Plano de Aula: O trabalho do historiador (Ensino Fundamental 2) – 6º Ano

Este plano de aula foi elaborado com o intuito de apresentar e aprofundar o conhecimento sobre o trabalho do historiador. A abordagem inclui a importância da narrativa histórica e a subjetividade inerente na produção do saber histórico. Aqui, destaca-se o papel do historiador na interpretação dos eventos, enfatizando que a história não é um relato neutro, mas sim uma construção que terá influências de diferentes perspectivas. Essa reflexão é crucial para que os alunos do 6º ano possam desenvolver uma visão crítica sobre a história que estudam e a maneira como ela é apresentada.

Na aula de 50 minutos, os alunos explorarão diferentes fontes históricas e compreenderão a importância da análise crítica na produção do conhecimento. Também será abordada a necessidade de refletir sobre as narrativas que dominam a historiografia e como essas narrativas moldam nossa compreensão do passado. Essa aula está alinhada com os princípios de uma educação inclusiva e reflexiva, promovendo a construção de pensamento crítico e argumentativo nos estudantes.

Tema: O trabalho do historiador
Duração: 50 minutos
Etapa: Ensino Fundamental 2
Sub-etapa: 6º Ano
Faixa Etária: 11 a 12 anos

Objetivo Geral:

Planejamentos de Aula BNCC Infantil e Fundamental

Desenvolver a compreensão dos alunos sobre o papel do historiador, a construção do conhecimento histórico e a importância da análise crítica das fontes.

Objetivos Específicos:

1. Identificar e discutir o conceito de história e a função do historiador.
2. Analisar diferentes tipos de fontes históricas e suas características.
3. Compreender que a história é uma construção interpretativa e que existem diferentes narrativas a partir de diferentes perspectivas.
4. Promover o desenvolvimento de habilidades de argumentação e de análise crítica.

Habilidades BNCC:

– (EF06HI02) Identificar a gênese da produção do saber histórico e analisar o significado das fontes que originaram determinadas formas de registro em sociedades e épocas distintas.
– (EF06HI01) Identificar diferentes formas de compreensão da noção de tempo e de periodização dos processos históricos (continuidades e rupturas).

Materiais Necessários:

1. Quadro e giz ou marcador
2. Projetor ou computador para exibir vídeos ou slides
3. Exemplos de fontes históricas: textos, fotos, documentos, vídeos
4. Fichas com perguntas para debate
5. Material de escrita (canetas, papel, cadernos)

Situações Problema:

Para conduzir a discussão, o professor pode iniciar com a seguinte questão: “Como sabemos o que aconteceu no passado?” Essa pergunta funcionará para provocar a reflexão dos alunos sobre a validade das fontes históricas e o papel do historiador.

Contextualização:

A história não é apenas o relato dos fatos passados, mas uma interpretação destes, onde as vozes e as experiências de diferentes grupos sociais podem se encontrar e se contrastar. O trabalho do historiador é essencial para conectarmos o presente com o passado, ajudando-nos a entender as complexidades das sociedades humanas e suas evoluções.

Desenvolvimento:

1. Introdução (10 minutos):
O professor inicia a aula apresentando a pergunta geradora: “O que é a história?” Em seguida, promove uma breve discussão, permitindo que os alunos expressem suas ideias.

2. Exposição (15 minutos):
O professor explica o papel do historiador. Este concluirá que a história é construída por meio de fontes que precisam ser analisadas criticamente. O professor pode utilizar um slide ou vídeo que exemplifique a história de maneira interativa.

3. Atividade em Grupo (15 minutos):
Os alunos, organizados em pequenos grupos, receberão diferentes fontes históricas. Cada grupo deverá analisar a fonte e responder a perguntas como: “Qual o contexto desta fonte? Quais as possíveis interpretações que podem ser feitas a partir dela?” Em seguida, cada grupo apresentará suas reflexões para a turma.

