Plano de Aula “Explorando a Diversidade Cultural e Valorização da Negritude”
A consciência negra é um tema fundamental que deve ser abordado desde a mais tenra idade, pois contribui para a formação de identidades pluralizadas e para o reconhecimento e a valorização da diversidade cultural. Este plano de aula se propõe a trabalhar a negritude de forma lúdica e interativa com crianças de 3 anos, permitindo que cada aluno se reconheça e valorize sua própria identidade e a dos outros. Utilizaremos atividades que estimulem a reflexão sobre a cultura afro-brasileira, promovendo o respeito e a empatia entre as crianças.
Neste contexto, a proposta busca fortalecer a valorização das características do corpo, o respeito pelas diferenças e a compreensão de que existem diferentes maneiras de pensar e agir entre os indivíduos. Além disso, o plano de aula será orientado por habilidades da BNCC que maximizem a aprendizagem para esse público. Desta forma, as atividades estarão alinhadas com o estímulo à expressão de sentimentos e à criação de um ambiente de respeito mútuo.
Tema: Consciência Negra
Duração: 50 minutos
Etapa: Educação Infantil
Sub-etapa: Crianças Pequenas
Faixa Etária: 3 anos
Objetivo Geral:
Proporcionar às crianças a reflexão sobre a diversidade cultural e a valorização da negritude, promovendo o reconhecimento e a empatia por meio de atividades lúdicas.
Objetivos Específicos:
Promover a conscientização sobre a importância da cultura afro-brasileira.
Estimular a expressão emocional e o respeito pelas diferenças.
Fomentar a criação de laços de amizade e cooperação entre as crianças.
Facilitar a comunicação de ideias e sentimentos relacionados à identidade.
Habilidades BNCC:
(EI03EO05) Demonstrar valorização das características de seu corpo e respeitar as características dos outros (crianças e adultos) com os quais convive.
(EI03EO06) Manifestar interesse e respeito por diferentes culturas e modos de vida.
(EI03CG01) Criar com o corpo formas diversificadas de expressão de sentimentos, sensações e emoções, tanto nas situações do cotidiano quanto em brincadeiras.
(EI03EF01) Expressar ideias, desejos e sentimentos sobre suas vivências, por meio da linguagem oral e escrita (escrita espontânea), de fotos, desenhos e outras formas de expressão.
Materiais Necessários:
– Papéis coloridos
– Tintas e pincéis
– Instrumentos musicais simples (como tambor e chocalhos)
– Espelhos de mão
– Livros ilustrados sobre a cultura afro-brasileira
– Fitas coloridas
Situações Problema:
A proposta é criar um espaço de diálogo em que as crianças possam falar sobre o que significa ser negro e como isso se expressa em suas vidas e na comunidade. Utilizar espelhos para observar e discutir as diferenças e semelhanças entre os próprios corpos e os dos colegas, promovendo um espaço seguro para a autoaceitação e respeito mútuo.
Contextualização:
A atividade será realizada no contexto imediato das crianças, onde elas vivenciam suas relações diárias e começam a entender o mundo a partir de suas experiências. A diversidade presente em suas próprias vivências e em sua comunidade será utilizada como pano de fundo para as discussões sobre a cultura negra e como ela se reflete em suas vidas.
Desenvolvimento:
– Iniciar a atividade com uma roda de conversa, onde as crianças possam se apresentar e falar sobre o que gostam em si mesmas.
– Em seguida, propor que as crianças usem espelhos de mão para observar suas características e falar sobre elas, apoiando-se no conceito de respeito e aceitação.
– Apresentar vídeos curtos ou imagens que retratam a cultura afro-brasileira, abordando danças, festas e tradições, e incentivar as crianças a imitar os movimentos.
– Propor uma atividade artística em grupo, onde as crianças possam usar papéis coloridos, tintas e outros materiais para criar um mural que represente a diversidade.
– Finalizar com um momento musical, onde as crianças usarão instrumentos para criar sons que representem diferentes emoções, interligando a música com a cultura negra.
