Plano de Aula: queimada maluca (Ensino Médio) – 2º Ano
O presente plano de aula foi elaborado para o 2º ano do Ensino Médio e tem como objetivo proporcionar aos alunos uma vivência prática de um jogo popular, a queimada, o que permite o desenvolvimento não só de habilidades físicas, mas também a reflexão sobre questões sociais e culturais relacionadas ao esporte. O jogo é uma ótima oportunidade para promover a interação entre os alunos e discutir temas importantes, como poder, preconceito e inclusão em um ambiente educacional que valoriza a diversidade.
Neste contexto, será utilizada a habilidade BNCC EM13LGG502, que se relaciona à análise crítica de preconceitos, estereótipos e relações de poder nas práticas corporais. A atividade não apenas provoca a reflexão crítica sobre as dinâmicas sociais, mas também fomenta a construção de um ambiente de respeito e empatia, alinhado às competências que a educação deve fomentar nos jovens.
Tema: Queimada Maluca
Duração: 50 minutos
Etapa: Ensino Médio
Sub-etapa: 2º Ano
Faixa Etária: 17 anos
Objetivo Geral:
Proporcionar aos alunos uma compreensão crítica e prática do jogo de queimada, enquanto se discute a importância da inclusão, respeito às diferenças e a relação de poder nas práticas corporais.
Objetivos Específicos:
1. Compreender as regras do jogo de queimada e sua dinâmica.
2. Refletir sobre as relações de poder presentes no jogo e em práticas esportivas.
3. Desenvolver habilidades motoras e de cooperação por meio da prática.
4. Promover a inclusão e a empatia entre os alunos, respeitando as diferenças.
Habilidades BNCC:
– EM13LGG502: Analisar criticamente preconceitos, estereótipos e relações de poder presentes nas práticas corporais, adotando posicionamento contrário a qualquer manifestação de injustiça e desrespeito a direitos humanos e valores democráticos.
Materiais Necessários:
– Uma bola (de preferência de vôlei ou queimada).
– Cones ou objetos similares que serão utilizados como alvos (pelo menos 10).
– Um apito (opcional, para sinalizar o início e término da atividade).
– Um cronômetro ou relógio.
– Chapéu ou colete para a pessoa que ficará no centro.
Situações Problema:
1. Como as dinâmicas de grupo afetam as relações entre os jogadores durante o jogo?
2. De que forma a competição pode gerar rivalidade e preconceitos, e como isso pode ser evitado?
Contextualização:
A queimada é um jogo bastante popular em escolas e entre jovens, sendo uma forma concreta de lidar com questões de jogo em grupo e da interação social. Durante a prática, é importante que os alunos sejam encorajados a observar não apenas a dinâmica do jogo, mas também a maneira como se relacionam e se comunicam, discutindo posteriormente sobre preconceitos e estereótipos que possam surgir, tanto no jogo como em outros contextos.
Desenvolvimento:
1. Preparação do espaço: Escolha um espaço amplo ao ar livre ou na quadra da escola, livre de obstáculos. Organize os cones em um círculo na extremidade do espaço escolhido.
2. Divisão dos alunos: Separe a turma em dois grupos, um deles formará o círculo e o outro ficará no centro. Os alunos que estão no círculo devem tentar acertar a pessoa no centro com a bola enquanto ela tenta derrubar todos os cones.
3. Explicação das regras: Informe aos alunos sobre as regras do jogo. O aluno que está no centro e derruba um cone pode sair de campo e entrar em um aluno do círculo, e se um aluno for acertado pela bola, ele também deve sair. O jogo continua até que todos os cones sejam derrubados ou todos os alunos do círculo sejam atingidos.
4. Início do jogo: Comece a atividade e, após alguns minutos, use o apito para chamar a atenção e fazer observações sobre comportamento e postura dos alunos durante o jogo.
