Plano de Aula: Corporeidades (Ensino Médio) – 2º Ano

O plano de aula sobre Corporeidades para o 2º ano do Ensino Médio é uma proposta inovadora que visa explorar as diversas dimensões da corporeidade, incluindo aspectos históricos, sociais, artísticos e culturais da expressão corporal. A partir de um enfoque dinâmico e participativo, esta atividade busca desenvolver um entendimento crítico sobre como as corporeidades se manifestam em diferentes contextos e como essas manifestações influenciam e refletem questões identitárias e sociais.

Neste sentido, a abordagem pedagógica é fundamentada na interação entre os alunos, proporcionando espaços para reflexões, debates e criações colaborativas. Os estudantes são incentivados a expressar suas ideias e experiências, reconhecendo a importância das corporeidades não apenas como um conceito teórico, mas também como uma prática cotidiana relevante em suas vidas.

Tema: Corporeidades
Duração: 300 minutos
Etapa: Ensino Médio
Faixa Etária: 16 anos

Objetivo Geral:

Planejamentos de Aula BNCC Infantil e Fundamental

Proporcionar uma compreensão ampla sobre as corporeidades, considerando suas diversas dimensões culturais, sociais e artísticas e estimulando a reflexão crítica sobre o papel do corpo na construção da identidade.

Objetivos Específicos:

– Compreender a importância das corporeidades nas diferentes expressões culturais.
– Analisar a influência das corporeidades nas relações sociais e identitárias.
– Criar produções corporais que reflitam a diversidade das corporeidades.
– Desenvolver habilidades críticas de observação e análise nas práticas corporais.

Habilidades BNCC:

– (EM13LGG101) Compreender e analisar processos de produção e circulação de discursos, nas diferentes linguagens, para fazer escolhas fundamentadas em função de interesses pessoais e coletivos.
– (EM13LGG201) Utilizar as diversas linguagens (artísticas, corporais e verbais) em diferentes contextos, valorizando-as como fenômeno social, cultural, histórico, variável, heterogêneo e sensível aos contextos de uso.
– (EM13LGG502) Analisar criticamente preconceitos, estereótipos e relações de poder presentes nas práticas corporais, adotando posicionamento contrário a qualquer manifestação de injustiça e desrespeito a direitos humanos e valores democráticos.
– (EM13LGG503) Vivenciar práticas corporais e significá-las em seu projeto de vida, como forma de autoconhecimento, autocuidado com o corpo e com a saúde, socialização e entretenimento.

Materiais Necessários:

– Materiais para anotações (cadernos, canetas, lápis).
– Espaço amplo para as atividades práticas (sala de aula, espaço aberto).
– Materiais visuais (cartazes ou projeção de imagens relacionadas às corporeidades).
– Música ambiente e equipamento de som.
– Aparelhos de gravação para registrar as práticas corporais (opcional).

Situações Problema:

– Como as diferentes culturas expressam corporeidades distintas?
– De que forma as corporeidades influenciam a percepção identitária em contextos sociais variados?
– Quais são os estereótipos associados às práticas corporais e como podemos desconstruí-los?

Contextualização:

A corporeidade está intrinsecamente ligada à identidade e à cultura de um indivíduo. Ela se manifesta através de gestos, movimentos e posturas que variam conforme o contexto social e cultural. Portanto, a análise das corporeidades nos leva a entender como a sociedade vê o corpo, como as relações sociais são estabelecidas através dele e como as expressões corporais podem ser um meio de resistência e afirmação.

Desenvolvimento:

O desenvolvimento do plano de aula será dividido em duas partes:

1. Reflexão Teórica (120 minutos):
– Iniciar com uma apresentação sobre o conceito de corporeidade e suas diversas dimensões.
– Promover uma discussão em grupos sobre a relação entre corpo e identidade nas diferentes culturas.
– Compartilhar histórias pessoais relacionadas à corporeidade, destacando a diversidade de experiências.

2. Práticas Corporais (180 minutos):
– Dividir os alunos em grupos e solicitar que desenvolvam uma apresentação corporal que represente uma das dimensões discutidas (cultural, social, etc.).
– Cada grupo terá 60 minutos para criar e ensaiar suas apresentações, com oportunidades para consultas e feedback entre grupos.
– No final, os grupos irão se apresentar para a turma. É importante registrar a performance, que pode ser posteriormente analisada em discussões.

Atividades sugeridas:

Segunda-feira – Aproximação ao tema
Objetivo: Introduzir o conceito de corporeidade.
Descrição: Iniciar a aula com uma dinâmica de apresentação onde os alunos identificam suas próprias corporeidades através de gestos e posturas.
Instruções: Cada aluno deve se apresentar com um gesto que represente sua identidade. Conversar sobre o que cada gesto significa. Material: música suave para criar um ambiente acolhedor.

