Plano de Aula: Psicomotricidade e o conhecimento de mundo.

A proposta deste plano de aula é trabalhar a psicomotricidade com crianças pequenas, de 4 a 5 anos, em atividades que envolvem a exploração das percepções e temperaturas correlacionadas aos órgãos dos sentidos. O objetivo é permitir que os alunos ampliem seu conhecimento de mundo por meio de práticas lúdicas que incentivem o movimento, a expressão e a percepção sensorial. Por meio de atividades direcionadas, as crianças poderão explorar as relações entre os diferentes sentidos e entender como cada um deles contribui para a construção de suas experiências e aprendizados.

A psicomotricidade é uma área essencial que promove o desenvolvimento integral da criança, integrando aspectos físicos, emocionais e cognitivos. No contexto de sala de aula, as atividades devem ser planejadas de forma a estimular a autonomia, a comunicação e a interação social, provendo um ambiente seguro onde as crianças possam experimentar e expressar suas emoções e sensações. Este plano propõe uma abordagem prática e envolvente, garantindo que as crianças experimentem e descubram sua capacidade de agir e interagir com o mundo ao seu redor.

Tema: Psicomotricidade
Duração: 50 MIN
Etapa: Educação Infantil
Sub-etapa: Crianças Pequenas
Faixa Etária: 4 A 5 ANOS

Objetivo Geral:

Planejamentos de Aula BNCC Infantil e Fundamental

Desenvolver a percepção sensorial das crianças por meio da exploração das temperaturas e dos órgãos dos sentidos, promovendo a psicomotricidade e o conhecimento de mundo.

Objetivos Específicos:

– Estimular a percepção das variadas temperaturas em objetos e ambientes.
– Promover a interação das crianças com os diferentes materiais e texturas.
– Fomentar a expressão de sentimentos e sensações através de atividades lúdicas e artísticas.
– Orientar ações de cooperatividade e empatia entre os alunos.

Habilidades BNCC:

– (EI03EO01) Demonstrar empatia pelos outros, percebendo que as pessoas têm diferentes sentimentos, necessidades e maneiras de pensar e agir.
– (EI03CG01) Criar com o corpo formas diversificadas de expressão de sentimentos, sensações e emoções, tanto nas situações do cotidiano quanto em brincadeiras, dança, teatro, música.
– (EI03ET01) Estabelecer relações de comparação entre objetos, observando suas propriedades.
– (EI03EF01) Expressar ideias, desejos e sentimentos sobre suas vivências, por meio da linguagem oral e escrita (escrita espontânea), de fotos, desenhos e outras formas de expressão.

Materiais Necessários:

– Cubos de gelo (em um recipiente)
– Água quente (em um recipiente separado)
– Objetos de diferentes texturas (pano áspero, liso, papel amassado, etc.)
– Papel e lápis de cor ou giz de cera
– Tintas coloridas para pintura
– Música ambiente suave

Situações Problema:

– Como podemos sentir o calor e o frio de forma diferente?
– Quais objetos nos fazem sentir texturas diferentes?
– Como podemos expressar o que sentimos por meio de movimentos?

Contextualização:

As crianças nessa faixa etária estão em um momento de intensa descoberta e exploração de suas capacidades sensoriais e motoras. A percepção do corpo e dos sentidos é fundamental nesse processo de formação. É através da experiência do toque, do olhar, da audição e da movimentação que a criança começa a compreender o mundo que a cerca. Por meio da exploração das temperaturas, será possível não apenas ampliar o conhecimento sobre o próprio corpo, mas também estabelecer relações de comparação e empatia pelas experiências dos colegas.

Desenvolvimento:

Iniciaremos a aula com uma roda de conversa, onde as crianças serão convidadas a discutir o que já conhecem sobre temperaturas e sensações. Após essa introdução, as atividades serão desenvolvidas em três partes, cada uma com um foco específico no aprimoramento da psicomotricidade e da percepção sensorial.

1. Exploração de Temperaturas
Objetivo: Proporcionar a experiência do toque entre objetos quentes e frios.
Descrição: As crianças terão acesso a cubos de gelo e a água quente. Elas serão incentivadas a tocar nos objetos e descrever como se sentem ao fazer isso.
Instruções para o professor: Demonstre como tocar suavemente os objetos e encoraje as crianças a expressarem verbalmente suas sensações. Pergunte sobre a diferença de temperatura e como isso faz com que se sintam.

2. Caça ao Tesouro Sensorial
Objetivo: Ampliar o conhecimento sobre texturas.
Descrição: Organize uma caça ao tesouro com diferentes objetos espalhados pela sala (papel amassado, pano áspero e liso, etc.). As crianças devem encontrar os objetos e tocar neles.
Instruções para o professor: Oriente as crianças para que toquem e comentem sobre o que sentiram ao pegar cada objeto. Pergunte a cada uma qual textura preferem e por quê.