5. Reflexão e debate: Após terminar a atividade, inicie uma discussão sobre as experiências vividas durante o jogo. Pergunte o que os alunos sentiram, se houve preconceitos ou disputas de poderes, e de que maneira isso se relaciona à vida diária e às práticas esportivas.
Atividades sugeridas:
Atividade 1: Jogo da Queimada
– Objetivo: Desenvolver habilidades motoras.
– Descrição: Realizar o jogo de queimada conforme descrito no desenvolvimento.
– Instruções: Acompanhar o comportamento dos alunos e incentivar a participação de todos, independente da habilidade motora. Se necessário, criar equipes mistas para favorecer a inclusão.
– Materiais: Bola, cones.
Atividade 2: Discussão em grupos menores
– Objetivo: Refletir sobre as relações de poder no jogo.
– Descrição: Dividir os alunos em grupos menores e discutir como se sentiram durante o jogo, especialmente em relação a serem escolhidos ou deixados de lado.
– Instruções: Pedir que cada grupo apresente suas conclusões para a classe.
– Materiais: Papel e caneta (opcional, para anotações).
Atividade 3: Jogo adaptado
– Objetivo: Promover a inclusão.
– Descrição: Adaptar o jogo para garantir que alunos com dificuldades motoras também possam participar, como usando brincadeiras com menos exigências físicas.
– Instruções: Permitir que todos experimentem diferentes papéis, sejam como arremessadores ou como alvos.
– Materiais: A mesma bola, cones.
Discussão em Grupo:
Promova um debate sobre as regras do jogo, se há flexibilidade nas mesmas e se isso poderia resultar em mais iniquidade ou em maior inclusão. Pergunte aos alunos se acreditam que o jogo poderia ser melhorado para que todos se sintam incluídos.
Perguntas:
1. O que você sentiu ao jogar no centro versus no círculo?
2. Alguém se sentiu excluído ou menosprezado durante o jogo? Por quê?
3. Como podemos modificar o jogo para que ele se torne mais inclusivo?
Avaliação:
A avaliação será feita com base na participação dos alunos, no engajamento nas discussões e na capacidade de criticar e analisar as relações de poder e preconceitos presentes no jogo. Além disso, será avaliado como os alunos conseguiram trabalhar em equipe e respeitar as diferenças.
Encerramento:
Realize uma breve recapitulação da atividade, enfatizando a importância da reflexão crítica e do respeito às diferenças. Incentive os alunos a aplicarem essas discussões em sua vida cotidiana, buscando sempre promover a inclusão e combater preconceitos.
Dicas:
1. Esteja sempre alerta ao comportamento dos alunos e intervenha quando necessário para garantir que todos estejam incluídos.
2. Esteja preparado para moderar discussões que possam trazer à tona emoções ou experiências pessoais significativas.
3. Use a atividade como um catalisador para discussões mais amplas sobre cultura e diversidade, relacionando às vivências diárias dos alunos.
Texto sobre o tema:
O jogo da queimada é uma prática que remete não apenas a diversão, mas também a diversas problemáticas sociais. A experiência de jogar permite que os alunos vivenciem situações que podem refletir práticas comuns em ambientes competitivos, onde as rivalidades e os hierarquismos podem emergir de maneira visível e impactante. Ao mesmo tempo, a queimada apresenta-se como uma oportunidade única para discussões sobre inclusão e as barreiras que alguns jovens enfrentam.
A prática de esportes, seja no contexto escolar ou não, deve englobar não apenas a habilidade física, mas também elementos que promovam a empatia, o respeito e a cooperação entre os participantes. O ato de jogar serve de canal para que os alunos possam expressar suas emoções, e é fundamental que este espaço seja mediado de forma a valorizar as contribuições de todos. A análise crítica das relações de poder durante o jogo pode revelar preconceitos enraizados que merecem ser explorados e desafiados, contribuindo para a formação de cidadãos mais conscientes e empáticos.
