“Plano de Aula: Aprendendo sobre Cartas no 4º Ano”
A presente proposta de plano de aula tem por objetivo abordar um gênero literário muito especial e utilizado em nosso cotidiano, que é a carta. A proposta é que os alunos do 4º ano do Ensino Fundamental tenham a oportunidade de explorar, tanto de forma teórica quanto prática, a estrutura e a função das cartas em diferentes contextos. Além disso, este plano levará em consideração a importância da produção textual e a utilização adequada da linguagem escrita.
Neste plano, a turma irá se envolver em atividades que vão desde a leitura de cartas pessoais até a elaboração de suas próprias mensagens, o que irá contribuir para o desenvolvimento de habilidades comunicativas e de escrita, alinhadas às diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). As atividades propostas podem ser utilizadas tanto no ambiente escolar quanto em projetos interdisciplinares, promovendo um aprendizado que extrapola as paredes da sala de aula.
Tema: Gênero Literário – Carta
Duração: Dois dias
Etapa: Ensino Fundamental 1
Sub-etapa: 4º Ano
Faixa Etária: 9 a 10 anos
Objetivo Geral:
Promover a compreensão e a prática da escrita e leitura de cartas, explorando suas características e finalidades, contribuindo para a formação de leitores e escritores críticos e criativos.
Objetivos Específicos:
1. Identificar a estrutura e as características do gênero carta.
2. Produzir cartas pessoais com clareza e coerência.
3. Utilizar a pontuação e a ortografia de forma adequada na produção textual.
4. Desenvolver a habilidade de se comunicar de forma escrita, expressando ideias, opiniões e sentimentos.
Habilidades BNCC:
– (EF04LP10) Ler e compreender, com autonomia, cartas pessoais de reclamação, dentre outros gêneros do campo da vida cotidiana, de acordo com as convenções do gênero carta e considerando a situação comunicativa e o tema/assunto/finalidade do texto.
– (EF04LP11) Planejar e produzir, com autonomia, cartas pessoais de reclamação, dentre outros gêneros do campo da vida cotidiana, de acordo com as convenções do gênero carta e com a estrutura própria desses textos (problema, opinião, argumentos), considerando a situação comunicativa e o tema/assunto/finalidade do texto.
– (EF04LP05) Identificar a função na leitura e usar, adequadamente, na escrita ponto final, de interrogação, de exclamação, dois-pontos e travessão em diálogos, vírgula em enumerações e em separação de vocativo e de aposto.
Materiais Necessários:
– Exemplares de cartas pessoais e cartas de reclamação.
– Papel sulfite ou bloco de notas.
– Lápis, canetas e borrachas.
– Quadro branco e marcadores.
– Projetor multimídia (opcional).
– Dicionários ou acesso à internet para consulta.
Situações Problema:
1. Como podemos expressar nossos sentimentos e opiniões por meio da escrita?
2. Quais elementos são essenciais em uma carta para que ela cumpra sua função comunicativa?
3. Em que situações podemos escrever cartas e qual é a sua importância em diferentes contextos?
Contextualização:
As cartas têm uma longa história de uso na comunicação humana, servindo para transmitir mensagens, compartilhar sentimentos, contar histórias e até formalizar reclamações. Por meio da leitura e produção de cartas, os alunos irão descobrir como esse gênero é essencial no dia a dia e existem diferentes formatos e finalidades de cartas, como cartas pessoais, cartas de reclamação, entre outras.
Desenvolvimento:
Dia 1:
1. Início da aula com uma breve discussão sobre o que os alunos sabem sobre cartas. Perguntar se já escreveram ou receberam alguma carta e que sentimentos isso trouxe.
2. Apresentar diferentes tipos de cartas: pessoais e de reclamação. Para isso, o professor pode utilizar exemplos de cartas conhecidas (citar uma carta famosa ou uma cena de um filme onde se utiliza uma carta).
3. Leitura coletiva de uma carta pessoal, destacando elementos como data, endereço, saudação, corpo da carta e despedida.
4. Explicação sobre a estrutura da carta e a importância de cada um desses elementos.
5. Exercício prático: os alunos devem redigir uma carta pessoal, escrevendo para um amigo ou membro da família.
Dia 2:
1. Revisão do que foi aprendido sobre cartas.
2. Introduzir o conceito de cartas de reclamação e sua estrutura. Utilizar um exemplo prático, como uma carta de reclamação sobre um produto que não funcionou.
3. Atividade em dupla: os alunos devem elaborar uma carta de reclamação sobre um tema que desejem abordar (pode ser sobre algo que não gostaram em um passeio da escola, por exemplo).
4. Apresentação das cartas de reclamação em grupos, incentivando o diálogo e a troca de ideias sobre como cada aluno abordou o tema.
