“Plano de Aula: Explorando ‘Chapeuzinho Amarelo’ no 5º Ano”
Na proposta de plano de aula, que tem como *tema* o livro “Chapeuzinho Amarelo”, buscamos promover uma experiência rica e lúdica para os alunos do 5º ano do Ensino Fundamental. Este plano de aula é desenvolvido para despertar o interesse dos alunos pela *literatura infantojuvenil*, além de fomentar a criatividade e o ato da leitura compartilhada. Através de atividades práticas e dinâmicas, espera-se que as crianças possam explorar a narrativa de forma crítica e reflexiva, desenvolvendo não apenas a *interpretação textual*, mas também habilidades de *reescrita* e *releitura*.
A proposta inclui a reflexão sobre as diversas versões deste clássico da literatura, proporcionando um contato mais profundo com a obra e seus significados. Os alunos serão encorajados a analisar e a recriar suas próprias narrativas, contribuindo para o desenvolvimento das suas habilidades de escrita e de comunicação oral. Os momentos lúdicos e de interação em grupo são fundamentais para o êxito da aprendizagem, pois promovem a sociabilização e o trabalho em equipe, além de tornar o aprendizado mais prazeroso e significativo.
Tema: Chapeuzinho Amarelo
Duração: 2 dias
Etapa: Ensino Fundamental 1
Sub-etapa: 5º Ano
Faixa Etária: 10 e 11 anos
Objetivo Geral:
Proporcionar aos alunos a oportunidade de explorar e reinterpretar a narrativa de “Chapeuzinho Amarelo”, desenvolvendo habilidades de leitura, interpretação textual e produção escrita, além de promover a socialização e a criatividade.
Objetivos Específicos:
– Estimular a leitura e a interpretação de textos literários.
– Promover a reescrita da história através de uma releitura diferenciada.
– Desenvolver habilidades de argumentação e defesa de pontos de vista.
– Fomentar a criatividade por meio do trabalho em grupo e de ações coletivas.
Habilidades BNCC:
– (EF05LP03) Acentuar corretamente palavras oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas.
– (EF05LP04) Diferenciar, na leitura de textos, vírgula, ponto e vírgula, dois-pontos e reconhecer, na leitura de textos, o efeito de sentido que decorre do uso de reticências, aspas, parênteses.
– (EF05LP09) Ler e compreender, com autonomia, textos instrucionais de regras de jogo, dentre outros gêneros do campo da vida cotidiana.
– (EF05LP26) Utilizar, ao produzir o texto, conhecimentos linguísticos e gramaticais: regras sintáticas de concordância nominal e verbal, convenções de escrita de citações, pontuação (ponto final, dois-pontos, vírgulas em enumerações) e regras ortográficas.
Materiais Necessários:
– Cópias do livro “Chapeuzinho Amarelo” (ou trechos selecionados para leitura).
– Papel para escrita.
– Canetas, lápis e borrachas.
– Recursos multimídia (se disponíveis).
– Materiais de arte (canetinhas, recortes, colas, etc.).
– Espaço aberto ou pátio da escola para atividades externas.
Situações Problema:
– Como a interpretação de um mesmo texto pode gerar diferentes versões e significados?
– De que forma a leitura e a escrita se conectam à criatividade e à expressão pessoal?
– Como as personagens podem ser reinterpretadas através de diferentes olhares e contextos?
Contextualização:
Chapeuzinho Amarelo, escrito por *Monteiro Lobato*, é uma reinterpretação do clássico conto de fadas “Chapeuzinho Vermelho”. Nesta nova versão, a história é narrada de uma maneira divertida, transformando a personagem em uma figura moderna que se defende com inteligência e astúcia. Essa abordagem permite que os alunos reflitam sobre valores como *coragem*, *inteligência* e *feminismo* dentro da narrativa.
