Plano de Aula: Reconhecer o sentimento “vergonha (Educação Infantil)
Este plano de aula tem como foco a vergonha, um sentimento que pode surgir em diversas situações do cotidiano das crianças. A ideia principal é abordar esse tema de uma maneira lúdica, utilizando histórias, brincadeiras e atividades que ajudam na compreensão emocional e na comunicação com os colegas e adultos. As crianças nesta faixa etária, de 1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses, estão em uma fase de desenvolvimento onde a socialização e a expressão de sentimentos são imprescindíveis, e o reconhecimento da vergonha pode trazer uma maior compreensão sobre si mesmas e sobre o outro.
Através de atividades lúdicas e histórias, este plano visa proporcionar um ambiente acolhedor e seguro, onde as crianças possam compartilhar suas experiências e sentimentos, sempre com a supervisão e o carinho dos educadores. Por meio do contato com livros ilustrados, momentos de diálogo e brincadeiras que envolvem o corpo e a expressão, as crianças poderão explorar a vergonha de forma saudável e construtiva.
Tema: Vergonha
Duração: 30 minutos
Etapa: Educação Infantil
Sub-etapa: Crianças Bem Pequenas
Faixa Etária: 1 a 3 anos e 11 meses
Objetivo Geral:
Proporcionar experiências que ajudem as crianças a reconhecerem e expressarem a vergonha de maneira lúdica e acolhedora, promovendo o desenvolvimento emocional e a interação social.
Objetivos Específicos:
– Identificar e expressar a emoção da vergonha de maneira simples e contextualizada.
– Estimular a comunicação entre as crianças, promovendo o entendimento mútuo.
– Proporcionar momentos de cuidado e solidariedade entre os colegas.
– Explorar movimentos e gestos que representam a vergonha através de brincadeiras.
Habilidades BNCC:
CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “O EU, O OUTRO E O NÓS”
– (EI02EO02) Demonstrar imagem positiva de si e confiança em sua capacidade para enfrentar dificuldades e desafios.
– (EI02EO04) Comunicar-se com os colegas e os adultos, buscando compreendê-los e fazendo-se compreender.
– (EI02EO06) Respeitar regras básicas de convívio social nas interações e brincadeiras.
CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS”
– (EI02CG02) Deslocar seu corpo no espaço, orientando-se por noções como em frente, atrás, no alto, embaixo, dentro, fora etc., ao se envolver em brincadeiras.
CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “ESCUTA, FALA, PENSAMENTO E IMAGINAÇÃO”
– (EI02EF01) Dialogar com crianças e adultos, expressando seus desejos, necessidades, sentimentos e opiniões.
– (EI02EF03) Demonstrar interesse e atenção ao ouvir a leitura de histórias e outros textos, diferenciando escrita de ilustrações.
Materiais Necessários:
– Livro ilustrado que aborde o tema da vergonha de maneira acessível.
– Fantoches ou bonecos para dramatização.
– Materiais para atividades motoras (fichas de atividades, almofadas, etc.).
– Musicais que incentivem a interação.
Situações Problema:
– Como as crianças reagem ao sentimento de vergonha?
– Quando nós nos sentimos envergonhados e como podemos lidar com isso?
– O que podemos fazer quando vemos um amigo se sentindo envergonhado?
Contextualização:
As crianças vivem experiências diversas e, por muitas vezes, podem se sentir envergonhadas em certas situações, como ao serem apresentadas a novas pessoas ou ao cometerem erros simples. É essencial criar um espaço onde possam comunicar esses sentimentos e se sentirem compreendidas, desenvolvendo assim uma imagem positiva de si mesmas e de suas capacidades.
Desenvolvimento:
1. Acolhida e apresentação do tema (5 minutos): O educador pode iniciar a aula chamando as crianças e criando um ambiente acolhedor. Uma breve introdução sobre o que é a vergonha deve ser feita, utilizando uma linguagem simples e muito visual, como gestos e expressões faciais que representem a emoção.
2. Contação de história (10 minutos): Utilize um livro ilustrado que narre uma situação em que um personagem se sente envergonhado. O educador deve ler de forma entusiástica e engajadora, parando de vez em quando para fazer perguntas sobre o que é a vergonha e como os personagens estão se sentindo.
