“Plano de Aula: Aprendendo com a Massinha e Cultura Quilombola”
A elaboração de um plano de aula sobre a receita de massinha de modelar é uma oportunidade enriquecedora para as crianças pequenas se engajarem em atividades práticas e criativas que estimulam o desenvolvimento de diversas habilidades. Este plano procura integrar a cultura quilombola à experiência de aprendizado, promovendo o respeito e a valorização da diversidade. Além disso, o uso da massinha de modelar permite que os alunos explorem a criatividade e a motricidade fina, aspectos fundamentais para essa faixa etária.
As atividades propostas são cuidadosamente planejadas para facilitar o aprendizado colaborativo e a expressão individual, oferecendo um ambiente seguro onde as crianças podem explorar e criar. A utilização de materiais simples, como gengibre e corantes naturais, aliado a um contexto cultural rico, proporciona uma experiência educativa que é ao mesmo tempo significativa e envolvente.
Tema: Gênero textual receita de massinha de modelar
Duração: 120 minutos
Etapa: Educação Infantil
Sub-etapa: Crianças Pequenas
Faixa Etária: 4 a 6 anos
Objetivo Geral:
Promover o desenvolvimento da criatividade e da motricidade fina nas crianças, por meio da confecção de massinha de modelar, integrando o ensino de práticas culturais quilombolas.
Objetivos Específicos:
– Fomentar a comunicação e a expressão oral ao recontar e seguir a receita da massinha.
– Estimular a cooperação e o trabalho em grupo durante a atividade.
– Proporcionar o contato com diferentes texturas e cores através da massinha de modelar.
– Valorizar as tradições culturais, introduzindo elementos da cultura quilombola nas práticas pedagógicas.
Habilidades BNCC:
– (EI03EO02) Agir de maneira independente, com confiança em suas capacidades, reconhecendo suas conquistas e limitações.
– (EI03EO03) Ampliar as relações interpessoais, desenvolvendo atitudes de participação e cooperação.
– (EI03CG05) Coordenar suas habilidades manuais no atendimento adequado a seus interesses e necessidades em situações diversas.
– (EI03TS02) Expressar-se livremente por meio de desenho, pintura, colagem, dobradura e escultura, criando produções bidimensionais e tridimensionais.
– (EI03EF01) Expressar ideias, desejos e sentimentos sobre suas vivências, por meio da linguagem oral e escrita.
Materiais Necessários:
– Ingredientes para a massinha (farinha, água, sal, creme de tartar, óleo, corantes naturais – como beterraba e espinafre).
– Tigelas para mistura.
– Colheres de pau ou espátulas.
– Placas ou mesas para a modelagem.
– Formas e cortadores de massinha.
– Papel e lápis de cor para desenho.
Situações Problema:
– Como podemos criar nossas próprias massinhas?
– Que cores podemos misturar para obter novas cores?
– Como podemos trabalhar juntos para fazer a massinha de modelar?
Contextualização:
A confecção da massinha de modelar não se limita à sua prática como ingrediente para brincar, mas também se insere num contexto cultural que valoriza as tradições dos povos quilombolas. Durante a atividade, os educadores podem mencionar o uso de materiais que já foram utilizados por essas comunidades, como as ervas e cores naturais, além da importância da criatividade e do compartilhamento na cultura quilombola.
Desenvolvimento:
1. Introdução: Reunir as crianças em um círculo e conversar sobre o que elas sabem sobre massinha de modelar, incentivando-as a compartilhar suas experiências.
2. Apresentação: Mostrar os ingredientes e as etapas da receita da massinha de modelar, demonstrando como cada item é utilizado.
3. Mãos à obra: Dividir as crianças em grupos e iniciar a atividade de confecção da massinha, orientando-as sobre as medidas e misturas.
4. Modelagem: Após a massinha ser feita, permitir que as crianças brinquem e criem formas com a massinha. Aqui, o foco é a exploração livre, onde elas poderão desenvolver suas habilidades manuais.
5. Desenho e Expressão: Com a massinha pronta, as crianças poderão desenhar aquilo que criaram com a massinha, estimulando o uso da linguagem oral para descrever suas criações.
Atividades sugeridas:
1. Criação da Massinha:
– Objetivo: Desenvolver a coordenação motora e a habilidade de seguir instruções.
– Descrição: Os alunos vão misturar os ingredientes da receita, seguindo as orientações do professor.
– Instruções: Fornecer uma tigela a cada grupo e orientar a proporção correta dos ingredientes. Encorajar que cada criança atue em uma etapa da mistura.
– Materiais: Ingredientes listados anteriormente, tigelas, colheres.
– Adaptação: Para crianças com dificuldades motoras, permitir que as misturas sejam feitas com a ajuda de outros colegas.
2. Exploração de Cores:
– Objetivo: Incentivar a combinação de cores e a expressão artística.
– Descrição: Usar corantes naturais para criar novas cores de massinha.
– Instruções: Após criar a massinha básica, permitir que cada grupo misture diferentes corantes e observe as novas cores geradas.
– Materiais: Corantes naturais, massinha já preparada, recipientes pequenos.
