“Plano de Aula: Consciência Negra e Arte na Educação Infantil”

A proposta deste plano de aula tem como objetivo desenvolver atividades criativas e educativas para crianças da educação infantil, levando em consideração a importância da consciência negra e da valorização cultural. O trabalho com temas como o texto “Malika”, pintura e desenho, além da história do “Girot”, será essencial para promover um aprendizado significativo e respeitoso. Neste contexto, as atividades serão planejadas para estimular a expressão artística e a compreensão de diferentes culturas, desenvolvendo nos alunos uma atitude acolhedora e empática.

Este plano é estruturado de acordo com a BNCC, buscando alinhar as propostas educativas às competências e habilidades necessárias para um aprendizado integral das crianças pequenas. Ao longo das atividades propostas, serão utilizadas diversas linguagens, como a verbal, a plástica e a corporal, permitindo que os alunos se expressem livremente e explorem suas emoções, sentimentos e ideias por meio de diferentes formas de expressão.

Tema: Consciência Negra e Expressões Artísticas
Duração: 20 horas
Etapa: Educação Infantil
Sub-etapa: Crianças pequenas
Faixa Etária: 5 anos

Objetivo Geral:

×

Desenvolver a consciência cultural nas crianças, promovendo o respeito e a valorização das diferenças através de atividades artísticas e de linguagem, estimulando a criatividade e a expressão pessoal.

Objetivos Específicos:

– Incentivar a empatia e a compreensão das diversidades culturais.
– Proporcionar experiências de expressão em diferentes linguagens, como desenho, pintura e contação de histórias.
– Fomentar a relação entre arte e identidade, explorando a história do “Girot” e a figura de “Malika”.
– Trabalhar com letras e números de forma lúdica, integrando a arte ao ensino do conhecimento matemático e linguístico.

Habilidades BNCC:

– CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “O EU, O OUTRO E O NÓS”
(EI03EO01) Demonstrar empatia pelos outros, percebendo que as pessoas têm diferentes sentimentos, necessidades e maneiras de pensar e agir.
(EI03EO05) Demonstrar valorização das características de seu corpo e respeitar as características dos outros (crianças e adultos) com os quais convive.
(EI03EO06) Manifestar interesse e respeito por diferentes culturas e modos de vida.

– CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS”
(EI03CG01) Criar com o corpo formas diversificadas de expressão de sentimentos, sensações e emoções.

– CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “TRAÇOS, SONS, CORES E FORMAS”
(EI03TS02) Expressar-se livremente por meio de desenho, pintura, colagem, dobradura e escultura, criando produções bidimensionais e tridimensionais.

– CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “ESCUTA, FALA, PENSAMENTO E IMAGINAÇÃO”
(EI03EF01) Expressar ideias, desejos e sentimentos sobre suas vivências, por meio da linguagem oral e escrita (escrita espontânea), de fotos, desenhos e outras formas de expressão.
(EI03EF04) Recontar histórias ouvidas e planejar coletivamente roteiros de vídeos e de encenações.

– CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “ESPAÇOS, TEMPOS, QUANTIDADES, RELAÇÕES E TRANSFORMAÇÕES”
(EI03ET01) Estabelecer relações de comparação entre objetos, observando suas propriedades.

Materiais Necessários:

– Folhas de papel em branco ou coloridas
– Tintas, pincéis e esponjas
– Lápis de cor e canetinhas
– Materiais recicláveis (papelão, garrafas plásticas, etc.)
– Livros ilustrados sobre histórias de diferentes culturas
– Cartolina para montar exposições
– DVD ou pen drive com músicas e vídeos que representem a cultura africana e brasileira

Situações Problema:

– Como as cores e formas podem nos ajudar a contar a história de pessoas e culturas diferentes?
– Quais sentimentos são despertados quando olhamos para uma pintura ou escultura?
– Como podemos expressar a nossa identidade através da arte?

