Plano de Aula: “Promovendo Empatia e Interação Social na Infância”

O plano de aula a seguir foi elaborado com foco nas necessidades educativas de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) de grau leve, com ênfase na interação social e no respeito mútuo nas relações com os outros. Este plano pretende promover o desenvolvimento de habilidades sociais e emocionais, ajudando as crianças a lidarem melhor com as interações do cotidiano, tanto com pares quanto com adultos. As atividades propostas são adaptáveis e levam em consideração as peculiaridades do aprendizado dos alunos, buscando sempre garantir um ambiente de aprendizado inclusivo e respeitoso.

Tema: Criança com Transtorno de Espectro Autista – TEA – grau leve (suporte 1)
Duração: 60 minutos
Etapa: Educação Infantil
Sub-etapa: Crianças pequenas (4 a 5 anos e 11 meses)
Faixa Etária: 4 a 8 anos

Objetivo Geral:

Proporcionar um espaço onde as crianças possam desenvolver habilidades de interação social e comunicar seus sentimentos, respeitando as diferenças e promovendo a empatia.

Objetivos Específicos:

Planejamentos de Aula BNCC Infantil e Fundamental

1. Estimular a comunicação das crianças para que expressem seus sentimentos e idéias.
2. Promover a empatia e a percepção das emoções dos outros.
3. Incentivar o respeito mútuo nas interações entre as crianças.
4. Desenvolver habilidades de resolução de conflitos através de atividades lúdicas.

Habilidades BNCC:

– CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “O EU, O OUTRO E O NÓS”
(EI03EO01) Demonstrar empatia pelos outros, percebendo que as pessoas têm diferentes sentimentos, necessidades e maneiras de pensar e agir.
(EI03EO02) Agir de maneira independente, com confiança em suas capacidades, reconhecendo suas conquistas e limitações.
(EI03EO04) Comunicar suas ideias e sentimentos a pessoas e grupos diversos.
(EI03EO07) Usar estratégias pautadas no respeito mútuo para lidar com conflitos nas interações com crianças e adultos.

Materiais Necessários:

– Cartazes com rostos expressando emoções diferentes
– Materiais para desenho (papel, lápis de cor, canetinhas)
– Brinquedos que incentivem a interação (como bonecos, fantoches ou jogos de tabuleiro)
– Uma caixa sensorial com diferentes texturas (algodão, grãos, tecidos)
– Um livro ilustrado sobre emoções

Situações Problema:

1. Como lidar quando um colega não quer brincar?
2. O que fazer se alguém se sente triste?
3. Como expressar que não gostou de algo que aconteceu?

Contextualização:

Crianças pequenas têm muitas dificuldades em expressar suas emoções e, com frequência, estabelecem interações de conflito ou dificuldades de empatia. Para o desenvolvimento saudável da criança, é crucial ter um espaço de aprendizado que promova a comunicação, o reconhecimento das emoções e o respeito às diferenças. As atividades propostas neste plano de aula ajudam a construir uma base sólida nos relacionamentos sociais e para a convivência em grupo.

Desenvolvimento:

A atividade começará com uma abordagem lúdica, onde as crianças serão apresentadas a diferentes emoções por meio de cartões. Em seguida, será incentivada a construção de uma roda de conversa sobre como cada um se sente em diferentes situações. O professor mediará as interações e estímulos de empatia entre eles.

Atividades sugeridas:

Atividade 1 – Apresentação das Emoções
*Objetivo:* Identificar e nomear as emoções.
*Descrição:* Apresentar cartões com diferentes expressões faciais e discutir o que cada uma representa.
*Instruções para o Professor:* Mostre um cartão e pergunte aos alunos o que eles acham que a pessoa está sentindo, fomentando a conversa.
*Materiais:* Cartões com expressões.
*Adaptação:* Para alunos que têm dificuldade em verbalizar, propor que eles imitem a expressão facial e as outras crianças adivinhem.

Atividade 2 – Caixa Sensorial
*Objetivo:* Desenvolver habilidades sensoriais e de expressão.
*Descrição:* Utilizar uma caixa sensorial com diferentes texturas e materiais, onde as crianças poderão explorar e associar as texturas a emoções.
*Instruções para o Professor:* Após a exploração, cada criança irá contar como se sentiu ao tocar em cada elemento.
*Materiais:* Caixa sensorial com diferentes itens.
*Adaptação:* Incluir entre os itens alguns que agradem mais às crianças e outros que causem estranhamento, para estimular a conversa.