3. Expressão Corporal
Objetivo: Criar movimentos que expressem sentimentos baseados nas sensações vivenciadas.
Descrição: Coloque uma música suave e oriente as crianças a se movimentarem livremente. Peça que imitem como se sentem ao tocar os objetos descobertos anteriormente.
Instruções para o professor: Incentive a criatividade, permitindo que cada criança se expresse de forma única. Pergunte como seu corpo se move em resposta às sensações.

Atividades sugeridas:

1. Atividade de Calor e Frio
Objetivo: Diferenciar condições térmicas através do toque.
Descrição: As crianças devem tocar os cubos de gelo e a água quente, comparando as sensações.
Materiais: Cubos de gelo, água quente.
Adaptação: Para crianças com dificuldades de movimento, poderá ser feita a atividade de forma observacional, incentivando a verbalização do que sentem ao olhar.

2. Pintura Táctil
Objetivo: Criar representações artísticas das sensações.
Descrição: Utilizando diferentes texturas, as crianças devem explorar a pintura, incorporando as inspirações de movimento e calor.
Materiais: Tintas e pincéis.
Adaptação: Para crianças que precisam de mais apoio motor, fornecer materiais que possam ser usados com as mãos (sem pincel).

3. Contação de Histórias Sensoriais
Objetivo: Recontar as experiências por meio da linguagem oral.
Descrição: Após as experiências, conte uma história que inclua sensações de frio e calor, e permita que as crianças adicionem elementos.
Materiais: Bonecos ou fantoches.
Adaptação: Crianças mais tímidas podem participar apenas ouvindo e depois escolhendo um amigo para expressar suas ideias.

Discussão em Grupo:

Após as atividades, será interessante promover uma discussão onde as crianças possam compartilhar suas experiências. Perguntas como “o que sentiram ao tocar o gelo?”, “qual objeto foi o mais interessante para você?” e “como o seu corpo se mexeu quando estava frio ou quente?” poderão ser abordadas, possibilitando assim uma troca rica de sentimentos e sensações entre as crianças.

Perguntas:

– O que você sentiu ao tocar o gelo?
– Como foi a sensação da água quente em sua mão?
– Qual textura você gostou mais e por quê?
– Como você descreve a sensação que seu corpo teve ao mexer com a música?

Avaliação:

A avaliação será realizada através da observação do envolvimento dos alunos nas atividades, da capacidade de expressão de sentimentos e sensações e da participação nas discussões em grupo. É importante considerar como cada criança se comunica e se relaciona com os colegas, buscando o desenvolvimento das habilidades propostas.

Encerramento:

Encerramos a aula com uma roda de conversa, onde as crianças compartilham o que aprenderam e sentirem durante as atividades. Cada aluno terá a oportunidade de fazer um breve resumo de suas experiências, reforçando o aprendizado e valorizando a expressão de cada um.

Dicas:

– Mantenha um ambiente seguro e acolhedor, onde as crianças se sintam à vontade para explorar.
– Utilize músicas suaves e atmosféricas que incentivem o movimento livre e a expressão corporal.
– Esteja atento às necessidades de cada criança e adapte as atividades conforme necessário, para garantir que todos possam participar.

Texto sobre o tema:

A psicomotricidade é essencial no processo de desenvolvimento infantil, pois promove a integração entre corpo e mente, influenciando a forma como as crianças percebem o mundo. Através da exploração dos sentidos, especialmente no que diz respeito a temperaturas, as crianças podem vivenciar práticas que não apenas estimulam o movimento, mas também a expressão e a percepção. É nesta fase que elas desenvolvem habilidades motoras finas, além de compreendê-las dentro de um contexto social, emocional e cultural. Compreender como cada uma das experiências sensoriais se relaciona com suas interações diárias é fundamental para o avanço em diversas competências, como a comunicação e a socialização.

Por meio de atividades que abarcam o toque, a visão, a audição e o movimento, as crianças conseguem construir um repertório de experiências que enriquecerá sua vivência diária. É importante notar que a psicomotricidade vai muito além da mera movimentação física; trata-se de um conjunto de experiências que contribuem para a formação da identidade, do conhecimento de si e dos outros. Atuar com empatia e respeito nas suas interações é um dos objetivos primordiais deste aspecto do desenvolvimento.

Além do mais, as práticas de psicomotricidade estimulam a criatividade, a espontaneidade e o autoconhecimento das crianças. Ao relacionar suas emoções com suas experiências, elas começam a entender melhor a si mesmas e aos outros, desenvolvendo a capacidade de expressar o que sentem. Essa consciência é essencial para a formação de indivíduos socialmente ativos e conscientes, que respeitam as diferenças e valorizam as características únicas de cada um.

