Plano de Aula: Escrita Espontânea (Educação Infantil)
A proposta de plano de aula sobre Escrita Espontânea para crianças pequenas (4 e 5 anos) busca fomentar o desenvolvimento de habilidades fundamentais no processo de escrita e comunicação. Por meio de atividades lúdicas e interativas, pretende-se possibilitar um ambiente estimulante onde a criatividade e a liberdade de expressão possam florescer. Neste contexto, a escrita espontânea se configura como uma ferramenta valiosa, permitindo que as crianças explorem suas ideias e sentimentos de maneira genuína e prazerosa. O foco está no incentivo à expressão individual e à construção coletiva de conhecimento por meio da linguagem.
As atividades deste plano de aula foram cuidadosamente pensadas de forma a respeitar o nível de desenvolvimento dos alunos e suas capacidades, trazendo um aprendizado significativo de maneira leve e divertida. Por meio da integração entre escrita, oralidade, e formas de expressão variadas, busca-se criar uma experiência de aprendizado que respeite as individualidades de cada criança, promovendo assim um ambiente inclusivo e respeitoso. Além disso, serão articuladas habilidades propostas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), direcionadas ao campo de experiências da Educação Infantil.
Tema: Escrita Espontânea
Duração: 50 minutos
Etapa: Educação Infantil
Sub-etapa: Crianças Pequenas
Faixa Etária: 4 e 5 anos
Objetivo Geral:
Proporcionar às crianças a oportunidade de expressar suas ideias e sentimentos por meio da escrita espontânea, estimulando a criatividade, a autonomia e o desenvolvimento das habilidades de comunicação.
Objetivos Específicos:
1. Promover a expressão livre de ideias e sentimentos através da escrita.
2. Incentivar a observação da escrita em diferentes contextos.
3. Desenvolver habilidades motoras finas e o reconhecimento de letras e palavras.
4. Fomentar a interação e a colaboração entre as crianças durante as atividades propostas.
Habilidades BNCC:
– CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “ESCUTA, FALA, PENSAMENTO E IMAGINAÇÃO”
(EI03EF01) Expressar ideias, desejos e sentimentos sobre suas vivências, por meio da linguagem oral e escrita (escrita espontânea), de fotos, desenhos e outras formas de expressão.
(EI03EF06) Produzir suas próprias histórias orais e escritas (escrita espontânea), em situações com função social significativa.
(EI03EF09) Levantar hipóteses em relação à linguagem escrita, realizando registros de palavras e textos, por meio de escrita espontânea.
Materiais Necessários:
– Papel em branco (tamanhos diversos)
– Lápis de cor, giz de cera e canetas
– Livros de histórias diversas
– Quadro branco e canetas para quadro branco
– Recortes de palavras e imagens de revistas
Situações Problema:
– Como podemos escrever o que sentimos?
– Quais palavras são importantes para descrever nossas brincadeiras?
– O que queremos contar sobre nosso dia na escola?
Contextualização:
As crianças pequenas estão em uma fase de descoberta do mundo ao seu redor e, neste contexto, a escrita espontânea pode ser um valioso recurso. Elas começam a perceber que a escrita tem um significado e pode ser usada para expressar experiências, sentimentos e pensamentos. Neste plano de aula, serão apresentadas atividades que promovem o contato com a escrita de uma forma lúdica e significativa, respeitando a curiosidade e a criatividade natural dos pequenos.
Desenvolvimento:
Para o desenvolvimento do plano de aula, o professor deve orientar as crianças durante as atividades, promovendo um ambiente acolhedor e respeitoso, onde a participação de todos seja incentivada. As etapas do desenvolvimento da aula incluem:
1. Roda de Conversa (10 minutos) – Iniciar com uma roda de conversa onde o professor pode questionar as crianças sobre o que elas entendem por escrita e qual a importância dela. Fomentar um debate sobre tipos de escrita que elas conhecem e onde veem escrita ao seu redor.
2. Leitura e Exploração (15 minutos) – Ler histórias de livros variados e incentivar as crianças a observar as palavras e as ilustrações. Perguntar quais palavras elas conhecem e quais gostariam de usar em suas escritas.
3. Atividade de Escrita Espontânea (20 minutos) – Oferecer papel e materiais de escrita para que as crianças expressem o que desejar, escrevendo palavras e desenhos que representem seus sentimentos ou experiências do dia a dia. Durante este momento, o professor deve circular entre os alunos, incentivando a exploração e ajudando nos registros, se necessário.
