Plano de Aula: “Brincadeiras Antigas – Socialização e Valor Cultural”
A unidade didática proposta neste plano de aula aborda o tema das brincadeiras antigas, promovendo o reconhecimento e a valorização de jogos e atividades lúdicas que fizeram parte da infância de diversas gerações. Os pequenos, na faixa etária de 3 a 4 anos, terão a oportunidade de explorar e vivenciar de forma prática essas brincadeiras, promovendo, assim, um contato mais estreito com a cultura e a história da sociedade, além de fomentar valores como a cooperação e o respeito ao próximo. Este plano foi desenvolvido para a Educação Infantil, especificamente para crianças pequenas, e procura proporcionar não apenas um momento de divertimento, mas também de aprendizado social e emocional.
A proposta inclui uma série de atividades dinâmicas que estimularão a expressão corporal, a linguagem, a criatividade e a interação entre as crianças. Com o objetivo de favorecer o desenvolvimento integral dos alunos, as atividades foram alinhadas às habilidades da BNCC que se relacionam com os campos de experiências pertinentes a essa faixa etária, promovendo um aprendizado significativo.
Tema: Brincadeiras antigas
Duração: 30 minutos
Etapa: Educação Infantil
Sub-etapa: Crianças pequenas
Faixa Etária: 3 a 4 anos
Objetivo Geral:
Promover a interação social e o desenvolvimento emocional das crianças por meio da vivência e valorizar as brincadeiras antigas como patrimônio cultural.
Objetivos Específicos:
1. Estimular a interação e cooperação entre os alunos durante as brincadeiras.
2. Fomentar a expressão corporal e a criatividade dos alunos.
3. Contribuir para o desenvolvimento da empatia e respeito pelas diferenças entre os colegas.
Habilidades BNCC:
– Campo de experiências “O EU, O OUTRO E O NÓS”:
– (EI03EO01) Demonstrar empatia pelos outros, percebendo que as pessoas têm diferentes sentimentos, necessidades e maneiras de pensar e agir.
– (EI03EO03) Ampliar as relações interpessoais, desenvolvendo atitudes de participação e cooperação.
– Campo de experiências “CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS”:
– (EI03CG01) Criar com o corpo formas diversificadas de expressão de sentimentos, sensações e emoções, tanto nas situações do cotidiano quanto em brincadeiras.
– Campo de experiências “TRAÇOS, SONS, CORES E FORMAS”:
– (EI03TS01) Utilizar sons produzidos por materiais, objetos e instrumentos musicais durante brincadeiras de faz de conta.
Materiais Necessários:
– Cordas, bambolês, bolas (de materiais variados), colchonetes.
– Música de fundo (brincadeiras cantadas ou tradicionais).
– Recortes de papel em formas geométricas.
– Objetos diversos para manipulação e construção de cenários (caixas, tecidos, etc.).
Situações Problema:
Como podemos brincar juntos e respeitar as ideias e as vontades uns dos outros? Como podemos valorizar as brincadeiras que nossos pais e avós jogavam quando eram crianças?
Contextualização:
É importante que os alunos compreendam que brincar é uma forma de aprender e que, por meio das brincadeiras antigas, podemos sentir a alegria das interações e dos desafios propostos. Estas atividades são uma forma de resgatar memórias e ensinar às crianças o valor da cultura popular.
Desenvolvimento:
1. Início da aula com uma roda de conversa onde as crianças compartilham algumas das brincadeiras que conhecem.
2. Apresentação de algumas brincadeiras antigas e suas regras, como “pular corda”, “pega-pega” e “esconde-esconde”.
3. Organizar os alunos em pequenos grupos e explicar como irão participar de cada brincadeira, ressaltando sempre a importância da cooperação e do respeito.
Atividades sugeridas:
Atividade 1: Roda de brincadeiras
– Objetivo: Resgatar e trocar experiências sobre brincadeiras antigas.
– Descrição: As crianças se sentam em círculo e cada uma vai compartilhar uma brincadeira de sua família.
– Instruções: O professor pode facilitar a conversa direcionando os alunos a fala de aspectos como regras, como os pais brincavam, quais eram os sentimentos.
– Materiais: Espaço livre.
Atividade 2: Brincadeira do “esconde-esconde”
– Objetivo: Promover a interação e a cooperação através da prática do “esconde-esconde”.
– Descrição: Dividir os alunos em grupos e explicar a dinâmica da brincadeira.
– Instruções: Um aluno conta enquanto os outros se escondem; depois, o que contou deverá encontrar os colegas.
– Materiais: Espaço externo ou interno amplo.