Atividade 3 – Desenhos das Emoções
*Objetivo:* Expressar emoções através da arte.
*Descrição:* Solicitar que cada criança desenhe como se sente em determinadas situações (feliz, triste, brava).
*Instruções para o Professor:* Após o término dos desenhos, cada aluno poderá compartilhar seu trabalho e descrever como chegou a esse sentimento.
*Materiais:* Papéis e lápis de cor.
*Adaptação:* Para alunos que têm dificuldades motoras, usar ferramentas de pintura que requeiram menos esforço.

Atividade 4 – Teatro de Fantoches
*Objetivo:* Trabalhar a comunicação e resolução de conflitos.
*Descrição:* Utilizar fantoches para encenar situações do cotidiano que geram conflitos e como solucioná-los.
*Instruções para o Professor:* Após a encenação, incentivar uma discussão sobre como resolver aquelas situações.
*Materiais:* Fantoches.
*Adaptação:* Deixar as crianças criarem seus próprios fantoches para que se sintam mais envolvidas.

Atividade 5 – Roda de Conversa
*Objetivo:* Comunicar sentimentos e fortalecer os laços de amizade.
*Descrição:* As crianças se sentam em roda e falam sobre um momento em que sentiram uma emoção forte.
*Instruções para o Professor:* Criar um ambiente acolhedor para que todos se sintam confortáveis em compartilhar.
*Materiais:* Um objeto (como um brinquedo) para passar entre as crianças que estão falando.
*Adaptação:* Incentivar a participação de crianças mais tímidas fazendo perguntas diretas ou pequenas provocações.

Discussão em Grupo:

Promover um momento para que os alunos possam discutir as principais aprendizagens da aula, perguntando como se sentiram com as atividades realizadas e o que aprenderam sobre as emoções dos colegas. Essa conversa permitirá que as crianças sintam que suas opiniões são valorizadas e que podem contribuir para o grupo.

Perguntas:

1. Como você se sentiu quando viu o cartão com a carinha triste?
2. O que você faria se um colega estivesse triste e não quisesse brincar?
3. Qual foi sua parte favorita da atividade de hoje?

Avaliação:

A avaliação será baseada na observação da participação e interação das crianças durante as atividades. O professor deve anotar as respostas e comportamentos que venham a demonstrar empatia, respeito e comunicação. Além disso, dicas e feedbacks devem ser fornecidos, enfatizando a importância de cada ação.

Encerramento:

Finalizar a aula agradecendo a participação de todos e destacando a importância de respeitar os sentimentos dos outros. Convidar as crianças a levarem para casa o que aprenderam, podendo ser uma atividade simples, como desenhar suas emoções e compartilhar com a família.

Dicas:

Utilizar uma linguagem acessível e visual, já que as crianças pequenas se beneficiam de abordagens mais diretas e lúdicas. Incentivar a inclusão de todos, valorizando as diferenças e as conquistas individuais. Crie um ambiente harmonioso e acolhedor, onde as crianças sintam-se seguras para se expressar.

Texto sobre o tema:

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição caracterizada por dificuldades em interações sociais, comunicação e comportamento. No entanto, é importante ressaltar que cada criança no espectro apresenta uma variedade de habilidades e desafios, e a compreensão dessas diferenças é essencial para a promoção de um ambiente inclusivo e respeitador. Ao trabalhar com crianças com TEA, especialmente as que apresentam grau leve, como no caso de suporte 1, é vital implementar estratégias que ajudem na comunicação e na interação social, respeitando sempre suas individualidades.

Os educadores desempenham um papel crucial neste processo, sendo responsáveis por criar ambientes que favoreçam o aprendizado e a inclusão. Atividades que fomentam a empatia e a resolução de conflitos são fundamentais para desenvolver habilidades sociais que ajudarão as crianças a navegar suas interações com confiança. Para isso, o uso de atividades lúdicas, como jogos, contação de histórias e atividades artísticas, pode ser extremamente eficaz, tornando o aprendizado mais prazeroso e acessível.

Com a implementação de práticas que promovem o respeito mútuo e a compreensão das emoções, as crianças com TEA podem se sentir mais valorizadas e compreendidas. Além disso, é importante que as interações com colegas e adultos sejam pautadas por orientações que privilegiem o diálogo e a escuta ativa, reforçando o papel do educador como mediador e facilitador desse processo. Para que a inclusão ocorra de maneira efetiva, uma abordagem interativa e empática no ambiente escolar é imprescindível, resultando em relações sociais mais saudáveis e construtivas.