Contextualização:

As atividades propostas têm como base a reflexão sobre a consciência negra e a valorização das diferentes culturas presentes em nosso meio. Utilizando a história do “Girot” e o texto “Malika”, as crianças serão incentivadas a pensar sobre a importância de respeitar e compreender a diversidade cultural. As expressões artísticas servirão como uma ferramenta poderosa para que os alunos possam vivenciar e sentir essas realidades de maneira lúdica e criativa.

Desenvolvimento:

Serão propostas diferentes atividades ao longo das 20 horas, que incluem contação de histórias, dinâmicas de grupo, produções artísticas e explorações sensoriais. As atividades devem ser realizadas em diferentes momentos da semana, intercalando atividades mais dinâmicas com atividades que envolvam maior concentração e reflexão.

Atividades sugeridas:

Atividade 1: “Contação da História de Malika”
– Objetivo: Introduzir os alunos ao texto “Malika” e suas implicações sobre a consciência negra.
– Descrição: A professora contará a história de “Malika”, envolvendo os alunos com gestos e expressões faciais.
– Instruções:
1. Escolha um espaço confortável e adequado para a contação de histórias.
2. Utilize fantoches ou bonecos para representar os personagens.
3. Ao final, pergunte às crianças como elas se sentiram durante a história.
– Materiais: Livro “Malika” e fantoches.
– Adaptação: Para crianças mais tímidas, pode-se permitir que elas desenhem um momento da história.

Atividade 2: “Dança do Girot”
– Objetivo: Explorar movimentos e expressões corporais relacionadas à cultura africana.
– Descrição: A partir da história do “Girot”, realizar uma atividade de dança.
– Instruções:
1. Reproduza uma música de fundo relacionada à cultura africana.
2. Encoraje as crianças a moverem-se livremente, imitando os sons dos instrumentos.
3. Ao terminar, peça para que cada um compartilhe como se sentiu dançando.
– Materiais: Música cultural africana.
– Adaptação: Para crianças que precisam de mais suporte, crie uma roda de dança onde todos possam participar juntos.

Atividade 3: “Arte e Consciência”
– Objetivo: Permitir que as crianças expressem suas emoções através de pintura.
– Descrição: As crianças criarão pinturas únicas baseadas nas histórias ou sentimentos que surgiram nas atividades anteriores.
– Instruções:
1. Disponibilize tintas, materiais e diferentes tipos de papel.
2. Estimule as crianças a falarem sobre as cores escolhidas e o que elas significam.
3. Ao término, organize uma mini-exposição das obras.
– Materiais: Tintas, pincéis, papéis.
– Adaptação: Crianças que forem mais sensíveis a cheiros podem utilizar tintas à base de água e menos odor.

Atividade 4: “Explorando Letras e Números”
– Objetivo: Trabalhar com a letra ‘S’ e ‘T’ e o número 16 de forma lúdica.
– Descrição: As crianças farão um painel utilizando recortes de revistas e letras para formar palavras.
– Instruções:
1. Ensine as crianças a identificar e recortar letras ‘S’ e ‘T’, bem como o número 16.
2. Anexar os recortes a um grande papel ou cartolina, formando uma colagem divertida.
3. Ao final, cada criança apresenta seu painel e fala sobre as palavras que escolheu.
– Materiais: Revistas, cola, tesoura, cartolina.
– Adaptação: Para alunos que têm mais dificuldade, disponibilize letras e números já impressos para que eles coloram ou embelezem.

Atividade 5: “Reconhecimento das Culturas”
– Objetivo: Promover discussões sobre diferentes culturas e suas tradições.
– Descrição: Leitura de livros ilustrados sobre culturas do Brasil e da África, seguido de um bate-papo.
– Instruções:
1. Escolha livros que abordem temas culturais diversos.
2. Após cada leitura, discuta o que cada um aprendeu.
3. Estimule as crianças a falarem sobre suas próprias experiências culturais.
– Materiais: Livros ilustrados.
– Adaptação: Organize um canto de leitura onde as crianças podem explorar os livros livremente.

Discussão em Grupo:

Ao final das atividades, será realizado um momento de discussão em grupo. As crianças serão convidadas a compartilhar suas experiências, o que aprenderam e como se sentiram em cada atividade. O objetivo é fomentar a escuta, a empatia e a valorização das opiniões dos colegas. A mediação do professor é fundamental para garantir que todas as vozes sejam ouvidas e que o respeito mútuo seja promovido.

