Plano de Aula: Brincadeiras regionais e culturais (Educação Infantil) – Criancas pequenas

A construção de um plano de aula sobre brincadeiras regionais e culturais é uma oportunidade riquíssima para explorar a diversidade e a criatividade presente na cultura brasileira. Neste contexto, as atividades propostas visam não apenas a promoção da diversão entre os pequenos, mas também o desenvolvimento de habilidades importantes relacionadas à convivência, à expressão e à empatia. Ao trabalharmos com brincadeiras típicas de diferentes regiões, proporcionamos às crianças uma abertura para o conhecimento e a valorização da diversidade cultural, fomentando habilidades sociais e individuais que auxiliarão na formação de um cidadão mais consciente e respeitoso.

Este plano de aula foi orientado para crianças de 5 a 6 anos da Educação Infantil, buscando integrar as experiências lúdicas com as diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para esta faixa etária. O objetivo é desenvolver um trabalho engajador e significativo que promova a vivência de brincadeiras que, além de divertidas, são educativas e formadoras. O leque de atividades permitirá que cada aluno se sinta parte não apenas de seu grupo de amigos, mas também da rica tapeçaria cultural que compõe o Brasil.

Tema: Brincadeiras regionais e culturais
Duração: 50 minutos
Etapa: Educação Infantil
Sub-etapa: Crianças pequenas
Faixa Etária: 5 a 6 anos

Objetivo Geral:

Planejamentos de Aula BNCC Infantil e Fundamental

Promover a vivência de brincadeiras tradicionais brasileiras, incentivando a valorização cultural e a empatia, além de aprimorar as habilidades sociais e motoras das crianças.

Objetivos Específicos:

– Estimular a comunicação entre as crianças através de interações lúdicas.
– Fomentar a empatia e o respeito pelas diferenças culturais.
– Desenvolver a habilidade de trabalhar em grupo e cooperar com os colegas.
– Promover a expressão corporal e o movimento através de dança e dramatização de brincadeiras.

Habilidades BNCC:

CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “O EU, O OUTRO E O NÓS”
(EI03EO01) Demonstrar empatia pelos outros, percebendo que as pessoas têm diferentes sentimentos, necessidades e maneiras de pensar e agir.
(EI03EO03) Ampliar as relações interpessoais, desenvolvendo atitudes de participação e cooperação.
(EI03EO06) Manifestar interesse e respeito por diferentes culturas e modos de vida.

CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS”
(EI03CG01) Criar com o corpo formas diversificadas de expressão de sentimentos, sensações e emoções, tanto nas situações do cotidiano quanto em brincadeiras, dança, teatro, música.

CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “ESCUTA, FALA, PENSAMENTO E IMAGINAÇÃO”
(EI03EF01) Expressar ideias, desejos e sentimentos sobre suas vivências, por meio da linguagem oral e escrita (escrita espontânea), de fotos, desenhos e outras formas de expressão.

Materiais Necessários:

– Materiais para confecção de adereços (papel, canetinhas, tesoura, cola).
– Aparelho de som (ou caixa de som) para tocar músicas típicas.
– Um espaço amplo (pátio ou sala) para a realização das brincadeiras.
– Recursos audiovisuais como vídeos que mostrem brincadeiras de diferentes regiões do Brasil.

Situações Problema:

Como as brincadeiras variam de acordo com diferentes culturas e regiões do Brasil? Por que é importante conhecer as brincadeiras dos outros?

Contextualização:

As brincadeiras fazem parte da cultura de um povo e são importantes para a construção da identidade social. No Brasil, onde a diversidade cultural é rica e vibrante, é essencial que as crianças conheçam as diferentes formas de brincar que existem em nosso país. Isso não apenas favorece o aprendizado sobre a cultura, mas também promove valores como colaboração e empatia.

Desenvolvimento:

1. Introdução à atividade (10 minutos): Reunir as crianças em um círculo e apresentar diferentes tipos de brincadeiras regionais através de vídeos ou histórias, destacando a origem de cada uma.
2. Divisão em grupos (5 minutos): Separe as crianças em grupos pequenos e forneça a cada grupo uma brincadeira diferente para que conheçam e pratiquem.
3. Experiência prática (20 minutos): Cada grupo deve brincar com a atividade designada, sob a supervisão da professora. A professora pode circular entre os grupos, ajudando com instruções e motivando a participação.
4. Apresentação dos grupos (10 minutos): Após a experiência prática, cada grupo deve apresentar a brincadeira para os colegas, explicando sua origem e como é praticada.
5. Fechamento e reflexão (5 minutos): Empacotar a atividade com uma discussão sobre o que cada um aprendeu sobre a brincadeira e a cultura apresentada.

