Plano de Aula: Músicas e brincadeiras (Educação Infantil) – Criancas bem pequenas
A proposta desta aula é proporcionar uma interação rica entre crianças bem pequenas, incluindo a experiência de acolhimento e comunicação com um aluno surdo. Através de músicas e brincadeiras, as crianças terão a oportunidade de explorar diferentes formas de comunicação, além de desenvolver habilidades sociais e de expressão corporal. O objetivo principal é promover a inclusão e o aprendizado mútuo, permitindo que todas as crianças se sintam parte do grupo, respeitando e valorizando as diferenças.
Neste sentido, as atividades foram cuidadosamente planejadas para criar um ambiente divertido e acolhedor. As brincadeiras visam estimular a percepção auditiva, a coordenação motora e também a interação social, fundamentais para o desenvolvimento das crianças nesta faixa etária. Além disso, a utilização de músicas e gestos facilitará a comunicação com a criança surda, promovendo uma experiência riquíssima de convivência e aprendizado entre os alunos.
Tema: Músicas e brincadeiras
Duração: 50 minutos
Etapa: Educação Infantil
Sub-etapa: Crianças Bem Pequenas
Faixa Etária: 3 a 4 anos
Objetivo Geral:
Promover a interação entre as crianças, incluindo a comunicação com um aluno surdo, através de músicas e brincadeiras, estimulando a inclusão, o afeto e a cooperação.
Objetivos Específicos:
– Incentivar a comunicação entre as crianças, respeitando suas diferenças.
– Desenvolver a coordenação motora e o ritmo através de atividades musicais.
– Promover o cuidado e a solidariedade nas interações sociais.
– Estimular o reconhecimento das diversidades no contexto do grupo.
Habilidades BNCC:
CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “O EU, O OUTRO E O NÓS”
(EI02EO01) Demonstrar atitudes de cuidado e solidariedade na interação com crianças e adultos.
(EI02EO04) Comunicar-se com os colegas e os adultos, buscando compreendê-los e fazendo-se compreender.
(EI02EO05) Perceber que as pessoas têm características físicas diferentes, respeitando essas diferenças.
CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS”
(EI02CG01) Apropriar-se de gestos e movimentos de sua cultura no cuidado de si e nos jogos e brincadeiras.
(EI02CG03) Explorar formas de deslocamento no espaço (pular, saltar, dançar), combinando movimentos e seguindo orientações.
CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “TRAÇOS, SONS, CORES E FORMAS”
(EI02TS01) Criar sons com materiais, objetos e instrumentos musicais, para acompanhar diversos ritmos de música.
(EI02TS03) Utilizar diferentes fontes sonoras disponíveis no ambiente em brincadeiras cantadas, canções, músicas e melodias.
Materiais Necessários:
– Instrumentos musicais simples (como pandeiros e chocalhos).
– Áudios de músicas infantis (preferencialmente com ritmos variados).
– Materiais para brincadeiras ao ar livre (bolas, cordas, etc).
– Cartazes com gestos e signos simples (para facilitar a comunicação com a criança surda).
Situações Problema:
– Como fazer com que todas as crianças, incluindo a criança surda, participem do jogo?
– Quais gestos e signos podem ser utilizados para que a comunicação seja clara e afetiva?
– Como incentivar a empatia e a *solidariedade* durante as brincadeiras?
Contextualização:
A interação entre crianças de diferentes capacidades é essencial para o desenvolvimento de uma sociedade mais inclusiva. Por meio de músicas e brincadeiras, as crianças têm a oportunidade de aprender não apenas sobre si mesmas, mas também sobre as diferenças dos outros. Isto promoverá um ambiente de aceitação, respeito e valorização das diversidades.
Desenvolvimento:
1. Abertura da Aula (10 minutos):
– Recepcionar as crianças com uma *música animada*.
– Introduzir a proposta da aula, explicando que será um dia de brincar e *aprender* com músicas, gestos e a presença de todos, incluindo a criança surda.
2. Atividade Principal (30 minutos):
– Brincadeira do “A dança dos Gestos”:
1. As crianças serão convidadas a dançar ao som de uma música.
2. O professor irá ensinar gestos simples que podem ser usados durante a dança.
3. É importante que a criança surda seja auxiliada a participar, utilizando os mesmos gestos e incentivando a imitação pelos demais.
– Brincadeira do “Círculo Musical”:
1. As crianças se sentam em um círculo.
2. Uma criança passa um instrumento musical para a outra, criando uma roda de sons.
3. O professor pode sugerir a repetição de ritmos e sons, promovendo a *atenção* e a *escuta* ativa.
3. Encerramento (10 minutos):
– Reunir as crianças novamente para compartilhar suas experiências e sentimentos durante as brincadeiras.