3. Atividade lúdica “Fantoches da vergonha” (10 minutos): Com o uso de fantoches, o educador deve apresentar situações onde cada fantoche demonstra diferentes emoções, principalmente a vergonha. As crianças devem imitar as reações dos fantoches e, em seguida, falar sobre momentos em que se sentiram assim.
4. Dinâmica de movimento “Vamos nos substituir” (5 minutos): Uma brincadeira onde as crianças se movimentam por um espaço delimitado. O educador vai dizer instruções de como se mover (de forma envergonhada, por exemplo). Isso ajudará as crianças a expressar a emoção do corpo e aproveitar a ludicidade.
Atividades sugeridas:
1. Contação de histórias: Realizar a leitura de um livro sobre vergonha.
– Objetivo: Estimular a escuta ativa e a compreensão do tema.
– Descrição: Escolher uma história com ilustrações que ajudem nos sentimentos dos personagens.
– Instruções: Ler com entonação e exibir ilustrações. Fazer pausas para perguntas.
2. Dramatização com fantoches: Usar fantoches para criar situações que envolvem a vergonha.
– Objetivo: Favorecer a comunicação e a expressão emocional.
– Descrição: Criar diálogos simples com os fantoches.
– Instruções: Incentivar as crianças a fazerem vozes diferentes e contar histórias.
3. Brincadeira de movimento: Criar um jogo onde elas representam como se sentem.
– Objetivo: Explorar a movimentação do corpo e a expressão de emoções.
– Descrição: As crianças devem imitar diferentes formas de se mover quando sentem vergonha.
– Instruções: Mostrar exemplos e encorajar a criatividade.
Discussão em Grupo:
Fazer um círculo e questionar as crianças sobre o que elas entenderam e como se sentiram durante as atividades. Conversar com elas sobre momentos em que se sentiram envergonhadas.
Perguntas:
– O que é vergonha para você?
– Você já se sentiu envergonhado? Pode contar um pouco sobre isso?
– Como podemos ajudar um amigo que está se sentindo envergonhado?
Avaliação:
Observar a participação das crianças nas atividades e como elas expressam seus sentimentos. Analisar a interação entre os alunos e a capacidade de compartilhamento de experiências.
Encerramento:
Finalizar a aula fazendo uma breve recapitulação do que foi aprendido. Reforçar o conceito de que sentir vergonha é natural e que todos podem enfrentar isso juntos.
Dicas:
– Incentivar a empatia: Esteja atento a como as crianças reagem quando alguém fica envergonhado. Ajude-as a entender que todos nós passamos por isso.
– Crie um ambiente seguro: Mostre que todos os sentimentos são válidos e que é importante expressá-los.
– Utilize canções relacionadas ao tema com a finalidade de reforçar a emocionalidade de uma maneira divertida.
Texto sobre o tema:
A vergonha é uma emoção que emerge em situações sociais quando percebemos que algo não está correto ou que estamos sendo julgados. Esse sentimento, embora possa ser desconfortável, também é natural e faz parte do desenvolvimento emocional das crianças. No âmbito da Educação Infantil, reconhecer a vergonha e outros sentimentos é crucial para o fortalecimento da inteligência emocional. As crianças começam a entender que todos podem sentir vergonha, seja ao errar, passar por situações novas ou em contextos sociais como apresentações ou interações com desconhecidos.
Para as crianças muito pequenas, a compreensão da vergonha deve ser mediada por experiências concretas e lúdicas. Imagens, histórias e dramatizações são ferramentas ideais para facilitar isso. Quando as crianças veem personagens em situações emblemáticas em que a vergonha é abordada, elas começam a reconhecer e identificar esse sentimento, desenvolvendo assim habilidades de autoconhecimento e empatia. Através da interação com os colegas, elas podem compartilhar suas experiências e aprender que não estão sozinhas em suas emoções.
Além disso, a expressão corporal é uma forma poderosa de comunicação na fase da Educação Infantil. Ao incorporar brincadeiras que envolvem movimentos e gestos, os educadores ajudam as crianças a expressarem-se de uma forma nova. Quando a vergonha é explorada de forma positiva, as crianças se sentem mais confortáveis para dialogar sobre suas emoções, criando um ambiente mais seguro e acolhedor.
