“Plano de Aula: Redescobrindo Cartas com Idosos de 60 Anos”
A proposta de plano de aula para o gênero textual carta busca abordar a escrita e a leitura de um dos gêneros mais tradicionais da comunicação. Este plano é dirigido a um público especial, especificamente para idosos de 60 anos, que, devido ao seu tempo afastado da escola, precisam de um suporte didático que se adeque ao seu histórico e suas vivências. Assim, torna-se essencial que a aula, além de inserir conceitos, características e estrutura das cartas, também seja todo um espaço de troca e de redescobrimento da escrita e da comunicação por meio dessa importante forma textual.
O ensino deste gênero textual não só reativa habilidades de leitura e escrita como também resgata memórias e promovem a reflexão sobre a importância da comunicação epistolar em contextos históricos e pessoais. Além disso, as cartas podem evocar lembranças de mensagens enviadas e recebidas, permitindo conversas envolventes e enriquecedoras.
Tema: Gênero Textual Carta
Duração: 3 aulas
Etapa: Ensino Fundamental 1
Sub-etapa: 5º Ano
Faixa Etária: 60 anos
Objetivo Geral:
Resgatar e desenvolver habilidades de leitura e escrita através do gênero textual carta, enfatizando sua estrutura, características e tipos, com foco em promover a expressão pessoal e a importância da comunicação epistolar.
Objetivos Específicos:
– Compreender a definição e a função das cartas como gênero textual.
– Identificar as partes e a estrutura de uma carta (endereçamento, saudação, corpo e despedida).
– Reconhecer diferentes tipos de cartas (cartas pessoais, cartas formais, cartas de agradecimento, etc.).
– Elaborar ao menos uma carta, aplicando as regras de escrita e pontuação apropriadas.
Habilidades BNCC:
(EF05LP01) Grafar palavras utilizando regras de correspondência fonema-grafema regulares, contextuais e morfológicas e palavras de uso frequente com correspondências irregulares.
(EF05LP04) Diferenciar, na leitura de textos, vírgula, ponto e vírgula, dois-pontos e reconhecer, na leitura de textos, o efeito de sentido que decorre do uso de reticências, aspas, parênteses.
(EF05LP16) Identificar e reproduzir, em cartas de reclamação (revista infantil), digitais ou impressos, a formatação e diagramação específica desses gêneros, incluindo suas versões orais.
(EF05LP26) Utilizar, ao produzir o texto, conhecimentos linguísticos e gramaticais: regras sintáticas de concordância nominal e verbal, convenções de escrita de citações, pontuação (ponto final, dois-pontos, vírgulas em enumerações) e regras ortográficas.
Materiais Necessários:
– Exemplos impressos de diferentes tipos de cartas.
– Quadro branco e marcadores.
– Papéis e canetas ou lápis.
– Exemplares de um dicionário.
– Recursos audiovisuais (se disponíveis), como um projetor para apresentar os exemplos de cartas.
Situações Problema:
– Que tipo de cartas você já escreveu ou recebeu na sua vida?
– Como você acha que as cartas podem refletir nossa personalidade e emoções?
– Quais são os elementos que considera importantes ao escrever uma carta?
Contextualização:
As cartas são uma forma de comunicação que têm sido utilizadas por centenas de anos. Mesmo na era digital, as cartas ainda proporcionam um valor emotivo e pessoal que os e-mails e mensagens instantâneas às vezes não conseguem replicar. Ao longo da história, cartas têm servido para expressar sentimentos, enviar notícias e até mesmo documentar momentos importantes da vida. Neste plano, vamos explorar como o ato de escrever uma carta pode resgatar memórias e promover um sentido de conexão entre as pessoas, independentemente da distância.
Desenvolvimento:
Aula 1: Introdução ao Gênero Textual Carta
2. Exibir diversos exemplos de cartas, explicando suas características.
3. Trabalhar a definição das partes que constituem uma carta: cabeçalho, saudação, corpo e despedida.
4. Promover uma roda de conversa onde os alunos compartilham experiências sobre cartas que já escreveram ou receberam (com foco na memória afetiva).
Aula 2: Estrutura e Tipos de Cartas
2. Apresentar os diferentes tipos de cartas: pessoais, formais, cartas de agradecimento e convites.
3. Realizar exercícios práticos com a turma, pedindo para que identifiquem partes e características em cartas de exemplo.
Aula 3: Produção de Carta
2. Orientar sobre o uso correto da pontuação e gramática durante a escrita.
3. Propor um momento em que os alunos leiam suas cartas para a turma, caso desejem, encerrando com uma reflexão sobre a experiência.
Atividades sugeridas:
– Propor um exercício de cópia, em que o aluno transcreva uma carta famosa da literatura ou histórica para relembrar a forma de escrita.
– Realizar uma atividade em grupos, onde cada grupo elabora um tipo diferente de carta e depois troca para apreciação.
– Criar um mural de cartas endereçadas a um colega, que dará um feedback e responderá, criando um ciclo de comunicação.
Discussão em Grupo:
Promover uma conversação em que os alunos discutam como se sentiram ao escrever suas cartas e quais lembranças elas evocaram. Discutir ainda a relevância da escrita em um mundo dominado pela comunicação digital.
Perguntas:
– O que você gostaria de dizer em uma carta para alguém querido?
– Quais são as emoções que aparecem quando você lê ou escreve uma carta?
– Como você acha que as cartas podem mudar a forma como nos conectamos?
Avaliação:
A avaliação será feita através da observação da participação e do envolvimento dos alunos nas discussões e atividades propostas, além da análise das cartas escritas, levando em consideração a estrutura, clareza e respeito às regras gramaticais.