Atividades sugeridas:

Atividade 1: Corda e Queimada
Objetivo: Conhecer e aprender a dinâmica de cabra cega e pular corda.
Descrição: As crianças aprenderão a brincar de queimada e pular corda, populares em várias regiões do Brasil.
Instruções: Organizar as crianças em duas filas e escolher quem será o queimador. A cada queimador, as outras crianças devem usar cordas para pular, criando um momento divertido e cooperativo.
Materiais: Cordas e objetos para delimitar a área da brincadeira.
Adaptação: Para crianças com diferentes habilidades motoras, permitir que elas realizem a atividade em grupos menores.

Atividade 2: Dança do Sapo e da Arara
Objetivo: Explorar diferentes modos de movimento e expressão corporal.
Descrição: Implementar uma dança que remete à cultura popular, como a dança do sapo e da arara, que envolve imitação e movimento.
Instruções: Ensinar os passos básicos e deixar as crianças improvisarem.
Materiais: Música típica para a dança.
Adaptação: Crianças que preferirem observar podem participar da dança imitando os movimentos enquanto permanecem em seus lugares.

Atividade 3: Jogo das Cores e Sons
Objetivo: Associar cores, sons e movimentos lúdicos.
Descrição: As crianças devem se movimentar conforme as cores e os sons indicados por um colega ou pelo professor.
Instruções: A cada cor mencionada, as crianças devem imitar um animal que tem essa cor, fazendo sons e movimentos iguais a eles.
Materiais: Objetos coloridos ou imagens para representar as cores.
Adaptação: Para crianças que têm dificuldade em se mover, encorajar que imitem os sons dos animais ao invés dos movimentos.

Atividade 4: Roda de Contação de Histórias
Objetivo: Incentivar a expressão oral e a escuta ativa.
Descrição: Cada criança pode contar uma história relacionada a uma brincadeira que aprendeu.
Instruções: Organizar um círculo onde cada um fala sobre a atividade que mais gostou.
Materiais: Histórias em livros ou cartilhas ilustradas.
Adaptação: Oferecer suporte para aqueles que possuem dificuldade na fala, permitindo a participação em duplas.

Atividade 5: Artesanato Cultural
Objetivo: Expressar-se por meio de artesanato inspirado na cultura abordada.
Descrição: Criar adereços que remetam às brincadeiras e danças aprendidas.
Instruções: Utilizar papel e outros materiais para criar objetos que representam as culturas das brincadeiras.
Materiais: Papel colorido, tesoura, cola, canetinhas.
Adaptação: Oferecer instruções mais detalhadas para auxiliar crianças que precisam de suporte na manualidade.

Discussão em Grupo:

Durante a discussão, proponha que as crianças compartilhem como se sentiram ao brincar, o que aprenderam sobre as culturas e por que acham que brincar é importante. Perguntas como “Qual foi a brincadeira mais divertida?” ou “O que você aprendeu sobre a cultura da sua colega?” podem ajudar a estimular o diálogo.

 

Perguntas:

– O que você aprendeu sobre as brincadeiras de outras culturas?
– Por que você acha que é importante respeitar as brincadeiras dos outros?
– Como as diferentes brincadeiras podem nos fazer sentir?
– Como podemos compartilhar nossas brincadeiras com outras crianças?

Avaliação:

A avaliação deve ser contínua e considerar a participação de cada criança nas atividades. O professor pode observar se os alunos estão expressando seus sentimentos, se estão cooperando com os colegas e se estão interessados em aprender sobre as diferentes culturas. Realizar registros escritos e/ou ilustrações criadas pelos alunos pode contribuir para uma avaliação mais completa do aprendizado.

Encerramento:

Finalizar a aula reforçando a importância das brincadeiras culturais e a vivência coletiva. Agradecer a participação de todos, destacando que cada um teve um papel especial na aula. Reforçar a ideia de que as brincadeiras fazem parte da identidade cultural de cada um e que é importante respeitar e valorizar essas diferenças.

Dicas:

– Propor atividades que possam ser realizadas em diferentes espaços, como pátios ou salas, para melhorar a interação.
– Estimular que as crianças tragam sugestão de brincadeiras que conheceram em suas famílias para ampliar a diversidade cultural explorada na aula.
– Utilizar músicas e vídeos que o professor considere adequados às idades e ao desenvolvimento das crianças para enriquecer o aprendizado.

Texto sobre o tema:

As brincadeiras regionais e culturais são um dos pilares da vivência social das crianças e representam muito mais do que mera diversão. Elas são uma forma de expressão cultural que possibilita a inclusão de todos no universo das tradições. Brincar é um elemento fundamental no desenvolvimento social e emocional, permitindo que as crianças explorem suas emoções e relacionamentos. Ao diferenciar as culturas através das brincadeiras, as crianças aprendem a divisão das tradições e como essas práticas têm um papel significativo em suas identidades.

