“Modalização em Textos Jurídicos: Aprendizado Interativo no 8º Ano”
A elaboração deste plano de aula visa contribuir para a formação de competências linguísticas e de compreensão crítica dos estudantes do 8º ano do Ensino Fundamental ao abordar o tema da modalização em textos jurídicos, particularmente as modalidades deônticas. Os alunos observarão como expressões que indicam permissão, obrigação e proibição são utilizadas em contextos jurídicos, ampliando seu repertório interpretativo e sua capacidade de análise textual. A análise desse conceito se faz vital na compreensão de textos que regulam comportamentos e direitos, além de construir uma base sólida para discussões éticas e sociais.
Ao longo da aula, os estudantes se envolverão em atividades práticas e reflexivas, que promoverão um entendimento mais profundo e crítico sobre a linguagem utilizada em documentos formais e normativos. A abordagem será lúdica e interativa, permitindo que os alunos experimentem a linguagem jurídica de forma próxima à realidade, por meio da produção textual e debates, além de trabalhar habilidades essenciais para a BNCC no campo de língua portuguesa.
Tema: Modalização em textos jurídicos e suas modalidades deônticas.
Duração: 50 minutos.
Etapa: Ensino Fundamental 2.
Sub-etapa: 8º Ano.
Faixa Etária: 13 a 14 anos.
Objetivo Geral:
Capacitar os alunos a identificar e analisar os mecanismos de modalização utilizados em textos jurídicos, compreendendo as modalidades deônticas que expressam obrigações, permissões, proibições e outras condutas.
Objetivos Específicos:
1. Discutir o conceito de modalização e sua importância na linguagem jurídica.
2. Identificar palavras e expressões que sinalizam obrigações e permissões em textos jurídicos.
3. Produzir um texto com aplicação dos conhecimentos sobre modalização.
4. Desenvolver competências de leitura crítica de textos legais e normativos.
Habilidades BNCC:
– (EF08LP16) Explicar os efeitos de sentido do uso, em textos, de estratégias de modalização e argumentatividade.
– (EF08LP31) Analisar a modalização realizada em textos noticiosos e argumentativos, por meio das modalidades apreciativas, viabilizadas por classes e estruturas gramaticais.
Materiais Necessários:
– Cópias de um texto jurídico simples (como o Estatuto da Criança e do Adolescente).
– Quadro branco e marcadores.
– Cartazes ou slides sobre modalização e suas definições.
– Canetas, lápis e papel para anotações.
Situações Problema:
Os alunos lerão um parágrafo do Estatuto da Criança e do Adolescente e deverão identificar e discutir as expressões que indicam obrigações e permissões, questionando o que cada uma indica em termos de conduta e suas implicações sociais.
Contextualização:
A compreensão da modalização não é apenas uma habilidade linguística, mas um eixos essencial na compreensão do funcionamento das normas sociais e legais. As palavras que escolhemos, e como as organizamos, podem expressar diferentes gradações de certeza, permissão ou necessidade, fatores determinantes na interpretação de vínculos jurídicos e sociais que moldam nossos direitos e deveres.
Desenvolvimento:
1. Introdução (10 minutos): Iniciar com uma breve explicação sobre o que é modalização, apresentando alguns exemplos cotidianos. Em seguida, introduzir o conceito de modalidades deônticas e sua aplicação em textos jurídicos, ressaltando a importância da interpretação adequada das palavras e estruturas linguísticas.
2. Leitura do Texto (15 minutos): Distribuir uma cópia do texto jurídico previamente escolhido para a turma. Os alunos devem ler em duplas, identificando expressões de obrigatoriedade (e.g., “deve”, “é obrigatório”) e permissividade (e.g., “pode”, “é permitido”). Discutir as respostas em grupo.
3. Atividade de Produção (15 minutos): Propor que cada aluno escreva um pequeno parágrafo utilizando pelo menos três expressões diferentes de modalização. O objetivo é aplicar o aprendizado sobre como as escolhas linguísticas impactam o significado do texto.
