Plano de Aula: Plano de aula do EJA grupo rural (Ensino Fundamental 1) – 1º Ano
A criação de um plano de aula para o EJA (Educação de Jovens e Adultos) em um grupo rural é uma oportunidade riquíssima para integrar conhecimentos práticos com a vivência dos alunos, que muitas vezes envolvem atividades cotidianas que utilizam cálculos e medições em suas rotinas. A abordagem de temas matemáticos deve ser contextualizada para que os alunos consigam visualizar sua aplicação real, transformando a matemática em uma ferramenta útil e necessária em suas vidas.
O objetivo deste plano é promover o entendimento dos alunos sobre a relevância da matemática no cotidiano, além de estimular o raciocínio lógico através de operações matemáticas simples. O uso de tabelas e figuras será essencial para facilitar a compreensão dos conceitos, criando conexões diretas com a vida no campo, onde muitos cálculos são realizados quantificando produtos, medições e até mesmo na gestão do tempo.
Tema: Matemática no Cotidiano do Campo
Duração: 15 horas
Etapa: Ensino Fundamental 1
Sub-etapa: 1º Ano
Faixa Etária: 4 a 5 anos
Objetivo Geral:
O objetivo geral é que os alunos compreendam e selecionem problemas cotidianos que envolvam operações matemáticas simples, reconhecendo a importância da matemática na vida diária, especialmente em um contexto rural.
Objetivos Específicos:
– Entender a aplicação de cálculos simples em situações do cotidiano.
– Estimular a relação entre números, quantidades e operações básicas.
– Trabalhar em grupo para resolver problemas e compartilhar conhecimentos.
Habilidades BNCC:
– (EF01MA01) Utilizar números naturais como indicador de quantidade ou de ordem em diferentes situações cotidianas.
– (EF01MA06) Construir fatos básicos da adição e utilizá-los em procedimentos de cálculo para resolver problemas.
– (EF01MA08) Resolver e elaborar problemas de adição e de subtração com o suporte de imagens e ou material manipulável.
Materiais Necessários:
– Lápis e borracha.
– Cadernos de atividades.
– Material manipulável (contagens de objetos do cotidiano, como garrafas, frutas e utensílios).
– Tabelas e gráficos impressos.
– Cartolina e canetinhas.
Situações Problema:
Os alunos terão que resolver problemas do dia a dia que envolvem contagens, adições e subtrações, como:
– Quantas garrafas de água precisam ser levadas para o piquenique, se cada aluno leva duas?
– Se na colheita foram recolhidas 15 maças e 5 foram consumidas, quantas sobraram?
Contextualização:
A realidade dos alunos do grupo rural proporciona a criação de situações problemáticas que refletem suas vivências. É essencial trazer questões que falem diretamente ao seu cotidiano, como a colheita de alimentos, o manejo de animais e o uso e armazenamento de recursos. As atividades devem promover uma conexão direta entre a teoria matemática e as práticas habituais na vida no campo.
Desenvolvimento:
As aulas serão divididas ao longo da semana onde diferentes tópicos de matemática do cotidiano serão abordados. O desenvolvimento seguirão estas etapas:
1. Aulas Introdutórias (2 horas)
– Apresentar situações da vida real que envolvam medidas e quantidades.
– Discussão em grupo sobre a importância desses conceitos no dia a dia.
2. Trabalho Prático (10 horas)
– Dividir os alunos em grupos e propor atividades práticas, como contar objetos e fazer adições e subtrações utilizando produtos da feira ou da roça.
– Estimular a construção de tabelas que ajudem a organizar as informações coletadas.
3. Apresentação e Reflexão (3 horas)
– Cada grupo apresentará suas descobertas e como resolveram suas atividades.
– Debater sobre as dificuldades encontradas e como superá-las, criando um ambiente de aprendizagem colaborativa.
Atividades sugeridas:
1. Contando e Classificando:
Objetivo: Contar e classificar objetos do cotidiano.
Descrição: Os alunos devem trazer diferentes objetos (frutas, verduras, etc.), contar e registrar as quantidades em suas tabelas.
Sugestão de materiais: Objetos do cotidiano, papel e caneta.
Adaptação: Para alunos que têm dificuldades motoras, podem trabalhar em duplas para contagem.
2. Problemas do Campo:
Objetivo: Resolver problemas simples envolvendo adição e subtração.
Descrição: Apresentar problemas em que os alunos precisam calcular a quantidade de produtos.