Encerramento:
Fechar as aulas com uma reflexão sobre a importância da comunicação escrita e como as cartas podem continuar a ser uma forma significativa de expressar sentimentos e pensamentos, mesmo em um mundo repleto de tecnologia.
Dicas:
– Incentivar os alunos a utilizar uma linguagem simples e clara em suas cartas.
– Reforçar a importância do esboço antes da produção final da carta.
– Sugerir que, após a aula, os alunos possam surpreender alguém com uma carta escrita à mão, resgatando a tradição.
Texto sobre o tema:
O gênero textual carta tem uma longa história, perfeita para comunicações pessoais e formais ao longo dos séculos. As cartas surgiram antes da era digital e foram fundamentais para a troca de informações e expressões emocionais. Embora atualmente as redes sociais e os serviços de mensagens instantâneas dominem a comunicação, a carta permanece um gênero significativo devido ao seu caráter exclusivo e pessoal. Muitas vezes, uma carta carrega emoções que uma mensagem digital não pode transmitir. O ato de escrever uma carta possuí um elemento íntimo e reflexivo, que pode ser muito significativo, trazendo à tona sentimentos profundos e recordações valiosas.
Além disso, cartas são mais do que apenas um meio de comunicação. Elas funcionam como memória material, preservando momentos e histórias que moldam nossas vidas. As cartas podem dar forma à identidade, refletindo desejos, anseios e a evolução nas relações interpessoais. Na escrita de uma carta, somos convidados a rever nossas experiências e compartilhar nossas histórias de vida, o que torna o ato de escrever mais recompensador e significativo. Portanto, a prática de escrever e enviar cartas pode ser vista como uma forma de reavivar a conexão humana, de maneira intensa e autêntica.
Desdobramentos do plano:
O plano pode ser ampliado através da introdução de outros gêneros textuais que promovam a escrita e a leitura, como postais e bilhetes, demonstrando como diferentes formatos também possibilitam expressões pessoais. Além disso, pode-se promover um intercâmbio de cartas entre estudantes de diferentes turmas ou até entre escolas, criando uma rede de comunicação mais ampla e enriquecedora, onde os alunos possam conhecer e dialogar com diferentes realidades.
Outro desdobramento significativo poderia incluir a utilização de tecnologia para a produção de cartas digitais, compatibilizando o aprendizado da escrita tradicional com as novas plataformas de comunicação. Assim, o aluno pode experimentar e refletir sobre a diferença de escrever à mão versus a digitação, extendendo-se à discussão sobre autenticidade e personalização.
Por fim, seria valioso incluir um projeto de doação de cartas, onde os alunos escrevem para lares de idosos ou instituições, proporcionando aos alunos uma sensação de realização e empatia ao perceber o impacto de suas palavras na vida de outros, dessa forma, transformando a prática da escrita em um ato de solidariedade e conexão social, que reverbera além da sala de aula.
Orientações finais sobre o plano:
Ao aplicar este plano de aula, considere que cada aluno possui uma bagagem única e experiências de vida diversas. Assim, adaptar a abordagem e as atividades de acordo com as necessidades e o nível de conforto dos alunos é fundamental para garantir uma experiência de aprendizado envolvente e agradável. Além disso, permita tempo extra aos alunos que podem precisar de um suporte adicional na leitura e na escrita, proporcionando um ambiente de aprendizado inclusivo.
Valorizando a interatividade e a troca, você não apenas transmite conhecimento, mas também incentiva práticas sociais que reforcem o sentido de comunidade entre os alunos. O ensino das cartas pode se transformar em um momento de reflexão conjunta, onde as palavras se tornam o veículo do amor e da empatia, essenciais para o convívio social e humano.
Este plano de aula tem como meta incentivar a redescoberta do ato de escrever e enviar cartas. Usar uma linguagem acolhedora e respeitosa ao abordar as dificuldades que os alunos possam ter no início é crucial para que se sintam motivados e confiantes no processo de reaproximação com a escrita. Encoraje os alunos a explorar a liberdade de expressão através das cartas, valorizando cada história que tiverem a contar.
5 Sugestões lúdicas sobre este tema:
1. Teatro de Cartas: Criar um pequeno teatro onde cada aluno atuará como uma carta, representando um tipo diferente de comunicação. Os alunos podem encenar a entrega das cartas, discutindo sobre seus conteúdos e propósitos.
2. Caça ao Tesouro das Cartas: Organizar uma caça ao tesouro, onde cada pista é escrita em formato de carta. Os alunos devem seguir as dicas para encontrar “cartas escondidas” que trazem mensagens ou dicas para a próxima etapa da atividade.
3. Oficina de Cartas Decorativas: Promover uma oficina onde os alunos podem criar suas cartas usando materiais de artesanato, como adesivos, recortes e desenhos. Isso estimula a criatividade além da escrita.
4. Mural de Cartas: Criar um mural onde os alunos podem expor suas cartas e trocá-las. Assim, incentivam a comunicação entre si, gerando discussões sobre quem receberam, o que escreveram, entre outros.
5. Jogos de Escrita Colaborativa: Desenvolver atividades de escrita colaborativa onde os alunos escrevem uma carta em conjunto, cada um contribuindo com frases, personagens ou mensagens, criando um texto coletivo que será lido após finalizado.
Essas sugestões tem como propósito promover aprendizagem de modo lúdico e envolvente, facilitando a conexão entre os alunos com o conteúdo e entre eles mesmos! O aprendizado por meio de jogos é não só mais divertido, mas também mais eficaz, promovendo memórias afetivas que contribuirão para a fixação do conteúdo apresentado.

