“Plano de Aula: Bebês e a Musicalidade dos Povos Indígenas”
A elaboração de um plano de aula para bebês na educação infantil, especialmente focado no tema dos povos indígenas e seus instrumentos, requer uma atenção especial às características e necessidades dessa faixa etária. Nessa fase de desenvolvimento, as experiências sensoriais e interativas são fundamentais para o aprendizado. O propósito deste plano é proporcionar um ambiente enriquecedor onde os pequenos possam explorar, se divertir e aprender sobre a musicalidade presente nas culturas indígenas.
Os povos indígenas possuem uma rica diversidade cultural que inclui uma variedade de instrumentos musicais, os quais podem ser utilizados como ferramentas de exploração e aprendizado. Através da imersão em sons e ritmos, os bebês terão a oportunidade de interagir com diferentes materiais e perceber as relações que existem entre som e movimento, além de proporcionar um momento de socialização e afinidade com o ambiente que o cerca.
Tema: Povos Indígenas
Duração: 20 minutos
Etapa: Educação Infantil
Sub-etapa: Bebês
Faixa Etária: 1 a 2 anos
Objetivo Geral:
Promover a exploração sensorial e a interação social dos bebês por meio do contato com instrumentos musicais indígenas, desenvolvendo assim a percepção auditiva e a expressão corporal.
Objetivos Específicos:
– Incentivar a exploração dos sons através de diferentes instrumentos.
– Estimular a interação entre os bebês e os adultos por meio da música.
– Proporcionar um ambiente seguro onde os bebês possam experimentar os movimentos corporais em resposta à música.
– Promover o reconhecimento das emoções e sensações ao ouvir e tocar os instrumentos.
Habilidades BNCC:
– CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “O EU, O OUTRO E O NÓS”
(EI01EO01) Perceber que suas ações têm efeitos nas outras crianças e nos adultos.
(EI01EO02) Perceber as possibilidades e os limites de seu corpo nas brincadeiras e interações das quais participa.
(EI01EO03) Interagir com crianças da mesma faixa etária e adultos ao explorar espaços, materiais, objetos, brinquedos.
– CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS”
(EI01CG01) Movimentar as partes do corpo para exprimir corporalmente emoções, necessidades e desejos.
(EI01CG02) Experimentar as possibilidades corporais nas brincadeiras e interações em ambientes acolhedores e desafiantes.
– CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “TRAÇOS, SONS, CORES E FORMAS”
(EI01TS01) Explorar sons produzidos com o próprio corpo e com objetos do ambiente.
(EI01TS02) Traçar marcas gráficas, em diferentes suportes, usando instrumentos riscantes e tintas.
Materiais Necessários:
– Instrumentos musicais simples como maracas, pandeiros e tambores de fácil manuseio.
– Materiais adicionais como panos coloridos e tiras de papel para estruturar a atividade.
– Um espaço amplo e seguro onde as crianças possam se mover livremente.
Situações Problema:
– Como podemos fazer música juntos?
– Quais sons conseguimos produzir com esses instrumentos?
– O que sentimos ao tocar e ouvir esses sons?
Contextualização:
A música é uma parte integral da cultura indígena, muitas vezes usada em rituais e celebrações. Os instrumentos não são apenas ferramentas de produção de som, mas também expressões da identidade cultural e espiritual de cada povo. Por meio deste plano, os bebês terão a oportunidade de se conectar com essa rica herança através da experiência rítmica e auditiva.
Desenvolvimento:
Inicie a atividade reunindo as crianças em um círculo tranquilo, apresentando os instrumentos escolhidos. Mostre cada um deles, permitindo que as crianças os explorem de forma livre, manipulando, balançando e, se possível, tocando. Incentive-as a observar os sons produzidos e a como seus corpos reagem a esses sons. Uma vez que cada criança tenha explorado os instrumentos, promova uma pequena rodinha de música, onde todos juntos possam tocar ao mesmo tempo, proporcionando um ambiente acolhedor e sonoro.
Atividades sugeridas:
1. Atividade de descoberta de sons
– Objetivo: Explorar diferentes sons dos instrumentos.
