Plano de Aula: Consciência Negra “Consciência Racial e Cultura Afro-Brasileira: Respeito e Valorização da Diversidade”

A proposta de plano de aula que se segue tem como objetivo trabalhar com o tema Consciência Negra, abordando a importância da diversidade cultural e do respeito às raízes afro-brasileiras. Ao longo de quatro horas, as crianças pequenas (de 4 a 5 anos e 11 meses) serão incentivadas a conhecer e valorizar a cultura negra, estimulando a empatia, a comunicação e o autocuidado, em uma abordagem inclusiva e lúdica. As atividades são interativas e divertidas, promovendo um ambiente de aprendizado colaborativo e respeitoso.

Tema: Consciência Negra
Duração: 4 horas
Etapa: Educação Infantil
Sub-etapa: Crianças pequenas
Faixa Etária: 4 a 5 anos e 11 meses

Objetivo Geral:

Desenvolver nos alunos a percepção sobre a importância da consciência racial e da valorização da cultura afro-brasileira, promovendo o respeito e o entendimento sobre as diversidades presentes na sociedade.

Objetivos Específicos:

Planejamentos de Aula BNCC Infantil e Fundamental

– Fomentar a comunicação e a livre expressão dos sentimentos através de atividades artísticas.
– Promover a valorização do corpo e das características individuais, desenvolvendo a empatia e o respeito às diferenças.
– Incentivar a cooperatividade entre as crianças em atividades em grupo.
– Desenvolver movimentos e expressões corporais que representem a diversidade cultural.

Habilidades BNCC:

(EI03EO01) Demonstrar empatia pelos outros, percebendo que as pessoas têm diferentes sentimentos, necessidades e maneiras de pensar e agir.
(EI03EO05) Demonstrar valorização das características de seu corpo e respeitar as características dos outros (crianças e adultos) com os quais convive.
(EI03EO06) Manifestar interesse e respeito por diferentes culturas e modos de vida.
(EI03CG01) Criar com o corpo formas diversificadas de expressão de sentimentos, sensações e emoções.
(EI03TS02) Expressar-se livremente por meio de desenho, pintura, colagem, dobradura e escultura.

Materiais Necessários:

– Papéis coloridos
– Tintas e pincéis
– Materiais recicláveis (caixas, garrafas, etc.)
– História ilustrada sobre cultura negra
– Música de ritmos afro-brasileiros
– Espelhos

Situações Problema:

Como podemos expressar a nossa identidade e cultura através da arte?
Como podemos respeitar e valorizar as diferenças entre os colegas?

Contextualização:

A educação infantil desempenha um papel crucial na formação da identidade e no reconhecimento das diversidades. Portanto, o trabalho com o tema Consciência Negra na educação infantil propicia um ambiente em que as crianças podem explorar sua própria identidade cultural e a de outras pessoas. Através da arte e da linguagem, as crianças aprendem a valorizar e respeitar as raízes africanas e a convivência harmoniosa entre diferentes culturas.

Desenvolvimento:

O plano será desenvolvido em quatro horas, divididas em diferentes momentos, esperando-se que os alunos participem ativamente de uma série de atividades práticas e interativas, ficando das seguintes maneiras:

Atividades sugeridas:

Atividade 1: Roda de conversa (30 minutos)
Objetivo: Estimular a comunicação e o respeito por diferentes culturas.
Descrição: O educador senta com as crianças em círculo e apresenta um livro ilustrado que retrata personagens afro-brasileiros. Pergunta sobre o que entenderam da história e provoca a discussão sobre a importância da cultura negra.
Instruções Práticas: Incentive as crianças a falarem sobre suas experiências e o que acham das ilustrações.
Materiais: Livro ilustrado.
Adaptação: Para crianças mais tímidas, o educador pode fazer perguntas direcionadas individualmente.

Atividade 2: Pintura expressiva (1 hora)
Objetivo: Promover a livre expressão através da arte.
Descrição: As crianças usarão tintas e papéis coloridos para fazer autorretratos, focando nas características que mais gostam em si mesmas.
Instruções Práticas: Fornecer pincéis e tintas, orientando-as a observar as próprias características no espelho antes de pintar.
Materiais: Tintas e pincéis.
Adaptação: Para crianças que tiverem dificuldade, o professor pode ajudá-las a desenhar as formas básicas e elas completam com a pintura.

