“Plano de Aula: Aprendendo Língua Portuguesa com Receitas”
A elaboração deste plano de aula tem como foco principal a promoção de habilidades linguísticas no 4º ano do Ensino Fundamental, abordando a escrita, leitura e compreensão de receitas. O objetivo é desenvolver a habilidade dos alunos em criar e interpretar textos que envolvem o cotidiano, como as receitas culinárias. Através de dinâmicas e atividades práticas, os estudantes irão exercitar a leitura, a escrita e a interpretação, contribuindo para o enriquecimento do vocabulário e aprimoramento das competências linguísticas, conforme as diretrizes da BNCC.
Neste plano, as atividades estão alinhadas às habilidades específicas para o 4º ano do Ensino Fundamental na área de Língua Portuguesa. O propósito é proporcionar um ambiente de aprendizado dinâmico e engajador, que estimule a curiosidade e a criatividade dos alunos enquanto exploram a linguagem. A prática com textos instrucionais, como receitas, permitirá que os alunos não só pratiquem a escrita, mas também compreendam a importância do léxico específico e das etapas organizadas em textos que visam transmitir informações de forma clara e objetiva.
Tema: Receitas Culinárias
Duração: 2h30
Etapa: Ensino Fundamental 1
Sub-etapa: 4º Ano
Faixa Etária: 9 anos
Objetivo Geral:
Fomentar a leitura e a escrita de textos instrucionais, em especial receitas culinárias, visando desenvolver a habilidade de produzir e interpretar diferentes gêneros textuais, aprimorando a organização de ideias e o uso adequado da linguagem.
Objetivos Específicos:
1. Incentivar a leitura de receitas, buscando compreender a estrutura e os elementos essenciais.
2. Desenvolver a habilidade de escrever receitas, utilizando uma linguagem clara e objetiva.
3. Estimular o trabalho em grupo para a elaboração de receitas coletivas.
4. Promover o uso de vocabulário específico da culinária, expandindo o repertório lexical dos alunos.
Habilidades BNCC:
– (EF04LP01) Grafar palavras utilizando regras de correspondência fonema–grafema regulares diretas e contextuais.
– (EF04LP04) Usar acento gráfico (agudo ou circunflexo) em paroxítonas terminadas em -i(s), -l, -r, -ão(s).
– (EF04LP06) Identificar em textos e usar na produção textual a concordância entre substantivo ou pronome pessoal e verbo (concordância verbal).
– (EF04LP11) Planejar e produzir, com autonomia, cartas pessoais de reclamação e outros gêneros, considerando a situação comunicativa e o tema/assunto/finalidade do texto.
Materiais Necessários:
– Cópias de receitas simples (ex.: bolo, sanduíche, suco).
– Quadro branco e marcadores.
– Material de escrita (papel, canetas).
– Utensílios de culinária (opcional para a atividade prática).
– Dicionários e gramáticas de língua portuguesa.
Situações Problema:
1. Como escrever uma receita de modo que qualquer pessoa consiga reproduzir o prato?
2. Quais as partes fundamentais de uma receita que devemos incluir para torná-la compreensível?
Contextualização:
Os alunos vivenciam situações de produção textual em diversos contextos, mas raramente exploram textos instrucionais que são parte do cotidiano, como as receitas. A prática de cozinhar é uma excelente maneira de aprender a utilizar a língua portuguesa de forma prática, convidando os alunos a participar ativamente na escrita e na leitura de receitas, associando a teoria à prática de uma forma divertida e saborosa.
Desenvolvimento:
1. Introdução à receita: O professor inicia a aula apresentando a receita de um prato simples. Pergunta aos alunos se já ajudaram a preparar algo na cozinha e quais foram as suas experiências.
2. Leitura da receita: Os alunos leem em voz alta a receita selecionada, destacando os ingredientes e o modo de preparo.
3. Discussão sobre a estrutura: O professor explica a estrutura de uma receita, discutindo a importância dos títulos dos ingredientes e as instruções passo a passo.
4. Identificação de vocabulário: Os alunos são convidados a destacar palavras que consideram importantes e a explicar seu significado, utilizando o dicionário, se necessário.
5. Produção em grupo: Os alunos são divididos em grupos e recebem a tarefa de criar uma receita simples utilizando a estrutura discutida.
