“Plano de Aula: Reconhecendo e Expressando a Raiva em Crianças”

Este plano de aula é elaborado especialmente para crianças bem pequenas, focando no sentimento de raiva. A intenção é ajudar os pequenos a reconhecerem e nomearem este sentimento, o que é muito importante para a formação emocional deles. Ao abordar a raiva de maneira lúdica e interativa, buscamos que os alunos compreendam que todos podem sentir raiva em diferentes momentos e que existem formas adequadas de expressar esse sentimento.

Por meio da contação de histórias, os alunos terão a oportunidade de se identificar com personagens que vivem momentos de raiva, o que facilita o entendimento e a processamento deste sentimento. As atividades propostas visam não apenas promover a compreensão emocional, mas também estimular habilidades sociais e de interação entre os alunos.

Tema: Sentimento de Raiva
Duração: 50 minutos
Etapa: Educação Infantil
Sub-etapa: Crianças Bem Pequenas
Faixa Etária: 2 anos

Objetivo Geral:

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Proporcionar um espaço em que as crianças possam reconhecer e nomear o sentimento de raiva, compreendendo que é um sentimento normal e natural, promovendo formas saudáveis de expressá-lo.

Objetivos Específicos:

– Estimular a comunicação e a expressão de sentimentos.
– Fomentar a criatividade e a imaginação através da contação de histórias.
– Incentivar a interação social e o cuidado na resolução de conflitos.

Habilidades BNCC:

Campo de experiências “O EU, O OUTRO E O NÓS”
– (EI02EO01) Demonstrar atitudes de cuidado e solidariedade na interação com crianças e adultos.
– (EI02EO04) Comunicar-se com os colegas e os adultos, buscando compreendê-los e fazendo-se compreender.
– (EI02EO07) Resolver conflitos nas interações e brincadeiras, com a orientação de um adulto.

Campo de experiências “ESCUTA, FALA, PENSAMENTO E IMAGINAÇÃO”
– (EI02EF03) Demonstrar interesse e atenção ao ouvir a leitura de histórias e outros textos, acompanhando, com orientação do adulto-leitor, a direção da leitura.
– (EI02EF04) Formular e responder perguntas sobre fatos da história narrada, identificando cenários, personagens e principais acontecimentos.
– (EI02EF06) Criar e contar histórias oralmente, com base em imagens ou temas sugeridos.

Materiais Necessários:

– Livro infantil ilustrado que trate sobre a raiva (sugestão: “O Livro da Raiva” de Annelise de Oliveira).
– Papel e giz de cera ou lápis de cor.
– Bonecos ou fantoches que representem personagens da história.
– Música suave para momentos de relaxamento.

Situações Problema:

– Como você se sente quando alguém tira o seu brinquedo?
– O que podemos fazer quando sentimos raiva?
– Você conhece alguma situação em que a raiva aparece? Como podemos lidar com ela?

Contextualização:

As crianças bem pequenas estão em uma fase de intensa descoberta emocional. É comum que elas ainda não saibam como nomear ou expressar o que sentem. Por isso, abordar o sentimento de raiva de maneira lúdica é essencial. Na aula, vamos trabalhar essa emoção de forma que elas possam entender, identificar e trouver formas saudáveis de gerenciamento da raiva.

Desenvolvimento:

1. Recepção das crianças: Comece a aula com uma música suave para acalmar e preparar o ambiente.
2. Leitura da história: Realize a contação da história usando entonações e expressões faciais que ajudem as crianças a se envolverem.
3. Discussão com as crianças: Após a contação, pergunte como se sentiram durante a narrativa. Incentive que compartilhem suas próprias experiências em relação à raiva.
4. Atividade artística: Proponha que as crianças desenhem uma situação em que sentiram raiva e como resolveram isso. Enquanto elas desenham, circule pela sala, incentivando a expressão verbal.
5. Relaxamento: Depois das atividades, junte os alunos em um círculo para um momento de relaxamento, onde uma música suave pode ser tocada e orientações para respirar fundo podem ser dadas.