– Adaptação: Para alunos com deficiência visual, descrever as cores e permitir que sintam as texturas antes de escolher as cores.
3. Brincadeiras com Massinha:
– Objetivo: Fomentar a socialização e a criatividade.
– Descrição: Propor que as crianças criem figuras ou objetos com a massinha.
– Instruções: Cada grupo deve trabalhar em conjunto para criar uma peça que represente a cultura quilombola.
– Materiais: Massinha de modelar, placas ou mesas para uso.
– Adaptação: Oferecer modelos ou inspitações para crianças que têm dificuldade em iniciar a brincadeira.
4. Desenho das Criações:
– Objetivo: Expressar-se através da arte.
– Descrição: Após a modelagem, as crianças desenharão o que fizeram com a massinha.
– Instruções: Oferecer papel e lápis de cor para que cada criança desenhe e descrever a sua criação para o grupo.
– Materiais: Papéis e lápis.
– Adaptação: Permitir a narração oral da criação, para crianças que têm dificuldades motoras.
5. Roda de Conversa sobre a Cultura Quilombola:
– Objetivo: Fomentar o respeito e o aprendizado sobre diferentes culturas.
– Descrição: Promover uma discussão sobre como a mistura de culturas se dá no nosso cotidiano, reforçando a importância do multiculturalismo.
– Instruções: Após as atividades, sentar em círculo e perguntar sobre como cada um se sentiu e o que aprendeu com a cultura quilombola.
– Materiais: Nenhum material específico; apenas o ambiente de conversa.
– Adaptação: Para crianças mais tímidas, preparar cartões com perguntas que possam ser respondidas em duplas.
Discussão em Grupo:
– Como foi a experiência de criar a massinha?
– Quais cores novas vocês conseguiram criar?
– O que você sente quando molda a massinha?
– O que você aprendeu sobre a cultura quilombola durante as atividades?
Perguntas:
– O que você mais gostou de fazer com a massinha?
– Alguma vez vocês viram alguma massinha diferente de onde vocês moram?
– Como vocês acham que a massinha pode ser usada em outras brincadeiras?
Avaliação:
A avaliação será realizada de maneira contínua e processual, por meio da observação da participação e envolvimento das crianças durante as atividades. Encorajar as crianças a compartilharem suas opiniões e sentimentos sobre a atividade, observando aspectos como cooperação, criatividade, e capacidade de seguir instruções. Além disso, as produções artísticas das crianças, sejam as criações com a massinha ou os desenhos, oferecerão indicativos das aprendizagens significativas.
Encerramento:
Para encerrar a atividade, reunir as crianças e compartilhar suas criações, enfatizando o aprendizado sobre a cultura quilombola e a experiência nos grupos. Propor uma última roda de conversa, onde todos possam expressar o que aprenderam e compartilhar como se sentiram durante as atividades. Agradecer a participação de todos e reforçar como a colaboração enriqueceu a experiência.
Dicas:
– Incentivar a colaboração entre as crianças durante toda a atividade.
– Estimular a expressão verbal, fazendo perguntas abertas que incentivem a reflexão e o compartilhamento de ideias.
– Criar um mural com as criações artísticas, valorizando o trabalho coletivo e a expressão de cada criança.
– Realizar um momento de cuidado e limpeza após a atividade, enfatizando a importância da higienização e do autocuidado.
Texto sobre o tema:
No Brasil, a diversidade cultural é um dos nossos maiores tesouros, e as comunidades quilombolas representam uma parte fundamental desse mosaico. Essas comunidades emergiram da luta contra a escravidão e, até hoje, mantêm suas tradições e modos de vida, que são repletos de sabedoria, criatividade e expressão cultural. A massinha de modelar, quando usada em um contexto educativo, é mais do que apenas um material para brincar; é uma ferramenta que permite às crianças aprenderem sobre sua história e identidade, além de explorar suas próprias capacidades criativas. Ao introduzir elementos da cultura quilombola nas atividades, propomos um espaço de aprendizado que valoriza a paciência, o respeito e a valorização das diferenças. O resultado é um reconhecimento de que todos podem contribuir de forma única para o ambiente coletivo.
Durante essa experiência, as crianças têm a oportunidade de não apenas criar objetos, mas também de dar vida a suas emoções e pensamentos através da massinha de modelar. Essa prática desenvolve habilidades motoras finas e sociais, como a cooperação e o compartilhamento de ideias. Além disso, o uso de corantes naturais e ingredientes simples conecta os alunos com a natureza e estimula a curiosidade em relação aos processos de transformação dos materiais. Esse tipo de aprendizado é essencial para o desenvolvimento integral da criança, fortalecendo o vínculo com diferentes culturas e modos de vida que, embora diversos, mostram o quão interconectados somos todos.
Por fim, ao integrar elementos da cultura quilombola e ensinar sobre a importância da preservação dessa história, estamos não só educando as crianças sobre as realidades do passado, mas também as preparando para um futuro mais inclusivo e respeitoso. Assim, ao criar e interagir com a massinha de modelar, os pequenos aprendem a respeitar suas próprias tradições, assim como as dos outros, favorecendo um ambiente onde a empatia e a colaboração prevalecem. É fundamental que nossos jovens aprendam a se reconhecer e reconhecer o outro, buscando um convívio harmonioso em sua sociedade.