Atividade 3: Dança e movimento (1 hora)
Objetivo: Estimular a expressão corporal e o ritmo.
Descrição: Colocar músicas de ritmos afro-brasileiros e incentivar as crianças a dançarem livremente. Em seguida, cada um pode compartilhar os movimentos que mais gostou.
Instruções Práticas: Solicitar que as crianças formem pares para imitar os movimentos um do outro.
Materiais: Música e espaço livre para dança.
Adaptação: Criar variações de movimentos para crianças com dificuldades motoras.

Atividade 4: Criação de um painel da diversidade (1 hora e 30 minutos)
Objetivo: Valorizar as diferenças e criar um ambiente colaborativo.
Descrição: Com materiais recicláveis, as crianças formarão um painel com suas representações artísticas, que simbolizam as diversas culturas.
Instruções Práticas: Cada criança escolhe um elemento para adicionar ao painel, e, ao final, elas apresentarão o que cada uma fez.
Materiais: Materiais recicláveis, cola, tesoura e papelão.
Adaptação: Para as crianças que têm dificuldades motoras, o professor pode auxiliar nas atividades de recorte e colagem.

Discussão em Grupo:

– O que foi mais divertido nas atividades de hoje?
– O que você aprendeu sobre a cultura negra?
– Como você pode respeitar as diferenças nas brincadeiras com seus amigos?

Perguntas:

– O que significa ter orgulho da sua cultura?
– Como podemos mostrar empatia com nossos colegas de diferentes culturas?
– Você consegue lembrar de uma parte da história que mais gostou? Por quê?

Avaliação:

A avaliação será contínua, focando na participação, no envolvimento e na capacidade de se expressar dos alunos nas atividades. Ao final, os educadores podem observar como eles compartilharam suas experiências e como respeitaram a diversidade cultural durante todo o processo.

Encerramento:

Finalizar a aula com uma roda de conversa onde as crianças poderão compartilhar suas impressões sobre a vivência do dia. Refletir sobre as atividades realizadas e reforçar a importância do respeito e da valorização das diferenças.

Dicas:

Utilizar recursos audiovisuais, como vídeos curtos sobre culturas africanas, pode ajudar a prender a atenção das crianças. Sempre que possível, buscar a interatividade e a participação ativa dos alunos em todos os momentos, criando um ambiente acolhedor e inclusivo.

Texto sobre o tema:

A Consciência Negra é uma reflexão profunda sobre nossas raízes culturais, que se tornam ainda mais importantes para as futuras gerações. O respeito à diversidade, que permeia a sociedade brasileira, começa na infância e deve se concretizar nas práticas cotidianas. A figura do negro na sociedade não deve ser vista apenas como um fragmento da história, mas sim como uma construção sólida que compõe o todo da identidade nacional. Neste sentido, ensiná-las desde cedo sobre a importância da cultura negra vai muito além do conhecimento superficial; trata-se da construção de valores fundamentais como a empatia, o respeito e a valorização das características únicas de cada indivíduo.

Hoje, mais do que nunca, é imprescindível que as crianças aprendam a ver a riqueza que existe nas diferenças. Cada cultura traz contribuições significativas para o enorme mosaico da humanidade. O afro-brasileiro, por exemplo, traz consigo uma ancestralidade rica em história e significados, que deve ser respeitada e celebrada. Atividades lúdicas, como as discutidas no plano de aula, são essenciais, pois permitem que as crianças se expressem, explorem suas emoções e criem laços de compreensão e fraternidade com outros.

Integrar a consciência negra na educação infantil fortalece a identidade cultural das crianças e as ensina que cada indivíduo possui um valor inestimável, independente de sua cor ou origem. Em um ambiente acolhedor, onde a diversidade é respeitada, as crianças aprenderão a importância do diálogo, da solidariedade e, acima de tudo, a importância de respeitar e amar as diferenças, características fundamentais para um convívio social mais harmonioso.