Atividades sugeridas:
1. Roda de Conversa: Sentar em círculo e falar sobre as características que as crianças mais gostam em si mesmas.
– Objetivo: Fomentar a autoestima e a autoaceitação.
– Materiais: Nenhum.
– Instruções: Cada criança fala sobre si, permitindo que outras escutem.
2. Observação com Espelhos: Distribuir espelhos e pedir para as crianças observarem suas características.
– Objetivo: Promover o respeito pelas diferenças.
– Materiais: Espelhos de mão.
– Instruções: Após observar, as crianças podem desenhar o que viram e o que mais gostam em si.
3. Dança das Culturas: Mostrar vídeos de danças africanas.
– Objetivo: Respectivamente a cultura afro-brasileira.
– Materiais: Vídeos.
– Instruções: Estimular as crianças a irem imitando os movimentos.
4. Criação do Mural da Diversidade: Usar papéis coloridos e tintas.
– Objetivo: Expresso a diversidade e o respeito.
– Materiais: Papéis, tintas, pincéis.
– Instruções: Cada criança colabora com sua parte, discutindo o que representa sua identidade.
5. Momento Musical: Criar sons com instrumentos relacionados à cultura negra.
– Objetivo: Conectar música à emoção e à diversidade.
– Materiais: Instrumentos musicais simples.
– Instruções: As crianças devem expressar várias emoções através da música.
Discussão em Grupo:
– Como você se sente ao olhar no espelho?
– O que você gosta em seu corpo?
– Como você pode descrever a cultura africana?
– Quais músicas africanas vocês conhecem?
Perguntas:
– O que significa para você a consciência negra?
– Você conhece alguma festa ou tradição afro-brasileira?
– Como você acha que podemos respeitar pessoas diferentes de nós?
Avaliação:
A avaliação ocorrerá de maneira informal, observando a participação das crianças nas atividades e suas interações com os colegas. Será importante perceber se elas estão se sentindo confortáveis para compartilhar suas ideias e emoções em relação à negritude e à diversidade cultural.
Encerramento:
Fechar a atividade com uma roda de conversa, onde as crianças poderão expressar o que aprenderam ou o que mais gostaram. Agradecer a participação de todos e reforçar a importância de respeitar e valorizar as diferenças.
Dicas:
– Sempre valorizar as opiniões das crianças, escutando e acolhendo suas falas.
– Utilizar uma linguagem clara e acessível.
– Promover um ambiente de segurança e acolhimento, para que todos se sintam confortáveis em se expressar.
Texto sobre o tema:
A consciência negra é uma data especial no Brasil, onde se reflete sobre a cultura afro-brasileira e a luta histórica por direitos e reconhecimento. É um momento oportuno para ensinar as crianças sobre a riqueza das tradições e a contribuição dos afrodescendentes para a formação da identidade nacional. Trabalhar a conscientização promovida pela consciência negra em sala de aula pode ser crucial para o desenvolvimento da autoestima e do respeito às diferenças. Essa prática educacional irá além da sala de aula, ajudando a formar cidadãos mais conscientes e empáticos.
Os valores da diversidade e da inclusão devem ser evidenciados desde cedo, como parte da formação do ser humano. Portanto, abordar a negritude nas escolas, mesmo com os alunos mais jovens, proporciona um ambiente educativo mais equilibrado e respeitoso. Ao enfatizar a aceitação das diferenças, formamos crianças que não só respeitam a diversidade, mas que também aspiram a uma sociedade mais justa.
Por fim, incentivar as crianças a explorarem e se expressarem através de atividades lúdicas, como dança e música, contribui para que elas se apropriem da cultura afro-brasileira de uma maneira divertida, leve e significativa. O respeito pelas particularidades de cada corpo e a promoção da aceitação mútua fortalecem o vínculo entre as crianças e servem de alicerce para relações mais igualitárias futuras.
Desdobramentos do plano:
As atividades propostas neste plano podem servir como base para desdobramentos futuros na unidade de ensino. É importante considerar como a discussão sobre a negritude pode ser integrada a outros temas relevantes, como a história das comunidades africanas, as tradições de diferentes grupos e a luta contra o racismo. Uma continuidade nesse sentido pode ser feita através de exposições de arte, semanas temáticas ou projetos interdisciplinares com outras áreas do conhecimento, como história, artes e geografia.
