Plano de Aula: Quem sou eu ? / Identidade (Educação Infantil) – Bebês
O plano de aula proposto tem como foco essencial a identidade e a descoberta do eu, aspectos fundamentais para o desenvolvimento integral das crianças na Educação Infantil. O tema “Quem sou eu?” visa promover uma maior compreensão dos bebês sobre si mesmos e também sobre suas relações familiares. Para esta faixa etária, as atividades serão fundamentais para que as crianças experimentem sensações, emoções e a interação com terceiros, explorando conceitos de autoconhecimento e identidade em um ambiente seguro e acolhedor.
As atividades a serem propostas são cuidadosamente planejadas para engajar os bebês de forma lúdica e significativa. O ambiente deve ser preparado para facilitar a exploração e a interação, oferecendo espaços onde as crianças possam se mover livremente, tocar, sentir e observar. A colaboração da família é especialmente importante neste plano, pois a presença e participação dos pais ou responsáveis enriquecerão a experiência e proporcionarão uma conexão mais profunda com a identidade da criança.
Tema: Quem sou eu? / Identidade
Duração: 50 minutos
Etapa: Educação Infantil
Sub-etapa: Bebês
Faixa Etária: 1 a 2 anos
Objetivo Geral:
Promover a expressão da identidade e do eu nas crianças, estimulando o reconhecimento individual e familiar através de atividades lúdicas que incentivem a comunicação e a interação.
Objetivos Específicos:
– Fomentar o reconhecimento do próprio corpo e suas partes.
– Estimular o uso da comunicação não verbal e verbal para expressar emoções e necessidades.
– Incentivar a interação com as famílias, promovendo a troca de experiências.
– Desenvolver a exploração do ambiente ao redor, identificando as diferenças entre os indivíduos.
– Criar uma atmosfera de acolhimento onde as crianças se sintam seguras para se expressar.
Habilidades BNCC:
Abaixo estão as habilidades da BNCC que se alinham ao plano:
– (EI01EO01) Perceber que suas ações têm efeitos nas outras crianças e nos adultos.
– (EI01EO03) Interagir com crianças da mesma faixa etária e adultos ao explorar espaços, materiais, objetos, brinquedos.
– (EI01EF01) Reconhecer quando é chamado por seu nome e reconhecer os nomes de pessoas com quem convive.
– (EI01CG01) Movimentar as partes do corpo para exprimir corporalmente emoções, necessidades e desejos.
– (EI01TS01) Explorar sons produzidos com o próprio corpo e com objetos do ambiente.
Materiais Necessários:
– Espelhos, pequenos e grandes.
– Brinquedos de diferentes texturas e formas (massinhas, blocos, pelúcias).
– Imagens de diferentes partes do corpo (cartazes, livros ilustrados).
– Materiais sonoros (instrumentos simples como chocalhos, tambor).
– Cores e tintas para traços (isopor, papel, dedos).
Situações Problema:
– Como você se sente quando olha no espelho?
– O que você gosta de fazer com seu corpo?
– Como podemos mostrar que estamos alegres?
Contextualização:
Este plano de aula se justifica pela necessidade de promover o desenvolvimento da identidade e do autoconhecimento nas crianças pequenas. Compreender quem somos é uma habilidade que se constrói desde a infância e é fundamental para a formação de relacionamentos saudáveis. Ao introduzirmos o tema “Quem sou eu?” de maneira lúdica, conseguimos facilitar a expressão e a comunicação da criança, além de envolver a família nesta descoberta.
Desenvolvimento:
1. Roda de conversa (10 minutos): Inicialmente, reúna os bebês em um círculo. Utilize um espelho grande e incentive cada criança a se olhar. Pergunte: “Quem é você?”. Estimule o reconhecimento, usando os nomes das crianças e de seus familiares.
2. Brincadeira de identificação (15 minutos): Com o auxílio de figuras de diferentes partes do corpo, promova a exploração. Mostre uma imagem e peça que as crianças toquem a parte correspondente em seu próprio corpo. Isso essencialmente ajuda na construção da imagem corporal.
3. Música e movimento (10 minutos): Utilize uma canção conhecida que envolva partes do corpo (como “Cabeça, ombro, joelho e pé”). Faça com que as crianças imitem os movimentos apresentados, ajudando no desenvolvimento motor e na imitação.
4. Exploração sensorial (10 minutos): Apresente diferentes brinquedos e materiais. Estimule as crianças a tocar, sentir e explorar esses objetos, promovendo a percepção sensorial e o reconhecimento dos próprios sentimentos.