Um aspecto importante a ser discutido são os estereótipos que muitas vezes surgem em contextos competitivos. A queimada, apesar de ser um jogo, reflete divisões de grupo que muitas vezes se estabelecem em contextos sociais mais amplos. Portanto, o papel do educador é fundamental para guiar essa discussão, promovendo um espaço seguro onde todos possam se expressar, fomentar o respeito mútuo e construir uma compreensão mais profunda sobre as dinâmicas de grupo e suas implicações na vida cotidiana.
Desdobramentos do plano:
Este plano de aula pode ser expandido para incluir oficinas de teatro que explorem temas de inclusão e respeito, utilizando a queimada como ponto de partida. Através do teatro, os alunos podem dramatizar suas vivências em relação ao jogo e discutir como estas experiências podem ser traduzidas em ações no cotidiano.
Outra possibilidade é a criação de um projeto social em que os alunos se engajem com comunidades externas ou organizações que abordem temas de inclusão e esportes. Isso não só lhes permitirá vivenciar a prática de esportes em um novo contexto, mas também fortalecerá as habilidades de colaboração e empatia.
Por fim, é possível criar um diário reflexivo em que cada aluno documente suas emoções e aprendizados durante a prática do jogo. Este registro deve ser discutido em aulas seguintes, promovendo um espaço de partilha e reflexão crítica contínua acerca das dinâmicas sociais e da importância do respeito às diferenças.
Orientações finais sobre o plano:
A implementação eficaz deste plano de aula requer que o educador esteja aberto a flexibilidades, sempre que necessário, durante a execução das atividades propostas. A empatia e a escuta ativa são fundamentais para entender as dinâmicas do grupo e promover um ambiente acolhedor onde todos se sintam seguros para expressar suas opiniões. É da habilidade do educador em conduzir esses diálogos que emergirão as lições mais valiosas sobre inclusão e respeito.
Reforçar o papel do respeito às diferenças e a importância do trabalho em equipe deve ser um foco constante ao longo da aula. A prática da queimada deve ser vista como uma ferramenta para fomentar a compreensão crítica das relações sociais, onde os alunos aprendem não apenas regras de um jogo, mas também formas de interagir de maneira construtiva na sociedade.
Por fim, a avaliação deve ser contínua e holística, observando não só a participação e desempenho físico, mas também as interações sociais entre os alunos durante as atividades. Isso permitirá uma compreensão mais rica e abrangente do impacto da prática da queimada na construção de um ambiente escolar mais inclusivo e respeitoso.
5 Sugestões lúdicas sobre este tema:
1. Queimada em Cadeia: Ao invés de um jogador no centro, dois jogadores podem ser escolhidos para tentar derrubar os cones. Se um cone é derrubado, o jogador que fez a ação é substituído por um colega que estava jogando no círculo. Isso promove a troca e inclusão de diferentes alunos enquanto fornece chances de todos jogarem tanto no círculo quanto no centro.
2. Queimada com Obstáculos: Adicione obstáculos, como pequenos cones ou fitas, que os jogadores devem contornar. Além de tornar o jogo mais desafiador, isso também ensina os alunos a trabalhar em equipe e a desenvolver estratégias.
3. Queimada Inclusiva: Use uma bola leve e permitir que alunos com mobilidade reduzida joguem de maneira adaptada, eliminando a necessidade de correr, mas permitindo que eles participem de arremessos. Isso é crucial para promover a inclusão.
4. Queimada Temática: Ao final de um jogo, os alunos devem criar regras ou tarefas excêntricas que devem ser realizadas para ganhar, como incluir uma dança cada vez que um cone for derrubado. Incentiva a criatividade e a articulação em grupo.
5. Queimada Expressiva: Cada jogador deve criar um movimento de dança que representa sua emoção durante o jogo e, em intervalos, todos devem parar para compartilhar seus movimentos ou emoções. Isso pode ajudar a promover o respeito às expressões de sentimentos e individualidade.
Essas atividades promovem mais do que apenas a prática do esporte; elas promovem um ambiente onde as emoções, a inclusão e o respeito são priorizados.