Plano de Aula: plano de ensino adaptado para autista leve (Ensino Fundamental 1) – 1º Ano

A educação inclusiva é um aspecto fundamental do ensino contemporâneo, especialmente para alunos com necessidades especiais, como aqueles que apresentam transtornos do espectro autista leve. Este plano de ensino adaptado busca proporcionar um ambiente de aprendizado acessível e significativo, abordando as necessidades específicas desses alunos na disciplina de matemática. O enfoque será em estratégias de ensino diversificadas que respeitam o ritmo individual de cada aluno, considerando as particularidades do seu desenvolvimento social, emocional e cognitivo.

Neste contexto, a adaptação da aula não se limita apenas a incluir recursos visuais ou sensoriais, mas envolve uma compreensão profunda das habilidades e necessidades de cada aluno, permitindo que estes se sintam valorizados e respeitados em sua singularidade. A proposta desse plano é fomentar a aprendizagem de forma colaborativa e interativa, promovendo a construção do conhecimento através de práticas pedagógicas que incluem jogos, manipulação de materiais e atividades práticas.

Tema: Plano de ensino adaptado para alunos com autismo leve
Duração: 2 bimestres
Etapa: Ensino Fundamental 1
Sub-etapa: 1º Ano
Faixa Etária: 7 anos

Objetivo Geral:

Planejamentos de Aula BNCC Infantil e Fundamental

Promover a inclusão e o aprendizado significativo de alunos com autismo leve nas atividades de matemática, utilizando abordagens diversificadas e adaptadas para atender às suas necessidades específicas, de acordo com as diretrizes da BNCC.

Objetivos Específicos:

– Facilitar o reconhecimento de números e quantidades em situações cotidianas.
– Estimular a contagem e a comparação de quantidades utilizando diferentes estratégias e recursos.
– Promover o entendimento de operações básicas de adição e subtração através de materiais manipulativos e jogos.
– Fomentar a socialização e a troca de experiências entre os alunos por meio de atividades em grupo.

Habilidades BNCC:

– (EF01MA01) Utilizar números naturais como indicador de quantidade ou de ordem em diferentes situações cotidianas.
– (EF01MA02) Contar de maneira exata utilizando diferentes estratégias como o pareamento e outros agrupamentos.
– (EF01MA04) Contar a quantidade de objetos de coleções até 100 unidades e apresentar o resultado.
– (EF01MA08) Resolver e elaborar problemas de adição e subtração com o suporte de imagens e materiais manipuláveis.

Materiais Necessários:

– Materiais manipulativos (como blocos de construção, números em papel cartão, contas e pranchas de contagem).
– Jogos educativos que envolvam números e operações matemáticas.
– Fotos ou cartões ilustrativos de objetos para contar.
– Calendários e tabelas visuais para acompanhamento de atividades.
– Recursos tecnológicos (computadores ou tablets, caso haja disponibilidade) para utilização de aplicativos educativos.

Situações Problema:

– Quantos blocos nós temos no total se temos 5 blocos azuis e 3 blocos vermelhos?
– Em uma cesta há 10 maçãs e 4 peras. Quantas frutas há no total?
– Se a turma ganha 3 novos brinquedos e já tinha 7, quantos brinquedos teremos agora?

Contextualização:

A matemática é uma disciplina essencial que se relaciona com o cotidiano dos alunos. Através de situações práticas, como contar objetos disponíveis na sala de aula ou em casa, os alunos poderão ver a aplicabilidade dos conceitos matemáticos em suas vidas. O aprendizado se torna mais significativo quando os alunos podem relacionar o que aprendem com sua realidade.

Desenvolvimento:

As aulas serão divididas em momentos de exploração, prática e reflexão. Cada encontro será planejado para incluir atividades que favoreçam a atenção e engajamento dos alunos. O professor irá interagir constantemente, adaptando as estratégias em tempo real conforme as reações e progressos dos alunos.

