uso de outros sentidos, como o tato e o paladar, durante a refeição.
– Refletir sobre a importância da acessibilidade e como algumas pessoas vivem essa experiência diariamente.
– Discutir percepções pessoais sobre sabores e texturas dos alimentos, propiciando um diálogo sobre diversidade alimentar.
– Desenvolver habilidades de empatia e solidariedade em relação às limitações sensoriais que algumas pessoas enfrentam.

Habilidades BNCC:

– (EM13LGG201) Utilizar as diversas linguagens (artísticas, corporais e verbais) em diferentes contextos, valorizando-as como fenômenos sociais e culturais.
– (EM13CNT401) Analisar criticamente textos para compreender e caracterizar as línguas como fenômenos sociais, culturais e variáveis, sensíveis aos contextos de uso.
– (EM13CNT206) Discutir a importância da preservação e conservação da biodiversidade em relação às práticas alimentares.
– (EM13CNT104) Avaliar os benefícios e os riscos à saúde e ao ambiente, posicionando-se criticamente sobre a alimentação saudável.

Materiais Necessários:

– Vendas para os olhos
– Pratos com diferentes alimentos (texturas variadas como cremoso, crocante, macio)
– Copos com líquidos variados (água, sucos, refrigerantes)
– Papel e caneta para anotações
– Lenços ou toalhas para limpeza

Situações Problema:

– Como nossa percepção sensorial varia quando temos um sentido a menos?
– Quais sentimentos e emoções podem surgir ao experimentar alimentos sem a visão?
– De que forma a alimentação é cultural e que impactos isso tem na nossa identidade alimentar?

Contextualização:

A atividade de *refeição às cegas* oferece um espaço para que os alunos reflitam sobre o ato de comer de uma maneira diferente. Muitas vezes, o visual é o principal guia na hora de decidir o que comer. No entanto, esta atividade permitirá que se concentrem em outros sentidos, facilitando o desenvolvimento da empatia e sensibilização frente a diferentes maneiras de vivenciar a alimentação, especialmente para aqueles que têm limitações visuais.

Desenvolvimento:

1. Introdução (5 minutos): Apresentar a atividade. Falar sobre a importância da percepção sensorial e como ela se conecta com a alimentação. Propor a reflexão sobre as vivências de pessoas com deficiência visual.

2. Divisão em Grupos (5 minutos): Dividir a turma em grupos menores e distribuir as vendas para os olhos.

3. Atividade Prática (25 minutos):
– Cada grupo será convidado a experimentar diferentes alimentos dispostos em pratos.
– Instruções: Cada aluno deve provar um alimento de cada vez sem ver. Eles devem descrever as texturas e pensamentos sobre o que estão provando, anotando tudo. Após a prova de todos os alimentos, eles poderão debater sobre o que sentiram, fazendo observações sobre a experiência (o professor pode auxiliar nesse processo).

4. Discussão em Grupo (10 minutos): Reunir todos para uma discussão conjunta. Perguntar sobre as experiências, o que foi fácil, o que foi desafiador, e o que isso os fez sentir com relação à acessibilidade na alimentação.

Atividades sugeridas:

Atividade 1 – Descrição de Alimentos (Segunda-feira): Os alunos devem escolher um alimento que gostem e descrever suas características sensoriais. Deverão esforçar-se para se lembrar das texturas e sabores sem olhar.
Atividade 2 – Criação de Menu Inclusivo (Terça-feira): Criar um menu que contemple opções de alimentos para pessoas com diferentes necessidades (considerando alérgicos, intolerantes e deficientes sensoriais).
Atividade 3 – Discussão Sobre Cultura Alimentar (Quarta-feira): Trás um prato típico da sua cultura e explique como ele é feito e quais ingredientes são usados, refletindo sobre a importância cultural.
Atividade 4 – Debate sobre Acessibilidade (Quinta-feira): Organizar um debate sobre a necessidade de alimentos que levem em consideração pessoas que vivem com deficiências e como isso pode ser feito.
Atividade 5 – Diário Sensorial (Sexta-feira): Pedir para que os alunos escrevam em um diário sobre suas experiências e percepções sensoriais durante a semana, focando na compreensão da importância dos sentidos na alimentação.

Discussão em Grupo:

– Quais foram os maiores desafios enfrentados ao comer sem ver?
– Como você descreveria o acto de comer agora após esta experiência?
– Que lições sobre empatia você pode aplicar em outras áreas da sua vida?

Perguntas:

– O que você aprendeu sobre suas próprias preferências alimentares?
– Como as diferenças nas texturas e sabores influenciam suas escolhas?
– Você já tinha pensado sobre a alimentação de pessoas com deficiências visuais? Como isso mudou?

Avaliação:

A avaliação será contínua, observando a participação dos alunos durante as atividades práticas e as discussões. O diário sensorial também será um importante indicativo do entendimento sobre os conteúdos abordados, permitindo um feedback individual e coletivo sobre a experiência.

Encerramento:

Finalizar a aula incentivando os alunos a continuar refletindo sobre a acessibilidade em suas vidas diárias e enaltecendo o valor das diversas formas de compartilhar experiências alimentares. Reiterar as discussões sobre empatia e respeito pela diversidade nas escolhas alimentares.

