“Plano de Aula Inclusivo: Introduzindo o Autismo para Bebês”
O plano de aula que apresentaremos a seguir foi elaborado para bebês com idades entre 0 e 1 ano e 6 meses, visando introduzir o tema do autismo de uma forma acessível e sensível ao desenvolvimento infantil. A proposta é garantir que esses pequenos aprendam sobre a diversidade das emoções e das maneiras de interagir, sempre respeitando suas individualidades e promovendo um ambiente acolhedor e seguro.
É fundamental que os educadores compreendam a importância de abordar temas como o autismo, mesmo em idades tão iniciais, proporcionando experiências que visem ao reconhecimento das emoções, ao respeito e à inclusão. A intenção é que as atividades propostas não apenas introduzam a temática, mas também promovam o desenvolvimento social e emocional das crianças, respeitando as particularidades de cada uma.
Tema: Autismo
Duração: 20 minutos
Etapa: Educação Infantil
Sub-etapa: Bebês
Faixa Etária: 0 a 1 ano e 6 meses
Objetivo Geral:
Promover o entendimento e a aceitação da diversidade emocional e comportamental nos bebês, estabelecendo um ambiente de respeito e acolhimento às diferentes formas de interação.
Objetivos Específicos:
1. Proporcionar momentos de interação que estimulem a comunicação não-verbal, utilizando gestos e sons.
2. Incentivar a exploração do corpo e seus movimentos como forma de expressão emocional.
3. Facilitar a socialização entre as crianças, promovendo o respeito e a aceitação das diferenças.
Habilidades BNCC:
CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “O EU, O OUTRO E O NÓS”
(EI01EO01) Perceber que suas ações têm efeitos nas outras crianças e nos adultos.
(EI01EO04) Comunicar necessidades, desejos e emoções, utilizando gestos, balbucios, palavras.
CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS”
(EI01CG01) Movimentar as partes do corpo para exprimir corporalmente emoções, necessidades e desejos.
(EI01CG03) Imitar gestos e movimentos de outras crianças, adultos e animais.
CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “TRAÇOS, SONS, CORES E FORMAS”
(EI01TS01) Explorar sons produzidos com o próprio corpo e com objetos do ambiente.
(EI01TS03) Explorar diferentes fontes sonoras e materiais para acompanhar brincadeiras cantadas, canções, músicas e melodias.
CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “ESCUTA, FALA, PENSAMENTO E IMAGINAÇÃO”
(EI01EF06) Comunicar-se com outras pessoas usando movimentos, gestos, balbucios, fala e outras formas de expressão.
Materiais Necessários:
– Brinquedos sensoriais (texturas, sons), como chocalhos e objetos macios.
– Um tapete macio ou espaço acolhedor para atividades.
– Livros ilustrados com imagens que representam emoções (feliz, triste, medo, etc.)
– Instrumentos musicais simples (pandeiro, chocalho).
– Músicas infantis que abordem diferentes emoções.
Situações Problema:
1. Como demonstrar alegria em uma brincadeira em grupo?
2. O que podemos fazer para mostrar que estamos tristes?
3. Como interagir com um amigo que está diferente?
Contextualização:
Nos primeiros anos de vida, as crianças começam a desenvolver seu entendimento sobre o mundo e sobre as emoções. A temática do autismo pode ser introduzida de maneira simplificada, enfatizando a diversidade nas formas de ser e se expressar. As experiências propostas visam estimular a empatia e a comunicação, preparando as crianças para interagir com a diversidade.
Desenvolvimento:
As atividades serão divididas em três momentos principais, respeitando as etapas de exploração e interação dos bebês.
1. Exploração Sensorial (7 minutos):
– Organizar um espaço seguro e acolhedor onde as crianças possam explorar brinquedos sensoriais e os instrumentos musicais.
– As educadoras devem demonstrar como usar os objetos, estimulando a imitação e o engajamento das crianças.
2. Rodinha do Corpo (6 minutos):
– Reunir as crianças em um círculo e incentivar a imitação de movimentos e expressões faciais. Exemplos de expressões que podem ser usadas: sorrir, franzir a testa, mostrar as mãos abertas, entre outras.
– A educadora pode usar espelhos pequenos para ajudar os bebês a verem suas próprias expressões.
3. Hora da Música e do Movimento (7 minutos):
– Cantar músicas que envolvam movimentos (como a dança do “Cabeça, Ombro, Joelho e Pé”) e convidar as crianças a gesticular e dançar.