4. Exposição das Produções (5 minutos) – Finalizar a atividade expondo as produções realizadas. Cada criança pode compartilhar sua criação e falar sobre o que escreveu ou desenhou.
Atividades sugeridas:
1. Atividade de Escrita em Grupo (Segunda-feira):
– Objetivo: Criar uma história coletiva.
– Descrição: As crianças sentam em círculo e cada uma adiciona uma frase à história.
– Instruções: O professor inicia a narrativa e, em seguida, chama as crianças para que cada uma acrescente uma frase, escrevendo no quadro.
2. Criação de Cartazes (Terça-feira):
– Objetivo: Identificar e registrar palavras.
– Descrição: Em grupos, as crianças escolhem um tema (ex: animais, brinquedos) e criam um cartaz com desenhos e palavras.
– Instruções: Forneça revistas para que possam recortar imagens e letras.
3. Jogo de Letras (Quarta-feira):
– Objetivo: Familiarizar-se com as letras.
– Descrição: Um jogo em que as crianças caçam letras de palavras espalhadas pela sala.
– Instruções: Prepare cartões com letras e espalhe pela sala. As crianças devem encontrar e montar palavras.
4. Escrita de Bilhetes (Quinta-feira):
– Objetivo: Usar a escrita para interagir.
– Descrição: As crianças escrevem bilhetes para seus colegas.
– Instruções: Ensine como se escreve um bilhete e deixe-as livre para criar mensagens.
5. História em Desenho (Sexta-feira):
– Objetivo: Contar uma história através de desenhos.
– Descrição: As crianças desenham e depois apresentam sua história para a turma.
– Instruções: Promova um espaço para que cada uma mostre seus desenhos e conte sua história.
Discussão em Grupo:
Após cada atividade, o professor pode promover uma discussão sobre o que aprenderam com as escritas e como se sentiram ao expressar suas ideias. Questões como “O que foi mais divertido na atividade?” ou “Como você se sentiu escrevendo sua história?” podem ser exploradas.
Perguntas:
1. Como você se sentiu quando escreveu seu bilhete?
2. Quais palavras foram mais fáceis ou difíceis de escrever?
3. O que você gostaria de contar na sua história?
Avaliação:
A avaliação será contínua e se dará por meio da observação da participação das crianças, do envolvimento nas atividades e das produções escritas apresentadas. O professor deve observar como as crianças expressam suas ideias e sentimentos, além de verificar a autonomia e a criatividade durante as atividades.
Encerramento:
Finalizar a aula refletindo sobre as produções da semana e o que significou para cada uma delas ter a oportunidade de se expressar por meio da escrita. Incentivar que continuem escrevendo em casa ou em momentos de lazer.
Dicas:
– Proporcionar um espaço aconchegante e inspirador para as atividades de escrita.
– Valorizar as produções individuais das crianças, mesmo as mais simples, afirmando a importância de cada registro.
– Fomentar a troca de experiências e o respeito pela produção alheia, promovendo um ambiente de acolhimento e apoio mútuo.
Texto sobre o tema:
A escrita espontânea é um método que permite às crianças expressar suas ideias e sentimentos de maneira única e pessoal. A escrita, nesse sentido, não se limita à técnica de formar letras e palavras, mas sim à construção de significados que refletem o universo da criança. Nesta faixa etária, a escrita espontânea pode ser vista como um passo inicial na trajetória do letramento. As crianças, ao produzirem suas primeiras palavras, não apenas colocam no papel o que sentem, mas também começam a compreender a função social da escrita, que é comunicar-se.
Através da escrita, elas desenvolvem a capacidade de contar suas histórias, de relatar experiências do cotidiano e de compartilhar suas percepções do mundo. Este processo de expressão é fundamental, pois ajuda na construção da identidade e na autonomia da criança. Neste contexto, é crucial que os educadores ofereçam oportunidades para que essa expressão aconteça em um ambiente rico, que respeite a individualidade e as peculiaridades de cada pequeno autor.
Ainda, é importante destacar que a prática da escrita não deve ser vista como uma obrigação, mas sim como uma expressão lúdica e criativa. Ao criar um espaço onde as crianças podem explorar livremente suas ideias e sentimentos, o professor está contribuindo para o desenvolvimento de uma relação positiva com a escrita. Assim, ao invés de pensar na escrita como uma atividade restritiva, ela deve ser vivida como uma aventura cheia de descobertas e aprendizagens.