Desenvolvimento:
– Dia 1: Iniciaremos com uma roda de leitura, onde cada aluno será convidado a ler trechos do livro em grupo. Após a leitura, promoveremos uma discussão sobre a história e suas diferenças em relação ao conto original. Os alunos deverão apontar quais elementos eles mais gostaram e como poderiam modificar a narrativa.
– Dia 2: Para a segunda parte da atividade, os alunos serão divididos em grupos para realizar uma *releitura* da história. Cada grupo deverá criar uma nova versão do conto, reinventando personagens ou mudando o final. Depois, as histórias serão apresentadas em forma de encenação no pátio da escola, estimulando o uso de expressões corporais e criatividade.
Atividades sugeridas:
1. Roda de Leitura
Objetivo: Ler e compreender partes do texto em grupo.
Descrição Detalhada: Cada aluno selecionará um trecho do livro para ler em voz alta, com a classe ouvindo atentamente. Após cada leitura, o grupo deve discutir o trecho, questionando e compartilhando interpretações.
Materiais: Cópias do livro.
Adaptação: Para alunos com dificuldades de leitura, propõe-se a leitura em parcerias.
2. Debate sobre a Personagem
Objetivo: Refletir sobre as características da Chapeuzinho Amarelo.
Descrição Detalhada: Após a leitura, discutiremos sobre como a personagem Chapeuzinho é diferente da versão tradicional. Os alunos devem argumentar sobre o que fez Chapeuzinho Amarelo ser uma heroína moderna.
Materiais: Quadro para anotações.
Adaptação: Promover a participação de forma escrita para alunos tímidos.
3. Reescrita em Grupo
Objetivo: Criar novas narrativas baseadas no livro.
Descrição Detalhada: Dividir a turma em grupos. Cada grupo criará uma versão reinterpretada de “Chapeuzinho Amarelo”, decidindo novos finais ou características das personagens.
Materiais: Papéis, canetas e material de arte.
Adaptação: Permitir o uso de tecnologia para alunos que se sintam mais confortáveis utilizando recursos digitais.
4. Atuação e Encenações
Objetivo: Representar a nova versão em uma apresentação.
Descrição Detalhada: Cada grupo terá 15 minutos para ensaiar uma encenação de sua história. Eles devem usar props simples e explorar expressões corporais.
Materiais: Materiais de arte para confecção de adereços.
Adaptação: Alunos com dificuldades em se expressar podem participar apenas na produção dos cenários ou trajes.
5. Exposição de Trabalhos
Objetivo: Apresentar e refletir sobre o que foi produzido.
Descrição Detalhada: Realizar uma exposição aberta para outras turmas, onde os alunos poderão apresentar suas reescritas e encenações, explicando o que aprenderam.
Materiais: Montagem de espaço de exposição e recursos visuais (cartazes).
Adaptação: Incluir suportes visuais para alunos com dificuldades de verbalização.
Discussão em Grupo:
– Como a Chapeuzinho Amarelo se diferencia de outras histórias?
– Quais são as lições que podemos aprender com a nova Chapeuzinho?
– Que características de coragem e astúcia você gostaria de ter em situações difíceis?
Perguntas:
– Quais as mudanças você faria na história de Chapeuzinho Amarelo?
– Qual personagem você mais se identifica? Por quê?
– O que você aprendeu sobre a coragem através dessa história?
Avaliação:
A avaliação será contínua, observando a participação durante as leituras, debates, a criatividade nas reescritas e apresentações. Também será considerado a capacidade de trabalhar em grupo e a habilidade de argumentar suas ideias.
Encerramento:
Para concluir, realizaremos um momento de reflexão sobre a importância das narrativas e como elas podem ser reimaginadas. Os alunos poderão compartilhar o que mais gostaram na atividade e como se sentiram em relação ao aprendizado.
Dicas:
– Esteja atento à dinâmica do grupo, assegurando que todos tenham a chance de participar.
– Incorpore o uso de tecnologias digitais para enriquecer a apresentação das histórias.
