Plano de Aula: A dança como ferramenta de expressão corporal é inclusão social (Ensino Médio) – 2º Ano
Neste plano de aula, exploraremos o tema “A Dança como Ferramenta de Expressão Corporal e Inclusão Social”, que proporciona uma base rica para discussões sobre a importância da dança enquanto prática cultural e artística, além de sua capacidade de promover a inclusão social. A aula visa proporcionar aos alunos do 2º ano do Ensino Médio uma compreensão mais profunda do papel da dança não apenas como forma de arte, mas como uma poderosa ferramenta de comunicação, expressão e transformação social.
Através de atividades práticas e reflexivas, os estudantes terão a oportunidade de vivenciar a dança, observar suas diversas formas e contextos, e discutir como essa linguagem artística pode servir como um meio de superação de preconceitos e promoção do respeito às diferenças. A dança muitas vezes retrata a diversidade cultural e os anseios da sociedade em um mundo que, embora interligado, ainda enfrenta vários desafios sociais. Assim, a aula se alinha com as diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), promovendo o desenvolvimento integral dos jovens.
Tema: A Dança como Ferramenta de Expressão Corporal e Inclusão Social
Duração: 50 minutos
Etapa: Ensino Médio
Sub-etapa: 2º Ano do Ensino Médio
Faixa Etária: 15 a 16 anos
Objetivo Geral:
Proporcionar aos alunos uma compreensão crítica do papel da dança como uma forma de expressão corporal que contribui para a inclusão social, explorando sua história, suas diversas formas, e sua capacidade de representar e transformar realidades sociais.
Objetivos Específicos:
– Refletir sobre a importância da dança como forma de expressão individual e coletiva.
– Analisar como diferentes estilos de dança podem promover a inclusão de grupos marginalizados.
– Desenvolver habilidades de observação e crítica referente à cultura da dança em diferentes contextos.
– Estimular a expressão criativa dos alunos através da vivência prática de coreografias e improvisações.
Habilidades BNCC:
– (EM13LGG201) Utilizar as diversas linguagens (artísticas, corporais e verbais) em diferentes contextos, valorizando-as como fenômeno social, cultural, histórico, variável, heterogêneo e sensível aos contextos de uso.
– (EM13LGG502) Analisar criticamente preconceitos, estereótipos e relações de poder presentes nas práticas corporais, adotando posicionamento contrário a qualquer manifestação de injustiça e desrespeito a direitos humanos e valores democráticos.
– (EM13LGG503) Vivenciar práticas corporais e significá-las em seu projeto de vida, como forma de autoconhecimento, autocuidado com o corpo e com a saúde, socialização e entretenimento.
– (EM13LGG604) Relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida social, cultural, política e econômica e identificar o processo de construção histórica dessas práticas.
Materiais Necessários:
– Espaço amplo e adequado para a prática de dança.
– Música variada (incluindo diferentes estilos que representem a diversidade cultural).
– Materiais para anotações.
– Projetor (opcional, para apresentação de vídeos e imagens).
– Acessórios culturais (se possível, trajes típicos de diferentes danças) para ilustrar as práticas.
Situações Problema:
1. Em um mundo onde muitas pessoas enfrentam exclusão social, como a dança pode atuar como uma forma de inclusão e comunicação?
2. Quais são os preconceitos sociais que ainda existem em relação a diferentes estilos de dança?
3. Como a dança pode ser utilizada para abordar e discutir questões sociais relevantes, como raça, gênero e classe?
Contextualização:
A dança é uma linguagem universal que transcende barreiras culturais, temporais e sociais. Historicamente, as práticas de dança têm sido usadas para contar histórias, celebrar eventos e expressar emoções. Nos dias de hoje, a dança também se tornou uma ferramenta de protesto e mudança social, permitindo às pessoas expressarem suas lutas e reivindicações de maneira artística e impactante. É fundamental discutir e refletir sobre a possibilidade da dança como um meio para promover a inclusão, combatendo estigmas e preconceitos que permeiam a sociedade.
Desenvolvimento:
A aula será dividida em três fases: introdução teórica, vivência prática e reflexão final.
Fase 1: Introdução Teórica (15 min)
– Apresentação sobre a história da dança e seu papel nas várias culturas ao longo do tempo.
– Discussão sobre danças que representam a diversidade cultural e as que surgem a partir de lutas sociais.
– Análise de vídeos curtos de diferentes estilos de dança, ressaltando como eles expressam identidades culturais e sociais.
Fase 2: Vivência Prática (25 min)
– Os alunos serão divididos em grupos. Cada grupo escolherá um estilo de dança (ex.: hip hop, samba, dança contemporânea, etc.) para pesquisar rapidamente.
– A partir das pesquisas, cada grupo cria uma pequena apresentação (improviso) que destaca os principais elementos do estilo escolhido.
