“Plano de Aula: Análise Crítica da Informação no Jornalismo”
Este plano de aula tem como foco o tratamento da informação em diferentes gêneros jornalísticos e digitais, permitindo que os alunos compreendam as nuances dos textos que consomem e produzem, além de aprofundar-se na análise crítica da informação. A estrutura programática foi organizada para estimular um olhar crítico sobre a informatividade dos textos, as intencionalidades discursivas e os efeitos de sentido em diferentes contextos.
O plano foi desenvolvido para ser executado em 100 minutos, proporcionando uma experiência imersiva e reflexiva aos alunos do 2º ano do Ensino Médio. A proposta inclui atividades práticas que favorecem a análise de fontes diversas, bem como a produção de textos que refletem os impactos e a responsabilidade da informação em um mundo cada vez mais digital e veloz.
Tema: Tratamento da Informação em Diferentes Gêneros Jornalísticos e Digitais
Duração: 100 minutos
Etapa: Ensino Médio
Sub-etapa: 2º Ano do Ensino Médio
Faixa Etária: 17 a 18 anos
Objetivo Geral:
Desenvolver habilidades de análise crítica e interpretação de diferentes gêneros de textos jornalísticos e digitais, promovendo uma reflexão sobre a importância da informação qualificada e suas implicações na sociedade contemporânea.
Objetivos Específicos:
– Compreender os diferentes graus de informatividade de textos orais e escritos.
– Analisar as intencionalidades discursivas presentes na informação.
– Avaliar a veracidade e a confiabilidade das fontes de informação.
– Promover discussões sobre preconceitos e ideologias presentes nos discursos veiculados nas mídias.
– Desenvolver a habilidade de escrever textos com clareza e coesão nas diferentes modalidades de gêneros textuais.
Habilidades BNCC:
– (EM13LGG102) Analisar visões de mundo, conflitos de interesse, preconceitos e ideologias presentes nos discursos veiculados nas diferentes mídias.
– (EM13LGG104) Utilizar as diferentes linguagens para a compreensão e produção de textos e discursos em diversos campos de atuação social.
– (EM13LGG201) Utilizar as diversas linguagens em diferentes contextos, valorizando-as como fenômeno social, cultural e histórico.
– (EM13LP36) Analisar os interesses que movem o campo jornalístico e os impactos das novas tecnologias digitais de informação e comunicação.
– (EM13LP39) Usar procedimentos de checagem de fatos noticiados e fotos publicadas, de forma a combater a proliferação de notícias falsas.
– (EM13LP40) Analisar o fenômeno da pós-verdade discutindo as condições e os mecanismos de disseminação de fake news.
Materiais Necessários:
– Projetor e computador para apresentação de slides.
– Acesso à internet para pesquisa.
– Textos e exemplos de diferentes gêneros jornalísticos e digitais (impressos ou digitais).
– Quadro e marcadores para anotações.
– Questionários impressos para discussão em grupo.
Situações Problema:
– Como diferenciar uma notícia de uma opinião em textos jornalísticos?
– Qual é a responsabilidade dos jornalistas na veiculação de informações?
– Como evitar a desinformação em tempos de maior consumo de notícias digitais?
Contextualização:
Nos dias atuais, a produção e circulação de informação é uma característica central na sociedade. Com a rapidez das redes sociais e a facilidade de compartilhar conteúdos, é necessário que os alunos aprendam a discernir a informação confiável da que não é. O papel do jornalismo é crucial, e a forma como a informação é tratada nos diferentes gêneros textuais determina o impacto que ela pode ter na formação da opinião pública.
Desenvolvimento:
1. Abertura (20 minutos): Introdução ao tema da aula, apresentando a importância do tratamento da informação e a diferença entre gêneros textuais. Utilizar um vídeo curto que mostre a discrepância entre uma notícia verdadeira e uma falsa.
2. Exposição Teórica (20 minutos): Explanação sobre os diferentes graus de informatividade de um texto, suportes textuais e efeitos de sentido. Realizar uma apresentação em slides com exemplos claros e envolventes.
3. Atividade prática (30 minutos): Dividir os alunos em grupos e atribuir a cada um a tarefa de analisar diferentes versões de uma mesma notícia (pode ser retirado de jornais e sites confiáveis). Cada grupo deve identificar a intencionalidade do texto, o suporte utilizado e quais efeitos de sentido são provocados pela forma como as informações são apresentadas.
4. Discussão em grupo (20 minutos): Cada grupo apresenta suas análises e discute a importância de compreender a intencionalidade do discurso e como isso pode influenciar a recepção do público. Mediar a discussão para que os alunos conectem o conteúdo aprendido com a realidade atual de consumo de informação.