Desdobramentos do plano:
Após a aula, é interessante continuar explorando o tema da vergonha em outras atividades. Podemos criar espaços de apoio onde as crianças possam desenhar suas emoções ou até mesmo expressá-las através de artesanato. Ao facilitar a expressão da vergonha por meio da arte, o educador terá um panorama mais amplo sobre como os alunos lidam com suas emoções. Propor novas histórias e brincadeiras que integrem a vergonha à rotina dos alunos pode também abrir ainda mais este diálogo emocional.
É também importante ampliar a discussão do tema para envolver pais e responsáveis. Manter diálogos sobre como os pequenos lidam com emoções e oferecer orientações pode ser um recurso valioso para a criação de um ambiente familiar com apoio emocional. Através de cartas, encontros ou reuniões, a continuação do ensino em casa pode consolidar o que foi aprendido em sala.
Outra possibilidade seria trabalhar colaborativamente com outros educadores, onde cada um compartilha práticas que têm trabalhado sobre o tema emoções. Esta troca pode gerar insights sobre como implementar ações que ajudam a reconhecer não apenas a vergonha, mas outras emoções, contribuindo para uma cultura de aprendizado contínuo e colaborativo.
Orientações finais sobre o plano:
É essencial que o educador se sinta confortável abordando temas relacionados às emoções, não apenas a vergonha, mas também alegria, tristeza, raiva, entre outros. Promover a consciência emocional entre as crianças é uma das chaves para desenvolver um ambiente escolar saudável e respeitoso. Ao demonstrar empatia e abertura, o professor pode estimular as crianças a falarem sobre seus sentimentos, criando um forte senso de comunidade e pertencimento.
A incorporação de jogos e atividades interativas pode ser profundamente benéfica. As atividades lúdicas têm a habilidade de quebrar barreiras, ajudando a criança a se sentir mais confiante em expressar seus sentimentos. Portanto, é importante estar atento às reações e sentimentos dos alunos, ajustando o meio de abordar esses temas conforme necessário. Cada criança é única, e o tempo de cada uma em aprender e expressar suas emoções irá variar.
Por fim, não devemos subestimar o poder da criatividade. Ao trabalhar com histórias, fantoches e brincadeiras que geram risadas, estamos facilitando não só a expressão da vergonha, mas também preparando as crianças para um futuro onde emoções sejam faladas, respeitadas e compreendidas. O desenvolvimento emocional é um investimento a longo prazo, e a educação infantil desempenha um papel fundamental nessa jornada.
5 Sugestões lúdicas sobre este tema:
1. Dança da vergonha: Realize uma atividade onde as crianças devem se movimentar de acordo com a emoção apresentada pelo educador (ex.: dançar ou se esconder quando estão envergonhados).
– Objetivo: Entender e expressar diferentes formas de se sentir envergonhado através da dança.
– Material: Música animada que envolva a movimentação.
2. Mural da emoção: Montar um mural onde as crianças podem desenhar ou colar figuras que representem a vergonha e outras emoções.
– Objetivo: Compartilhar experiências e visualizar os sentimentos comuns.
– Material: Papéis, canetinhas, recortes de revistas.
3. Jogo do esconde-esconde emocional: Realizar um jogo em que as crianças precisam se esconder até o educador nomear uma emoção. Se nomear vergonha, devem fazer movimentos que expressam isso.
– Objetivo: Explorar o espaço e expressar as emoções.
– Material: Espaço amplo livre de obstáculos.
4. Ateliê de fantoches: Criar fantoches juntos e usar para contar histórias que envolvam a vergonha.
– Objetivo: Criar uma conexão social e simbólica com a emoção.
– Material: Papel, tesoura, cola, lápis.
5. Colagem de sentimentos: Propor uma atividade em que as crianças devem criar colagens representando como se sentem em diferentes situações.
– Objetivo: Familiarizar as crianças com emoções e desenvolvê-las graficamente.
– Material: Revistas, tesoura, cola, papéis coloridos.
Cada uma dessas atividades pode ser adaptada conforme a necessidade dos alunos e deve ser conduzida em um ambiente acolhedor, a fim de garantir que todos se sintam à vontade para participar.