Além disso, envolver as famílias é um passo fundamental para a promoção da consciência negra e do respeito pela diversidade. A comunicação com os pais pode ser reforçada através de murais, reuniões e eventos, onde os trabalhos dos alunos sejam apresentados e discutidos. Essa colaboração entre escola e família contribui para que as mensagens de igualdade que se perpetuem para além do ambiente escolar, impactando também a vida familiar e comunitária.
Por fim, o desenvolvimento dessas atividades tem potencial para criar um ambiente de aprendizado que valoriza a diversidade e promove atitudes de inclusão, formando cidadãos que respeitam e celebram as diferenças. A incorporação da consciência negra nas atividades cotidianas é uma oportunidade para revisitar tradições, aprender novas canções e danças, e se conectar com as mais ricas e diversificadas expressões culturais do Brasil.
Orientações finais sobre o plano:
Para garantir que as atividades propostas sejam bem-sucedidas, o professor deve estar preparado para articular as discussões sobre a negritude de maneira sensível, assegurando que cada criança tenha voz e espaço para expressar suas próprias experiências. É importante que o educador busque fomentar um diálogo aberto e respeitoso, promovendo o aprendizado em equipe em um ambiente acolhedor.
Os educadores devem se atentar para as necessidades de cada criança e adaptar as atividades conforme necessário. Por exemplo, enquanto algumas crianças podem se sentir mais à vontade para se expressar através da dança, outras podem preferir desenhar ou pintar suas experiências. A flexibilidade das abordagens facilitará a inclusão de todos os alunos, respeitando o ritmo e as preferências individuais.
Além disso, é fundamental que o professor busque atualizações sobre os temas abordados, como a cultura afro-brasileira, para que possa enriquecer ainda mais as discussões em sala. Manter-se informado sobre as diferentes abordagens e representações da negritude pode ser uma maneira de aprofundar o conhecimento e proporcionar um aprendizado ainda mais significativo às crianças.
5 Sugestões lúdicas sobre este tema:
1. Dança dos Intelectuais: As crianças podem imitar danças conhecidas da cultura africana, utilizando fitas coloridas para se expressar.
– Objetivo: Familiarizar as crianças com as danças típicas.
– Materiais: Fitas coloridas e música de dança africana.
– Instruções: A cada ritmo, uma fita deve ser levantada, criando um momento de celebração.
2. Desenho do Amigo: Usar papel craft para que as crianças desenhem a si mesmas e, depois, deem características diferentes a seus amigos.
– Objetivo: Incentivar a valorização das características unicas.
– Materiais: Papel craft, lápis de cor e adesivos.
– Instruções: Incentivar que cada criança desenhe um amigo, ressaltando que são todos diferentes, mas igualmente importantes.
3. Teatro de Sombras: Criar figuras utilizando papel e realizar uma apresentação de teatro de sombras sobre uma história afro-brasileira.
– Objetivo: Explorar a cultura por meio das artes dramáticas.
– Materiais: Lâmpada, papel e palitos.
– Instruções: As crianças devem ajudar a contar a história através das sombras.
4. Momentos de Contação de Histórias: Trazer livros que falem sobre a contribuição afro-brasileira e fazer uma roda de leitura.
– Objetivo: Aumentar a familiaridade com histórias afro-brasileiras.
– Materiais: Livros ilustrados.
– Instruções: O professor deve ler e discutir cada história de forma atrativa.
5. Música da Diversidade: Criar músicas simples com rimas que contemplem as características de cada criança.
– Objetivo: Estimular a criatividade e o respeito às diferenças.
– Materiais: Instrumentos musicais e letras simples.
– Instruções: Juntar as crianças para criar uma canção sobre a amizade e a diversidade entre elas.
Esse plano de aula ampara o desenvolvimento emocional, social, e cultural das crianças, preparando-as para se tornarem indivíduos mais empáticos e respeitosos, reconhecendo a importância da valorização da diversidade em suas vidas e na sociedade.