Desdobramentos do plano:
Este plano de aula proporciona um aprendizado abrangente que pode ser expandido de várias maneiras, tanto no contexto da sala de aula quanto fora dela. A partir da atividade de criação da massinha de modelar, é possível desdobrar outras atividades que aprofundem o conhecimento sobre culturas quilombolas. Isso pode incluir convites a líderes comunitários para falarem sobre suas experiências, ou ainda visitas às comunidades locais, que fortalecem o vínculo entre teoria e prática.
Além disso, as habilidades motora e social estimuladas por meio da modelagem da massinha podem ser aproveitadas em diversas outras atividades da rotina escolar. Por exemplo, outros gêneros textuais, como contos ou poesias, podem ser introduzidos, onde as crianças escreveriam suas próprias histórias, inspiradas nas criações feitas com a massinha. A proposta é que, ao se expressarem de maneira criativa e livre, os alunos desenvolvam um repertório linguístico mais rico e diversificado.
Por fim, ao valorizar e respeitar a cultura quilombola, os alunos não apenas se tornam mais conscientes sobre as diversidades culturais, mas também aprendem a defender a importância da inclusão. Esse conhecimento é fundamental para formar cidadãos críticos e comprometidos com a igualdade social. Portanto, as experiências educacionais que valorizam e promovem a diversidade cultural não são apenas pertinentes, mas necessárias, formando assim um ambiente escolar mais respeitoso e acolhedor.
Orientações finais sobre o plano:
É vital que os educadores se sintam confortáveis e preparados para abordar a diversidade cultural dentro da sala de aula. Assim, esse plano de aula deve ser adaptado conforme as necessidades e características dos alunos. O respeito pela individualidade e a compreensão das limitações de cada criança são essenciais. A flexibilidade na execução das atividades pode fazer a diferença, principalmente para aqueles que podem ter dificuldades em seguir instruções de forma independente.
Outro ponto relevante é a continuidade do tema após as atividades iniciais. Criar espaços para diálogos sobre a cultura quilombola, tanto em sala quanto em atividades extracurriculares, pode fortalecer o aprendizado. Expor as crianças a diversas expressões artísticas e culturais é uma forma eficaz de enriquecer as aulas e torna-las ainda mais significativas. Com certeza, a construção do conhecimento é um processo compartilhado e deve ocorrer de maneira coletiva, onde todos têm voz e espaço para expressão.
Por fim, é preciso enfatizar a importância de registrar as atividades e as produções dos alunos. Documentar as criações e reflexões pode ser um ótimo material para revisitar futuramente e relembrar os aprendizados. É uma maneira de valorizar todo o processo de aprendizado e mostrar para as crianças que suas vozes e opiniões são importantes. Dessa forma, as atividades não apenas se tornam um momento de aprendizagem, mas uma celebração das conquistas e da riqueza cultural que cada um traz consigo.
5 Sugestões lúdicas sobre este tema:
1. Teatro de Sombras: Realizar uma atividade de teatro de sombras utilizando recortes de papel que as crianças criaram com massinha. Objetivo: Desenvolver a criatividade e promover a expressão artística. Materiais: Lanternas, papel preto e figuras moldadas em massinha. Modo de condução: Criar um cenário na parede e convidar as crianças a apresentarem suas histórias.
2. Histórias em Quadrinhos: Após criar suas peças, as crianças podem contar uma história em quadrinhos com desenhos e as figuras feitas de massinha. Objetivo: Trabalhar a linguagem oral e escrita. Materiais: Folhas em branco, lápis de cor. Modo de condução: Orientar as crianças a desenharem em sequência suas aventuras com a massinha.
3. Festa de Cores: Criar uma festa temática com as diferentes massinhas feitas, onde cada cor terá uma história diferente. Objetivo: Fomentar o trabalho em equipe e a socialização. Materiais: Massinhas coloridas, um espaço amplo para brincar. Modo de condução: Cada grupo deve apresentar a cor da massinha e uma pequena dança ou canção relacionada a sua criação.
4. Mistura de Sons: Convidar as crianças a criar sons enquanto moldam a massinha, utilizando instrumentos ou materiais disponíveis. Objetivo: Explorar ritmos e sons. Materiais: Instrumentos musicais simples como chocalhos e tamborins. Modo de condução: Propor que as crianças façam uma pequena apresentação musical ao moldar suas criações.
5. Dança Cultural: Realizar uma pequena apresentação de danças típicas das comunidades quilombolas, onde cada criança que criou um objeto deve dançar com sua criação. Objetivo: Introduzir a cultura e as tradições de forma prática e divertida. Materiais: Música típica e espaço amplo. Modo de condução: Mostrar vídeos ou imagens de danças quilombolas antes da atividade e animar a apresentação final.
Com essas sugestões, a experiência se torna ainda mais rica e diversificada, reforçando a importância do aprendizado envolvente e lúdico na educação infantil.