5. Atividade criativa (5 minutos): Com tintas e papéis, permita que as crianças usem as mãos para fazer desenhos, incentivando a expressão artística.
Atividades sugeridas:
– Atividade 1: Minha família
Objetivo: Fortalecer o reconhecimento dos familiares.
Descrição: Levar fotos da família para a sala. Cada criança pode mostrar a foto e nomear os membros.
Instruções: Após a apresentação, crie um mural com as fotos.
Materiais: Fotos impressas, cola, cartolina.
Adaptação: Fornecer mais informações sobre os membros para crianças que já têm mais palavras.
– Atividade 2: O meu corpo
Objetivo: Explorar as partes do corpo e suas funções.
Descrição: Encoraje as crianças a se moverem e a indicar partes do corpo quando faladas pelo professor.
Instruções: Utilize uma música animada para movimentar o corpo e indique diferentes partes do corpo enquanto canta.
Materiais: Música infantil, área livre para movimentação.
– Atividade 3: Sons de mim mesmo
Objetivo: Estimular a exploração sonora.
Descrição: Os bebês devem usar suas vozes e partes do corpo para fazer sons.
Instruções: Incentivar a imitação de sons usando as mãos e voz, formando uma “orquestra” com seus sons.
Materiais: Instrumentos simples (chocalhos, tambor), ambiente calmo.
– Atividade 4: Desenho das mãos
Objetivo: Explorar a expressão através da arte.
Descrição: Utilizar tinta para que os bebês façam impressões das mãos em papel.
Instruções: Cada criança fará a sua marca e um adulto auxiliará na elaboração de um registro.
Materiais: Tintas atóxicas, papel.
– Atividade 5: Movimento livre
Objetivo: Promover a locomoção e a exploração do espaço.
Descrição: Liberar brinquedos diversos e permitir que as crianças se movimentem livremente para descobrir os objetos.
Instruções: Incentivar a interação entre as crianças e a explorar os brinquedos disponíveis.
Materiais: Brinquedos variados, espaço seguro.
Discussão em Grupo:
Os alunos podem compartilhar suas impressões sobre o que sentiram ao se olhar no espelho e como se sentiram ao falar sobre suas famílias. Essa troca cria um espaço de escuta e valorização da individualidade de cada criança.
Perguntas:
– Como você se chama?
– O que você gosta de fazer?
– Quem está na sua família?
– Como você se sente quando faz algo divertido?
Avaliação:
A avaliação será contínua e observativa, focando na participação das crianças nas atividades, no envolvimento delas nas brincadeiras e na interação com os demais. O professor deve observar como cada criança se expressa e reconhece a si mesma e aos outros.
Encerramento:
Finalizar a aula com uma música suave que envolva todos os conceitos trabalhados, permitindo que as crianças se deitem e relaxem. Enquanto isso, reafirme a importância do sentimento de pertencimento e identidade com palavras carinhosas e acolhedoras.
Dicas:
É fundamental que o educador esteja sempre atento às reações das crianças durante as atividades, ajustando-as conforme necessário para atender às demandas do grupo. Aproveitar a presença dos familiares para dinamizar as interações pode tornar o ambiente ainda mais acolhedor. Além disso, ter um clima de carinho e estima durante a aula fortalecerá ainda mais as relações.
Texto sobre o tema:
A identidade é uma construção contínua e complexa que começa desde os primeiros dias de vida. Durante a infância, principalmente na faixa etária entre 1 e 2 anos, as crianças começam a ter um senso mais claro de quem são, tanto individualmente quanto em relação aos outros. Essa etapa é fundamental para a formação da autoimagem e a percepção do eu. Os primeiros encontros com espelhos, as primeiras palavras e as interações com outras pessoas ajudam no desenvolvimento da compreensão sobre si, o que é crucial para o sentimento de pertencimento e aceitação social.
Os laços familiares são determinantes nesse processo. As interações com pais e familiares fornecem ao bebê uma quantidade inestimável de informações sobre seu lugar no mundo. É por meio dessas relações que as crianças aprendem sobre amor, cuidado e segurança. Além disso, a comunicação que ocorre dentro do ambiente familiar influenciará significativamente a forma como a criança se vê e a conexão que terá com os outros. Pais e educadores devem, portanto, estar cientes da importância de suas interações e de como elas moldam a maneira de a criança perceber a si mesma.