5. Reflexão final sobre a importância de se expressar por meio da escrita, seja em cartas pessoais ou cartas de reclamação.
Atividades sugeridas:
1. Produção de Carta Pessoal:
– Objetivo: Produzir uma carta expressando sentimentos.
– Descrição: Os alunos escolhem uma pessoa com quem gostariam de se comunicar e escrevem uma carta.
– Instruções para o professor: Explique a estrutura da carta e forneça exemplos.
– Materiais: Papel e canetas.
2. Leitura de Cartas Famosas:
– Objetivo: Compreender o uso das palavras na comunicação.
– Descrição: Leitura de cartas históricas e discussão sobre o que elas representam.
– Instruções para o professor: Escolher trechos de cartas que façam sentido para a turma.
– Materiais: Seleção das cartas.
3. Jogo de Perguntas sobre Cartas:
– Objetivo: Reforçar o conhecimento sobre características das cartas.
– Descrição: Criar perguntas no estilo jogo para que os alunos respondam.
– Instruções para o professor: Organizar a turma em grupos e fazer um quiz.
– Materiais: Folhas com perguntas.
4. Debate sobre Reclamações:
– Objetivo: Aprimorar as habilidades argumentativas.
– Descrição: Os alunos debatem sobre temas que acham justos para reclamações.
– Instruções para o professor: Mediar o debate e estimular a argumentação.
– Materiais: Não se aplica.
5. Criação de um Mural de Cartas:
– Objetivo: Visualizar a produção textual em grupo.
– Descrição: Criar um mural com as cartas mais criativas de cada aluno.
– Instruções para o professor: Organizar a exposição das cartas.
– Materiais: Papel kraft ou cartolina.
Discussão em Grupo:
Após as atividades, promova uma discussão em grupo sobre a importância da comunicação escrita na vida cotidiana. Pergunte aos alunos o que aprenderam com a elaboração das cartas e como se sentem em relação a essa forma de expressão.
Perguntas:
1. O que você incluiu na sua carta e por que escolheu essa pessoa?
2. Como você se sentiu ao escrever uma carta?
3. Quais são as diferenças que você notou entre uma carta pessoal e uma carta de reclamação?
Avaliação:
A avaliação será feita por meio da observação da participação dos alunos nas atividades, bem como pela análise das cartas produzidas, considerando clareza, coerência e organização dos textos.
Encerramento:
Finalizar o plano com uma roda de conversa sobre como os alunos se sentiram ao produzir suas cartas. Incentivar a reflexão sobre a importância da escrita como ferramenta de expressão e comunicação em diversas situações.
Dicas:
– Incentivar os alunos a usarem palavras que expressam emoções nas cartas.
– Propor uma atividade onde eles possam enviar cartas uns aos outros para praticar a leitura e a escrita.
– Reforçar a importância da revisão do texto antes de enviar, destacando a adequação na gramática e pontuação.
Texto sobre o tema:
As cartas, um dos gêneros mais antigos da comunicação, têm o poder de conectar pessoas através das palavras. Elas precisam seguir certas estruturas para garantir a clareza e a intenção de quem as escreve. Ao longo dos anos, as mensagens escritas passaram por várias transformações. Com a chegada de novas tecnologias, como e-mails e mensagens instantâneas, as cartas podem parecer obsoletas, mas ainda mantêm sua relevância. Uma carta tem uma intimidade especial, que transmite o sentimento do escritor em cada palavra escrita. A construção de uma carta requer habilidade e atenção, e é uma ótima oportunidade para as crianças desenvolverem a escrita narrativa e argumentativa, que são competências essenciais no aprendizado.
As cartas são mais do que palavras no papel; elas são uma forma de expressão que permite ao escritor organizar seus pensamentos, sentimentos e ideias antes de enviá-los. Certa vez, escritores famosos como Clarice Lispector e Fernando Pessoa utilizaram cartas em suas obras, mostrando que esse meio de comunicação também serve como um meio artístico. A prática de escrever cartas desenvolve a empatia, permitindo que os estudantes coloquem-se no lugar do destinatário, o que enriquece sua capacidade de interpretação de textos e argumentos.
Desse modo, ao trabalhar com cartas, os educadores têm a chance de não apenas ensinar sobre um gênero textual, mas também de cultivar habilidades sociais e emocionais que são valiosas na formação de cidadãos críticos e comunicativos. As cartas devem ser sempre incentivadas como um meio de comunicação que pode ser utilizado tanto em contextos pessoais quanto profissionais. Assim, o aprendizado sobre esse gênero literário proporciona uma conexão com a escrita e a leitura muito mais profunda e significativa.