4. Discussão e Análise (10 minutos): Promover um debate em sala sobre as dificuldades enfrentadas ao interpretar os textos jurídicos, observando em conjunto se a modalização pode alterar a percepção de um direito. Incentivar os alunos a formularem perguntas e reflexões acerca do tema.
Atividades sugeridas:
1. Análise Detalhada de Textos:
– Objetivo: Desenvolver a habilidade de identificar a utilização de expressões deônticas em textos diversos.
– Descrição: Escolher um outro texto jurídico ou normativo, como uma lei local ou um artigo de jornal que menciona responsabilidades legais. Em grupos, os alunos devem destacar as expressões de modalização e discutir seu efeito no significado do texto.
– Materiais: Cópias dos textos selecionados.
2. Produção Criativa:
– Objetivo: Criar uma breve cartilha informativa sobre um tema atual, utilizando as modalidades deônticas.
– Descrição: Os alunos devem organizar, em grupos, uma página de cartilha que aborde um direito da criança de forma lúdica, incorporando palavras e expressões que mostrem obrigações e permissões.
– Materiais: Papéis, canetas coloridas, recortes de revistas, etc.
3. Debate Argumentativo:
– Objetivo: Desenvolver a habilidade de argumentação e contra-argumentação.
– Descrição: Os alunos deverão debater um tema corrente na sociedade (como políticas públicas para educação) utilizando informações recolhidas sobre a obrigatoriedade e permissividade da legislação atual.
– Materiais: Pesquisas online (se disponíveis).
4. Apresentação Oral:
– Objetivo: Melhorar as habilidades de comunicação oral.
– Descrição: Após a leitura, cada grupo terá que apresentar as expressões e suas interpretações, podendo optar por um formato livre de apresentação.
– Materiais: Quadro e marcadores para anotações.
5. Desenho Interpretativo:
– Objetivo: Expressar a compreensão de forma artística.
– Descrição: Os alunos devem criar uma ilustração ou quadrinho que representa uma situação onde se aplica uma norma deondo de expressões que investigam as regras de convivência em casa ou na escola.
– Materiais: Lápis de cor, canetas e papéis.
Discussão em Grupo:
Promover um pequeno debate após a leitura do texto em que os alunos reflitam sobre a importância de compreender as nuances da modalização em sua vida cotidiana e na vida pública. Perguntas deverão ser propostas para instigar a reflexão e o compartilhamento das experiências individuais dos alunos.
Perguntas:
1. Que impacto você acredita que a modalização tem na forma como a informação é recebida?
2. Como podemos identificar se uma norma é obrigatória ou permissiva em um texto?
3. Quais desafios você enfrentou ao interpretar as modalidades deônticas em um texto jurídico?
Avaliação:
A avaliação deve ser contínua, abrangendo a participação nas discussões, a clareza das interpretações feitas em grupo e a produção textual realizada. O professor pode utilizar rubricas que indiquem a capacidade de argumentação, entendimento da modalização e criatividade nas atividades propostas.
Encerramento:
Para concluir a aula, o professor pode fomentar uma discussão final destacando como a compreensão da modalização não apenas enriquece a análise textual, mas também os capacita a serem cidadãos críticos diante de suas obrigações e direitos legais em sociedade. A importância de participar ativamente das discussões sobre legislação e políticas públicas será enfatizada.
Dicas:
– Promover a interação entre os alunos por meio de atividades em duplas e grupos, estimulando a troca de ideias e a construção coletiva do conhecimento.
– Fomentar um ambiente aberto à discussão, onde os alunos se sintam confortáveis para expressar suas opiniões e questionamentos.
– Utilizar recursos audiovisuais para enriquecer o aprendizado e a memorização dos conceitos abordados.
Texto sobre o tema:
A modalização é um recurso linguístico fundamental que nos ajuda a entender como a linguagem pode ser utilizada para expressar obrigatoriedade, permissão e proibição em textos. No campo jurídico, esses elementos tornam-se particularmente importantes, pois as normas e regulamentações dependem de uma correta interpretação para aplicar à vida em sociedade. Palavras como “deve”, “pode” ou “não pode” configuram não apenas uma forma de comunicação, mas constituem-se em instruções que orientam comportamentos e direitos coletivos.
