Plano de Aula: A Ideia de frações e divisores (Educação Infantil)
A elaboração deste plano de aula visa proporcionar um aprendizado significativo sobre a ideia de fração e divisores para crianças pequenas, especialmente aquelas com autismo, utilizando uma abordagem construtivista. A proposta é que as atividades sejam práticas e lúdicas, facilitando a possibilidade de interação e compreensão do tema, por meio de experiências que respeitam o ritmo e as características de cada criança.
As atividades sugeridas serão planejadas levando em consideração o ambiente e o contexto em que as crianças se encontram, promovendo um espaço de exploração e descoberta, onde todos os alunos possam participar ativamente e desenvolver habilidades sociais e de comunicação. O foco será na aprendizagem através do brincar, favorecendo o aprendizado por experiências concretas.
Tema: A IDEIA DE FRAÇÃO E DIVISORES
Duração: 45 MINUTOS
Etapa: Educação Infantil
Sub-etapa: Crianças Pequenas
Faixa Etária: 3 ANOS
Objetivo Geral:
Desenvolver a compreensão das crianças sobre a ideia de frações e divisores, permitindo que elas explorem e identifiquem partes de um todo, utilizando materiais concretos que favoreçam a visualização e a manipulação.
Objetivos Específicos:
– Promover a percepção de partes e do todo por meio de atividades práticas.
– Estimular o trabalho em grupo e a cooperação entre os alunos.
– Fomentar a expressão oral e a comunicação de ideias e sentimentos sobre o tema trabalhado.
– Desenvolver a autonomia nas atividades propostas.
Habilidades BNCC:
– (EI03EO01) Demonstrar empatia pelos outros, percebendo que as pessoas têm diferentes sentimentos, necessidades e maneiras de pensar e agir.
– (EI03EO03) Ampliar as relações interpessoais, desenvolvendo atitudes de participação e cooperação.
– (EI03ET01) Estabelecer relações de comparação entre objetos, observando suas propriedades.
– (EI03ET07) Relacionar números às suas respectivas quantidades e identificar o antes, o depois e o entre em uma sequência.
Materiais Necessários:
– Frutas ou alimentos que possam ser fatiados (ex: maças, bananas).
– Quadro branco ou papel grande para registro de ideias.
– Adesivos ou figuras de frutas para associações visuais.
– Tesoura de ponta arredondada e colas para trabalhos manuais.
– Papel e caneta para desenho e escrita espontânea.
Situações Problema:
– Quantas partes cada criança pode receber se um alimento é dividido entre todos?
– O que acontece se eu juntar duas partes iguais?
– Como podemos compartilhar um alimento em partes iguais?
Contextualização:
É crucial que as crianças entendam a relação entre os conceitos de partes e totalidades. Essa contextualização facilitará a compreensão de conceitos matemáticos desde a primeira infância, utilizando exemplos do cotidiano que façam parte do universo infantil e que permitam a interação entre as crianças.
Desenvolvimento:
1. Iniciar a aula apresentando as frutas, mostrando que podemos dividi-las em partes e conversando sobre como podemos compartilhar com os colegas.
2. Realizar uma atividade onde cada criança recebe uma fruta inteira e a divide em partes, identificando a quantia que cada um pode consumir.
3. Promover um momento de exploração sensorial para tocar, cheirar e observar a cor das frutas.
4. Utilizar adereços para contar e comparar as partes que cada um tem, levando um tempo para que todos possam conversar e interagir.
Atividades sugeridas:
1. Atividade “Dividindo a Maçã”
Objetivo: Compreender a ideia de dividir em partes iguais.
Descrição: As crianças receberão uma maçã que será dividida em partes iguais. Expliquem como podemos dividir e o resultado de ter partes.
Instruções: Mostre como cortar. Cada criança pegará sua parte e discutirá com os colegas.
Materiais: Maçãs, faca de segurança.
Adaptação: Para crianças que precisam de mais auxílio, encoraje o uso de maquetes de frutas de montar.
2. Atividade “Colagem do Todo”
Objetivo: Relacionar partes e totalidade através de colagens.
Descrição: Utilizando figuras de frutas, cada criança criará um mural.
Instruções: Cole as partes das frutas representadas em um papel gigante e compartilhe a visualização.
Materiais: Figuras, papel, cola.
Adaptação: Para crianças autistas, ofereça figuras táteis.
3. Atividade “Contando com os Dedos”
Objetivo: Representar a quantidade de partes utilizando os dedos.
Descrição: As crianças contarão quantas partes têm, levantando os dedos.
Instruções: Cada uma deve mostrar a quantidade que tem e se expressar.
Materiais: Não necessita de material específico.
Adaptação: Para crianças visuais, forneça cartões com desenhos de dedos.
4. Atividade “Dança das Frações”
Objetivo: Trabalhar a expressão corporal e a noção de frações.
Descrição: Os alunos dançarão em formação de pares, cada par representando uma fração.
Instruções: A música começará e eles se dividirão em grupos de diferentes números.
Materiais: Música animada e espaço de dança.
Adaptação: Oferecer auxílio para as crianças com dificuldades de se integrarem.
Discussão em Grupo:
– Como nos sentimos quando dividimos algo com um amigo?
– O que é dividir? É sempre igual?
– O que acontece se os grupos se juntam?
Perguntas:
– Quantas partes existem em uma maçã dividida?
– Se juntarmos duas partes, o que teremos?
– Como você se sente ao compartilhar?
Avaliação:
A avaliação será contínua e observacional, focando no envolvimento e participação de cada criança nas atividades propostas, considerando também sua interação e comunicação com os colegas.
Encerramento:
Conduzir a atividade final como um momento de reflexão, onde cada criança poderá expressar suas vivências e aprendizados da aula sobre os conceitos de frações e divisores, promovendo um fechamento significativo e personalizado.
