“Plano de Aula: Explorando Tipos de Narrador no 7º Ano”
A seguir, apresento um plano de aula detalhado sobre “Tipos de Narrador” direcionado para alunos do 7º ano do Ensino Fundamental. Este plano foi elaborado com o objetivo de proporcionar uma compreensão aprofundada dos narradores em narrativas literárias, promovendo o desenvolvimento de habilidades de leitura e análise crítica.
Tema: Tipos de Narrador
Duração: 40 minutos
Etapa: Ensino Fundamental 2
Sub-etapa: 7º Ano
Faixa Etária: 12 a 13 anos
Objetivo Geral:
Promover a identificação e compreensão dos diferentes tipos de narrador em textos literários, desenvolvendo a habilidade de análise crítica e interpretação de narrativas.
Objetivos Específicos:
1. Identificar os tipos de narrador: narrador em primeira pessoa, em terceira pessoa e onisciente.
2. Analisar a influência do ponto de vista narrativo na construção da narrativa.
3. Desenvolver habilidades de leitura crítica por meio da interpretação de textos.
4. Produzir um texto narrativo utilizando um tipo de narrador escolhido.
Habilidades BNCC:
– (EF07LP28) Ler, de forma autônoma, e compreender – selecionando procedimentos e estratégias de leitura adequados a diferentes objetivos e levando em conta características dos gêneros e suportes.
– (EF07LP30) Criar narrativas ficcionais, observando os elementos da estrutura narrativa próprios ao gênero pretendido, tais como enredo, personagens, tempo, espaço e narrador.
Materiais Necessários:
– Textos narrativos (contos ou trechos de romances) com diferentes tipos de narradores.
– Quadro e marcadores.
– Folhas em branco para redação.
– Canetas coloridas.
– Projetor (se disponível).
Situações Problema:
– Como o ponto de vista do narrador pode alterar a interpretação da história?
– Quais emoções são transmitidas por um narrador em primeira pessoa em comparação a um narrador em terceira pessoa?
Contextualização:
No mundo da literatura, o tipo de narrador pode influenciar profundamente a maneira como a história é contada e como os leitores a percebem. A compreensão dos diferentes tipos de narrador é essencial para o desenvolvimento de uma leitura crítica e apreciação das narrativas.
Desenvolvimento:
1. Introdução ao Tema (10 minutos)
Iniciar a aula apresentando o conceito de narrador. Perguntar aos alunos: “O que é um narrador e qual a sua função em uma história?”. Explicar que existem diferentes tipos de narradores e que cada um traz uma perspectiva única.
2. Explicação dos Tipos de Narrador (10 minutos)
– Narrador em Primeira Pessoa: O narrador é um personagem da história. Utiliza pronomes como “eu” e “meu”. Exemplo: “Eu fui ao supermercado e vi uma cena inesperada.”
– Narrador em Terceira Pessoa: O narrador é um observador. Pode ser de dois tipos:
– Limitado: Narra a história sob a perspectiva de um personagem. Exemplo: “Ele pensou que era um dia comum.”
– Onisciente: Conhece todos os pensamentos e sentimentos dos personagens. Exemplo: “Ela, mesmo sem saber, estava prestes a mudar tudo.”
Incentivar a participação dos alunos questionando se já leram histórias que utilizam esses tipos de narrador.
3. Leitura Coletiva (10 minutos)
Selecionar um texto curto que exemplifique os diferentes tipos de narradores. Ler em voz alta, parando em momentos-chave para discutir o impacto do narrador na narrativa. Perguntar: “Como você se sentiu ao ler esta parte sob a perspectiva do narrador?”
4. Análise de Textos (10 minutos)
Dividir os alunos em grupos. Cada grupo recebe um texto diferente que exemplifique um tipo de narrador. Os alunos devem discutir como o tipo de narrador influencia a história, registrando suas reflexões. Cada grupo apresenta suas análises para a turma, promovendo um debate sobre as diferenças.
Atividades sugeridas:
Atividade 1: Criação de Texto Narrativo
– Objetivo: Criar uma narrativa em grupo escolhendo um tipo de narrador.
– Descrição: Após a análise dos textos, cada grupo deve escrever uma breve narrativa (uma página) utilizando o tipo de narrador discutido.
– Instruções: Os grupos escolhem um cenário e elaboram a narrativa. O professor deve circular entre os grupos, oferecendo orientações.
– Sugestão de Material: Canetas coloridas para destacar os elementos importantes da narrativa que representam o tipo de narrador.
Atividade 2: Apresentação dos Textos
– Objetivo: Apresentar as narrativas criadas para a turma.
– Descrição: Cada grupo deve apresentar sua narrativa em um pequeno “corpo de narradores” onde eles leem e explicam qual tipo de narrador utilizaram e por que escolheram este.
– Instruções Práticas: Organizar um “festival de narradores” onde um aluno de cada grupo lê a narrativa e os demais podem fazer perguntas.
– Sugestão de Material: Um quadro para expor a narrativa escrita com ilustrações, se desejarem.
Discussão em Grupo:
Promover uma discussão coletiva sobre as narrativas apresentadas. Questões como: “Como foi a experiência de escrever sob diferentes pontos de vista?”, “Qual tipo de narrador acharam mais interessante e por quê?”.
Perguntas:
1. Qual a importância do ponto de vista do narrador na narrativa?
2. Como o tipo de narrador influencia a empatia do leitor?
3. Você consegue identificar narradores em histórias que já leu? Quais?
Avaliação:
A avaliação será feita com base na participação dos alunos nas discussões, na análise dos textos e na criatividade e reflexão demonstradas nas narrativas escritas e apresentadas.