5. Síntese e Reflexão (10 minutos): Reforçar a importância do sentido crítico e da checagem de informações na produção de discurso em formas variadas, destacando a responsabilidade de cada um como consumidor ativo de informação.
Atividades sugeridas:
1. Pesquisa sobre Gêneros Textuais Jornalísticos:
– Objetivo: Identificar e caracterizar pelo menos três gêneros textuais jornalísticos (ex: notícias, editoriais, resenhas).
– Descrição: Os alunos deverão buscar exemplos em jornais, revistas ou sites digitais.
– Instruções: Cada aluno apresentará um breve resumo sobre o gênero escolhido, suas características e importância na disseminação de informação.
– Materiais: Acesso à internet, cadernos.
– Adaptação: Para alunos com dificuldades na leitura, é possível permitir a pesquisa em grupos com colegas que tenham maior fluência.
2. Criação de um Debate:
– Objetivo: Discorrer sobre uma atualidade e analisar os discursos diferentes a respeito (ex: pandemia, meio ambiente).
– Descrição: Organizar um debate em sala onde cada grupo terá um posicionamento a defender.
– Instruções: Cada grupo deve trazer dados e argumentos que sustentem sua posição, utilizando textos jornalísticos como referência.
– Materiais: Textos impressos e acesso à internet.
– Adaptação: Para alunos tímidos, sugerir que escrevam seu ponto de vista para facilitar a participação.
3. Análise de Fake News:
– Objetivo: Entender e identificar o que caracteriza uma fake news.
– Descrição: Apresentar aos alunos exemplos de notícias falsas e verdadeiras, pedindo que encontrem elementos que evidenciem a veracidade ou a falsidade da informação.
– Instruções: O professor poderá solicitar que os alunos apresentem suas conclusões sobre a funcionalidade da fake news na sociedade.
– Materiais: Impressos ou capturas de tela de exemplos de fake news.
– Adaptação: Disponibilizar formulários de análise que orientem os alunos nas características a serem observadas.
4. Produção de Artigos de Opinião:
– Objetivo: Produzir um texto de opinião sobre um tema contemporâneo.
– Descrição: Os alunos devem escrever um artigo expressando seu ponto de vista, fundamentado em textos jornalísticos, relacionando com dados e evidências.
– Instruções: As produções devem ser revisadas em pares antes da entrega final.
– Materiais: Computadores para a digitação dos textos.
– Adaptação: Alunos que preferirem poderão fazer a escrita à mão e depois digitalizar.
5. Identificação de Intertextualidade:
– Objetivo: Observar como diferentes textos dialogam entre si.
– Descrição: Promover uma atividade onde os alunos devem identificar intertextualidade em textos selecionados previamente.
– Instruções: Cada aluno deverá apresentar um exemplo de intertextualidade observada em suas leituras.
– Materiais: Textos impressos ou disponibilizados em plataforma digital.
– Adaptação: Alunos com dificuldades podem trabalhar em duplas para identificar intertextualidade.
Discussão em Grupo:
Após a apresentação das atividades, promover uma discussão gerida sobre as reflexões que cada grupo teve em relação ao papel do discurso e da informação na sociedade atual. As falas devem inspirar ao entendimento de que informação vai muito além de dados – ela tem impacto, forma opiniões e molda o comportamento social.
Perguntas:
– Quais são as principais diferenças que vocês notaram entre as diferentes versões da mesma notícia?
– Como a forma de escrita pode influenciar a recepção de um texto?
– De que maneira podemos combater a disseminação de fake news na nossa vida diária?
Avaliação:
A avaliação será contínua e formativa, considerando a participação nas discussões, a análise apresentada nas atividades práticas e a qualidade dos textos produzidos. Os alunos devem ser avaliados pelo engajamento, clareza na exposição e pela capacidade de argumentação, além da habilidade de trabalhar em grupo.
Encerramento:
Nosso encontro deve concluir lembrando da importância de ser críticos e responsáveis na forma como acessamos e reproduzimos informações, não apenas como consumidores, mas também como produtores. Cada um possui um papel fundamental na construção de um ambiente informativo mais seguro e educador.
Dicas:
– Incentivar a curiosidade dos alunos em relação a diferentes fontes de informação.
– Fomentar a discussão constante sobre as influências que o jornalismo pode exercer sobre a sociedade.
– Propor a prática de checagem de informações no cotidiano, como forma de exercício crítico.
Texto sobre o tema:
Em um mundo onde a informação está ao alcance de um clique, a utilização responsável e crítica dessa informação torna-se mais do que uma habilidade desejável, é uma necessidade. O tratamento da informação em diferentes gêneros jornalísticos exige uma compreensão de como essas mídias funcionam, como elas se constroem e, principalmente, qual o efeito que causarão em sua audiência. A questão que surge é: até que ponto estamos preparados para distinguir uma informação confiável de uma que não o é? Compreender a origem da informação, sua intencionalidade e seu suporte textual pode ser a chave para o conhecimento efetivo de nossos direitos como cidadãos informados.