Desdobramentos do plano:
A abordagem das cartas em sala de aula pode ser estendida para um projeto mais amplo, onde os alunos podem desenvolver outras formas de comunicação escrita, como e-mails e mensagens de texto. Isso pode enriquecer o aprendizado sobre os diferentes gêneros textuais. A elaboração de um “Clube da Carta” poderia estimular os alunos a escrever cartas uns para os outros regularmente, desenvolvendo a prática constante da escrita. Além disso, as cartas poderiam ser exploradas não apenas como um exercício de escrita, mas como uma parte importante da história da comunicação, permitindo uma interdisciplinaridade entre Língua Portuguesa e História ao discutir como a comunicação evoluiu ao longo dos anos.
Outro desdobramento que se pode considerar seria a realização de uma atividade onde as cartas criadas pelos alunos sejam enviadas para pessoas da comunidade ou mesmo para a turma de outra escola, promovendo essa vivência da comunicação em um cenário real. Esse envolvimento além da sala de aula traz um senso de responsabilidade e expectativa, fazendo com que os alunos se sintam parte de algo maior.
Por fim, é importante ressaltar que o uso de cartas como ferramenta de escrita não deve ser descartado. Ao contrário, deve ser revisitado e incorporado com frequência nas práticas pedagógicas, já que esse gênero literário tem diversas possibilidades de utilização e abordagem que podem contribuir, significativamente, para uma formação contínua e sempre relevante.
Orientações finais sobre o plano:
As orientações finais sobre este plano são de vital importância para garantir que a prática pedagógica aconteça de maneira construtiva e significativa. É fundamental que o professor esteja atento às necessidades de cada aluno, fazendo adaptações quando necessário para que todos possam participar ativamente das atividades. A inclusão de recursos audio-visuais e tecnologias pode enriquecer a experiência, tornando-a mais interativa e dinâmica.
Além disso, é importante promover um ambiente de respeito e acolhimento, onde os alunos se sintam seguros para compartilhar suas produções. Dessa forma, a troca de cartas pode ser usada também para construir um clima de companheirismo e solidariedade entre os alunos, contribuindo para o fortalecimento da comunidade escolar.
Por último, o professor deve sempre buscar trazer conexões com a vida cotidiana dos alunos, destacando a importância das cartas enquanto forma de comunicação. Essa conexão pode fazer com que as atividades se tornem mais significativas e impactantes para a formação do estudante, desenvolvendo não apenas suas habilidades de escrita, mas também seu senso crítico e criativo. Tratar desse gênero literário é uma oportunidade não apenas de aprendizado, mas também de aprimoramento da capacidade de comunicação, algo essencial no presente e futuro dos alunos.
5 Sugestões lúdicas sobre este tema:
1. Jogo da Descoberta de Cartas:
Objetivo: Ensinar as partes de uma carta de forma lúdica.
Descrição: Criar cartões com partes da carta (cabeçalho, corpo, saudação) e misturá-los. Os alunos devem montar em grupos uma carta utilizando os cartões.
Materiais: Cartões com os elementos da carta, relógio ou temporizador.
Como conduzir: Dividir a turma em grupos e dar um tempo cronometrado para eles montarem a carta.
2. Teatro de Cartas:
Objetivo: Criar cartas e apresentá-las de forma dramatizada.
Descrição: Os alunos elaboram cartas a partir de personagens que criam e atuam enquanto leem as cartas em sala.
Materiais: Recursos para figurinos simples e cartas escritas.
Como conduzir: Cada grupo apresenta sua carta, expressando a emoção que o personagem sentiria ao escrevê-la.
3. Caça ao Tesouro de Cartas:
Objetivo: Explorar a escrita por meio de pistas.
Descrição: As cartas contém pistas para encontrar um “tesouro” escondido na escola. Cada pista é uma dica que deve ser lida e interpretada.
Materiais: Cartas com pistas e um pequeno prêmio ou tesouro.
Como conduzir: Organizar a caça em equipes, onde cada carta leva à próxima pista.
4. Oficina de Cartas para Ação Social:
Objetivo: Escrever cartas para causas sociais.
Descrição: Os alunos escrevem cartas para instituições de caridade, mostrando solidariedade e enfrentamento de problemas sociais.
Materiais: Papel e canetas.
Como conduzir: Discutir com os alunos a importância da empatia e da comunicação escrita em apoiar causas que acreditam.
5. Seja um Correspondente!
Objetivo: Criação de um programa de troca de cartas entre escolas.
Descrição: Os alunos escrevem cartas para uma turma de outra escola, desenvolvendo habilidades de comunicação entre pares.
Materiais: Cartas e selos (opcional, dependendo da correspondência real).
Como conduzir: Acompanhar a troca das cartas e discutir sobre a diversidade de experiências entre as escolas.
Com essas atividades, pretende-se criar um ambiente alfabetizador divertido e educativo, onde os alunos possam aprofundar suas habilidades de escrita e leitura de uma forma que envolva criatividade e interação.