Dicas:

– Mantenha um ambiente acolhedor e respeitoso, onde todos se sintam seguros para compartilhar suas experiências.
– Utilize alimentos que sejam palatáveis e de fácil identificação para garantir uma experiência gratificante.
– Fique atento a possíveis alergias ou restrições alimentares dos alunos antes de planejar a atividade.

Texto sobre o tema:

A alimentação é um ato que vai muito além da simples ingestão de alimentos; envolve momentos de cultura, convivência e significados. O que no ocidente se dá pela visão, no entanto, é acrescido de outras dimensões na perspectiva humana. Em um mundo onde a sociedade é amplamente voltada para a imagem, refletir sobre o ato de comer sem ver se torna uma experiência reveladora. Quando *retiramos a visão*, somos forçados a nos reconectar com outros sentidos: o tato se torna fundamental para identificar texturas, enquanto o paladar revela nuances que podem passar despercebidas quando se está exclusivamente atento ao que se vê.

A prática do *comer às cegas* nos convida a questionar o que é considerado ‘normal’ em nossas tradições alimentares. Tal prática traz à tona questões sobre inclusão, e a importância da *acessibilidade* não só no ato de alimentar-se, mas também em nossa convivência social. Essa reflexão é essencial nas discussões da sociedade contemporânea, principalmente quando se busca promover um ambiente onde respeitemos e reconheçamos as diversidades.

Desdobramentos do plano:

Para que o aprendizado se solidifique, podemos explorar desdobramentos que ampliem a temática da percepção sensorial e da empatia em relação aos hábitos alimentares. Primeiramente, explorar a história da alimentação através das culturas. Em uma sociedade onde são valoradas práticas que ajudam a promover as diferenças, os alunos poderão investigar como as tradições alimentares podem convergir ou divergir de valores universais.

Em segundo lugar, introduzir reflexões sobre os sistemas de produção e consumo alimentar. Em um planeta que enfrenta desafios climáticos e sociais constantes, é imprescindível que o educador auxilie os alunos a compreender o impacto de suas escolhas alimentares não só na saúde, mas também no ambiente. Por fim, encorajar a prática de diálogo e reflexão contínua sobre o que envolve a sinergia entre o corpo e a mente no ato de comer, levando em consideração as diferentes formas de percepções que cada um de nós vive.

Este plano de aula, que propõe uma rica experiência sensorial, tem o potencial de criar uma conexão autêntica em sala de aula. A experiência de *refeição às cegas* destina-se a não apenas educar, mas também a emotivamente alfabetizar os alunos sobre suas próprias vivências e as dos outros, levando-os a um entendimento mais amplo de como a alimentação é abordada em um mundo diversificado.

Orientações finais sobre o plano:

É fundamental lembrar que a prática de *sentir a comida a cegas* deve ser conduzida com atenção e cuidado, respeitando o limite e o conforto de cada aluno. Criar um ambiente seguro para se discutir a diversidade na alimentação não só promove a aceitação, como também abre espaço para um aprendizado significativo sobre as dificuldades que outros possam enfrentar.

Além disso, sempre que possível, relacione atividades práticas a conteúdos teóricos para que os alunos possam perceber a interconexão entre suas ações e suas aparências. A alimentação é um campo fértil para a discussão de temas como a saúde, a ética e a acessibilidade, e promover essas conversas em sala de aula pode contribuir para formar indivíduos mais conscientes e engajados com questões sociais.

Por fim, a atividade de refeição às cegas tem o potencial de transformar a percepção dos alunos sobre o ato de comer. Ao se libertarem da visão enquanto comiam, eles poderão abrir um novo horizonte de reflexões não apenas sobre o alimento, mas sobre como interagem com o mundo ao seu redor.

5 Sugestões lúdicas sobre este tema:

1. Caça ao Tesouro Sensorial: Criar uma atividade onde os alunos, vendados, devem encontrar diferentes ingredientes em uma mesa, baseando-se apenas no tato e no olfato.
2. Mudança de Cardápio: Montar uma atividade em que os alunos criem pratos e bebidas com ingredientes inusitados, jogando com a textura e o sabor, sem revelar a visibilidade.
3. Teatro Sensorial: Os alunos podem dramatizar como diferenciar alimentos baseado em suas texturas, criando cenas que ilustrem a descoberta por meio do tato e não da visão.
4. Experiência de Grupo Divergente: Propor que cada aluno escolha um alimento típico de seu local de origem, e apresente as texturas e possíveis experiências que o caracterizam, levando todos a experimentarem em uma edição de *refeição compartilhada* às cegas.
5. Desafio de Degustação às Cegas: Realizar uma competição amistosa onde os alunos devem reconhecer os sabores de diferentes alimentos sem ver, pontuando a experiência de perceber o incomum e o conhecido.

Essas sugestões lúdicas visam atrair a participação e o engajamento dos alunos, incentivando-os a explorar e descobrir mais sobre suas próprias percepções e as dos outros acerca de alimentos e experiências alimentares.

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