A análise crítica dos textos nos mostra que nem todas as narrativas são neutras. Elas espelham valores, ideologias e perspectivas que são muitas vezes ocultas. Portanto, é essencial que o estudante desenvolva um olhar atento, investigativo e questionador. Um leitor que toma uma postura ativa não é apenas um consumidor de informações, mas um agente transformador. A pesquisa e a verificação se tornam práticas vitais nesse cenário contemporâneo repleto de notícias muitas vezes disputadas e distorcidas.
Além disso, o papel das tecnologias digitais não pode ser subestimado na disseminação de informações. Embora elas proporcionem acesso facilitado, também criam desafios em relação à veracidade e ao controle da informação que circula. A era digital exige que tenhamos uma vivência ética e crítica ao partilhar informações, sempre buscando a precisão e a verdade. Portanto, a educação para a mídia deve ser um pilar fundamental em toda formação escolar, preparando as novas gerações para serem não apenas leitores, mas pensadores críticos eficientes.
Desdobramentos do plano:
Uma vez que os alunos tenham realizado análises das diferentes formas de tratamento da informação em textos jornalísticos e digitais, o plano pode ser desdobrado em novas atividades que envolvam a produção de conteúdos multimídia, como podcasts e vlogs, levando em consideração as habilidades adquiridas. Essa ação não apenas amplia as vivências em diferentes formatos de produção textual, mas estimula um aprendizado cooperativo onde a mídia digital é um campo fértil para a expressão geradora de opinião.
Outra possibilidade é realizar uma pesquisa de campo em que os alunos entrevistem pessoas de diferentes faixas etárias sobre suas percepções em relação à mídia e às informações que consomem. Isso irá expandir a compreensão das dinâmicas sociais e culturais que influenciam a recepção da informação e permitirá um exercício prático de escuta ativa e análise.
Por fim, pode-se propor uma mostra de textos no formato de revista ou jornal virtual, onde os alunos poderão publicar suas próprias análises e opiniões sobre atualidades, criando um espaço que valorize a troca de conhecimento e encoraje a criação de um conteúdo informativo e relevante para a comunidade escolar.
Orientações finais sobre o plano:
Ao implementar este plano de aula, é fundamental que o professor esteja preparado para guiar os alunos através das discussões, incentivando a participação ativa e promovendo um ambiente que favoreça a expressão de ideias e pontos de vista. A prática de um diálogo aberto contribuirá para que os alunos se sintam confortáveis para questionar e debater, essencial para o desenvolvimento de um pensamento crítico.
Além disso, é necessário que o educador esteja atento às diferentes dinâmicas de grupo e ofereça suporte aos alunos que possam estar enfrentando dificuldades na interpretação de textos ou na articulação de suas ideias. O objetivo é garantir que todos tenham oportunidades equitativas de se expressar e aprender.
Por fim, estimular um compromisso com a verificação da informação e com o combate à desinformação é crucial. A educação midiática deve estar presente constantemente nas práticas escolares, formando cidadãos mais informados, críticos e engajados, capazes de contribuir para uma sociedade mais ativa e consciente do seu papel no espaço de informação.
5 Sugestões lúdicas sobre este tema:
1. Criação de ‘Caça às Fake News’: Dividir os alunos em times que devem encontrar e apresentar exemplos de fake news e notícias verdadeiras utilizando recursos digitais. O grupo que conseguir identificar mais verdades ganhará um prêmio simbólico.
2. Teatro de Fantoches: Os alunos criarão pequenos espetáculos com fantoches que abordam a temática da veracidade das informações. Assim, desenvolverão suas habilidades orais e criativas, compreendendo os conceitos de forma lúdica.
3. Oficina de Memes: Dentro de grupos, os alunos criarão memes que refletem a importância da verificação das informações, promovendo um debate sobre como as representações podem influenciar percepções e opiniões públicas.
4. Quiz Interativo sobre Discurso Jornalístico: Utilizando aplicativos e plataformas de quiz, os alunos responderão perguntas sobre as características dos diferentes gêneros textuais e exemplos práticos associados. Essa atividade promoverá a competição saudável e revisão do conteúdo.
5. Jogo de Tabuleiro sobre Checagem de Fatos: Elaborar um tabuleiro onde os alunos devem coletar informações e responder a perguntas, levando-os a discutir e entender o que torna uma informação verdadeira ou falsa, incentivando a colaboração e a pesquisa.
As atividades devem ser adaptadas às especificidades do grupo, respeitando suas diferenças e promovendo um ambiente inclusivo e colaborativo.