“Plano de Aula: Conscientização sobre o TEA na Educação Infantil”

A elaboração de um plano de aula voltado para conscientização sobre o TEA (Transtorno do Espectro Autista) é uma importante estratégia para promover a inclusão e o respeito às diferenças desde a educação infantil. Neste contexto, é fundamental que as crianças desenvolvam a habilidade de perceber e respeitar as características que tornam cada indivíduo único, além de cultivar atitudes de cuidado e solidariedade em suas interações. O plano de aula a seguir foi cuidadosamente estruturado para possibilitar o entendimento e a aceitação da diversidade de maneira lúdica e acessível.

Este plano é voltado para crianças bem pequenas, na faixa etária de 4 anos, e tem como objetivo criar um ambiente de aprendizado onde os pequenos possam explorar e expressar suas emoções, além de reconhecer as diferenças entre as pessoas. As atividades foram pensadas de forma a serem inclusivas e adaptáveis, visando atender às necessidades de todos os alunos, promovendo uma melhor compreensão do tema abordado.

Tema: Conscientização sobre o TEA
Duração: 50 minutos
Etapa: Educação Infantil
Sub-etapa: Crianças Bem Pequenas
Faixa Etária: 4 anos

Objetivo Geral:

Planejamentos de Aula BNCC Infantil e Fundamental

Promover a conscientização sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e desenvolver habilidades de empatia, solidariedade e respeito às diferenças nas interações sociais entre as crianças.

Objetivos Específicos:

– Estimular a comunicação entre alunos e professores, compartilhando sentimentos e compreendendo os outros.
– Desenvolver a autoimagem positiva, ajudando as crianças a se reconhecerem como parte de uma diversidade social.
– Incentivar atitudes de cuidado e solidariedade nas interações.
– Promover a percepção das diferenças entre as características físicas e comportamentais das pessoas.

Habilidades BNCC:

– (EI02EO01) Demonstrar atitudes de cuidado e solidariedade na interação com crianças e adultos.
– (EI02EO04) Comunicar-se com os colegas e os adultos, buscando compreendê-los e fazendo-se compreender.
– (EI02EO05) Perceber que as pessoas têm características físicas diferentes, respeitando essas diferenças.
– (EI02CG01) Apropriar-se de gestos e movimentos de sua cultura no cuidado de si e nos jogos e brincadeiras.
– (EI02EF01) Dialogar com crianças e adultos, expressando desejos, necessidades e sentimentos.

Materiais Necessários:

– Livro ilustrado sobre o TEA (com ilustrações que representem a diversidade).
– Materiais para atividades artísticas (papel, lápis de cor, tinta, massa de modelar).
– Música infantil que promova a inclusão.
– Brinquedos variados que representem diferentes formas, tamanhos e cores.

Situações Problema:

– Questionar as crianças sobre como eles se sentiriam ao serem tratados de maneira diferente.
– Propor diálogos sobre o que é o TEA e como cada um pode ser diferente, mas ainda assim especial.

Contextualização:

Nesta aula, abordaremos o tema do TEA, um assunto que muitas vezes causa confusão, mas que é essencial entendermos, especialmente na primeira infância. As crianças precisam aprender que, embora todos sejam únicos, é importante aceitarmos e respeitarmos as diferenças. Através de jogos, diálogos e atividades lúdicas, iremos explorar as diversas características que podem existir entre as pessoas e como podemos nos relacionar de forma respeitosa e empática.

Desenvolvimento:

Inicia-se a aula com a leitura de um livro ilustrado sobre TEA, onde cada ilustração deve representar diversidade e inclusão. A professora deve fazer perguntas como “O que você acha que é o TEA?” e “Como você se sentiria se fosse diferente?” para incentivar a participação e reflexão. Em seguida, as crianças poderão realizar uma atividade artística onde desenharão ou modelarão como veem os amigos e a si mesmas. Essa atividade permite que explorem a autoimagem e também a imagem dos outros.

Atividades sugeridas:

1. Roda de Conversa – Duração: 15 minutos
Objetivo: Fomentar a comunicação e a expressão de sentimentos.
Descrição: Sente todos os alunos em um círculo. Proponha que cada criança diga como se sente em relação a ser diferente ou o que acha que significa ser especial. As crianças podem compartilhar experiências e histórias que conhecem sobre amigos ou familiares.
Materiais: Nenhum material específico é necessário.
Adaptação: Incentive crianças mais tímidas a compartilhar suas ideias com o apoio de um amigo.

2. Lendo Juntos – Duração: 10 minutos
Objetivo: Conectar a leitura ao tema do TEA.
Descrição: Leitura de um conto que retrate personagens com autismo, enfatizando suas habilidades e formas de interagir. Após a leitura, faça perguntas simples sobre a história.
Materiais: Um livro ilustrado que aborde o tema de maneira suave e acessível.
Adaptação: Use fantoches para ilustrar as personagens e tornar a leitura mais dinâmica.