6. Escrita da receita: Cada grupo escreve sua receita no quadro ou em folhas destacáveis, articulando o que aprenderam.
7. Apresentação: Os grupos apresentam suas receitas para a turma.
Atividades sugeridas:
Atividade 1: Leitura de Receitas
– Objetivo: Compreender a estrutura de uma receita.
– Descrição: Os alunos devem ler diferentes receitas (café da manhã, lanches) e se reunir em duplas para discutir as partes que compõem a receita.
– Instruções: O professor seleciona receitas simples e pede aos alunos que encontrem as seções específicas: ingredientes, modo de preparo, tempo de preparo, etc.
– Materiais: Cópias das receitas.
Atividade 2: Criação de Receitas
– Objetivo: Planejar e produzir uma receita coletiva.
– Descrição: Em grupos de 4 a 5 alunos, eles devem criar uma receita original de um lanche.
– Instruções: Os alunos escrevem coletivamente os ingredientes e os passos da receita, utilizando as funções e estruturas discutidas anteriormente.
– Materiais: Papel, canetas, e caso queiram, utensílios de cozinha se decidirem fazer a receita.
Atividade 3: Apresentação
– Objetivo: Apresentar a receita criada.
– Descrição: Cada grupo deve apresentar sua receita para a turma, explicando os ingredientes e o modo de preparar.
– Instruções: Os alunos podem escolher uma forma criativa para apresentar suas receitas, como encenar a preparação.
– Materiais: Quadro branco para anotações e suporte visual.
Atividade 4: Experiência Prática
– Objetivo: Conduzir uma experiência de cozinha a partir das receitas criadas.
– Descrição: Na aula seguinte, os alunos poderão replicar uma das receitas que criarão em casa ou na escola.
– Instruções: Os alunos trazem os ingredientes e o professor orienta no passo a passo da preparação da receita escolhida.
– Materiais: Utensílios de cozinha, ingredientes.
Atividade 5: Reflexão
– Objetivo: Refletir sobre o aprendizado da produção de textos.
– Descrição: Após as atividades, os alunos escreverão uma breve reflexão sobre o que aprenderam.
– Instruções: O professor pode utilizar um quadro para os alunos anotarem suas reflexões, discutindo coletivamente.
– Materiais: Papel e caneta.
Discussão em Grupo:
Os alunos podem discutir em grupos sobre as dificuldades que enfrentaram na leitura das receitas e na produção de suas próprias. Questões como “O que foi mais desafiador na hora de montar a receita?” e “Vocês acham que é fácil seguir uma receita?” podem ser abordadas.
Perguntas:
1. Quais são as partes de uma receita?
2. Como podemos garantir que nossa receita seja clara?
3. O que mudou em sua percepção sobre a culinária após as atividades?
4. Qual receita vocês gostariam de experimentar e por quê?
Avaliação:
A avaliação será contínua durante as atividades, observando a participação dos alunos nas discussões em grupo, a clareza na escrita das receitas, a criatividade na apresentação e a reflexão final que cada um deverá escrever.
Encerramento:
Ao final da aula, o professor poderá fazer uma breve recapitulação do que foi aprendido, relembrando os objetivos da aula. Pedir que cada grupo faça uma consideração final sobre a prática, e possibilitar um espaço para o compartilhamento de ideias sobre futuras receitas que poderiam ser exploradas.
Dicas:
1. Incentive os alunos a trazer receitas de casa coletadas da família.
2. Utilize recursos visuais, como vídeos de receitas, para enriquecer a aula.
3. Explore diferentes culturas culinárias para ampliar o conhecimento dos alunos sobre diversidade alimentar.
Texto sobre o tema:
A prática da culinária é uma atividade que não apenas envolve a preparação de alimentos, mas também a construção cultural e social. Quando nos deparamos com uma receita, estamos diante de um texto que carrega tradições, memórias e experiências pessoais que são compartilhadas ao longo das gerações. Ao seguir as instruções de uma receita, aprendemos não apenas a cozinhar, mas também a importância da precisão, da organização e do uso adequado da linguagem.
Além disso, aprender a ler e escrever receitas instiga a imaginação e a criatividade dos alunos. Cozinhar se torna um ato lúdico onde a descoberta de sabores se entrelaça com o uso da linguagem. A partir do momento que os alunos se envolvem na escrita de suas próprias receitas, estão também expandindo seu vocabulário, sendo desafiados a pensar em um público que irá utilizar seu texto, tornando a prática ainda mais significativa.