Desdobramentos do plano:

Este plano de aula pode servir como um alicerce para outras atividades e discussões futuras. Por exemplo, após trabalhar com as emoções, os educadores podem introduzir discussões sobre a amizade, confiabilidade e a importância do trabalho em equipe, ampliando assim as habilidades sociais das crianças. Ao destacar os diferentes sentimentos e situações que impactam a convivência em grupo, cada interação pode se tornar uma oportunidade de aprendizado sobre a diversidade emocional.

Além disso, o trabalho contínuo sobre a empatia e comunicação pode ser complementado com atividades de arte, onde as crianças poderão expressar suas experiências de forma criativa. Workshops de dança ou teatro também podem ser integrados, permitindo que os alunos explorem seus sentimentos e emoções por meio do movimento e da expressão, sempre respeitando seus limites e individualidades.

Por último, a realização de encontros regulares de pais e educadores é uma ótima maneira de manter a comunidade escolar informada e envolvida no processo de inclusão. Essas reuniões podem ser oportunidades para discutir estratégias que ajudem as crianças a se relacionarem melhor e para compartilhar sucessos e desafios, promovendo um ambiente colaborativo e respeitoso.

Orientações finais sobre o plano:

Ao aplicar este plano de forma eficaz, os educadores devem se manter abertos para adaptações conforme necessário, considerando sempre as necessidades individuais de cada criança. A flexibilidade no ensino é essencial, ajudando a criar um ambiente de aprendizado seguro e acolhedor. Além disso, o feedback constante e o acompanhamento do progresso das crianças são fundamentais para garantir que elas se sintam apoiadas e encorajadas a se desenvolverem.

A importância de estabelecer relações de confiança entre educadores, crianças e famílias não pode ser subestimada. A comunicação clara e respeitosa é vital para o sucesso da inclusão. Ensinar as crianças a respeitarem as diferenças dos outros ao mesmo tempo em que se sentem valorizadas em sua individualidade é uma das maiores conquistas que podem surgir desse trabalho. Com paciência, perseverança e comprometimento, é possível fazer a diferença significativa na vida das crianças com TEA.

O desenvolvimento de habilidades sociais e emocionais não apenas enriquece a vida das crianças, mas também potencializa a colaboração e a harmonia nas interações diárias. Implementar este plano de aula representa um passo importante no processo de inclusão e respeito, levando em consideração o rico universo emocional de cada um de nossos pequenos educandos.

5 Sugestões lúdicas sobre este tema:

Sugestão 1 – O Jogo das Emoções
*Objetivo:* Ensinar as crianças sobre as emoções de forma lúdica.
*Descrição:* Criar um jogo de memória com cartões de cartas onde uma mostra uma emoção e a outra a descrição.
*Materiais:* Cartões diversos.
*Passo a passo:* As crianças devem emparelhar as cartas e explicar o que cada emoção significa e quando a sentem, promovendo a empatia e a comunicação.

Sugestão 2 – Histórias em Grupo
*Objetivo:* Estimular a expressão oral e a escuta.
*Descrição:* Dividir as crianças em pequenos grupos e cada grupo cria uma história sobre amizade e como resolver conflitos.
*Materiais:* Lápis, papel e fantoches.
*Passo a passo:* Cada grupo apresenta suas histórias, promovendo a interação e a escuta ativa entre os colegas.

Sugestão 3 – Pintura Coletiva
*Objetivo:* Trabalhar a cooperação e empatia.
*Descrição:* Criar uma tela gigante onde cada criança pode desenhar o que sente.
*Materiais:* Tinta, pincel e um grande papel craft.
*Passo a passo:* As crianças trabalham juntas para expressar suas emoções em uma única obra, refletindo sobre o que aprenderam.

Sugestão 4 – A Dança das Emoções
*Objetivo:* Explorar movimentos e expressões.
*Descrição:* Durante a atividade musical, as crianças devem dançar de acordo com a emoção que a música transmite (feliz, triste, calmo).
*Materiais:* Músicas variadas.
*Passo a passo:* Após a dança, reflexões sobre como cada emoção foi expressa no corpo e na dança.

Sugestão 5 – Criação de um Mural de Emoções
*Objetivo:* Visualizar e discutir as emoções.
*Descrição:* Criar um mural na sala de aula onde as crianças poderão colar desenhos ou fotos que representam suas emoções.
*Materiais:* Cartolina, recortes de revistas, tesoura e cola.
*Passo a passo:* As crianças explicam suas colagens, reforçando a comunicação e a empatia no grupo.

Dessa forma, essas atividades lúdicas oferecem múltiplas estratégias para abordar o tema da empatia e da comunicação com crianças pequenas, alinhadas ao respeito mútuo nas relações sociais.

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