Sugestão de materiais: Figuras ilustrativas e dúvida visual.
Adaptação: Usar objetos concretos para ajudar na visualização do problema.
3. Tabela do Dia:
Objetivo: Criar uma tabela semanal com as atividades realizadas.
Descrição: Os alunos devem listar e contar as atividades que realizaram.
Sugestão de materiais: Cartolina e canetinhas.
Adaptação: Estimular o uso de desenhos na tabela para os alunos que não conseguem escrever.
4. Jogo de Mercado:
Objetivo: Simular compras em um mercado.
Descrição: Criar um “mercado” onde alunos poderiam comprar e vender usando fichas como dinheiro.
Sugestão de materiais: Fichas que representem valores.
Adaptação: Os alunos podem trabalhar em duplas, um vendendo e outro comprando, facilitando a atividade.
5. Estatísticas do Campo:
Objetivo: Ler e interpretar dados em tabelas e gráficos.
Descrição: Criar uma tabela com a quantidade de diferentes produtos colhidos durante uma semana.
Sugestão de materiais: Papel, canetas e gráficos impressos.
Adaptação: Fornecer gráficos já prontos para alunos com dificuldades visuais.
Discussão em Grupo:
Após as atividades, é importante realizar discussões em grupo, onde os alunos podem compartilhar suas experiências em relação ao que aprenderam. O professor pode mediar as conversas, fazendo perguntas como:
– Como a matemática pode ajudar no dia a dia?
– O que aprendemos que utilizaremos no cotidiano?
Perguntas:
1. Quantas maças restam depois que 5 foram comidas se você tinha 20?
2. Se cada aluno leva 2 garrafas de água para o piquenique e temos 10 alunos, quantas garrafas foram levadas?
3. O que significa “mais” e “menos” na sua vida diária?
Avaliação:
A avaliação será contínua, observando a participação dos alunos nas atividades em grupo, sua capacidade de resolver problemas e a forma como compartilham suas descobertas com os colegas.
Encerramento:
No final da semana, será promovida uma roda de conversa onde cada grupo poderá apresentar suas aprendizados e experiências. Essa atividade permitirá uma reflexão conjunta sobre a importância da matemática em suas vidas e aportará um fortalecimento da união e percepção de grupo.
Dicas:
– Procure sempre relacionar os exercícios com o cotidiano dos alunos para facilitar a compreensão.
– Use diferentes métodos de ensino, como jogos e atividades em grupo, para estimular o engajamento e a participação.
– Esteja aberto às sugestões dos alunos, respeitando seu ritmo e suas dificuldades.
Texto sobre o tema:
A matemática é frequentemente vista como uma ciência distante da realidade cotidiana, especialmente nas zonas rurais, onde a prática e as necessidades diárias são frequentemente mais palpáveis e urgentes. No entanto, compreender e aplicar os conceitos matemáticos é essencial para a gestão eficiente da vida no campo. O raciocínio matemático deve ser desenvolvido a partir de situações reais que os alunos vivenciam, transformando-a em uma ferramenta indispensável na administração de recursos e na realização de atividades diárias. No campo, as medidas de áreas, o cálculo de produção, a contagem de animais e a avaliação de बजार e vendas são só algumas das práticas que fazem da matemática um aliado poderoso.
Além disso, o aprendizado deve ser contextualizado, para que os alunos reconheçam que a matemática não se limita apenas ao que está escrito em um livro, mas é, na verdade, uma influência constante em suas vidas. Por meio da execução de atividades práticas e lúdicas, a compreensão da matemática pode ser facilitada, tornando-se mais acessível e aplicável ao cotidiano de cada um. O uso de tabelas, gráficos e diversas formas de registros também traz um aspecto visual ao aprendizado, enriquecendo a experiência e permitindo que todo o processo de ensino e aprendizado seja mais dinâmico e agradável.
Um aspecto fundamental do ensino da matemática em grupos rurais é a ênfase na colaboração e na troca de experiências. Ao trabalhar em grupo, os alunos têm a oportunidade de compartilhar suas vivências e descobertas, aprendendo uns com os outros. Essa troca é que possibilita um verdadeiro aprendizado significante, onde a trajetória de cada aluno se completa com a participação do outro. Essa abordagem é não apenas benéfica para o aprendizado de matemática, mas também fundamental para a construção de uma comunidade forte e unida, onde todos se ajudam e crescem juntos.