– Os grupos apresentam suas coreografias, incentivando a utilização de expressões corporais que refletem emoção e mensagens sociais.
Fase 3: Reflexão Final (10 min)
– Discussão em grupo sobre o que cada um aprendeu com as danças apresentadas e como cada estilo contribui para as narrativas sociais.
– Reflexão sobre como a dança pode ser uma forma de inclusão em suas comunidades, tratando sobre preconceitos que podem ser superados através dela.
Atividades sugeridas:
1. Direto ao Ponto (Dia 1):
– Objetivo: Introduzir a ideia da dança como forma de expressão.
– Descrição: Exposição rápida sobre a importância da dança nas comunidades.
– Instruções: O professor inicia com músicas que diversas culturas utilizam e faz perguntas sobre os sentimentos que as músicas evocam.
– Materiais: Equipamentos de som e uma seleção de músicas diversas.
2. Explorando Estilos de Dança (Dia 2):
– Objetivo: Conhecimento sobre a diversidade de estilos.
– Descrição: Cada grupo escolhe um estilo de dança.
– Instruções: Pesquisar as origens, a evolução e o significado social do estilo.
– Materiais: Acesso à internet para pesquisa e registro em papel.
3. Coreografia Coletiva (Dia 3):
– Objetivo: Vivenciar a criação coreográfica.
– Descrição: Criar uma coreografia em grupos que sintetize o que aprenderam sobre seu estilo.
– Instruções: Ensaiar e apresentar a coreografia.
– Materiais: Música apropriada e espaço para ensaio.
4. Discussão em Classe (Dia 4):
– Objetivo: Promover a reflexão crítica.
– Descrição: Debater em círculo as apresentações e o que significaram para cada um.
– Instruções: Cada aluno compartilha como a dança impacta sua percepção sobre inclusão.
– Materiais: Anotações dos grupos e um quadro para registrar argumentos.
5. Avaliação Criativa (Dia 5):
– Objetivo: Avaliar a aprendizagem.
– Descrição: Produzir uma apresentação audiovisual (vídeo ou slides) sobre o que foi aprendido ao longo da semana.
– Instruções: Os alunos produzem juntos um vídeo que apresenta tanto os estilos de dança quanto declarações sobre inclusão e diversidade.
– Materiais: Equipamentos de gravação ou software de apresentação.
Discussão em Grupo:
Durante a apresentação das coreografias, inicie uma discussão com perguntas como:
– Quais emoções vocês sentiram ao dançar?
– Como se sentem em relação à apresentação cultural dos seus colegas?
– Como a dança pode ser usada para expressar sentimentos e mensagens sobre problemas sociais atuais?
Perguntas:
– Qual a relevância da dança em sua vida pessoal?
– De que maneira a dança pode ser um meio de comunicação e inclusão?
– Como as diferentes formas de dança refletem identidades culturais?
– O que aprendemos com a vivência de danças que não conhecíamos antes?
Avaliação:
A avaliação será feita de forma contínua, observando a participação dos alunos nas atividades e discussões. A apresentação final em grupo baseada na pesquisa e na coreografia também será um elemento de avaliação, assim como a reflexão escrita que os alunos realizarão sobre como a dança os impactou e as percepções sobre inclusão social.
Encerramento:
Finalize a aula destacando novamente a importância da dança como uma ferramenta de inclusão social e expressão. Incentive os alunos a continuarem explorando a dança em suas vidas ou até mesmo se envolverem em grupos de dança que promovam a diversidade e inclusão.
Dicas:
– Incentive a experimentação e não tenha medo de improvisar durante as atividades.
– Esteja aberto a feedbacks dos alunos sobre as atividades e ofereça um espaço seguro para que todos possam se expressar.
– Considere fazer uma apresentação em um evento escolar para que a classe mostre o que aprendeu em um formato divertido e envolvente.
Texto sobre o tema:
A dança, como forma de manifestação artística, é uma expressão que perpassa culturas e gerações. Sua capacidade de comunicar sentimentos e pensamentos a partir do movimento corporal é algo intrínseco ao ser humano. Desde os antigos rituais de tribos em que a dança era utilizada para expressar alegrias, tristezas, conquistas e lutos, até as danças contemporâneas que abordam questões sociais complexas, a dança sempre esteve presente como um meio de comunicação. Com o passar do tempo, a dança ganhou diferentes significados em diversas culturas. Em algumas comunidades, é uma forma de contar histórias, enquanto em outras, uma forma de protesto. O corpo se transforma em um veículo de expressão, tornando-se um meio através do qual os indivíduos podem reivindicar seus direitos, promover a inclusão e expressar suas emoções e ideias sobre o mundo ao seu redor.