– Descrição: Os bebês explorarão cada instrumento individualmente.
– Instruções: Apresente um instrumento por vez, permitindo que cada criança explore livremente. Estimule sons diferentes com movimentos dos instrumentos.
– Materiais: Maracas, pandeiros e tambores.
– Adaptação: Para bebês com menos habilidades motoras, use instrumentos mais leves e grandes, que sejam mais fáceis de manusear.
2. Dance e toque
– Objetivo: Estimular o movimento corporal ao som de músicas indígenas.
– Descrição: A música tocará enquanto as crianças dançam livremente.
– Instruções: Coloque uma música de fundo e incentive as crianças a se moverem livremente com seus instrumentos, explorando ritmos com movimentos do corpo.
– Materiais: Música indígena e os instrumentos.
– Adaptação: Para bebês que não estão tão confiantes em seus movimentos, ofereça suporte com as mãos e balanços.
3. Jogo de imitação de sons
– Objetivo: Desenvolver a capacidade de escuta e imitação.
– Descrição: Algumas crianças tocarão um som enquanto outras tentarão imitar.
– Instruções: Um bebê toca um instrumento e as outras crianças tentam reproduzir o mesmo som com seus instrumentos.
– Materiais: Instrumentos variados.
– Adaptação: Caso haja dificuldades, o educador pode imitar os sons para guiar os bebês.
Discussão em Grupo:
Após as atividades, reúna o grupo e converse sobre o que aprenderam e sentiram. Pergunte como foi a experiência de tocar diferentes instrumentos e quais sons mais gostaram.
Perguntas:
– Que som você mais gostou de fazer?
– Como você se sentiu ao tocar o instrumento?
– O que achou da música que ouvimos?
Avaliação:
A avaliação será realizada de forma contínua, observando a interação dos bebês com os instrumentos e com os colegas. Avalie a disposição para explorar, a comunicação durante as atividades e a motricidade fina ao manusear os instrumentos.
Encerramento:
Finalize a atividade reunindo todas as crianças para um momento de agradecimento, onde cada uma dirá um som que aprendeu e o que sentiu ao tocar. Isso promoverá a expressão e a socialização entre os pequenos.
Dicas:
– Esteja sempre atento às reações dos bebês e adapte as atividades de acordo com o engajamento deles.
– Use um espaço seguro para a atividade, longe de objetos que possam causar ferimentos.
– Inclua músicas que sejam rítmicas e alegres, facilitando a dança e o movimento.
Texto sobre o tema:
Os povos indígenas são protagonistas de uma cultura rica e vibrante, repleta de tradições que incluem a música como elemento central. Para muitos grupos, a música não é apenas uma forma de entretenimento, mas também um veículo de comunicação e compreensão do mundo ao seu redor. Instrumentos como flautas, tambores e maracas são estruturas sonoras que representam a conexão com a natureza e os espíritos que os cercam.
Dentro de cada nota, há histórias de vida, de luta e de celebração. A musicalidade também está presente em rituais e cerimônias, expressando tanto os desafios quanto as alegrias de ser parte de uma comunidade. Para as crianças, esta é uma oportunidade única de mergulhar em um universo de sons e ritmos que estimulam suas habilidades motoras e cognitivas. Ao explorar a música indígena, os bebês não apenas desenvolvem uma apreciação pela diversidade cultural, mas também aprendem a se expressar e a se comunicar de maneiras criativas e inovadoras.
Engajar bebês em atividades musicais e rítmicas não é apenas uma proposta de entretenimento, mas uma forma significativa de promover o desenvolvimento integral. Ao trabalharmos com músicas e ritmos variados, estamos não só proporcionando um momento de alegria, mas também desafiando o corpo e a mente a interagir com diferentes sensações e aprendizados. As atividades musicais se tornam pontes entre os mundos, onde a cultura dos povos indígenas pode ser experimentada e vivenciada, promovendo a empatia e o respeito pela diversidade.