– Falar sobre a importância de respeitar as diferenças e como todos contribuíram para o aprendizado coletivo.
Atividades sugeridas:
1. Explorando Sons
– Objetivo: Criar sons com materiais e instrumentos.
– Descrição: Utilizar objetos do cotidiano (panelas, garrafas com arroz) para criar ritmos.
– Instruções: As crianças devem explorar os sons e repetir um ritmo sugerido.
– Materiais: Objetos sonoros variados.
– Adaptação: Para crianças que necessitam de mais suporte, sugerir a participação através da impressão visual dos sons em movimentação.
2. Teatro de Som e Gestos
– Objetivo: Usar gestos para contar uma história musical.
– Descrição: Escolher uma música conhecida e criar uma história com gestos que as crianças acompanharão.
– Instruções: O professor ensina os gestos e a música será tocada repetidamente.
– Materiais: Letra da música e cartazes com os gestos.
– Adaptação: As crianças podem criar seus próprios gestos, incentivando a criatividade.
3. Brincadeira do Espelho
– Objetivo: Refletir os movimentos uns dos outros.
– Descrição: Um aluno faz um movimento, e o outro deve imitar como se fosse um espelho.
– Instruções: Pode ser feito em duplas.
– Materiais: Nenhum.
– Adaptação: Adaptar os movimentos com base nas capacidades motoras de cada criança.
Discussão em Grupo:
Estimular uma conversa depois das atividades, onde cada criança deve compartilhar o que mais gostou nas músicas e nas brincadeiras, e como se sentiu ao conhecer a criança surda. Este momento é essencial para promover a empatia e o respeito pelas diferenças.
Perguntas:
– O que você mais gostou de fazer?
– Como você acha que a música ajuda a se comunicar?
– Quais gestos você aprendeu hoje?
Avaliação:
A avaliação deve ser contínua e observacional. O professor deve observar a participação das crianças nas atividades, a interação entre elas e a disposição em acolher e incluir a criança surda nas brincadeiras. O foco é a relação e a dinâmica do grupo, mais do que resultados de aprendizagem específicos.
Encerramento:
Para finalizar, é importante que a aula seja encerrada com uma música que represente união e inclusão. Estimular a conscientização sobre a importância de respeitar e valorizar as diferenças foi um objetivo primordial, e colocando em prática essas interações, as crianças desenvolverão uma maior fala sobre a inclusão na convivência diária.
Dicas:
– Use músicas com ritmo marcante, pois isso ajuda na aprendizagem e na memorização.
– Crie um ambiente acolhedor, onde todos se sintam à vontade para se mover e se expressar.
– Utilize belas imagens e cartazes sobre inclusão que possam enriquecer o diálogo e a sensibilização dos alunos.
Texto sobre o tema:
Música e brincadeiras são dois componentes essenciais na educação infantil, sobretudo na faixa etária de 3 a 4 anos. A música, além de ser um recurso divertido, é uma ferramenta poderosa para o desenvolvimento social e emocional das crianças. Ao trazer a música para sala de aula, as crianças têm a oportunidade de explorar diferentes ritmos, melodias e formas de expressão. Isso não só estimula o desenvolvimento auditivo, mas também a criatividade, a memória e a socialização. Além disso, a inclusão de crianças surdas neste contexto de aprendizagem potencializa a importância da empatia e do respeito às diferenças. A comunicação não-verbal, como os gestos, tornam-se uma ponte para que essas interações sejam efetivas e significativas.
As brincadeiras, por sua vez, promovem a interação social de forma lúdica e prazerosa. Elas permitem que as crianças aprendam sobre o mundo que as cerca, desenvolvendo habilidades motoras, cognitivas e sociais. Quando associados, música e brincadeira criam um espaço propício para a inclusão, onde a *diversidade* é respeitada e celebrada. Especialmente em um ambiente com crianças de diferentes capacidades, como a inclusão da criança surda, as atividades passam a ser um exercício de criatividade, respeito e solidariedade. Essa experiência contribui não apenas para o desenvolvimento individual de cada criança, mas também para a construção de um coletivo mais *coeso* e *acolhedor*.
Dessa forma, ao promover um ambiente que comunica e frota as *diversidades*, as educadoras conseguem trabalhar habilidades fundamentais que transcendem a sala de aula, tornando a experiência mais enriquecedora e especial para todos os alunos. O papel do educador é crucial nesse processo, pois sua orientação e disposição em acolher e respeitar as individualidades dos alunos cria as bases para que as crianças aprendam a *conversar* e *compartilhar*.