Atividades sugeridas:

Atividade 1: Contagem com Materiais Manipulativos
Objetivo: Estimular a contagem de forma lúdica.
Descrição: Os alunos serão divididos em grupos e cada grupo receberá um conjunto de blocos coloridos. O professor pedirá que cada grupo conte quantos blocos eles têm e compare com outros grupos, utilizando expressões como “mais”, “menos” e “igual”.
Instruções Práticas:
1. Distribuir um conjunto de blocos para cada grupo.
2. Pedir que os alunos contem os blocos.
3. Acompanhar a contagem e fazer perguntas que estimulem a comparação entre os grupos.
Materiais: Blocos de construção coloridos.
Adaptação: Para alunos que têm dificuldades motoras, utilizar blocos maiores ou adaptáveis.

Atividade 2: Jogo da Memória com Números
Objetivo: Auxiliar na fixação de números e quantidades.
Descrição: Criar um jogo da memória onde cada número em um cartão deve ter correspondente em um cartão com a quantidade de objetos (ex: número 3 e cartão com 3 bolinhas).
Instruções Práticas:
1. Preparar pares de cartões com números e quantidades.
2. Em grupos, os alunos devem virando dois cartões por vez, buscando formar os pares.
3. Quando formarem um par, devem explicar o que entenderam sobre a contagem.
Materiais: Cartões com números e objetos desenhados.
Adaptação: Permitir o uso de ajudantes para alunos que necessitam de suporte adicional.

Atividade 3: Desenhando Números
Objetivo: Promover o reconhecimento visual de números.
Descrição: Os alunos usarão tintas ou lápis de cor para desenhar e colorir números, associando a cada número uma quantidade de objetos.
Instruções Práticas:
1. Dar a cada aluno uma folha de papel com números tracados.
2. Solicitar que cada aluno desenhe a quantidade correspondente de objetos ao lado de cada número.
3. Exibir os trabalhos finalizados e incentivar que compartilhem suas obras com os colegas.
Materiais: Papel, tintas, lápis de cor.
Adaptação: Para alunos com dificuldades motoras, usar materiais que possam facilitar o desenho.

Discussão em Grupo:
Os alunos devem discutir em grupos pequenos as estratégias que utilizaram nas atividades, identificando o que foi mais fácil e o que poderia ser melhorado.

Perguntas:

– Como você contar se temos um grande grupo de objetos?
– O que você achou mais divertido: contar com os blocos ou jogar o jogo da memória?
– Você poderia nos contar quantas coisas você tem em casa?

Avaliação:

A avaliação será contínua e observará o envolvimento dos alunos nas atividades, sua habilidade em trabalhar em grupo, e a compreensão dos conceitos matemáticos abordados. O professor deve usar feedbacks construtivos, promovendo a autoconfiança do aluno.

Encerramento:

Na última aula de cada bimestre, será promovida uma roda de conversa onde os alunos compartilharão suas experiências e aprendizados. A interação entre eles é fundamental para fortalecer os laços sociais, além de reforçar os conhecimentos adquiridos.

Dicas:

– Ser flexível com o cronograma, conforme a necessidade do grupo.
– Estimular a participação ativa e a comunicação entre os alunos.
– Utilizar recursos visuais e materiais manipulativos para facilitar a compreensão.

Texto sobre o tema:

A inclusão escolar é um pilar importante para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. A proposta de um plano de ensino adaptado visa atender a diversidade que encontramos em sala de aula, principalmente quando se trata de alunos com autismo leve. Estes alunos podem apresentar um conjunto único de habilidades e desafios, por isso, é fundamental que o planejamento pedagógico considere essas variáveis.

A matemática, por ser uma disciplina estruturada e lógica, pode ser abordada de maneira que os alunos vejam seu valor e aplicação no cotidiano. Estratégias que envolvem a manipulação de objetos, contagem prática e jogos são altamente eficazes para o aprendizado significativo. Elas ajudam não apenas a desenvolver habilidades cognitivas mas também a promover interações sociais e emocionais entre os alunos.

Além disso, o papel do educador é crucial nesse processo. Um professor sensível às diferenças e que investe em uma prática pedagógica inclusiva contribui para uma experiência de aprendizagem mais rica e respeitosa. Com o apoio adequado e as adaptações necessárias, todos os alunos têm o direito de aprender e progredir juntos, formando uma comunidade escolar mais coesa e tolerante.

Desdobramentos do plano:

O plano de ensino elaborado é apenas o início de um trabalho contínuo de inclusão e aprendizagem. À medida que os alunos avançam, é essencial que novas atividades e estratégias sejam implementadas para manter o interesse e o entusiasmo pelas matemáticas. Realmente, a inclusão não se resume a acomodar, mas sim a proporcionar aos alunos oportunidades de se destacarem e superarem desafios.