Desdobramentos do plano:
Após implementar este plano de aula, as possibilidades de desdobramentos são inúmeras. A continuidade do tema pode ser explorada em outras atividades, como criar instrumentos personalizados com materiais recicláveis. Ao permitir que as crianças ajudem na construção de seus próprios instrumentos, promovemos um sentimento de propriedade e pertencimento que é crucial para o desenvolvimento infantil. Além disso, essa atividade pode fortalecer a compreensão dos bebês sobre a cultura indígena, lidando com a simbologia por trás de cada instrumento.
Outra ideia é promover um encontro com um indígena que possa contar histórias acompanhadas de música e dança, enriquecendo ainda mais a experiência dos bebês. Por meio do contar histórias, os bebês também podem desenvolver a imaginativa e a capacidade de escuta, aprendendo a respeitar o tempo de cada um, e a importância da cultura oral nas comunidades indígenas. Esta é uma oportunidade para refletir sobre a importância de escutar as vozes que merecem ser ouvidas.
Por fim, ainda é possível integrar a musicalidade indígena às atividades diárias da sala, tornando-as um componente rotineiro da vida das crianças. A apresentação regular de diferentes músicas e ritmos das culturas indígenas não apenas amplia o repertório musical dos pequenos, mas também os ensina sobre a diversidade cultural. Ao planejar atividades que unam todas as experiências descritas, formamos um espaço educacional que valoriza e celebra a pluralidade, promovendo o respeito e a convivência harmoniosa desde os primeiros anos de vida.
Orientações finais sobre o plano:
É de suma importância que os educadores que implementam este plano estejam atentos às necessidades e ritmos individuais de cada bebê. A educação infantil é um momento crítico para desenvolvimento e descoberta, e práticas que incentivam a música e o movimento devem ser adaptadas para respeitar a singularidade de cada criança. Sempre que possível, ofereça alternativas e apoios para atender às diferentes habilidades motoras e cognitivas, garantindo um ambiente inclusivo e seguro.
Além disso, é fundamental que os educadores promovam um clima de afeto e acolhimento durante as atividades. O brincar deve ser mediado por momentos de carinho e segurança, permitindo que cada bebê se sinta confortável para se expressar e explorar os instrumentos. Cultivar um espaço onde as crianças se sintam vistas e ouvidas é essencial para o sucesso do aprendizado.
Por último, a realização de registro e documentação das atividades é uma ótima prática que permite reflexão sobre o processo de ensino-aprendizagem. Registre as interações, os avanços e as reações dos bebês durante e após as atividades, possibilitando ajustes futuros e aprimorando a prática pedagógica. Dessa forma, você estará não apenas educando, mas também construindo um verdadeiro espaço de aprendizado colaborativo.
5 Sugestões lúdicas sobre este tema:
1. Explorando Sons da Natureza: Utilize gravações de sons da natureza que os povos indígenas costumam imitar, como o som de aves ou águas. Introduza esses sons durante a exploração, utilizando instrumentos para imitar e responder aos sons da natureza.
2. A coluna sonora: Crie uma coluna com imagens de diferentes povos indígenas e seus instrumentos. À medida que os bebês escutam a música, incentive-os a mostrar qual instrumento está representado, fortalecendo a conexão entre o som e a imagem.
3. Dança tranquila: Realize uma atividade tranquila onde os bebês possam dançar com lenços ou panos coloridos, simbolizando a interação com o ritmo da música indígena. Eles deverão explorar o movimento com esses objetos leves e coloridos, despertando suas percepções.
4. Roda da Música: Realize uma roda onde cada bebê poderá apresentar um som que gosta, e os outros tentam imitar. Isso estimula a comunicação e a expressão corporal de maneira lúdica e divertida.
5. Conexão sensorial: Utilize itens diferentes, como folhas secas, sementes ou peles, para que os bebês possam tocar e sentir os materiais que se podem usar para fazer instrumentos. Isso permitirá que eles explorem as relações entre textura, som e criação musical.
Essas atividades são fundamentais para o desenvolvimento integral dos bebês, promovendo a aprendizagem de forma lúdica e respeitosa, sempre alinhadas às habilidades e competências necessárias para essa fase da educação infantil.