Perguntas:

1. O que você aprendeu com a história de Malika?
2. Como você se sentiu dançando?
3. Quais cores você escolheu para sua pintura e por quê?
4. O que você acha que é mais importante em sua cultura?
5. Como podemos respeitar as diferenças entre as pessoas?

Avaliação:

A avaliação será contínua e se dará através da observação do envolvimento e participação dos alunos nas atividades. O professor poderá avaliar a empatia demonstrada, a capacidade de expressar sentimentos e ideias, e o respeito pelas opiniões dos colegas. Os trabalhos artísticos realizados também servirão como registros do aprendizado dos estudantes.

Encerramento:

Ao final do projeto, será realizada uma exposição das obras de arte dos alunos, acompanhado de um pequeno evento onde as crianças poderão apresentar suas criações e reflexões sobre as atividades realizadas. Esse momento deverá ser aberto para pais e familiares, promovendo uma interação com a comunidade e valorizando o esforço dos alunos.

Dicas:

1. Um ambiente acolhedor e livre de julgamentos é essencial para que as crianças se sintam confortáveis para se expressar.
2. Encoraje a diversidade nas produções artísticas, permitindo que cada criança tenha a liberdade de criar de acordo com suas preferências e sentimentos.
3. Aproveite as mães e os pais para participarem das atividades, principalmente nas partes de pintura e contação de histórias, isso pode fortalecer o vínculo familiar e a participação comunitária.

Texto sobre o tema:

A consciência negra é um tema de grande importância e relevância em nossa sociedade, especialmente em um país como o Brasil, que possui uma riquíssima diversidade cultural e étnica. Através da história de personagens como “Malika” e da exploração de contos do “Girot”, conseguimos educar e sensibilizar as crianças para a valorização da cultura afro-brasileira, reconhecendo as contribuições que esses povos trouxeram para a formação da nossa identidade nacional. Além dos dilemas e preconceitos enfrentados, é possível enxergar a beleza, a força e a resiliência das culturas afrodescendentes, que são fundamentais para a construção do respeito e da empatia entre os diferentes grupos que compõem a sociedade.

Neste plano de aula, as crianças também têm a oportunidade de explorar suas próprias identidades enquanto aprendem sobre a identidade de outros. A arte é uma ferramenta poderosa nesse processo, pois permite uma expressão livre e criativa, onde cada desenho ou pintura representa um fragmento da vida e da cultura de quem a fez. Quando estimulamos a criatividade e a expressão das emoções, o educador cria um espaço onde as crianças podem vivenciar os conceitos de interculturalidade e respeito às diferenças, fundamentais para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e igualitária.

Com base na BNCC, o projeto ressalta a importância do aprendizado através de distintas linguagens. Ao trabalhar as letras e os números de forma lúdica e artística, conseguimos captar o interesse e a curiosidade dos alunos, promovendo a aprendizagem de forma integrada e envolvente. As atividades permitem que as crianças experimentem e aprendam sobre suas histórias e as histórias dos outros, construindo um aprendizado coletivamente significativo que ecoará por toda a vida.

Desdobramentos do plano:

Este plano pode ser desdobrado em futuras atividades que explorem ainda mais a temática da consciência negra e a diversidade cultural. Por exemplo, um projeto de pesquisa onde as crianças podem trazer histórias de suas famílias e compartilhar com os colegas sobre suas culturas e tradições. Isso pode gerar um ambiente de troca de experiências e estímulo à curiosidade sobre as diferentes maneiras de viver.

Outro desdobramento interessante seria a realização de uma exibição cultural, onde as crianças podem representar danças, músicas e poesias que aprenderam durante o projeto. Essa experiência teria o potencial de envolver não apenas os alunos, mas também a comunidade escolar, proporcionando um momento de celebração da diversidade. Além disso, a participação da comunidade traz uma dimensão social significativa ao aprendizado, promovendo a inclusão e o fortalecimento de laços entre os diferentes grupos.

