“Plano de Aula: Explorando ‘Abaporu’ de Tarsila do Amaral”
Este plano de aula é voltado para o 9º ano do Ensino Fundamental 2 e tem como tema a obra “Abaporu”, de Tarsila do Amaral, um dos ícones do modernismo e das artes visuais brasileiras. O objetivo é promover uma compreensão mais profunda dessa obra, sua importância cultural e artística na história do Brasil, e as influências que ela teve no movimento modernista e nas artes contemporâneas.
Tema: Obra “Abaporu”
Duração: 50 minutos
Etapa: Ensino Fundamental 2
Sub-etapa: 9º Ano
Faixa Etária: 14 anos
Objetivo Geral:
Desenvolver nos alunos uma compreensão crítica da obra “Abaporu”, contextualizando-a dentro da trajetória do modernismo brasileiro e discutindo suas implicações artísticas e sociais.
Objetivos Específicos:
– Analisar a obra “Abaporu” e identificar elementos que compõem sua estética.
– Compreender a relevância da obra para o modernismo brasileiro.
– Promover discussões sobre a influência de Tarsila do Amaral e suas contemporâneas nas artes visuais.
– Desenvolver a capacidade dos alunos de argumentar e discutir em grupo sobre temas culturais e artísticos.
Habilidades BNCC:
– (EF69AR01) Pesquisar, apreciar e analisar formas distintas das artes visuais tradicionais e contemporâneas, em obras de artistas brasileiros e estrangeiros.
– (EF69AR02) Pesquisar e analisar diferentes estilos visuais, contextualizando-os no tempo e no espaço.
– (EF09LP03) Produzir artigos de opinião, tendo em vista o contexto de produção dado, assumindo posição diante de tema polêmico.
Materiais Necessários:
– Reprodução da obra “Abaporu” de Tarsila do Amaral em formato digital ou impresso.
– Materiais para escrita (papel, canetas, lápis).
– Equipamento para exibição (retroprojetor, computador e projetor).
– Quadro branco e marcadores.
– Textos e artigos sobre Tarsila do Amaral e o modernismo brasileiro.
Situações Problema:
– O que torna “Abaporu” uma obra representativa do modernismo brasileiro?
– Quais emoções e provocações a obra suscita em você?
– Como a obra se relaciona com a identidade cultural brasileira?
Contextualização:
A obra “Abaporu”, pintada em 1928, inspirou o movimento modernista brasileiro e Tarsila do Amaral se tornou uma das figuras centrais dessa revolução artística. O nome “Abaporu” se traduz como “homem que come”, numa referência à cultura indígena. A pintura retrata um personagem distorcido, refletindo a busca por uma estética que rompesse com as tradições acadêmicas e valorizar o que é brasileiro. Esta obra não só redistribui formas e cores, mas também evoca um diálogo sobre as questões de identidade e a matização cultural no Brasil.
Desenvolvimento:
1. Introdução à Tarsila do Amaral
Iniciar a aula apresentando brevemente a vida e a obra de Tarsila do Amaral, enfocando suas contribuições para o modernismo e seu contexto histórico. Utilizar slides com imagens e pontos de destaque sobre sua biografia.
2. Análise da obra “Abaporu”
Apresentar a obra “Abaporu”, discutindo seus elementos visuais (cores, formas, composições) e o que eles representam. Fazer perguntas para estimular o pensamento crítico dos alunos, como: “Como a distorção da figura se relaciona com as ideias modernistas?”
3. Discussão em Grupo
Dividir a turma em grupos pequenos e fornecer a cada grupo um texto ou artigo sobre a importância do modernismo no Brasil e a obra de Tarsila. Os alunos devem discutir questões como:
– Qual a impressão que “Abaporu” causa?
– De que maneira Tarsila rompeu com as tradições artísticas da época?
Após a discussão, cada grupo compartilha suas reflexões com a turma.
4. Produção de Texto
Solicitar aos alunos que escrevam um breve artigo de opinião sobre a influência de “Abaporu” no contexto artístico atual. Orientá-los a considerar os elementos discutidos em aula e incentivar o uso de uma estrutura argumentativa.
Atividades sugeridas:
Dia 1: Introdução e Contexto Histórico
– Objetivo: Compreender o contexto histórico e artístico de Tarsila do Amaral e do modernismo.