Desdobramentos do plano:
O plano de aula sobre escrita espontânea pode se desdobrar em diversas outras atividades ao longo do semestre, trazendo novas abordagens e práticas de escrita. Por exemplo, uma sugestão é criar um diário coletivo, onde as crianças poderão escrever diariamente sobre suas experiências, promovendo a inclusão de todos nas narrativas.
Outra possibilidade é ampliar as atividades de escrita para a criação de um livro de histórias do grupo, onde cada criança pode contribuir com sua história ou desenho, reforçando a colaboração e a construção conjunta de conhecimento. Além disso, as atividades de escrita podem ser intercaladas com teatro de fantoches, onde as crianças criam histórias e as encenam, promovendo uma aproximação entre a escrita e a oralidade.
No futuro, essas atividades podem ainda ser expandidas para incluir a digitalização das produções escritas, utilizando tablets ou computadores, emergindo na lista de possibilidades uma introdução aos conceitos de tecnologia na educação. Assim, pretende-se não apenas trabalhar com a escrita, mas também incluir os novos meios de comunicação que as crianças utilizarão em suas vidas cotidianas.
Orientações finais sobre o plano:
As orientações finais para a implementação do plano de aula sobre escrita espontânea sugerem que o professor esteja sempre atento às necessidades e interesses dos alunos, adaptando as atividades conforme as reações das crianças. A flexibilidade nas abordagens é fundamental para tornar o aprendizado mais significativo. É vital, por exemplo, criar momentos de reflexão após cada atividade, onde os alunos possam falar sobre suas experiências e aprendizagens, favorecendo o desenvolvimento da empatia e da comunicação.
O envolvimento da família também pode ser um fator chave para o sucesso do plano. Incentivar que as crianças apresentem suas produções em casa, ou que os pais participem das atividades, pode enriquecer ainda mais o processo de aprendizagem. Os alunos sentem-se valorizados e motivados ao ver seus esforços reconhecidos, tanto pelos educadores quanto pela família.
Por fim, é essencial que o professor também se capacite continuamente, buscando novas metodologias e estratégias que favoreçam o ensino das práticas de escrita. A formação contínua garante que as práticas pedagógicas estejam atualizadas e em consonância com as demandas educacionais contemporâneas, proporcionando assim um ensino de qualidade e eficiente.
5 Sugestões lúdicas sobre este tema:
1. Caça ao Tesouro de Palavras: Organizar uma atividade onde palavras estão escondidas pela sala. As crianças devem encontrar e escrever as que descobrirem.
– Objetivo: Estimular o reconhecimento de palavras.
– Materiais: Cartões com palavras escritas.
– Como conduzir: Após a caça, cada criança pode explicar o que a palavra significa para ela.
2. História em Quadrinhos: Criar histórias em quadrinhos de forma coletiva, onde cada criança cria um quadrinho e escreve algo sobre a imagem.
– Objetivo: Fomentar a criatividade e a escrita.
– Materiais: Papel em branco, lápis e canetas coloridas.
– Como conduzir: As crianças podem apresentar suas histórias para a turma.
3. Teatro de Fantoches: Criar fantoches que representam personagens e ajudar as crianças a escrever diálogos curtos.
– Objetivo: Promover a expressão oral e escrita.
– Materiais: Meias, tesouras, cola, papel colorido.
– Como conduzir: As crianças encenam suas falas, promovendo a criatividade.
4. Jardim das Letras: Criar um “jardim” na sala, onde cada letra do alfabeto é representada por uma planta. As crianças podem fazer pequenos cartazes escrevendo palavras que comecem com cada letra.
– Objetivo: Introduzir o alfabeto e as palavras.
– Materiais: Papel, cola, canetas.
– Como conduzir: A apresentação dos cartazes pode ser feita em duplas.
5. Canções com Letras: As crianças escolhem uma canção infantil e elaboram novas letras, criando versões próprias utilizando palavras conhecidas.
– Objetivo: Trabalhar a rima e a criatividade.
– Materiais: Caixa de sugestões com músicas e papel.
– Como conduzir: Realizar uma apresentação musical onde cada grupo cante sua versão.
Essas atividades são projetadas para serem interativas e estimulantes, promovendo não só o desenvolvimento da escrita, mas também o fortalecimento do vínculo social entre as crianças. O que se busca, acima de tudo, é uma experiência divertida e produtiva em torno da escrita espontânea, respeitando o tempo e o universo de cada aluno.