Atividade 3: Pular corda
– Objetivo: Desenvolver a coordenação motora e a expressão corporal.
– Descrição: Utilizar cordas para participar de pulos coletivos.
– Instruções: Criar uma música para acompanhar a brincadeira, onde todos pulam juntos. O professor pode ensinar variações de ritmos e pulos.
– Materiais: Cordas.
Atividade 4: Jogo de “piroca”, em que um aluno gira e outros se movem em direção a ele sem serem pegos.
– Objetivo: Estimular o controle corporal e a noção de espaço.
– Descrição: Escolher um aluno para ser o “gira-gira” enquanto os outros se movimentam.
– Instruções: O girador deve contar e girar, enquanto os outros tentam não serem pegados.
– Materiais: Espaço amplo para garantir segurança.
Atividade 5: Criando a própria brincadeira
– Objetivo: Fomentar a criatividade e o trabalho em grupo.
– Descrição: As crianças devem criar suas próprias regras para uma nova brincadeira, usando objetos acessíveis.
– Instruções: Os alunos devem se dividir em grupos, escolher os materiais e elaborar regras.
– Materiais: Materiais diversos como papel e caixas.
Discussão em Grupo:
Como foi a experiência de brincar em grupo? O que as crianças sentiram ao se esconder ou ao pular a corda? O que disseram sobre o respeito às regras?
Perguntas:
1. Qual brincadeira você mais gostou e por quê?
2. Como podemos respeitar as regras das brincadeiras para que todos se divirtam?
3. O que você se sentiu enquanto brincava com os seus amigos?
Avaliação:
A avaliação deve ocorrer de forma contínua, observando a participação de cada criança nas atividades, seu engajamento e a habilidade em respetar as regras estabelecidas. O professor pode anotar como cada aluno se expressou e interagiu com os colegas.
Encerramento:
Reunir as crianças novamente em roda para compartilharem o que aprenderam e quais brincadeiras gostaram mais. Refletir sobre a importância de compartilhar e respeitar as diferentes maneiras de brincar e como isso as ajuda a se relacionar com os outros.
Dicas:
– Utilizar músicas populares que mencionem brincadeiras para que as crianças se envolvam mais durante as atividades.
– Promover o brincar livre, permitindo que as crianças criem suas próprias dinâmicas com os materiais oferecidos.
– Fazer uma exposição ao final da semana, onde as crianças possam apresentar as brincadeiras que criaram ou adaptaram e convidar os pais para participarem.
Texto sobre o tema:
As brincadeiras antigas fazem parte da memória coletiva de muitos povos e representam não só momentos de diversão, mas também aprendizados valiosos sobre a convivência social, o compartilhamento e a colaboração. Muitas vezes, o simples ato de brincar possui um poder transformador que vai além do entretenimento. Esse ato de se envolver em atividades lúdicas é fundamental para o desenvolvimento emocional das crianças, pois as ensina a lidar com diferentes sentimentos e interações. Durante o brincar, as crianças praticam habilidades sociais essenciais, como a empatia, ao perceberem as reações dos colegas, e a cooperação, ao trabalharem juntas para seguir regras e obter um objetivo em comum.
O resgate de brincadeiras tradicionais, como “esconde-esconde”, “pular corda” e “quebradinha”, promove não apenas diversão, mas permite que as crianças se conectem com raízes culturais e familiares. Através dessas atividades, os pequenos não só aprendem sobre as regras do jogo, mas também sobre a importância de respeitar o outro, escutando e acolhendo as diferentes vozes que participam da atividade. O brilho nos olhos das crianças ao brincarem livres expressa a felicidade e a essência do que é a infância: um momento único, rico em novas descobertas e amizades, onde se forma a base do que serão como adultos em sociedade.
Nesse contexto, as brincadeiras não devem ser vistas apenas como um passatempo, mas como oportunidades de aprendizado. As interações durante o brincar desenvolvem habilidades de comunicação, raciocínio lógico e resolução de conflitos, sempre mediadas pela presença solidária dos educadores. Isso destoa completamente da ideia de que aprender deve ser um ato solene e restrito; aprender pode e deve ser também um momento de pura alegria e diversão. Ao relembrarmos e valorizarmos as brincadeiras antigas, fornecermos às crianças um elo de ligação com suas raízes e culturas ancestrais.
Desdobramentos do plano:
As brincadeiras antigas podem ser um tema riquíssimo para se desdobrar em outras atividades, como a pesquisa de campo sobre brincadeiras típicas de diferentes regiões do país. Essa pesquisa pode, por exemplo, culminar em uma apresentação cultural na escola com poesias, músicas e dança que representam cada brincadeira. As crianças também podem ser incentivadas a trazer de casa relatos e histórias contadas por seus avós, criando conexões intergeracionais que enriquecerão ainda mais a experiência educativa.