Encerramento:
Reforçar a importância do narrador em uma história e como cada escolha pode afetar a maneira como uma narrativa é percebida. Incentivar os alunos a explorarem diferentes narradores em suas leituras e produções futuras.
Dicas:
– Estimule a curiosidade dos alunos, sugerindo leitura de obras clássicas que apresentam diferentes tipos de narradores.
– Proponha discussões em sala que vinculem a narratividade com outras disciplinas, como história e artes, explorando como a narrativa afeta a interpretação cultural.
Texto sobre o tema:
Na literatura, o narrador serve como a voz que conta a história, e essa voz pode ter diversas tonalidades e perspectivas. Em linhas gerais, a função do narrador é guiar o leitor pela trama, revelando ou ocultando informações, o que tem profundo impacto na compreensão e na apreciação do texto. O narrador em primeira pessoa, por exemplo, traz uma perspectiva íntima e subjetiva, permitindo aos leitores mergulhar nas emoções e pensamentos do protagonista. Nesse formato, a narrativa adquire uma profundidade que, por vezes, a distância de um narrador em terceira pessoa não é capaz de proporcionar.
Por outro lado, os narradores em terceira pessoa podem oferecer uma visão mais abrangente e imparcial da história. Um narrador onisciente, por exemplo, é capaz de percorrer os pensamentos internos de diversos personagens ao mesmo tempo, o que pode enriquecer a narrativa, permitindo ao leitor vivenciar a complexidade das interações humanas. Essa versatilidade dos narradores é fundamental para o engajamento do leitor, e essa escolha narrativa precisa ser intencional e cuidadosamente pensada pelo autor.
A análise dos tipos de narrador não é apenas uma questão de entendimento de texto, mas também uma prática que desenvolve a empatia e a interpretação crítica nos jovens leitores. Ao se depararem com diferentes narradores, os alunos são incentivados a considerar como o ponto de vista molda as experiências dos personagens e, por tabela, as suas próprias experiências enquanto leitores. Portanto, estudar narradores é vital para quem deseja compreender a riqueza da literatura e suas complexidades.
Desdobramentos do plano:
Um plano de aula como este pode ter desdobramentos significativos. Primeiramente, ao explorar os tipos de narrador, os alunos não apenas ganharão uma compreensão mais rica da arte da narrativa, mas também poderão aplicar esse conhecimento em sua própria escrita criativa. Essa aplicação prática não só reforça os conceitos discutidos, mas também encoraja a expressão individual.
Além disso, a análise dos narradores pode ser integrada em projetos interdisciplinares. Por exemplo, ao lermos um romance histórico, os alunos podem relacionar a perspectiva do narrador com o contexto histórico que ele representa. Essa conexão entre literatura e história não só enriquece a compreensão de ambas as disciplinas, mas também promove um aprendizado mais holístico.
Outra possibilidade é a criação de um clube do livro, onde os alunos podem discutir narrativas com diferentes tipos de narrador, intensificando suas habilidades analíticas e interpretativas. Esse clube poderia incluir encontros mensais onde os alunos apresentam resenhas de livros, discutindo as escolhas narrativas que mais os impactaram. Tal prática não só estimula a leitura, mas também fortalece as habilidades de fala em público e argumentação.
Orientações finais sobre o plano:
As orientações finais para a condução deste plano de aula são cruciais para garantir uma abordagem bem-sucedida. É importante que o professor se sinta à vontade para adaptar os textos e as atividades conforme o perfil da turma, ajustando a complexidade dos textos e os tipos de narradores em função das competências dos alunos. Esta flexibilidade é fundamental para atender às diversas habilidades e interesses dos estudantes.
Além disso, incentivar a reflexão e o debate em sala de aula enriquece os aprendizados. Os alunos devem ser instigados a compartilhar suas opiniões e experiências pessoais em relação aos textos lidos, promovendo um ambiente colaborativo de aprendizado. Durante as discussões, o professor pode fazer perguntas abertas que estimulem o pensamento crítico e aprofundem a análise dos narradores.
Por fim, a utilização de múltiplos recursos – como multimídia, leitura dramatizada ou até mesmo filmagens curtas com narradores – pode proporcionar uma rica experiência de aprendizado. Essas abordagens não apenas tornam o assunto mais acessível e divertido, mas também ajudam a esclarecer as nuances da narrativa e o papel fundamental dos narradores na literatura.
5 Sugestões lúdicas sobre este tema:
1. Teatro de sombras: Os alunos podem criar pequenas peças representando um trecho de uma história com um narrador em primeira e terceira pessoa. Este exercício traz a narrativa à vida e ajuda os alunos a compreender como diferentes perspectivas alteram a interpretação de uma cena.
2. Caça ao narrador: Criar um jogo onde os alunos devem identificar o tipo de narrador em diferentes excertos de textos. Com cada acerto, eles ganham pontos, tornando a aprendizagem interativa e divertida.
3. Narrador alternativo: Alunos escolhem uma cena conhecida de um livro ou filme e reescrevem a cena a partir da perspectiva de um narrador diferente. Essa atividade estimula a criatividade e a compreensão dos efeitos de ponto de vista.
4. Mídia digital: Criar podcasts ou vídeos curtos onde os alunos contam histórias a partir de diferentes pontos de vista. Esse uso de tecnologia moderna pode também incentivar a familiaridade com a narrativa em plataformas digitais.
5. Jogo do dado de histórias: Criar dados com diferentes tipos de narradores e situações. Ao jogar, os alunos devem criar uma história utilizando o narrador e a situação que caíram, desenvolvendo a habilidade de improvisação e adaptação narrativa.
Com este plano de aula, as potencialidades do ensino da literatura e da narrativa se tornam infinitas, formando alunos leitores mais críticos e criativos.