– Descrição: O professor apresenta a vida de Tarsila, seus contemporâneos e a história do modernismo.
– Materiais: Slides, artefatos visuais da época.
– Adaptação: Para alunos com dificuldades, fornecer material complementar com imagens e textos resumidos.
Dia 2: Análise Visual de “Abaporu”
– Objetivo: Analisar a composição da obra.
– Descrição: Discutir as cores, formas e simbolismos de “Abaporu”. Promover uma atividade de observação e descrição.
– Materiais: Reprodução da obra.
– Adaptação: Incentivar alunos a expressarem suas impressões através de doodles ou rascunhos.
Dia 3: Discussão em Grupos
– Objetivo: Fomentar a troca de ideias e desenvolver habilidades críticas.
– Descrição: Dividir alunos em grupos e discutir a obra e sua relevância.
– Materiais: Textos variados sobre a obra.
– Adaptação: Proporcionar assistentes nas discussões para alunos tímidos ou com dificuldades de socialização.
Dia 4: Produção de Artigo
– Objetivo: Escrever um artigo de opinião.
– Descrição: Alunos produzem textos individuais sobre a influência de Tarsila.
– Materiais: Papel, canetas.
– Adaptação: Oferecer formatos alternativos de apresentação, como vídeos ou podcasts.
Dia 5: Exposição e Compartilhamento
– Objetivo: Apresentar e compartilhar os artigos escritos.
– Descrição: Os alunos compartilham suas obras, abrindo espaço para feedback.
– Materiais: Quadro branco para anotações.
– Adaptação: Permitir que alunos apresentem em pares se se sentirem mais confortáveis.
Discussão em Grupo:
– Como “Abaporu” reflete a identidade cultural brasileira?
– Que emoções a obra provoca e como isso ajudou a moldar o modernismo?
– Quais elementos visuais em “Abaporu” chamam mais a atenção e por quê?
Perguntas:
– O que a obra de Tarsila do Amaral revela sobre a sociedade brasileira da época?
– Como você se sente ao observar “Abaporu”?
– Por que é importante estudar artistas como Tarsila do Amaral?
Avaliação:
A avaliação será contínua, considerando a participação nas discussões, a profundidade da análise da obra e a qualidade do artigo escrito, buscando sempre retroalimentar os alunos com respostas construtivas e sugestivas.
Encerramento:
Finalizar a aula revisitando os pontos principais discutidos e a importância de “Abaporu”. Incentivar os alunos a continuarem explorando a arte e a identidade cultural brasileira.
Dicas:
– Use recursos audiovisuais para tornar as aulas mais dinâmicas.
– Varie as atividades, alternando entre debates, exercícios individuais e em grupo.
– Encoraje a expressão artística dos alunos, permitindo que se sintam à vontade para explorar e interpretar a obra de diferentes maneiras.
Texto sobre o tema:
A pintura “Abaporu” é um marco na história da arte brasileira e representa a essência da busca por uma identidade nacional no início do século XX. Tarsila do Amaral, sua criadora, não apenas criou uma imagem impactante, mas também sugeriu a valorização das raízes brasileiras e a importância da cultura nativa. A obra ilustra um homem com proporções exageradas, o que faz alusão às características de um ideal brasileiro em contraste com a estética europeia predominante da época. Esta distorção é uma afirmação de liberdade, de um novo olhar artístico que desafia convenções e busca pela originalidade.
Além disso, “Abaporu” foi fundamental para a formação do Movimento Antropofágico, que defendia a “digestão” das influências estrangeiras para a criação de uma cultura brasileira autenticamente nacional. Através de uma forma orgânica e vibrante de pintura, Tarsila conseguiu capturar a essência do que significa ser brasileiro, e “Abaporu” se tornou um ícone dessa busca pela identidade.
A influência da obra transcende seu tempo, inspirando gerações de artistas a refletirem sobre sua própria cultura e identidade. Tarsila desafiou os limites da arte e da identidade cultural, propondo uma crítica a uma sociedade que se baseava em paradigmas europeus. Em “Abaporu”, encontramos um convite à reflexão sobre quem somos e como nossas raízes influenciam nossa expressão cultural.