Nos dias atuais, a dança também é uma forma de resistência. Grupos marginalizados buscam através da dança se afirmar na sociedade e desconstruir estereótipos. No hip-hop, por exemplo, vemos jovens de comunidades em situação vulnerável utilizando o ritmo e a dança como uma forma de superar dificuldades e se posicionar na cena cultural. Ao proporcionar um espaço para que vozes diversas possam ser escutadas, a dança se transforma em um veículo poderoso para a promoção do respeito às diferenças e a luta contra a exclusão social.
Além disso, a prática da dança promove um ambiente de solidariedade e empatia. Em seu movimento, dançarinos e espectatores compartilham experiências, permitem-se tocar e serem tocados, criando laços que vão além das barreiras sociais. Projetos de dança em comunidades carentes, por exemplo, têm mostrado que a prática pode gerar não somente inclusão, mas também autoestima e autoconhecimento. Quando dançamos, também nos conhecemos um pouco mais; o corpo fala e expressamos o que está dentro de nós. Por meio da dança, podemos conectar nossas emoções com o mundo ao nosso redor e, assim, transformar realidades.
Desdobramentos do plano:
Após a avaliação da aula, o plano pode ser desdobrado para aprofundar o estudo sobre a inclusão social através da dança. Um dos caminhos possíveis pode ser a pesquisa e a apresentação sobre danças de origem indígena, afro-brasileira ou folclórica, promovendo a assimilações de culturas e esclarecendo a importância da preservação dessas tradições. Essa ação poderia culminar numa apresentação em escolas locais, mostrando a riqueza da diversidade cultural do Brasil e promovendo a troca de experiências entre diferentes grupos.
Outra possibilidade de desdobramento é a criação de coletivos de dança dentro da escola, onde alunos se reúnem regularmente para explorar danças de diferentes culturas e estilos. Esse espaço poderia se transformar em um laboratório de criação, onde a inclusão e a diversidade são praticadas diariamente, permitindo uma vivência mais profunda e criada pelos próprios alunos. Mediante a articulação com a comunidade, essa proposta poderia também se transformar em uma plataforma para o desenvolvimento de projetos artísticos que exploram a dança na resolução de questões sociais e promoção do respeito às diferenças.
Por fim, pode ser interessante encorajar os alunos a se envolverem em projetos de dança social fora do ambiente escolar. Muitas ONGs, coletivos e grupos culturais oferecem oficinas e aulas que vão além do aprendizado técnico, promovendo um espaço para a interação social e cultural. A dança pode, assim, servir como um canal para promover a transformação social, contribuindo para a formação de cidadãos críticos, capazes de se expressar e atuar sobre suas realidades.
Orientações finais sobre o plano:
As orientações finais para a aplicação deste plano de aula enfatizam a necessidade de um ambiente inclusivo e acolhedor, onde todos os alunos se sintam seguros para se expressar. Iniciativas que incentivam a criatividade e a exploração pessoal são fundamentais para ajudar os alunos a se apropriarem do conteúdo. Além disso, enfatizar que a diversidade é um elemento rico para o aprendizado pode abrir um espaço para discussões mais profundas sobre o papel da arte e da dança na sociedade.
É importante lembrar que a dança não deve ser vista apenas como uma atividade física, mas como uma disciplina que permite o desenvolvimento de habilidades emocionais e sociais. Encorajar os alunos a compartilhar suas experiências com a dança pode contribuir para a construção de uma identidade e reforço do pertencimento social, oferecendo um espaço onde vozes variadas podem ser escutadas e valorizadas. O objetivo é fazer com que a prática da dança seja uma atividade transformadora tanto individualmente quanto coletivamente, promovendo uma visão crítica de mundo e empoderamento através das linguagens artísticas.
5 Sugestões lúdicas sobre este tema:
1. Dança dos Poses: Jogar uma música e, a cada pausa, os alunos devem congelar como uma escultura, expressando uma emoção ou ideia sobre inclusão. Esse exercício estimula a criatividade e a reflexão sobre as diferentes formas de expressão corporal.
2. Caça ao Tesouro Cultural: Criar uma caça ao tesouro onde grupos de alunos devem descobrir e compartilhar danças típicas de diferentes culturas, apresentando as informações ao final da atividade. Assim, promovem-se pesquisas e reflexões sobre a riqueza cultural.
3. Dança em Duetos: Os alunos devem encontrar um parceiro e criar uma pequena coreografia em dupla, onde devem incorporar elementos de estilos de dança distintos, refletindo as contribuições da diversidade na dança como forma de expressão.
4. Flash Mob: Organizar um flash mob que possa ser apresentado em um evento escolar. Uma sequência de dança que envolva todos os alunos pode fortalecer a união e promover a inclusão de forma divertida e participativa.
5. Desafio do Movimento: Pedir aos alunos que escolham uma emoção ou situação social que desejam expressar através de movimento. Eles podem criar uma sequência de dança curta que represente isso, promovendo a discussão sobre como a dança pode fazer ecoar vozes diversos.
Esta abordagem não apenas valoriza a dança como expressão, mas também fortalece a inclusividade e promove experiências interativas