Para além das atividades práticas, o plano pode incluir a construção de um caderno de memória das brincadeiras, onde as crianças poderão desenhar ou ilustrar suas experiências vividas em sala e em casa. Esse espaço é uma forma de estimular a expressão artística e também a escrita, mesmo que de maneira espontânea, fortalecendo a habilidade de registro visual e textual de suas vivências. Esse caderno vai se tornar um acervo importante, que poderá ser partilhado com outras turmas e, assim, contribuir para um
entendimento coletivo e a valorização da cultura lúdica.
Por fim, não se deve esquecer que o brincar livre deve fazer parte do cotidiano na educação infantil. Um planejamento que inclua tempos livres para que as crianças possam criar suas próprias brincadeiras a partir dos elementos que estão ao seu redor é fundamental. Através do brincar não só ocorre a aquisição de conhecimento, mas, acima de tudo, o fortalecimento das relações, da cooperação e da construção de uma identidade respeitosa e inclusiva.
Orientações finais sobre o plano:
O sucesso desta proposta está em garantir que todas as atividades sejam conduzidas com um olhar atento ao desenvolvimento integral da criança. É necessário respeitar o tempo de cada aluno e permitir que eles explorem as brincadeiras a sua maneira, significando a observância a suas particularidades e desejos. Os educadores devem estar sempre presentes não apenas como mediadores, mas como facilitadores das interações, promovendo um ambiente onde todos se sintam à vontade para se expressar e brincar livremente. Dessa forma, as crianças terão a oportunidade de construir sabores e sentimentos que reforçarão sua segurança e autoconfiança.
Ressalta-se também a importância de preparar o espaço que será utilizado para as brincadeiras. Um ambiente seguro e convidativo estimulará a participação ativa das crianças, que se sentirão mais motivadas a experimentar e explorar. Proporcione alternativas e variações nas atividades para garantir que todas as crianças consigam participar, respeitando o ritmo e as capacidades de cada uma. Essa abordagem promovida nesse plano visa fortalecer a ideia de que a educação lúdica tem um papel primordial na formação do respeito, da empatia e da construção de novos vínculos.
Ao final, espera-se que, por meio das brincadeiras antigas, as crianças desenvolvam uma apreciação por sua cultura e história, além de se tornarem mais conscientes de seu papel nas interações sociais. A luta para manter viva a essência lúdica em educação é inteiramente necessária para a formação de cidadãos críticos e respeitosos, reforçando o poder transformador que as brincadeiras têm sobre o aprendizado e socialização, em um ambiente de amor e diversão.
5 Sugestões lúdicas sobre este tema:
1. Criando uma “linha do tempo” das brincadeiras:
– Objetivo: Explorar as origens e transformações das brincadeiras ao longo do tempo.
– Materiais: Papel pardo, canetas, fotos de crianças brincando.
– Modo de condução: As crianças irão desenhar ou colar fotos que representem as brincadeiras de sua infância e dos pais ou avós, formando uma linha do tempo que será exposta na sala.
2. Contação de histórias de brincadeiras:
– Objetivo: Compartilhar memórias e criar um ambiente de comunicação oral.
– Materiais: Livros de imagens e fantoches.
– Modo de condução: O professor pode contar histórias que envolvam brincadeiras, usando fantoches para tornar a contação mais dinâmica e envolvente.
3. Atividade de “Pintura com os pés”:
– Objetivo: Estimular a expressão artística e a liberdade de movimentos.
– Materiais: Tintas e papel grande no chão.
– Modo de condução: Em um ambiente seguro, as crianças poderão pintar usando os pés, criando obras de arte baseadas em suas emoções sobre as brincadeiras.
4. Teatro de fantoches das brincadeiras:
– Objetivo: Promover a criatividade e a expressão teatral.
– Materiais: Fantoches feitos de meias, papel, e objetos reciclados.
– Modo de condução: As crianças podem criar histórias em grupos e apresentar um teatro para os colegas, utilizando fantoches que representam as brincadeiras.
5. Brincadeiras de roda ao ar livre:
– Objetivo: Integrar músicas e danças das brincadeiras antigas num ambiente externo.
– Materiais: Música tradicional e um espaço amplo.
– Modo de condução: Organize as crianças em roda e ensine músicas e danças que faziam parte das brincadeiras tradicionais, incentivando a interação e a rítmica corporal.