Por outro lado, devemos considerar que a construção da identidade não ocorre de forma isolada. Ela é permeada socialmente pelo contexto cultural e pelas relações interpessoais que a criança estabelece. Desde pequenas, os indivíduos começam a formar referências a partir do que observam e interagem. Portanto, promover atividades que incentivem essa exploração da identidade é vital para o desenvolvimento emocional, social e afetivo do bebê. As experiências oferecidas na educação infantil devem sempre incluir o eu, o outro e os laços sociais, promovendo um ambiente que favoreça o crescimento saudável e seguro das crianças.
Desdobramentos do plano:
Expandir as atividades previstas no plano pode tornar a experiência de aprendizado ainda mais enriquecedora. Com a continuidade das temáticas abordadas sobre identidade e pertencimento, as interações podem se estender para outras áreas, como a exploração de diferentes culturas. Assim, ao trazer diversidade e valores culturalmente distintos, as crianças conhecerão não só a si mesmas, mas também aprenderão a respeitar e apreciar as diferenças dos outros. Isso pode ser realizado através de livros, músicas e arte que representem outras culturas, desencadeando o interesse e a curiosidade dos pequenos.
Além disso, a comunicação com as famílias pode ser ampliada para fazer com que elas participem ativamente das atividades propostas. Quando as famílias levam para casa as experiências trabalhadas na escola, elas se tornam agentes fundamentais na construção da identidade da criança. Promover encontros ou oficinas onde os pais possam compartilhar suas histórias de vida pode solidificar as relações familiares e escolares, fortalecendo o vínculo que a criança sente ao pertencer a um grupo maior.
Por fim, as práticas de escuta ativa devem ser continuamente estimuladas. Um ambiente onde a criança se sente ouvida e respeitada ajuda a construir uma autoestima saudável. Essa escuta não diz respeito apenas ao que é falado, mas também à observação das expressões e gestos da criança. Assim, o educador deve ser um observador atento, pronto para se adaptar às necessidades de cada pequeno e ao mesmo tempo desenvolver práticas que estimulem tanto a autonomia quanto o compartilhar.
Orientações finais sobre o plano:
Para a execução deste plano de aula, o educador precisa estar preparado para um ambiente dinâmico e flexível. Isso significa que as atividades podem ser ajustadas conforme o interesse e as reações das crianças. É importante que o professor esteja atento às necessidades de cada aluno, permitindo um ambiente de aprendizado que respete o ritmo e as particularidades de cada um. Faça sempre uma roda de conversa antes de iniciar as atividades para dar voz às crianças e promover um espaço onde todas se sintam incluídas.
Além disso, o uso de um vocabulário simples e acessível é essencial para garantir que as crianças compreendam as propostas realizadas. Chame as crianças pelo nome e utilize referências familiares que ajudem na conexão emocional e cognitiva delas com o conteúdo. Essa conexão é crucial, pois fortalece o sentimento de pertencimento e de segurança.
Por último, não se esqueça de criar um ambiente acolhedor e divertido, que estimule a curiosidade e a vontade dos pequenos de explorarem o mundo ao seu redor. Traga cores, sons e movimentos que atraiam a atenção e envolvam as crianças de maneira lúdica. O objetivo é que as crianças se sintam motivadas a participar ativamente, construindo sua identidade e senso de coletivo de maneira leve e divertida.
5 Sugestões lúdicas sobre este tema:
– Explorando a diferença: Utilize bonecos de diferentes tipos (cores, formatos e tamanhos) para que as crianças entendam que cada um é único. O objetivo é mostrar que as diferenças nos tornam especiais.
– A história do meu nome: Crie um momento onde cada criança possa contar ou ouvir a história do seu nome. Essa atividade promove a conexão e a valorização do indivíduo dentro da turma.
– Caminhada sensorial: Organize um pequeno percurso onde as crianças possam tocar diferentes materiais (areia, água, algodão). Esse estímulo à exploração sensorial promove a consciência do próprio corpo.
– Desenhando meu eu: Com papel e lápis de cor, deixe que cada criança desenhe e pinte o que gosta em si mesma. Essa atividade irá contribuir para o fortalecimento da autoestima e da expressão.
– Dança da identidade: Proponha uma dança em que cada um deve se mover como sentir. O objetivo é que a criança tome consciência do próprio corpo e da sua capacidade de se expressar de formas diversas.
Este planejamento visa proporcionar um ambiente propício para que as crianças desenvolvam suas identidades de maneira lúdica, segura e interativa, possibilitando uma ampla gama de experiências que contribuirão para seu crescimento pessoal e social.