Por fim, inserir a culinária no contexto da sala de aula e integrá-la às práticas de leitura e escrita é uma estratégia que estimula o engajamento dos alunos. Este plano propõe que, através do compartilhar culinário, as crianças não apenas experimentem a prática da cozinha, mas também desenvolvam habilidades linguísticas essenciais para sua formação. Com isso, a aula transforma-se em um espaço onde o aprendizado e o paladar andam juntos.
Desdobramentos do plano:
A partir deste plano, foram possíveis diversas abordagens que vão além da simples leitura e escrita de receitas. Os alunos podem desenvolver projetos interdisciplinares que conectem a culinária a outras áreas do ensino, como História, através da exploração das origens de certos pratos, e Geografia ao discutir como diferentes regiões utilizam ingredientes locais em suas receitas. Essa troca de conhecimento permitirá que os alunos compreendam melhor o valor cultural existente na culinária e sua relação com a identidade de grupos sociais.
Outra possibilidade é a realização de um pequeno torneio de receitas, onde os alunos, em grupos, preparariam suas criações e uma banca avaliadora composta por outros alunos e professores poderia experimentar os pratos. Esse tipo de atividade cria uma experiência sensorial, promovendo a apreciação do trabalho desenvolvido e motivando ainda mais os alunos a se envolverem com suas produções.
Por fim, a experiência prática de cozinhar também pode ser incorporada em outras aulas, oferecendo a oportunidade de trabalhar com as medidas e proporções na Matemática ao calcular quantidades e proporções, ou na Ciência, discutindo a química dos alimentos e suas transformações na cozinha. Este desdobramento mostra que qualquer experiência pode ser um pivot de aprendizado e que a escola tem o papel de conectar competências a conteúdos de forma criativa e envolvente.
Orientações finais sobre o plano:
O sucesso deste plano de aula depende do ambiente colaborativo e da disposição dos alunos em aprender e se engajar nas atividades propostas. É fundamental que o professor mantenha uma postura de mediação e apoio, incentivando a participação de todos e respeitando a diversidade de ideias e experiências que cada aluno traz consigo.
Uma abordagem sensível à cultura alimentar dos alunos também é essencial. Estimular o compartilhamento de receitas familiares pode ajudar a fortalecer os vínculos entre os alunos e suas famílias, além de promover o respeito pela diversidade cultural. Sendo assim, é importante que o professor esteja atento às particularidades e experiências de cada criança, para que cada uma se sinta parte do processo de aprendizado.
Por último, a importância de um feedback constante deve ser ressaltada. Propor momentos onde os alunos possam refletir sobre suas práticas linguísticas e experimentar os sabores do conhecimento adquirido através da culinária pode elevar a experiência a um novo patamar, onde a aprendizagem se torna uma prática rica e prazerosa.
5 Sugestões lúdicas sobre este tema:
1. Oficina de Culinária: Os alunos poderão trazer ingredientes e, sob a supervisão do professor, preparar uma receita simples como brigadeiros. Material: ingredientes, utensílios de cozinha. Objetivo: promover a prática de seguir instruções e trabalhar em grupo.
2. Teatro de Receitas: Cada grupo deve encenar a criação de uma receita, usando figurinos e adereços para representar os ingredientes. Material: materiais recicláveis e objetos que remetam à culinária. Objetivo: estimular a criatividade e a habilidade de comunicação.
3. Desafio do Chefe: Criar uma receita a partir de ingredientes surpresa que o professor traz escondidos. Material: ingredientes variados. Objetivo: incentivar a criatividade e a improvisação na cozinha.
4. Criação de um Blog de Receitas: Os alunos podem criar um blog (ou um mural na sala) onde compartilham suas receitas e experiências. Material: acesso à internet e computadores, se possível. Objetivo: trabalhar a escrita e a publicação digital de conteúdos.
5. Feira de Comida: Organizar um evento na escola onde os alunos possam vender as receitas que criaram. O valor arrecadado pode ser doado para uma instituição de caridade. Material: ingredientes para o preparo. Objetivo: promover a aprendizagem e a solidariedade.
Com essas atividades, espera-se que o aprendizado se torne significativo, prazeroso e, acima de tudo, recheado de experiências e aprendizagens valiosas para o desenvolvimento integral dos alunos.