Desdobramentos do plano:
A Matemática é uma ciência viva e pulsante que faz parte do nosso cotidiano, especialmente na vida rural, onde cada número, cada operação possui um significado profundo nas atividades diárias. Ao levar essa consciência para a sala de aula, é possível promover um aprendizado que vai além das paredes da escola. Esse plano de aula propõe atividades que buscam envolver os alunos em situações reais de sua vida, onde eles precisam aplicar o conhecimento matemático para resolver problemas cotidianos.
Os desafios enfrentados pelos alunos no campo são muitas vezes relacionados à produção agrícola, à gestão dos recursos naturais e ao convívio social. Ao ensinar matemática de forma contextualizada, como apresentado neste plano, os alunos não só aprendem de forma prática, mas também começam a entender a importância de fazer cálculos e a necessidade de desenvolver habilidades que vão melhorar a sua qualidade de vida na comunidade. Além disso, é fundamental que os alunos consigam ver o valor da matemática como uma ferramenta essencial para a dinamização de seu trabalho diário, promovendo autoconfiança e esperança no futuro.
Outro desdobramento importante é a valorização do conhecimento da cultura local. Ao trazer exemplos e atividades que dialogam com a realidade do campo, aproveitamos a experiência de vida de cada aluno para enriquecer o aprendizado em grupo. Dessa forma, estamos promovendo não só a inclusão no processo de ensino, mas também a valorização da cultura e da tradição rural. Os alunos compreenderão que seus conhecimentos são preciosos e que a matemática pode ser um grande aliado em suas práticas diárias.
Orientações finais sobre o plano:
O ensino da matemática em grupos rurais não deve ser visto como um mero cumprimento de currículo, mas sim como uma oportunidade de integrar aprendizado e prática. É essencial que o professor esteja sempre atento às dificuldades e particularidades de cada aluno, adaptando as atividades propostas conforme necessário. O uso de recursos visuais e práticos pode facilitar a compreensão e manter o engajamento, tornando as aulas mais dinâmicas e interessantes.
Além disso, a promoção da troca de experiências entre os alunos é um aspecto fundamental para o enriquecimento do aprendizado coletivo. É importante criação de um ambiente acolhedor e respeitoso, onde todos possam se sentir à vontade para compartilhar seus conhecimentos e vivências. Essa interação não só beneficia o aprendizado matemático, mas também fortalece a coesão do grupo, incentivando um sentimento pertencente à comunidade.
Por fim, o plano deve ser sempre revisitável, permitindo adaptações conforme necessário. O importante é que o alicerce do aprendizado matemático se estabeleça não apenas em números e operações, mas em experiências concretas que façam sentido para os alunos, promovendo, assim, um aprendizado significativo e duradouro.
5 Sugestões lúdicas sobre este tema:
1. Caça ao Tesouro Matemático:
Objetivo: Desenvolver habilidades de contagem e adição.
Descrição: Organizar uma atividade ao ar livre onde alunos devem encontrar objetos específicos e contar quantos são, registrando as quantidades em um caderno.
Materiais: Listas de objetos a serem encontrados.
2. Construindo um Mercadinho:
Objetivo: Praticar compras e vendas.
Descrição: Criar um mercadinho na sala de aula e permitir que os alunos “comprem” e “vendam” utilizando fichas como dinheiro. Isso envolve a prática de adições e subtrações.
Materiais: Fichas e objetos do cotidiano.
3. O Mapa da Roça:
Objetivo: Reconhecer a localização de objetos usando direções.
Descrição: Criar um mapa simples da escola ou da comunidade e pedir aos alunos que identifiquem onde estão localizados determinados itens, usando termos como “direita” e “esquerda”.
Materiais: Papel, canetas e mapas.
4. Bingo de Números:
Objetivo: Fixar o aprendizado de quantidades e números.
Descrição: Criar cartelas de bingo que contenham números e, enquanto o professor chama as quantidades, os alunos devem reconhecer e marcar em suas cartelas.
Materiais: Cartelas e fichas números.
5. Histórias e Números:
Objetivo: Integrar a matemática com a linguagem.
Descrição: Os alunos devem contar histórias que envolvam números, como a quantidade de frutas que mencionam no relato.
Materiais: Cadernos e canetas para anotações e ilustrações.
Esse plano de aula é um primeiro passo significativo para garantir um aprendizado substancial e relevante para os alunos, especialmente em grupos rurais onde a matemática se insere diretamente no cotidiano. A contextualização, a interdisciplinaridade e a valorização da cultura local são pontos cruciais que devem ser sempre abordados em cada atividade proposta.