Atividades sugeridas:

– Contação de História (1º Dia): Leitura do livro escolhido. O professor deve criar entusiasmo em torno da história, com gestos e variações de voz. Ao final, promova perguntas sobre o que cada personagem estava sentindo.
– Desenhando a Raiva (2º Dia): Forneça papel e giz de cera. Após dialogar sobre a leitura anterior, peça para que os alunos desenhem um momento que os fez sentir raiva e como poderiam resolver isso.
– Teatro de Fantoches (3º Dia): Usando fantoches, encene situações em que os personagens sentem raiva e precisam resolver conflitos. As crianças podem sugerir resoluções diferentes para as histórias.
– Música e Movimento (4º Dia): Proponha uma atividade de dança onde as crianças possam expressar seus sentimentos através do movimento. Pergunte como elas se sentem quando dançam.
– Brincadeiras ao Ar Livre (5º Dia): Organize brincadeiras que incentivem a interação e o compartilhamento, abordando a resolução de conflitos de maneira divertida.

Discussão em Grupo:

Promova um espaço onde as crianças possam discutir como se sentem e o que aprenderam sobre a raiva e sua expressão por meio da história e das atividades realizadas. Estimule a falar sobre como se sentem quando vêem um colega chorando ou ficando irritado.

Perguntas:

– O que você faz quando sente raiva?
– Como você se sentiu quando o personagem da história estava bravo?
– Alguém já tirou um brinquedo de você? O que você fez?
– O que podemos fazer para nos ajudar quando ficamos bravos?

Avaliação:

A avaliação será observacional. O professor deverá observar a participação das crianças na contação da história, a forma como compartilham suas próprias experiências e como interagem durante as atividades. A comunicação e o cuidado nas interações serão fundamentais para avaliar o progresso.

Encerramento:

Finalize a aula reunindo as crianças para uma conversa sobre o que aprenderam. Pergunte o que poderiam fazer se sentissem raiva novamente e ouça as sugestões. Reforce que é normal sentir raiva, mas sempre é possível encontrar formas de gerenciá-la de maneira calma e respeitosa.

Dicas:

– Estimule a comunicação e o desabafo entre as crianças sempre que necessário.
– Mantenha um ambiente acolhedor, onde todos se sintam seguros para expressar seus sentimentos.
– Use materiais visuais como quadros e ilustrações para ajudar na compreensão da temática, especialmente considerando que a faixa etária tem dificuldade na assimilação de conceitos abstratos.

Texto sobre o tema:

A raiva é uma emoção comum e natural que pode surgir em qualquer idade, inclusive em crianças bem pequenas. É fundamental que desde cedo as crianças possam aprender a reconhecer e nomear essa emoção. O primeiro passo nesse entendimento é observar como a raiva se manifesta: através de choros, birras, gritos ou mesmo uma expressão fechada no rosto. É importante deixá-las saber que é normal sentir raiva e que todos passam por isso, seja em casa, na escola ou em situações cotidianas, como ao brincar.

Ao longo da infância, as crianças estão em processo de descoberta e aprendizado sobre suas emoções. Elas ainda não possuem as ferramentas necessárias para lidar com a raiva de maneira eficaz. Por isso, os educadores desempenham um papel essencial em ensiná-las a expressar esses sentimentos de forma segura e respeitosa. Ao invés de ações impulsivas, as crianças devem ser orientadas a refletir e pensar em maneiras construtivas de administrar seus sentimentos.

As histórias são ferramentas poderosas nesse aprendizado. Elas criam um espaço para que as crianças se identifiquem com os personagens, compreendam as dificuldades que enfrentam e as formas como lidam com elas. Historicamente, as fábulas e parábolas têm sido instrumentos eficazes para ensinar valores e habilidades emocionais. Quando lemos juntos, não apenas aumentamos o vocabulário, mas também ajudamos na formação de um repertório emocional saudável que as acompanhará por toda a vida.