Terça-feira – Discussão em grupos
Objetivo: Explorar a relação entre corporeidade e cultura.
Descrição: Dividir a turma em grupos para discutir como suas culturas percebem e expressam a corporeidade.
Instruções: Cada grupo deve elencar exemplos de práticas corporais específicas de sua cultura. Material: cartazes para anotar as ideias.

Quarta-feira – Análise de casos
Objetivo: Refletir sobre preconceitos e estereótipos nas práticas corporais.
Descrição: Fazer uma análise de vídeos ou fotos que retratem diferentes práticas corporais e discutir as reações e percepções em grupo.
Instruções: Pedir que os alunos anotem suas reflexões e observações. Material: vídeos de danças ou práticas culturais de diversas partes do mundo.

Quinta-feira – Criação da apresentação
Objetivo: Criar uma apresentação corporal.
Descrição: Dividir os grupos e dar 60 minutos para que trabalhem na elaboração de suas apresentações. Instruções: Incentivar o uso de materiais criativos e improvisação. Material: apetrechos como tecidos ou objetos da sala que possam enriquecer a apresentação.

Sexta-feira – Apresentações
Objetivo: Compartilhar e celebrar as diversas corporeidades.
Descrição: Cada grupo se apresentará para a turma, utilizando a própria corporeidade como forma de expressão.
Instruções: Após cada apresentação, realizar uma roda de feedback onde os colegas poderão expressar suas percepções. Material: câmera para registrar as apresentações.

Discussão em Grupo:

Após as apresentações, promover uma discussão em grupo que inclua as seguintes questões:
– O que cada grupo aprendeu sobre as corporeidades de outros?
– Como a própria percepção de corporeidade foi desafiada?
– Em que medida as corporeidades se relacionam com questões sociais como preconceito e identidade?

Perguntas:

1. Quais fatores influenciam o modo como cada um percebe a própria corporeidade?
2. Como as práticas corporais podem ser interpretadas de diferentes maneiras em culturas distintas?
3. Que papel as corporeidades desempenham na luta contra o preconceito e a discriminação?

Avaliação:

A avaliação se dará pela participação nas discussões, pelo engajamento nas atividades práticas, pela qualidade das apresentações e pela reflexão expressa em anotações e no feedback oferecido aos colegas.

Encerramento:

Concluir a atividade refletindo com os alunos sobre a experiência vivida. Pedir que compartilhem algo novo que aprenderam sobre corporeidades e como isso pode impactar suas vidas.

Dicas:

– Incentive um ambiente respeitoso onde todos se sintam confortáveis para expressar suas ideias.
– Utilize músicas de diferentes culturas para enriquecer as práticas corporais propostas.
– Esteja atento aos alunos que podem ter dificuldades ou desconforto em se expressar fisicamente, oferecendo apoio e alternativas.

Texto sobre o tema:

A corporeidade, enquanto conceito, permite que compreendamos as relações entre corpo, identidade e sociedade. Este termo abrange muito mais que a mera aparência física; ele inclui o modo como nos expressamos através de nossos corpos, as movimentações que realizamos e as mensagens que transmitimos. No contexto contemporâneo, a discussão sobre corporeidades se torna ainda mais relevante, uma vez que estamos inseridos em uma sociedade marcada por estereótipos e preconceitos corpóreos. O corpo é um campo de batalha onde se manifestam concepções de gênero, raça e classe social. Por isso, é essencial cultivar uma prática educacional que promova a reflexão crítica sobre as corporeidades, visando a não-reprodução de estigmas e a construção de uma cultura do respeito.

As corporeidades possuem uma dimensão política que deve ser problematizada em sala de aula. Ao abordar as diferentes expressões corporais de culturas diversas, incentivamos os alunos a reconhecerem e valorizarem as diferenças, que muito contribuem para a construção da identidade coletiva. Assim, o movimento corporal se apresenta como um poderoso veículo de resistência e expressão sociocultural. A prática corporal não deve ser apenas compreendida como uma atividade física, mas como uma rica forma de comunicação que reflete as condições históricas, culturais e sociais de um dado grupo.

Essa abordagem educacional possibilita o fortalecimento do autocuidado. Aprender a observar, respeitar e significar o seu próprio corpo e o corpo do outro é fundamental para o desenvolvimento da empatia e da autoaceitação. Além disso, as atividades propostas permitem que os alunos recontem suas histórias e vivenciem a corporeidade de uma maneira mais autêntica e conectada refletindo sobre suas identidades, promovendo um aprendizado contínuo e transformador.