3. Atividade Artística: “Eu e Meu Amigo” – Duração: 15 minutos
Objetivo: Estimular a autoimagem e o entendimento das diferenças entre as pessoas.
Descrição: Cada criança deve desenhar a si mesma e um amigo ou um colega, adicionando características que consideram importantes. Elas podem usar cores diferentes para expressar sentimentos.
Materiais: Papel, lápis de cor, tintas.
Adaptação: Para crianças que têm dificuldades motoras, a atividade pode ser feita com tinta ou massas, onde podem fazer impressões de mão ao invés de desenhos.

4. Jogo do Som: “Todos Juntos” – Duração: 10 minutos
Objetivo: Desenvolver habilidades auditivas e de respeito às diferenças.
Descrição: Brinque com sons e peça para as crianças reconhecerem de onde vêm. Podem ser sons de animais, instrumentos, etc. Ao final, discuta como diferentes sons representam diferentes seres.
Materiais: Instrumentos musicais ou objetos que façam barulho.
Adaptação: Use um dispositivo digital com sons variados para crianças que não têm objetos ao alcance.

Discussão em Grupo:

Após as atividades, reúna as crianças novamente formando um círculo. Incentive cada um a compartilhar o que mais gostou de fazer e o que aprendeu sobre as diferenças. Explore se há algo que eles acham que poderia ser feito para ajudar um novo colega que é diferente.

Perguntas:

– O que significa ser diferente para vocês?
– Como podemos ajudar uma pessoa que se sinta diferente?
– Por que é importante respeitarmos as diferenças dos outros?
– O que gostamos em nossos amigos?

Avaliação:

A avaliação será realizada através da observação durante as atividades, avaliando a participação e o nível de envolvimento das crianças nas discussões e atividades práticas. É importante observar se elas estão conseguindo se expressar e compreender o conceito de diferença e inclusão.

Encerramento:

Para encerrar, recapitule os principais pontos da aula, reforçando a importância da inclusão e do respeito às diferenças. Sugira que cada criança leve para casa um desenho que fizeram, como um lembrete do aprendizado do dia, e que compartilhem em casa o que aprenderam sobre o TEA e a importância de ser solidário.

Dicas:

– Use exemplos práticos e histórias de inclusão em sala de aula para ajudar as crianças a entenderem melhor o conceito.
– Esteja atento às reações dos alunos e aberto a discutir os sentimentos que possam surgir durante a aula.
– Mantenha um ambiente acolhedor e seguro onde as crianças sintam-se confortáveis para expor suas opiniões e experiências.

Texto sobre o tema:

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição que afeta a maneira como uma pessoa se comunica e interage com os outros. Ele abrange uma ampla gama de sintomas que podem variar significativamente de pessoa para pessoa. Algumas crianças podem apresentar dificuldades em comunicar seus sentimentos ou aprender a se socializar, enquanto outras podem ter habilidades especiais, como uma memória excepcional ou um talento musical. É vital que educadores e pais compreendam esses aspectos, promovendo um ambiente que aceite e respeite essas diferenças. A conscientização sobre o TEA deve começar cedo, e a educação infantil desempenha um papel fundamental nesse processo. Ao ensinar as crianças sobre o TEA, estamos preparando um terreno fértil para a aceitação e a empatia.

O entendimento do TEA se torna essencial também no desenvolvimento da solidariedade entre as crianças, criando um vínculo que se fundamenta no respeito ao próximo. Essa habilidade emocional ajudará as crianças a se tornarem adultos mais compreensivos e inclusivos. Ao longo deste plano de aula, a ênfase será em atividades que permitam que as crianças explorem suas emoções e entendam como se relacionar com os seus amigos de forma respeitosa e solidária. As interações diárias desempenham um impacto vital no desenvolvimento emocional e social da criança, sendo chave para uma formação mais empática.

Nos dias de hoje, a educação infantil é um espaço privilegiado para a construção de valores e práticas que promovem a inclusão. Ao introduzir esses conceitos nas primeiras etapas do desenvolvimento, preparamos as futuras gerações para um mundo onde todos são reconhecidos e respeitados, independentemente das suas características. Assim, instituições de ensino devem trabalhar junto aos pais e à comunidade para garantir que haja uma compreensão ampla e respeitosa sobre o TEA, contribuindo para uma sociedade mais justa e solidária.

Desdobramentos do plano:

As discussões geradas durante essa aula podem levar a desdobramentos que vão além do ambiente escolar. Ao ampliar a conscientização sobre o TEA, é possível que crianças e famílias passem a se envolver em ações que promovam a inclusão na comunidade. Essas iniciativas podem incluir grupos de apoio, campanhas educativas e até mesmo eventos que reúnam a comunidade em torno do tema da inclusão. A importância do trabalho em conjunto se torna evidenciada, pois podemos construir um ambiente mais acolhedor para todos.