Por fim, a organização de um mural coletivo com as produções artísticas das crianças e as histórias que ouviram pode servir como um excelente recurso visual, promovendo a reflexão e discussão sobre as culturas presentes na comunidade escolar. Essa atividade poderá ser um ótimo registro do aprendizado ao longo do tempo e promoverá um sentimento de pertencimento através da valorização do trabalho conjunto.

Orientações finais sobre o plano:

É fundamental que ao longo do desenvolvimento deste plano, o professor esteja atento às reações e sentimentos das crianças, utilizando sua sensibilidade para criar um ambiente seguro onde todos possam se expressar. A escuta ativa e a observação são ferramentas importantes que permitirão ao educador adaptar as atividades às necessidades dos alunos, garantindo que todos eles se sintam incluídos e valorizados.

Além disso, trazer referências culturais diversificadas enriquecerá as atividades. O professor pode convidar familiares ou membros da comunidade para partilhar suas experiências e saberes, oferecendo um aprendizado mais interativo e prático. Essa imersão nas diferentes culturas permite que as crianças compreendam de forma prática a riqueza e a beleza da diversidade, quebrando estereótipos e reforçando valores de respeito e inclusão.

Por fim, a documentação do processo educativo através de fotos, desenhos e relatos garantirá que todos os momentos significativos sejam resgatados e divulgados. Isso não só contribuirá para a memória do grupo, mas também permitirá reflexões sobre o que foi aprendido, criando uma base sólida para futuros projetos e desdobramentos em torno da educação para a diversidade cultural.

5 Sugestões lúdicas sobre este tema:

1. Jogo da Memória das Culturas
– Objetivo: Reconhecer diferentes culturas e suas características.
– Descrição: Criar cartas com imagens de símbolos culturais, vestimentas, comidas ou danças.
– Materiais: Cartas de jogo feitas à mão com recortes de revistas.
– Modo de condução: As crianças jogam em duplas ou em grupos, buscando pares de cartas correspondentes, e devem explicar o que cada imagem representa.

2. Desenho Coletivo
– Objetivo: Estimular a criatividade e a colaboração.
– Descrição: Em folhas grandes de papel, as crianças desenharão juntas, criando um mural coletivo que represente suas ideias sobre as diferentes culturas.
– Materiais: Lápis de cor, canetinhas, giz de cera.
– Modo de condução: Prepare as folhas de papel em um mural ou em uma superfície plana, permitindo às crianças desenhar livremente.

3. Músicas e Rimas
– Objetivo: Promover a linguagem e a musicalidade.
– Descrição: Criar novas músicas ou rimas a partir de histórias que conhecem, imitando ritmos e melodias diferentes.
– Materiais: Instrumentos musicais simples como pandeiros e flautas.
– Modo de condução: As crianças podem trabalhar em pequenos grupos para criar suas canções, e depois apresentações podem ser feitas.

4. Festa da Diversidade
– Objetivo: Celebrar as culturas e promover o convívio social.
– Descrição: Realizar uma festa onde cada criança pode trazer pratos típicos de sua cultura e compartilhar com os colegas.
– Materiais: Enfeites e outros adereços que representem diferentes culturas.
– Modo de condução: Encaminhe o evento para que as crianças experimentem e aprendam sobre a culinária e tradições umas das outras.

5. Viagem Sensorial
– Objetivo: Estimular os sentidos e a criatividade.
– Descrição: Criar estações sensoriais que representem diferentes culturas, utilizando texturas, aromas e sons.
– Materiais: Objetos e materiais representativos de diferentes culturas.
– Modo de condução: Monte as estações em círculos e, a cada ‘parada’, as crianças exploram e compartilham o que sentiram sobre a experiência multisensorial.

Este plano ricamente detalhado tem por objetivo proporcionar um aprendizado divertido e envolvente, ao mesmo tempo que promove a consciência cultural e respeita as diversidades presentes na sociedade. Ao seguir este roteiro, o educador estará contribuindo para formar cidadãos mais empáticos e conscientes de seu papel na construção de uma sociedade mais justa e igualitária.