– Aproveitar para falar sobre o que cada movimento representa, como expressões de felicidade ao dançar.
Atividades sugeridas:
1. Exploração Sonora:
– Objetivo: Estimular a percepção auditiva e a comunicação.
– Descrição: Colocar diferentes objetos que, ao serem manipulados, produzam sons. Incentivar os bebês a tocarem e explorarem os objetos, imitando os sons e movimentos.
– Materiais: Chocalhos, instrumentos sonoros variados.
– Adaptação: Para bebês com dificuldades motoras, oferecer objetos que possam ser acionados com um toque leve.
2. Brincadeiras de Mímica:
– Objetivo: Promover a imitação e a expressão corporal.
– Descrição: Usar cartões com expressões faciais e desafios de movimentos, como “sorria” ou “faça uma dança”.
– Materiais: Cartões ilustrados ou imagens de emoções.
– Adaptação: Para crianças que não conseguem se mover, incentive a movimentação das mãos ou expressões faciais.
3. Criando Histórias:
– Objetivo: Fomentar a escuta e a interação.
– Descrição: Ler um livro ilustrado sobre emoções, incentivando os bebês a apontarem as imagens e nomearem as emoções.
– Materiais: Livros ilustrados sobre emoções.
– Adaptação: Para crianças que não conseguem verbalizar, incentivar a comunicação através de balbucios ou gestos.
4. Estímulo ao Toque:
– Objetivo: Aumentar a consciência corporal e o reconhecimento de texturas.
– Descrição: Criar uma estação de experiências sensoriais com diferentes texturas, como areia, espuma ou tecidos.
– Materiais: Diversos materiais texturizados.
– Adaptação: Instruir os cuidadores para que auxiliem no contato dos bebês com os materiais.
5. Voltando para Casa:
– Objetivo: Reforçar a conexão emocional e o reconhecimento das emoções.
– Descrição: Tocar uma música suave e convidar os bebês a relaxarem, expressando o que sentem.
– Materiais: Música calmas, tapete ou almofadas.
– Adaptação: Para bebês mais sensíveis, usar fones de ouvido para criar um ambiente mais controlado.
Discussão em Grupo:
Conduzir uma breve conversa com os cuidadores e acompanhantes sobre as experiências vividas durante a aula, fazendo perguntas sobre como os bebês reagiram a cada atividade e se houve alguma resposta emocional que se destacasse. Incentivar o compartilhamento de percepções sobre as formas de interação e as emoções observadas.
Perguntas:
1. O que você sentiu quando dançou?
2. Como você sorriu ao ouvir a música?
3. Que textura você mais gostou de tocar?
4. Você viu a emoção de seu amigo? Qual era?
Avaliação:
A avaliação será realizada de forma observacional, levando em consideração a interação dos bebês com as atividades propostas e sua capacidade de expressar emoções através dos movimentos, gestos e sons. Será importante observar a resposta emocional das crianças e a forma como elas se comunicaram durante o processo.
Encerramento:
Finalizar a aula com uma roda de interação, onde os bebês serão acolhidos e incentivados a demonstrar suas emoções, se expressando por meio de gestos e sons. A educadora poderá agradecer a participação de todos e reforçar a importância do respeito às diferentes formas de ser e sentir.
Dicas:
– Utilize tons de voz suaves e calmos para tranquilizar os bebês durante as atividades.
– Esteja atenta às reações das crianças e adapte as atividades em tempo real conforme observado.
– Mantenha sempre um ambiente acolhedor e seguro para que os bebês se sintam à vontade para explorar e se expressar.
Texto sobre o tema:
O autismo é uma condição que afeta a comunicação e o comportamento. Desde a infância, é possível observar que as crianças autistas podem ter uma forma diferente de interagir com o mundo ao seu redor. É importante que pais e educadores estejam cientes de que, mesmo que essas crianças possam apresentar dificuldades em algumas áreas, elas também possuem habilidades únicas que podem ser desenvolvidas. A inclusão deve ser praticada desde cedo, ensinando as crianças a respeitar e valorizar as diferenças.
É essencial que nas atividades cotidianas nas creches e escolas existam momentos dedicados à exploração das emoções. Através de brincadeiras, músicas e interações, as crianças aprendem não apenas a reconhecer suas próprias expressões, mas também a notar como os outros se sentem ao seu redor. Dessa forma, cultivamos um ambiente que valoriza a empatia e a compreensão, essenciais para a formação de cidadãos conscientes.