Desdobramentos do plano:

As atividades propostas podem se desdobrar em outras temáticas, explorando outras emoções como alegria, tristeza e medo. Trabalhar diferentes sentimentos em sequência pode fornecer um entendimento integral sobre como lidar com a variedade de emoções que fazem parte do cotidiano. A abordagem de mais emoções expandiria significativamente a expressão emocional das crianças, criando um espaço seguro para o dialogo e compreensão entre os pares.

Além disso, o uso de histórias pode ser uma excelente estratégia não apenas na educação infantil, mas também em casa. Os pais podem ser incentivados a ler livros que tratam sobre sentimentos e discutir suas próprias emoções com as crianças, reforçando o aprendizado que acontece na escola. Essa conexão entre casa e escola é essencial para que as crianças percebam a importância de conversar sobre suas emoções, além de promover um ambiente mais saudável e respeitoso.

Por fim, a criação de um mural de emoções na sala de aula pode se tornar um recurso visual para ajudar as crianças a nomear e expressar como se sentem em diferentes dias. Ao observar a expressão de sentimentos, as crianças podem não apenas aprender sobre a raiva, mas também identificar como suas emoções mudam em diferentes situações, gerando um aprendizado que vai muito além do simples reconhecimento.

Orientações finais sobre o plano:

É essencial que o professor esteja preparado para lidar com as diferentes reações e vivências emocionais das crianças. A empatia deve ser uma das principais ferramentas a serem utilizadas durante todo o processo. Ao criar um ambiente acolhedor e seguro, onde as emoções possam ser expressas e discutidas abertamente, as crianças aprenderão não apenas sobre a raiva, mas também sobre outros sentimentos.

Falando de raiva, é importante ensinar a importância do autocontrole e da resolução de conflitos, algo que fará parte da formação delas para o futuro. Lembre-se, a educação emocional não deve ser negligenciada nas primeiras fases da infância, pois é o que prepara os indivíduos para um convívio social harmonioso e respeitoso.

Por último, o professor deve estar pronto para adaptar as atividades propostas conforme as reações e o interesse da turma, assegurando que todas as crianças participem de forma ativa e significativa. As experiências compartilhadas devem ser enriquecedoras e contribuir para um aprendizado afetivo, onde o principal objetivo é a construção de um espaço de entendimento e respeito das emoções.

5 Sugestões lúdicas sobre este tema:

1. Jogo das Emoções: Com cards representando diferentes emoções, as crianças devem escolher um card e demonstrar a emoção com expressões faciais e gestos. O objetivo é que os colegas adivinhem qual emoção está sendo representada. Isso ajuda na identificação e nomeação dos sentimentos.
2. Música e Movimento: Proponha um momento musical onde as crianças possam dançar representando diferentes sentimentos. Ao tocar uma música agitada, elas podem dançar como se estivessem felizes, e ao tocar uma música lenta, devem se mover como se estivessem tristes. Ao som de uma música intensa, elas podem representar a raiva através dos movimentos, ajudando a liberar tensões.
3. Teatro de Sombras: Utilizando uma tela e lanternas, as crianças podem criar cenas que representem histórias sobre a raiva. Com as silhuetas, podem narrar como um personagem lida com essa emoção. É uma excelente maneira de trabalhar a criatividade e a expressão.
4. Caixa das Emoções: Crie uma caixa contendo objetos que representem diferentes emoções (como um bonequinho com a cara brava, um coração, etc.). As crianças selecionarão um objeto e compartilharão o que esse sentimento representa para elas.
5. Atividade de Relaxamento: Após momentos intensos de expressão emocional, promova um espaço de tranquilidade com almofadas, onde as crianças possam realizar exercícios de respiração e relaxamento. Isso ajuda a lidar com a raiva de maneira saudável, criando um ambiente de autocontrole e serenidade.