Desdobramentos do plano:

O plano de aula desenvolvido possibilita uma série de desdobramentos no ensino-aprendizagem das crianças. A prática da psicomotricidade não se limita às atividades propostas, mas poderá ser expandida para outros contextos escolares e sociais. Uma das possibilidades é criar um circuito de jogos sensoriais, que inclua diferentes estações, cada uma explorando pontos da psicomotricidade, como a caminhada em linhas retas ou curvas, o transporte de objetos de diferentes texturas, entre outros. Isso ajudaria não apenas na exploração física, mas também na colaboração entre pares, respeitando as capacidades e limitações individuais de cada criança, conforme as diretrizes da BNCC.

Outro desdobramento interessante seria integrar a temática às práticas artísticas, como dança e teatro, onde as crianças poderiam expressar livremente suas sensações através da movimentação. A criação de pequenas apresentações ou expressões artísticas poderia transformar as experiências vividas em arte. Esse tipo de atividade estimula não só a criatividade, mas também a habilidade de trabalhar em equipe, promovendo laços de amizade e respeito entre os alunos.

Além disso, pode ser interessante desenvolver um projeto que relacione as diferentes culturas e modos de vida ao redor do mundo, investigando como cada uma delas lida com as percepções sensoriais. Essa abordagem permite que as crianças ampliem sua visão sobre o mundo, respeitando e valorizando as diferenças. Promover debates e reflexões em grupo pode enriquecer ainda mais o aprendizado, permitindo que as crianças se sintam protagonistas na construção do conhecimento.

Orientações finais sobre o plano:

É fundamental que o professor mantenha uma observação atenta durante toda a execução do plano de aula, registrando as interações e aprendizados dos alunos. Essas observações são essenciais para identificar necessidades específicas de cada criança, permitindo que futuras atividades sejam planejadas de forma ainda mais assertiva. A flexibilidade do plano deve ser aproveitada, permitindo ajustes baseados no dinamismo da turma e no engajamento dos alunos.

Além disso, é importante criar um ambiente acolhedor e seguro, onde todas as crianças se sintam à vontade para expressar suas experiências e emoções. Fomentar um clima de respeito e aceitação é crucial, uma vez que a empatia e a valorização das diferenças são habilidades que deverão ser constantemente cultivadas no ambiente escolar. Tecnologias inclusivas e adaptativas também podem ser consideradas para apoiar diversas modalidades de aprendizado e participação.

Por fim, o plano de aula pode ser uma porta de entrada para um aprendizado contínuo em psicomotricidade. Os professores são encorajados a explorar novas maneiras de promover experiências sensoriais e motoras, engajando-se em um ciclo de educação onde o respeito, a inclusão e a criatividade são sempre valorizados. A abordagem sendo prática e divertida, as crianças se sentirão motivadas e participarão ativamente do processo de aprendizagem, tornando-se agentes de sua própria formação e desenvolvimento.

5 Sugestões lúdicas sobre este tema:

1. Jogo das Sensações
Objetivo: Identificar diferentes texturas e temperaturas.
Descrição: Selecionar materiais de diferentes texturas e temperaturas, que podem ser cobrados com um pano. As crianças devem tocar cada material e, ao descobrir o que é, verbalizar o que sentem.
Materiais: Pano, texturas como papel lixa, papel seda, lã, etc.

2. Dança das Emoções
Objetivo: Expressar diferentes sentimentos através da dança.
Descrição: Ao som de diferentes músicas, as crianças devem expressar um sentimento específico através do movimento corporal.
Materiais: Música variada.

3. Roda de Letras
Objetivo: Promover a comunicação através da linguagem oral.
Descrição: Após as atividades, cada criança deve compartilhar o que sentiu e aprenderam em forma de contação de histórias, usando bonecos como suporte.
Materiais: Bonecos ou fantoches.

4. Experiência do Gelo
Objetivo: Compreender física básica.
Descrição: Solidificar água com corante e fazer experiências de como transformar o gelo em água.
Materiais: Formas de gelo e água quente.

5. Construção de um Livreto das Sensações
Objetivo: Proporcionar registro das experiências vividas.
Descrição: As crianças devem desenhar seus propósitos e sentimentos depois das atividades.
Materiais: Papel, lápis e tintas.

Essas sugestões permitem um aprendizado divertido e interativo, propiciando um maior envolvimento das crianças em relação ao tema abordado. Encaminhar a prática pedagógica dessa forma resulta em um desenvolvimento mais significativo das habilidades de cada aluno, respeitando seu tempo, espaço e individualidade.


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