O desenvolvimento social e emocional é crucial na primeira infância. Ao aprender a comunicação não-verbal, a criança pode expressar suas necessidades e sentimentos, assim como interpretá-los em relação aos colegas e adultos. Atividades que promovem a troca de experiências e as interações são fundamentais para a formação de vínculos afetivos. A abordagem do autismo e das diferenças emocionais deve ser delicada, sempre através do estímulo à aceitação e ao reconhecimento da diversidade.
Desdobramentos do plano:
Ao trabalhar o tema do autismo nas atividades com bebês, estamos contribuindo não apenas para o desenvolvimento emocional das crianças, mas também para a construção de uma sociedade mais inclusiva e respeitosa. As experiências sensoriais e as dinâmicas de interação propostas no plano de aula proporcionam um espaço onde os bebês podem se sentirem seguros para explorar suas emoções, desenvolver habilidades de comunicação e interagir com os outros.
Além disso, ao envolver os pais e cuidadores nas atividades, o plano promove um diálogo enriquecedor sobre a importância da inclusão e da aceitação das diferenças. Essa troca de experiências é fundamental para que as famílias entendam e apoiem o desenvolvimento de seus filhos, fomentando um ambiente familiar que celebre a diversidade e a individualidade.
Por fim, é necessário reconhecer que cada criança tem seu próprio ritmo e estilo de aprendizado. As atividades devem ser oferecidas de maneira flexível, permitindo que os bebês explorem suas emoções e expressões de maneira confortável, criando oportunidades para que se sintam incluídos e respeitados. Esse respeito à individualidade é um passo fundamental na formação de uma sociedade mais empática e apaixonada pelo acolhimento das diferenças.
Orientações finais sobre o plano:
É fundamental que os profissionais da educação infantil estejam sempre atentos às particularidades do desenvolvimento de cada criança. O plano de aula deve servir como um guia, mas também precisa ser adaptável às necessidades e às reações dos bebês durante as atividades. A observação cuidadosa pode revelar como cada criança interage com os colegas, como se comunica e de que forma expressa suas emoções.
A inclusão do tema autismo, mesmo em atividades para bebês, é um passo importante na formação de vínculos e no respeito à diversidade. Esses pequenos aprendem a importância do acolhimento desde cedo, o que pode impactar positivamente sua socialização futura. Além disso, as dinâmicas realizadas em grupo favorecem a construção de laços afetivos e colaborativos entre as crianças, permitindo que elas aprendam a viver em coletividade.
Por fim, vale ressaltar que a formação continuada dos educadores é essencial para que eles possam se sentir seguros e capacitados a abordar temas tão sensíveis como o autismo. Investir em cursos e capacitações acerca da inclusão e das diferentes formas de interação ajudará a criar um ambiente mais acolhedor e respeitoso para todas as crianças, independente de suas particularidades.
5 Sugestões lúdicas sobre este tema:
1. Atividade “O que você sente?”: Use fantoches ou bonecos representando diferentes emoções. Os bebês podem explorar com as mãos ou escutar histórias sobre sentimentos, promovendo a identificação afetiva.
2. Brincadeira com texturas: Crie um painel sensorial com diferentes materiais (furta-cor, liso, áspero) e convide os bebês a tocarem e descreverem as sensações. Eles podem ser incentivados a mostrar suas expressões ao tocar cada material.
3. Roda de emoções: Durante a roda da atividade, a educadora pode exibir cartões com desenhos de rostos que expressam diferentes emoções. Os bebês deverão ser incentivados a imitar as expressões faciais.
4. Canções de acolhimento: Crie uma playlist de músicas que falem sobre amizade e aceitação. O momento pode ser acompanhado de danças simples, promovendo a movimentação corporal e a interação entre os bebês.
5. Histórias contadas: Utilize livros ilustrados sobre a diversidade e as emoções. Após a leitura, convide os bebês a apontar e expressar as emoções vistas nas ilustrações, fortalecendo o reconhecimento emocional e a comunicação.
Esteja sempre atento ao desenvolvimento dos bebês, adaptando as atividades de acordo com suas reações e interesses, garantindo que cada um possa prosperar dentro de um ambiente de aceitação e amor.