– Utilize recursos visuais para apoiar a compreensão de alunos que apresentam dificuldades de aprendizado.
Texto sobre o tema:
O conto “Chapeuzinho Amarelo” é uma obra que transcende a mera narrativa infantil. Escrito por Monteiro Lobato, ele propõe uma visão única e contemporânea da história clássica de Chapeuzinho Vermelho. Na obra, somos apresentados a uma personagem que, longe da fragilidade tradicional, emerge como uma figura forte, inteligente e decidida. A autora, ao transformar a força da personagem, nos convida a refletir sobre os valores da autoafirmação e da resistência diante das adversidades. Com versos cheios de rimas e uma linguagem acessível, Lobato apresenta uma narrativa rica e envolvente que atrai não apenas jovens leitores, mas também os adultos que a revisitam com nostalgia.
A leitura deste conto permite uma exploração das diferentes camadas de significado que ele contém. Através de ironias e humor, o autor aborda a convivência entre o mundo real e o imaginário, incitando discussões sobre a identidade feminina, o papel da criança e a construção de heróis que não dependem da ajuda de um “príncipe encantado”. Neste contexto, a história pode ser uma porta de entrada para o debate sobre valores contemporâneos de igualdade e empoderamento, sendo um excelente ponto de partida para que os alunos desenvolvam suas habilidades críticas, sempre ponderando sobre a moral da história e suas aplicações na vida real. Esse tipo de análise não apenas promove uma maior compreensão da linguagem literária, mas também estimula a formação de cidadãos mais conscientes e participativos.
Outro aspecto importante a ser considerado é a maneira como as histórias moldam a forma como percebemos o mundo ao nosso redor. O conto enfatiza a capacidade de reimaginar narrativas e criar novos finais, o que é um convite à criatividade. A criatividade é uma habilidade que deve ser estimulada desde cedo, pois ela se torna um diferencial no mundo em constante mudança. Ao permitir que as crianças remixem e reinterpretam histórias conhecidas, como “Chapeuzinho Amarelo”, estamos incentivando o desenvolvimento de um pensamento crítico, habilidades de comunicação e a confiança na própria voz.
Por fim, ao conectar a literatura às experiências vividas pelos alunos, criamos um espaço onde a aprendizagem se torna significativa. O conto de Lobato é, de fato, um recurso versátil que ultrapassa gerações e continua a ressoar com novos públicos. Dessa forma, ao sensibilizar nossos alunos para a riqueza da literatura, vemos não apenas a educação acontecendo, mas o resgate de tradições, valores e identidades culturais que se renovam a cada leitura.
Desdobramentos do plano:
Uma aula sobre “Chapeuzinho Amarelo” pode envolver desdobramentos que ultrapassam a simples leitura e interpretação. Por exemplo, uma discussão sobre o papel das mulheres na literatura poderia ser introduzida, contextualizando a obra de Monteiro Lobato dentro do cenário da literatura brasileira. Este tema poderia envolver outros livros de autoras contemporâneas que abordem a mesma questão, expandindo o repertório literário dos alunos. Além disso, atividades que buscam articular a literatura com as artes visuais podem ser desenvolvidas, como a produção de ilustrações inspiradas nas interpretações dos alunos. Tal abordagem auxilia na consolidação do conhecimento e na valorização do que cada um tem a oferecer em termos de interpretação.
Outro aspecto relevante é o engajamento com a comunidade escolar. O programa poderia culminar em uma “festa literária”, onde outras turmas e professores são convidados a conhecer as reinterpretações apresentadas pelos alunos. Isso não apenas promove a expressão artística, como também fortalece o sentido de pertencimento e o valor da colaboração. As relações interpessoais são valiosas e devem ser incentivadas; atividades em conjunto propiciam um espaço no qual a união e o aprendizado se tornam ferramentas poderosas para a construção do conhecimento.