Dicas:
– Seja sempre flexível durante as atividades, adaptando-se às necessidades das crianças.
– Promova um ambiente acolhedor e seguro, onde cada criança sinta-se respeitada e parte do grupo.
– Utilize repetidamente a linguagem das frações ao longo do dia, conectando o aprendizado com outras atividades cotidianas.
Texto sobre o tema:
A compreensão da noção de frações e divisores é fundamental para o desenvolvimento matemático das crianças. Este conceito pode ser introduzido em idades precoces, com uma abordagem prática e lúdica. Ao trabalhar o conceito de frações, as crianças são apresentadas a uma nova forma de organizar o conhecimento, promovendo a cooperatividade e a interação entre pares. A matemática, tradicionalmente vista como uma disciplina abstrata, pode ser aproximada do cotidiano infantil através de experiências concretas e palpáveis.
Iniciar essa discussão desde a educação infantil enriquece o repertório cognitivo das crianças, criando conexões que elas poderão levar para outras aprendizados futuros. Dessa forma, trabalhar a ideia de divisor, uma vez que ela está embutida nas relações que vivemos diariamente, faz com que essas crianças não apenas aprendam sobre números, mas desenvolvam habilidades sociais e emocionais ao interagir e participar de momentos de divisão e colaboração.
Ao criar um ambiente onde as crianças estudam frações por meio do toque, do cheiro e do gosto, estamos fazendo com que a matemática seja, de fato, parte de suas vidas. Este ciclo de descoberta, expressão e revelação é o que caracteriza uma aprendizagem significativa e que contribui para a formação integral do indivíduo. O desafio é proporcionar experiências significativas que unam a construção do conhecimento matemático à socialização e ao reconhecimento do outro como parte essencial do próprio aprendizado.
Desdobramentos do plano:
As atividades propostas podem ser ampliadas e adaptadas para desenvolver outros temas dentro da matemática, como medições e quantidades. É importante que o educador fique atento às reações das crianças durante as atividades, permitindo que elas conduzam suas aprendizagens. Além disso, é fundamental que os educadores criem oportunidades para que cada um possa expressar, de maneiras diferentes, o que aprendem sobre frações e divisores.
Com essa abordagem, a ideia é promover um entendimento abrangente e flexível sobre a estruturação de números e como a sociedade aplica esses conhecimentos em diferentes contextos, como a divisão de alimentos, a partilha de brinquedos ou a organização de eventos. Os desdobramentos desse plano são vastos e podem incluir projetos de longas datas, onde as crianças se sintam livres para explorar novas ideias e questionar suas próprias descobertas.
Para que todo o aprendizado se torne significativo, é importante também seguir os interesses das crianças, permitindo que elas se tornem protagonistas de sua própria aprendizagem. A aplicação de práticas criativas e inexploradas fará com que o ambiente escolar se transforme em um espaço vibrante e dinâmico, onde cada pequena conquista será celebrada e multiplicada.
Orientações finais sobre o plano:
As orientações finais para a aplicação deste plano de aula focam na importância de um planejamento que leve em consideração as particularidades de crianças pequenas. O papel do professor vai além de apenas instruir; é essencial que haja um acompanhamento das emoções e do estado de espírito de cada criança, especialmente na presença de alunos autistas. A formação de um ambiente seguro e acolhedor é de suma importância para que elas possam expressar suas ideias e sentimentos.
A habilidade de se adaptar e ajustar as atividades conforme as necessidades dos alunos é crucial. Ao se preparar para a aula, o educador deve estar pronto para reformular seu plano durante a execução, tornando o aprendizado fluido e rico em experiências. Isso pode incluir aulas de reforço sobre os temas abordados ou a introdução de novas atividades que surjam na espontaneidade das interações.
Por fim, é essencial que o educador promova um acompanhamento e um feedback constantes, observando as dinâmicas de grupo e individual. Ao proporcionar um espaço para que os alunos compartilhem suas impressões sobre o que aprenderam, eles se sentirão mais motivados e confiantes em suas capacidades, construindo, assim, uma base sólida para seus conhecimentos futuros.
5 Sugestões lúdicas sobre este tema:
1. Montagem de Quebra-Cabeças com Frações:
– Objetivo: Compreender as frações através da montagem de quebra-cabeças.
– Material: Quebra-cabeças com figuras que representem frações (recortadas em partes iguais).
– Modo de condução: As crianças montarão os quebra-cabeças e discutirão sobre as partes que compõem cada figura.
2. Criação de Brinquedos de Frutas:
– Objetivo: Confeccionar brinquedos que representem alimentos inteiros e suas frações.
– Material: Materiais recicláveis, tintas e tesouras.
– Modo de condução: As crianças poderão criar novos “alimentos” e propor dividir entre os amigos, refletindo sobre como seria a divisão.
3. Festa das Frações:
– Objetivo: Promover um evento onde as frações são o tema central.
– Material: Frutas, balões e decoração temática.
– Modo de condução: As crianças experimentarão dividir as frutas durante uma festa, refletindo sobre o que aprenderam.
4. Histórias de Frações:
– Objetivo: Criar uma história coletiva onde as frações são protagonistas.
– Material: Livros infantis sobre frações.
– Modo de condução: Após a leitura, cada criança poderá criar um trecho da história incorporando frações de alimentos.
5. Jogo de Roda:
– Objetivo: Brincar em roda com canções que ensinem frações.
– Material: Objetos como frutas de brinquedo ou cores para representar as partes.
– Modo de condução: A cada parte da música as crianças devem se apresentar com o objeto que representa a fração.
Este plano é robusto e reflete a importância de criar uma base sólida em matemática desde a infância, unindo conhecimento e convivência social de forma enriquecedora.