Desdobramentos do plano:

As atividades do plano não se encerram nas quatro horas de aula. A ideia é que o trabalho com a Consciência Negra seja um processo contínuo. Os educadores podem integrar o tema em outras atividades do dia a dia, propiciar a leitura de outros livros que abordem culturas diversas e incentivar as crianças a explorarem mais sobre suas próprias origens. Além disso, o painel da diversidade pode ser algo dinâmico, que seja enriquecido a cada semana com novas produções dos alunos.

A prática do respeito e da valorização das diferenças deve ser incentivada de forma constante.Com isso, as crianças aprenderão a conviver com a diversidade, desenvolvendo um olhar crítico em relação às questões sociais do nosso tempo. Para que isso aconteça, a construção de um ambiente inclusivo é vital, onde cada aluno poderá expressar suas ideias, sem medo de julgamentos ou discriminações.

A possibilidade de um “clube do livro” onde as crianças possam trazer histórias de suas comunidades e tradições pode expandir o aprendizado sobre a cultura negra e outras culturas brasileiras, favorecendo um espaço para o diálogo e a celebração das identidades diversificadas que compõem não apenas a classe, mas também o Brasil.

Orientações finais sobre o plano:

É fundamental lembrar que o plano de aula deve ser flexível, pois as crianças dessa faixa etária são naturalmente curiosas e podem trazer novas informações e questionamentos ao longo das atividades. O educador deve estar preparado para abrir espaço para essas conversas, que muitas vezes levam a reflexões profundas. Assim, o papel do professor é mediador e guia no processo de aprendizado.

Durante as atividades, o professor deve observar atentamente como cada criança participa e interage com as propostas apresentadas. É necessário valorizar tanto a fala dos alunos mais extrovertidos quanto respeitar aqueles que são mais tímidos, proporcionando um ambiente onde todas as vozes são ouvidas e respeitadas. Esse processo é essencial na construção de uma identidade coletiva, onde cada um tem seu papel.

Por último, as reflexões sobre a diversidade não devem ocorrer apenas no mês da Consciência Negra, mas devem ser um tema contínuo. Incorporar esses valores de forma transversal e recheada de respeito no cotidiano da instituição de ensino irá garantir que, no futuro, as crianças se tornem adultos mais sensíveis e respeitosos em suas relações sociais e interpessoais.

5 Sugestões lúdicas sobre este tema:

Sugestão 1: Desfile das Raças
Idade: 4 a 5 anos
Objetivo: Valorizar a diversidade através de vestimentas.
As crianças poderão criar trajes que simbolizem diferentes culturas e realizarem um “desfile”, para compartilhar com os colegas. Podem usar roupas que já possuem, e criar enfeites com papéis coloridos.

Sugestão 2: Músicas e Brincadeiras de Raízes
Idade: 4 a 5 anos
Objetivo: Aprender sobre a cultura afro-brasileira através da música.
Criar um momento de roda de música com canções tradicionais afro-brasileiras e incluir brincadeiras como “ciranda” ou “pular corda” ao som dessas canções.

Sugestão 3: Contação de Histórias
Idade: 4 a 5 anos
Objetivo: Explorar a oralidade e o respeito às histórias culturais.
Contar aos alunos histórias de personagens afro-brasileiros. Após a contação, as crianças poderão desenhar a parte que mais gostaram.

Sugestão 4: Jogo das Sombras
Idade: 4 a 5 anos
Objetivo: Desenvolver a coordenação e percepção.
Criar formas com as mãos que representam elementos da cultura negra, e, por fim, discutir sobre esses elementos.

Sugestão 5: Painéis de Cultura
Idade: 4 a 5 anos
Objetivo: Produzir coletivamente.
A cada semana, as crianças podem adicionar elementos sobre a cultura afro-brasileira ao painel, usando recortes de revistas, desenhos ou objetos que representem a cultura.

Este plano de aula é um convite para que as crianças se envolvam com a cultura afro-brasileira de forma dinâmica, criativa e respeitosa, estabelecendo um espaço onde todos possam aprender uns com os outros, celebrando a diversidade que torna nosso mundo mais rico e vibrante.

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