Ainda, ao refletir sobre as implicações sociais do conto, os alunos poderiam desenvolver projetos sociais inspirados nas lições extraídas da obra. Por exemplo, promovendo debates sobre assédio e como a personagem defende a si mesma, podemos torná-los mais conscientes em relação a questões de segurança pessoal e solidariedade. Tais desdobramentos permitem que a educação vá além dos muros da escola, formando cidadãos críticos e ativos na luta por um mundo melhor.
Orientações finais sobre o plano:
Ao desenvolver este plano de aula, é fundamental lembrar que cada turma possui uma dinâmica própria. Portanto, o professor deve estar preparado para ajustar as atividades com base nas necessidades e interesses dos alunos. A interação e o engajamento são aspectos cruciais para a aprendizagem efetiva. Por isso, a troca de ideias deve ser incentivada em todas as etapas do processo. Experimentar diferentes metodologias de ensino, incluindo jogos e encenações, pode tornar as aulas mais empolgantes e dinâmicas, especialmente em um tema tão rico como o de “Chapeuzinho Amarelo”.
É aconselhável que o professor inicie as atividades com um questionamento provocativo, estimulando a curiosidade dos alunos desde o princípio. Fiando-se na estratégia de *Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP)*, o educador pode lançar hipóteses que incentivem a investigação e a descoberta, ambientais onde os alunos se tornam o centro do processo educativo. Além disso, deve-se fomentar a abordagem interdisciplinar, permitindo que peças e elementos de outras áreas, como artes, ciências ou matemática, sejam integrados, enriquecendo a formação dos alunos.
Por último, o modo como os alunos apresentam suas reescritas deve ser avaliado não apenas pela sua execução, mas também pelo processo colaborativo que levaram a essa construção. A autoavaliação deve ser incorporada como uma ferramenta de reflexão sobre as suas aprendizagens, o que promove um ciclo de aprimoramento contínuo. Assim, a proposta de servir como mediadores da aprendizagem se torna um desafio que incentiva tanto o professor quanto seus alunos a se empenharem na busca do conhecimento.
5 Sugestões lúdicas sobre este tema:
1. Teatro de Fantoches
Faixa Etária: 10-11 anos
Objetivo: Estimular a criatividade e a expressão coral em uma encenação.
Descrição: Os alunos podem criar fantoches utilizando materiais recicláveis e encenar a história de “Chapeuzinho Amarelo”. Ao final, cada grupo apresenta sua versão.
2. Criação de HQs
Faixa Etária: 10-11 anos
Objetivo: Incentivar a reinterpretação através de quadrinhos.
Descrição: Com a ajuda de papel e canetas coloridas, os alunos criarão uma história em quadrinhos com sua versão da narrativa, desenvolvendo habilidades de escrita e ilustração.
3. Jogo de Tabuleiro Literário
Faixa Etária: 10-11 anos
Objetivo: Aprender sobre a história de forma divertida.
Descrição: Criar um tabuleiro temático onde os alunos devem passar por desafios relacionados à história, voltando a relembrar os principais pontos e características do livro com atividades de perguntas e respostas.
4. Contação de Histórias em Duplas
Faixa Etária: 10-11 anos
Objetivo: Melhorar a fluência e a interpretação oral.
Descrição: Formar duplas onde um aluno contará a história de Chapeuzinho Amarelo enquanto o outro expressará por meio de mímica. No final, os pares trocam os papéis.
5. Workshop de Criação de Livro
Faixa Etária: 10-11 anos
Objetivo: Incentivar a produção literária e a criatividade.
Descrição: Os alunos, em grupos, vão criar um pequeno livro, ilustrando e escrevendo a sua interpretação da história. Ao final, os livros podem ser expostos na biblioteca.
Com este plano de aula, espera-se que os alunos desenvolvam múltiplas competências, desde a ludicidade na leitura, passando pela criatividade na escrita, até à habilidade de trabalhar em coletivo, formando assim um aprendizado significativo e construtivo.