Desdobramentos do plano:
O plano de aula sobre “Abaporu” proporciona várias possibilidades de desdobramentos. Primeiramente, é uma oportunidade para que os alunos pesquisem e explorem outras obras de Tarsila do Amaral e seus contemporâneos. Ao ampliar esse olhar, os alunos poderão entender como diferentes movimentos artísticos, como o surrealismo, também incorporaram elementos da cultura popular e da identidade nacional em suas produções.
Outro desdobramento é a possibilidade de debate e reflexão sobre a evolução da arte contemporânea no Brasil. A partir da discussão da influência de Tarsila e do modernismo, os alunos têm a chance de explorar como a arte brasileira se desenvolveu e se diversificou nas últimas décadas, refletindo as mudanças sociais, políticas e culturais do país. Isso os encoraja a pensar criticamente sobre a produção artística e como ela dialoga com a vivência coletiva.
Por fim, esse plano também pode estimular os alunos a desenvolverem suas próprias criações artísticas inspiradas em “Abaporu”. Essa prática não apenas amplia a compreensão do que estudaram, mas também incentiva a expressão pessoal e a autenticidade, características fundamentais do movimento modernista e da arte contemporânea.
Orientações finais sobre o plano:
A execução deste plano de aula deve sempre considerar o perfil e as especificidades da turma, adaptando as atividades para atender às diferentes necessidades de aprendizagem. A flexibilidade é crucial para garantir que todos os alunos se sintam incluídos e capazes de contribuir para as discussões e atividades propostas.
Além disso, promover a diversidade nas abordagens artísticas é fundamental. Ao estudar Tarsila do Amaral e sua obra “Abaporu”, os educadores devem enfatizar a importância de reconhecer e respeitar a pluralidade das identidades e culturas que compõem o Brasil. A obra de Tarsila provoca reflexões sobre questões de raça, classe e gênero, que podem ser exploradas nas discussões em sala de aula.
Finalmente, é importante que os educadores incentivem os alunos a adotarem uma postura crítica em relação às obras artísticas e ao contexto social em que são produzidas. A capacidade de analisar e discutir a arte, compreendendo suas influências e seus reflexos na sociedade, é uma habilidade vital para o desenvolvimento educacional e pessoal dos alunos.
5 Sugestões lúdicas sobre este tema:
1. Criação de Miniaturas: Propor que os alunos criem miniaturas ou representações em papel machê inspiradas em “Abaporu”.
– Objetivo: Explorar a forma e a essência da obra.
– Materiais: Papel, cola, tintas.
– Duração: Duas aulas.
– Adaptação: Para alunos com limitações motoras, permitir que trabalhem em grupos.
2. Teatro de Sombras: Organizar uma atividade de teatro de sombras, onde os alunos podem recriar a obra representando suas emoções.
– Objetivo: Entender a comunicação não verbal e expressiva.
– Materiais: Cartolina, lanternas.
– Duração: Uma aula.
– Adaptação: Permitir representação em pequenos grupos, para mais suporte.
3. Visita Virtual a Museus: Realizar uma visita virtual a museus que tenham obras de Tarsila e obras do modernismo.
– Objetivo: Expandir o conhecimento artístico.
– Materiais: Acesso à internet e computador.
– Duração: Uma aula.
– Adaptação: Discutir as lições em um formato de grupos menores, estimulando a troca.
4. Mural de Identidade: Criar um mural coletivo que represente a identidade cultural dos alunos, inspirado em “Abaporu”.
– Objetivo: Refletir sobre cultura e identidade.
– Materiais: Cartolinas, tintas, recortes.
– Duração: Três aulas.
– Adaptação: Para alunos que têm dificuldades em expressar-se graficamente, oferecer recortes visuais para colagem.
5. Criação de Poemas visuais: Os alunos podem criar poemas visuais que relacionem seus textos à obra “Abaporu”.
– Objetivo: Integrar a arte com a linguagem.
– Materiais: Papel, canetas e cores.
– Duração: Uma aula.
– Adaptação: Permitir o uso de ferramentas digitais se os alunos preferirem essa abordagem.
Essas sugestões lúdicas envolvem atendimento a diferentes estilos de aprendizagem e promovem a interação com a arte de modo ativo e criativo, garantindo que as discussões e atividades permanecem engajadoras e significativas para todos os alunos.