Desdobramentos do plano:

Os desdobramentos deste plano podem se expandir para diversas áreas do conhecimento, como as Ciências Sociais e a Psicologia, ressaltando a importância da corporeidade na construção de identidades e percepções sociais. Ao se aprofundarem nas discussões oriundas das práticas corporais e da análise critica dos discursos presentes nas socioculturais, os alunos podem perceber as interações entre corpo e sociedade, e quão influentes essas relações são na formação de suas próprias identidades.

Além disso, o envolvimento em práticas corporais pode ser um meio de autoconhecimento que promove o bem-estar emocional e psicológico. Os alunos, ao se exporem a diferentes formas de manifestação corporal, têm a oportunidade de se conhecerem melhor e de compreenderem a importância do cuidado com seu próprio corpo como um reflexo de sua saúde mental e emocional. Isso é especialmente relevante na adolescência, fase em que as questões de identidade e aceitação são de suma importância.

Por fim, o plano de aula pode ser um ponto de partida para pesquisas mais profundas sobre temas como diversidade, inclusividade e práticas culturais em expressões corporais. Os estudantes poderão ser estimulados a explorar outros elementos que influenciam as corporeidades, como a religião, as tendências sociais e como as tecnologias digitais impactam a percepção corporais contemporâneas. Desta forma, promoveremos um aprendizado integral e significativo, onde as corporeidades se tornam um elemento central para o desenvolvimento de uma consciência crítica e cidadã.

Orientações finais sobre o plano:

É fundamental que o professor atue como mediador nesse processo de aprendizagem, proporcionando um ambiente que fomente a liberdade de expressão entre os alunos. O clima em sala de aula deve ser de acolhimento, onde as diversas corporeidades possam ser compartilhadas e respeitadas. A função reflexiva e crítica deve ser sempre fomentada, instigando os alunos a não apenas absorver informações, mas também a questioná-las e reinterpretá-las à luz de suas próprias experiências.

As atividades sugeridas podem ser adaptadas de acordo com as necessidades dos alunos, respeitando limites e promovendo acessibilidade. Esse cuidado garante que todos os alunos participem ativamente do processo, respeitando suas individualidades. O papel do docente é essencial para cultivar um espaço de respeito e inclusão, onde todas as vozes, vivências e corpos sejam ouvidos e valorizados.

Por último, o professor pode inserir o uso de tecnologias digitais no registro e compartilhamento de experiências vividas durante a aula. Isso pode incluir a criação de um blog ou uma rede social que reúna as experiências dos alunos e suas reflexões sobre as corporeidades, promovendo um aprendizado colaborativo que se estenda além da sala de aula. Assim, o ensino se transforma em um processo contínuo e dinâmico, que permite a troca constante de conhecimentos e experiências entre os estudantes.

5 Sugestões lúdicas sobre este tema:

1. Oficina de Danças do Mundo: Organizar uma oficina onde cada aluno pode ensinar um movimento simples de uma dança típica de sua cultura ou de sua preferência, integrando todos os participantes. O objetivo é valorizar a tradição e intercambiar experiências corporais. Materiais: músicas de diversas culturas.

2. Teatro de Sombras: Utilizar cartolinas para criar figuras com sombras que representem diferentes tipos de corpo e expressões. Os alunos podem criar pequenas peças teatrais utilizando essas silhuetas, ampliando a percepção de suas próprias corporeidades. Materiais: cartolinas, lanternas.

3. Roda de Conversa: Promover uma roda de conversa onde cada um pode compartilhar suas percepções sobre o corpo e identidade. É uma maneira de cultivar empatia e acolhimento entre os alunos. Materiais: almofadas para que todos possam se sentar confortavelmente.

4. Exploração Corporal com Música: Criar uma atividade de exploração corporal, onde os alunos se movem livremente ao som de músicas variadas e, ao final, compartilham suas experiências e sentimentos. O foco é a autoexpressão e a liberdade do movimento. Materiais: playlist de músicas de diferentes estilos.

5. Desafios de Movimento: Propor desafios de movimento em dupla, onde um aluno fecha os olhos e o outro guia com a voz (caminhar, dançar, etc.), promovendo uma vivência única em torno da confiança e da conexão entre assistente e guiado. O desafio aqui é fortalecer a consciência corporal e a confiança no outro. Materiais: música ambiente suave.

Esse plano de aula combinado com propostas lúdicas procura garantir que a exploração das corporeidades seja uma vivência rica, multidimensional e inclusiva, levando os alunos a refletirem sobre si e o mundo ao seu redor de maneira mais profunda e crítica.

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