Desdobramentos do plano:
O plano de aula proposto pode envolver desdobramentos significativos para as *interações sociais* e o desenvolvimento emocional da turma. A inclusão de uma criança surda nas atividades desafia as crianças a repensarem suas formas de comunicação. Ao tentar comunicar-se através de gestos e expressões, as crianças podem desenvolver habilidades linguísticas que vão além do verbal, explorando a linguagem de sinais e se desenvolvendo assim no âmbito da empatia e da solidariedade. Essas experiências são fundamentais para que todas as crianças aprendam a respeitar as diferenças, promovendo uma *cultura de inclusão* desde cedo.
Além disso, o trabalho com músicas e brincadeiras permite que os educadores promovam o desenvolvimento de *habilidades motoras* e a *coordenação*, fundamentais nesta faixa etária. As atividades físicas, acompanhadas de sons e música, ajudam as crianças a explorar seu corpo em movimento, proporcionando experiências multisensoriais ricas e diversificadas. Isso não somente enriquece o desenvolvimento motor, mas também fortalece as capacidades cognitivas e emocionais ao estimular a criatividade e a *autoestima* das crianças. As interações positivas são favorecidas quando os alunos se sentem capazes e respeitados em suas individualidades.
Por fim, as atividades musicais e de brincadeiras são também um meio eficaz de elaborar conceitos matemáticos, como ritmo, contagem e movimentos. As crianças naturalmente se envolvem em aprender sobre quantidades e relações enquanto brincam e dançam. Este plano tem o potencial de se desdobrar em várias outras atividades que, além de integrar o aluno surdo, podem envolver a elaboração de propostas de inclusão e respeito que são discutidas em sala de aula pelas crianças, tornando as experiências não apenas *lúdicas*, mas também educativas e transformadoras.
Orientações finais sobre o plano:
É importante que o professor esteja sempre atento para adaptar as atividades conforme as necessidades do grupo, respeitando o ritmo de cada criança e suas particularidades. O educador deve estar preparado para ajustar a proposta, caso as crianças demonstrem interesse por outras brincadeiras ou formas de interação. A flexibilidade nas atividades garante um aprendizado mais significativo, permitindo que as experiências vividas se tornem mais ricas e envolventes.
O uso de recursos e materiais variados pode potencializar as interações, proporcionando oportunidades para que todos experimentem e participem ativamente. É fundamental que o professor faça alinhamentos constantes com a equipe pedagógica para que o desenvolvimento do aluno surdo esteja sempre em evidência e que novas estratégias sejam aplicadas ao longo das aulas subsequentes.
Por último, após a experiência prática, o educador deve refletir sobre o desenvolvimento das atividades e o aprendizado adquirido pelas crianças. Essa reflexão deve ser registrada em um relato que considere as interações, os desafios enfrentados e as soluções encontradas, criando um ambiente onde a *aperfeiçoamento* constante seja valorizado, para que as práticas inclusivas sejam sempre aprimoradas. A frase que deve guiar a atuação é: “Aprender juntos é construir juntos”, enfatizando o valor do coletivo na educação.
5 Sugestões lúdicas sobre este tema:
1. Dança Silenciosa
– Objetivo: Encorajar a interação sem palavras.
– Descrição: Uma coreografia onde, de repente, a música para e as crianças devem congelar nas posições que estavam. O aluno surdo poderá ser incentivado a perceber os movimentos e a se expressar também.
– Materiais: Música animada.
– Como Conduzir: Explicar a atividade e realizá-la várias vezes.
2. Construindo o Som
– Objetivo: Criar um instrumento musical.
– Descrição: Usar garrafas pet com água em diferentes níveis, criando sons ao soprar.
– Materiais: Garrafas vazias, água e um espaço aberto para brincar.
– Como Conduzir: As crianças devem se revezar para criar melódicas melodias e aprender a tocar em grupo.
3. Caça ao Som
– Objetivo: Identificar diferentes sons no ambiente.
– Descrição: Levar as crianças para fora e pedir que fechem os olhos. O professor fará sons usando objetos diferentes, e as crianças devem adivinhar o que é.
– Materiais: Objetos diversos que fazem som.
– Como Conduzir: Explicar a atividade e deixá-los explorar os sons, podendo perguntas ao final.
4. Teatro de Fantoches
– Objetivo: Criar e contar uma história através de fantoches.
– Descrição: As crianças devem utilizar fantoches para criar uma história com gestos e músicas.
– Materiais: Fantoches e uma pequena caixa ou espaço para a apresentação.