4. Discussão em Classe (10 minutos):
Após as apresentações dos grupos, o professor deve promover uma discussão crítica, incentivando os alunos a questionarem e relacionarem as diferentes fontes apresentadas e as narrativas que cresceram a partir delas.

Atividades sugeridas:

Atividade 1: Análise de Fontes (20 minutos):
Objetivo: Desenvolver habilidades de análise crítica.
Descrição: Os alunos em grupos receberão diferentes fontes (fotos, cartas, vídeos) e deverão identificar a origem, o contexto e possíveis lacunas nas informações fornecidas.
Instruções práticas: Os grupos apresentarão suas análises, destacando as ambiguidades que encontraram.
Materiais: Fontes impressas ou digitais para análise.

Atividade 2: Debate sobre Narrativas Históricas (30 minutos):
Objetivo: Promover a argumentação.
Descrição: Conduzir um debate em sala sobre como diferentes grupos sociais contam a mesma história. Por exemplo: “Como diferentes narrativas podem influenciar a forma como vemos eventos históricos?”
Instruções práticas: Dividir a turma em dois grupos e permitir que discutam e argumentem a favor de diferentes versões da mesma história.
Materiais: Papel e caneto para anotações.

Discussão em Grupo:

Gerar uma discussão em que todos os alunos possam compartilhar suas opiniões e reflexões sobre a história que foi discutida. Incentivar a participação e o respeito aos argumentos dos colegas.

Perguntas:

1. Por que é importante considerar diferentes fontes históricas?
2. Como as narrativas podem ser moldadas pela perspectiva do historiador?
3. Você acredita que toda história é uma interpretação e pode haver mais de uma versão dela? Por quê?

Avaliação:

A avaliação será feita de forma contínua, considerando a participação dos alunos nas atividades em grupo e nas discussões, bem como a clareza e a lógica de suas análises e argumentos.

Encerramento:

Finalizar a aula reiterando a importância do trabalho do historiador na compreensão dos processos sociais, e que a história é vital para entendermos nosso lugar no presente.

Dicas:

1. Incentivar o uso de tecnologias, como vídeos e infográficos, para enriquecer as apresentações.
2. Criar um ambiente acolhedor que estimule a troca de ideias.
3. Estar aberto a diferentes interpretações e pontos de vista.

Texto sobre o tema:

O trabalho do historiador é um campo fascinante que abrange não apenas a busca de fatos sobre o passado, mas, principalmente, a interpretação e a análise crítica desses dados. A história, como um campo do conhecimento, nos ensina que a narrativa histórica não é objetiva, mas sim influenciada por diversas perspectivas e contextos sociais. Quando um historiador estuda um evento, ele não está simplesmente coletando informações; ele está situando esse evento dentro de um contexto mais amplo, entendendo as relações de poder, os valores sociais e as experiências humanas que moldaram a época em questão.

Neste sentido, o papel do historiador é extremamente relevante para a compreensão da forma como a sociedade se estrutura em torno da memória e da narrativa. Ao examinar documentos, artefatos e outros tipos de fontes, o historiador deve questionar a autenticidade e a parcialidade de cada um deles, se perguntando: “A quem beneficia ou prejudica esta representação do passado?”. Esse questionamento crítico não apenas auxiliará os historiadores a construir um entendimento mais aprofundado, mas também servirá para educar as gerações futuras a se tornarem leitores mais críticos das suas próprias histórias.

Ademais, a história está presente em todos os aspectos de nossa vida cotidiana; a forma como lembramos, celebramos e narramos eventos está repleta de interpretações. É por isso que o trabalho do historiador nunca está completo; novas descobertas e enfoques alteram constantemente a maneira como percebemos o passado. Para uma sociedade que deseja ser mais justa e inclusiva, é essencial que as vozes que tradicionalmente foram silenciadas sejam ouvidas e que suas histórias façam parte do nosso entendimento coletivo, refletindo uma gama mais ampla de experiências e memórias.