Além disso, o plano de aula pode estimular as crianças a se tornarem verdadeiros agentes transformadores na sociedade. Ao aprenderem sobre o TEA, eles podem se tornar defensores da inclusão, incentivando seus colegas a praticarem a empatia no dia a dia. Essa nova conscientização é valiosa não apenas para a formação de indivíduos mais conscientes, mas também para o desenvolvimento de um senso comunitário forte, onde todos são valorizados pelas suas diferenças. Assim, ao educar sobre a diversidade desde cedo, estamos plantando sementes de respeito e aceitação que, com certeza, frutificarão no futuro.

Por fim, é crucial que as instituições educacionais façam uma reflexão contínua sobre suas práticas pedagógicas. A inclusão do TEA no discurso educacional deve ser uma prática constante, reverberando em toda a dinâmica da escola. Para isso, formações para educadores e encontros com profissionais da saúde e da psicologia são essenciais, pois podem proporcionar um suporte mais eficaz no trato com as crianças que apresentam esse transtorno. Dessa forma, não apenas atuamos em conformidade com as diretrizes da BNCC, mas também promovemos um espaço educativo realmente inclusivo e acolhedor.

Orientações finais sobre o plano:

Ao implementar as atividades deste plano de aula, é fundamental que os educadores estejam sempre atentos às necessidades e ao ritmo de aprendizado das crianças. A flexibilidade nas atividades e a sensibilidade para perceber quando uma criança está tendo dificuldades ou quando uma interação não está fluindo bem são essenciais para o sucesso da proposta. É nesse aspecto que o papel do educador se torna ainda mais relevante, sendo um facilitador que instiga o aprendizado pela via da empatia e da aceitação.

Reforçar que o discurso sobre inclusão deve ser constante e não ocasional cria um ambiente em que as crianças se sintam seguras para explorar suas emoções e para se expressarem livremente. Visto que cada criança apresenta um modo único de interagir, reconhecê-las em suas singularidades nos permitirá construir um espaço de aprendizagem mais rico e significativo. Além disso, o diálogo aberto sobre emoções e experiências fortalece o vínculo entre educador e aluno, essencial para o desenvolvimento de um clima escolar acolhedor e seguro.

Promover a conscientização sobre o TEA é também uma oportunidade para desenvolver um aprendizado mútuo entre crianças e adultos. Os educadores devem estar dispostos a ouvir as experiências das crianças, assim como elas devem ter espaço para se expressarem. Essa troca não só enriquece o conhecimento, como também estabelece uma base sólida para uma convivência mais harmônica e respeitosa, preparando-os para desafiadores cotidianos futuros.

5 Sugestões lúdicas sobre este tema:

1. Jogo dos Sons
Objetivo: Primar pelas habilidades auditivas e o reconhecimento da diversidade de maneiras de comunicação.
Material: Instrumentos musicais simples (pandeiro, chocalhos) e música.
Condução: As crianças devem tocar os instrumentos ao mesmo tempo e, em determinados momentos, a professora orienta que elas parem. Ao pararem, fala sobre como cada instrumento tem seu próprio som e comparação com pessoas que também têm suas próprias maneiras de se comunicar.

2. Mural da Diversidade
Objetivo: Explorar as características físicas dos colegas.
Material: Papeis coloridos e canetinhas.
Condução: Cada criança desenhará um autorretrato e uma de suas características que considera especial. Depois, esses desenhos serão expostos no mural, referindo-se ao entretenimento da diversidade e como cada um é único.

3. A Dança dos Diferentes
Objetivo: Promover a compreensão através do movimento e ritmo.
Material: Música animada.
Condução: As crianças devem dançar ao ritmo da música, parando quando ela parar. E ao pararem, a professora falará sobre como diferentes movimentos e ritmos podem representar diferentes pessoas e culturas.

4. Contando Histórias
Objetivo: Estimula a criatividade e imaginação.
Material: Fantoches ou bonecos que representem características diferentes.
Condução: A professora pode criar uma história envolvendo um personagem que passa por situações de inclusão e amizade. Através dos fantoches, as crianças podem participar, identificando-se com os personagens.

5. Caça ao Tesouro da Diversidade
Objetivo: Explorar diferentes formas, cores, tamanhos, e texturas.
Material: Objetos variados que representam diversidade.
Condução: Promova uma “caça ao tesouro” onde as crianças deverão buscar objetos que tenham diferentes texturas, cores e tamanhos. Depois, ao se reuni, cada uma irá explicar o que encontrou e como se relaciona com a diversidade.

Este plano de aula é um convite à reflexão sobre a importância do amor e respeito em relação às diferenças de cada um. Assim, ao trabalhar com o tema do TEA, estamos contribuindo para a formação de indivíduos mais empáticos e solidários.

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