Importante também é a maneira como as brincadeiras podem ser um reflexo da história social de um povo. Cada jogo, dança ou brincadeira traz consigo elementos históricos que podem ensinar a respeito de costumes e modos de vida diferentes. Para as crianças, isso significa ter acesso a uma rica fonte de conhecimento que pode ser explorada de forma interativa e prática. Além disso, brincar com outras crianças de diferentes origens culturais incentiva a criatividade e a empatia, fundamentais para a convivência harmônica.

Por fim, ao praticar brincadeiras regionais, as crianças não apenas se divertem, mas também desenvolvem habilidades interpessoais vitais, como a comunicação, a cooperação e a resolução de conflitos. Dessa forma, as brincadeiras são fundamentais para o crescimento emocional e social, permitindo que as crianças formem conexões significativas umas com as outras, enquanto se familiarizam com a diversidade cultural que compõe a sociedade em que vivem.

Desdobramentos do plano:

Um plano de aula sobre brincadeiras regionais e culturais pode ser explorado ao longo de diversas semanas, permitindo um aprofundamento nas práticas culturais e sua importância na formação identitária das crianças. As atividades podem incluir visitas a centros culturais, onde as crianças poderão vivenciar danças e jogos ensinados por artistas locais, proporcionando uma experiência prática e vivenciada. Isso pode resultar em um projeto final em que as crianças apresentem um festival de culturas, trazendo elementos de cada brincadeira que aprenderam, permitindo que pais e professores também participem.

Outro desdobramento importante poderia ser a realização de um ciranda cultural, onde as crianças trazem de casa brinquedos ou brincadeiras que fazem parte de suas vidas e de suas tradições familiares. Através deste intercâmbio, elas não só aprendem sobre as culturas dos outros, mas também validam as suas próprias experiências, vivenciando um momento de valorização da sua própria história e da história dos colegas. Isso resultaria em um ambiente escolar mais inclusivo e respeitador da diversidade.

Além disso, uma exposição de arte feita a partir de materiais coletados durante a exploração das brincadeiras também pode ser um desdobramento interessante. As crianças poderiam criar obras artísticas que representem as culturas que conheceram, viabilizando uma nova forma de expressão e aprendizado em um formato que sempre gerará interesse entre elas.

Orientações finais sobre o plano:

É fundamental que o professor se sinta confortável com o planejamento da aula sobre brincadeiras regionais e culturais, sempre buscando adequar as atividades ao nível de desenvolvimento e ao interesse das crianças. As experiências de aprendizado devem ser lúdicas e, ao mesmo tempo, educativas, promovendo um ambiente onde os pequenos se sintam livres para explorar, perguntar e compartilhar suas próprias histórias em um espaço seguro. Ao integrar elementos da diversidade cultural nas brincadeiras, o professor faz um trabalho essencial no que diz respeito à construção de uma sociedade mais empática e colaborativa.

Encorajar a participação ativa dos pais e responsáveis também é uma estratégia eficaz. Compartilhar informações com as famílias sobre as atividades propostas pode contribuir não apenas para aproximá-los da escola, mas também para que tragam suas histórias e experiências sobre brincadeiras de outra região do Brasil ou até mesmo do mundo. Essa troca de informações torna-se um verdadeiro enriquecimento cultural para todos.

Por fim, ao longo das atividades, é importante permanecer atento ao clima emocional da turma e promover uma atmosfera de alegria e acolhimento. A valorização das experiências das crianças e a facilitação de um diálogo respeitoso sobre as diferenças culturais são essenciais. Assim, como educadores, teremos contribuído significativamente para a formação de cidadãos mais conscientes, respeitosos e comprometidos com a diversidade que compõe a nossa sociedade.

5 Sugestões lúdicas sobre este tema:

1. Festa das Tradições: Organizar uma festa onde cada criança pode trazer um prato típico de sua cultura e apresentar um jogo ou dança tradicional ao grupo, fortalecendo o aprendizado sobre a gastronomia e brincadeiras regionais.

2. Teatro da Cultura: Propor que as crianças escolham e encenem uma história tradicional brasileira ou uma brincadeira folclórica, permitindo que experimentem diversas formas de expressão artística. Cada grupo pode criar suas próprias versões e apresentar para a turma.

3. Caça ao Tesouro Cultural: Preparar uma caça ao tesouro onde as pistas são baseadas em brincadeiras e tradições das diferentes regiões do Brasil. Em cada parada, as crianças podem aprender sobre a cultura e participar de uma mini-brincadeira relacionada.

4. Caderno da Diversidade: Criar um caderno da turma onde toda semana uma criança é convidada a desenhar e escrever sobre uma brincadeira, história ou cultura que conheceu, ajudando a desenvolver habilidades de desenho, escrita e expressão artística.

5. Roda de Capoeira: Convidar um instrutor de capoeira para uma aula experimental, apresentando não apenas os movimentos da dança, mas também a história da capoeira e seu significado cultural.

Esse modelo lúdico não só educa sobre a diversidade cultural, mas promove a interação forte entre as crianças, formando um ambiente de aprendizado vibrante e colaborativo.

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