Desdobramentos do plano:

O plano de aula proposto pode ser expandido para vários desdobramentos. Primeiramente, os alunos podem se aprofundar na análise de fontes históricas específicas, como diários de viajantes ou documentos oficiais, para desenvolver um projeto maior que cubra um período ou evento histórico que os intereste. Essa atividade pode ocorrer em grupos onde cada um apresentará suas descobertas para a turma, refrescando o entendimento coletivo e ampliando as narrativas.

Outra possibilidade é envolver a comunidade estudantil, promovendo um projeto que colete histórias orais de familiares ou membros da comunidade, incluindo narrativas que possam não ter sido retratadas em livros didáticos. Essa iniciativa valorizaria a diversidade cultural e social da comunidade, ressaltando o papel dos historiadores em documentar memórias esquecidas ou marginalizadas.

Por fim, outra sugestão é a criação de um jornal escolar em que os alunos desempenharão o papel de historiadores, criando relatos dos acontecimentos atuais por meio de uma lente crítica, reconhecendo a importância de suas perspectivas como estudantes e futuros cidadãos ativos. Isso proporcionaria apropriação do conhecimento histórico e do entendimento da história como um processo ativo.

Orientações finais sobre o plano:

É imprescindível que o professor esteja preparado para guiar as discussões, sendo flexível e aberto as diferentes interpretações que possam surgir. Criar um ambiente de respeito e segurança para que todos os alunos possam manifestar suas opiniões e questionamentos é fundamental para o sucesso da aula.

Além disso, a diversidade das vozes deve ser um ponto central ao abordar a história, incentivando os alunos a reconhecerem que suas próprias histórias e narrativas são valiosas. Essa abordagem pode não apenas enriquecer o aprendizado, mas também trabalhar na construção de uma identidade e compreensão histórica mais ampla.

Por último, integrar tecnologia e mídias contemporâneas pode trazer mais dinamismo e interesse para as aulas de história. Utilizar vídeos, infográficos, podcasts e outros formatos pode captar a atenção dos alunos e estimular uma aprendizagem mais engajada e significativa, permitindo diversas formas de acesso à informação e interpretação histórica.

5 Sugestões lúdicas sobre este tema:

1. Cronologia Criativa: Os alunos criarão uma linha do tempo de eventos históricos significativos, utilizando diferentes formas de arte (desenhos, recortes, colagens) para representar visualmente as informações. O objetivo é que eles discutam entre si e reflitam sobre a importância de cada evento na história, e como eles se interrelacionam.

2. Teatro Historiográfico: Alunos se dividem em grupos e escolhem um evento histórico para representar como uma peça de teatro. O objetivo será recriar a atmosfera da época apresentando as várias perspectivas e interpretar os protagonistas e antagonistas da situação. Isso desenvolverá habilidades de pesquisa e argumentação.

3. Museu Virtual: Utilize plataformas digital e convide os alunos a criar exposições virtuais de tipos de fontes históricas (ex: objetos do cotidiano, fotos, diários) e as razões pelas quais são importantes. Os alunos devem pesquisar background das suas fontes e serem capazes de contextualizá-las em uma apresentação para seus colegas.

4. Busca do Tesouro Histórico: Organize uma caça ao tesouro onde cada pista é uma pergunta relacionada à história ou a um conceito que o grupo já discutiu. Isso reforçará o conteúdo abordado de maneira dinâmica, instigando a curiosidade dos alunos e a importância da pesquisa.

5. Criação de Documentário: Os alunos deverão produzir um a pequena seções de documentário sobre um evento histórico. O objetivo é que desenvolvam suas habilidades de análise crítica ao escolher quais informações incluir e qual a narrativa que desejam contar, destacando a importância do papel do historiador na interpretação dos eventos.

Este plano de aula busca engajar os alunos ao longo de uma discussão crítica sobre o papel do historiador e a importância de entender a história como um campo interpretativo e multifacetado. Almeja-se que, ao final da aula, os alunos não apenas adquiram conhecimento, mas também desenvolvam uma apreciação pela complexidade da narrativa histórica.

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