É importante considerar feedback constante tanto dos alunos quanto dos pais ou responsáveis, pois eles trazem informações valiosas sobre o progresso e a adaptação das atividades. Dessa forma, a troca de informações torna-se um recurso indispensável para que as práticas pedagógicas evoluam e se tornem cada vez mais eficientes.

O olhar atento às necessidades individuais de cada aluno permitirá que o professor não apenas crie um ambiente seguro e acolhedor, mas também redimensione suas abordagens pedagógicas, maximizando as experiências de aprendizado. O objetivo final é não apenas ensinar matemática, mas construir um verdadeiro espaço de colaboração e crescimento.

Orientações finais sobre o plano:

Este Plano de Ensino Adaptado para alunos com autismo leve deve servir como um guia inicial. Com o tempo, a prática permitirá que o professor refine sua abordagem, identifique estratégias mais eficazes e ajuste suas práticas às necessidades emergentes da turma. Um aspecto chave do sucesso deste plano será a criação de um clima de respeito e empatia, onde todos os alunos possam expressar suas ideias e sentimentos sobre a aprendizagem.

A colaboração com outros profissionais, como psicólogos e terapeutas ocupacionais, pode enriquecer ainda mais as estratégias de ensino. Tais parcerias trazem uma compreensão mais profunda das necessidades dos alunos e possibilitam uma resposta mais adequada às suas individualidades.

Por fim, o desenvolvimento de um planejamento pedagógico inclusivo requer um esforço contínuo, uma disposição para adaptar métodos e a valorização das diferenças, transformando a sala de aula em um verdadeiro espaço de aprendizado mútuo, onde cada aluno é visto como um sujeito ativo e fundamental para o processo educativo.

5 Sugestões lúdicas sobre este tema:

1. Atividade do Mercado:
Objetivo: Trabalhar com dinheiro e contagem.
Descrição: Criar um “mercadinho” na sala de aula onde os alunos podem comprar e vender produtos fictícios utilizando “dinheiro de mentira”. Os alunos irão praticar a contagem de valores em situações de compra e venda.
Materiais: Dinheiro de papel, etiquetas com preços, objetos para simular produtos.
Adaptação: Para alunos que têm dificuldades com a contagem, incluir cartões com números visíveis para que possam identificar facilmente.

2. Jogo dos Formatos:
Objetivo: Aprender sobre as formas geométricas.
Descrição: Os alunos devem recortar, colar e montar figuras geométricas com papéis coloridos.
Materiais: Papéis coloridos, tesouras, cola.
Adaptação: Auxiliar alunos que têm dificuldades motoras na função de recortar e colar.

3. Caminhada Matemática:
Objetivo: Reconhecer números na natureza e no cotidiano.
Descrição: Realizar caminhadas ao ar livre, onde os alunos devem encontrar e registrar números observados (placas, casas, contagens de folhas).
Materiais: Cadernos, lápis.
Adaptação: Para alunos que têm dificuldades em acompanhar o grupo, permitir que desenhem ou registrem em suas mesas.

4. Contagem Musical:
Objetivo: Trabalhar a contagem de forma rítmica.
Descrição: Os alunos irão contar em voz alta seguindo uma música conhecida. A cada batida da música, deverão levantar um número de dedos correspondente ao que a música fala (ex: “3 batidas”).
Materiais: Música, espaço para movimentação.
Adaptação: Alunos poderão utilizar cartões com números para melhor visualização.

5. Labirinto de Números:
Objetivo: Aprender a sequência numérica.
Descrição: Criar um labirinto no papel onde os alunos devem seguir um caminho correto de números, respeitando a ordem crescente ou decrescente.
Materiais: Papéis, canetas.
Adaptação: Alunos com dificuldade podem contar a cor e desenhar apenas a sequência numérica, sem a pressão do labirinto.

Com essas propostas, o aprendizado se torna vibrante e dinâmico, atingindo não apenas objetivos de ensinar matemática, mas também de construir conexões sociais importantes entre todos os alunos, reforçando a aceitação e o respeito às diversidades.

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