Os textos jurídicos são estruturados com a intenção de serem claros, mas muitas vezes, a complexidade das relações que eles regulam exige uma leitura atenta e crítica. Compreender a função de cada expressão não é apenas um exercício académico, mas uma habilidade que se aplica a diversas áreas do conhecimento, além de ser essencial na cidadania. Através da análise da órgão adjunta de modalidade, podemos perceber como as leis são formuladas e interpretadas de acordo com fundamentos éticos e morais que regem a vida em sociedade. Portanto, ao discutir sobre pontos de obrigação e permissividade, estamos lidando não só com a linguagem, mas com as condições que validam nossas ações e interações sociais.
Este tema se torna ainda mais relevante quando pensamos em questões sociais atuais. Em um mundo onde as leis mudam constantemente, a compreensão da modalização linguística se torna um atalho para a cidadania ativa e participativa. A legislação não é estática, mas reflete nossas necessidades e aspirações enquanto indivíduos e sociedade. Discutir conceitos como obrigação e permissão circunscreve a possibilidade de um engajamento mais efetivo com o que se passa ao nosso redor e como podemos contribuir da melhor forma para a construção de um entorno mais justo e igualitário.
A capacidade de ler entre linhas, analisar o sentido das expressões e aplicar esse conhecimento em contextos práticos é uma das chaves para o entendimento das relações de poder e do funcionamento da justiça em nossas vidas. Portanto, ao nos aproximarmos dos textos jurídicos com uma perspectiva crítica e atenta, não apenas exercemos nossa habilidade linguística, mas também nos posicionamos como agentes transformadores na sociedade.
Desdobramentos do plano:
Esse plano de aula pode levar a uma sequência de atividades que explorem mais a fundo a relação entre texto, direito e sociedade. Por exemplo, ao desenvolver habilidades de análise crítica de documentos legais, os alunos podem ser incentivados a investigar normativas que dizem respeito a temas atuais como direitos humanos, preservação ambiental ou educação inclusiva. Com isso, a aula não só _cumpriria_ o objetivo inicial, mas também abrangeria temas transversais que estariam alinhados com os interesses e as preocupações sociais das novas gerações.
Depois da aula inicial, os alunos podem ser convidados a pesquisar um tema que impacte sua comunidade e utilizar os conhecimentos de modalização para elaborar um projeto ou proposta direcionada a órgãos competentes. Essa prática pode ampliar a compreensão de como são formadas as leis e como a participação da sociedade civil é fundamental para o cumprimento efetivo dos direitos. Além disso, essa atividade poderia culminar em uma apresentação para os colegas, fomentando o debate sobre como o linguajar jurídico pode ser interpretado e alterado pela modalização.
Por fim, considerando o uso das novas tecnologias e mídias digitais disponíveis, os alunos podem ser convidados a criar blogs ou formulários interativos que discutam a aplicação de certas leis em suas comunidades. Envolver-se com a linguagem jurídica, entendendo os mecanismos de modalização e construção de significados, é um passo essencial não apenas para o domínio da língua portuguesa, mas também para a forma como nos posicionamos diante das leis, normas e direitos da sociedade em que vivemos.
Orientações finais sobre o plano:
É fundamental que o professor esteja preparado para abordar as dificuldades que os alunos possam ter na compreensão da modalização. Sparé um momento para discutir que o aprendizado é um processo contínuo e que cada um possui seu ritmo pessoal. Incentive os alunos a fazer conexões entre o aprendizado em sala de aula e suas experiências cotidianas, discutindo as implicações reais da análise textual em suas vidas.
Certifique-se de que as atividades possam ser adaptadas para atender alunos com diferentes estilos de aprendizado, seja por meio de educação diferenciada ou ferramentas complementares (como apoio visual, auditivo ou kinestésico). Ao avaliar as produções dos alunos, é importante considerar tanto a capacidade de interpretação linguística quanto o desenvolvimento da pensamento crítico e da expressão pessoal. Incentive a turma a ver a linguagem jurídica não como um conjunto meramente de regras a serem decoradas, mas como uma ferramenta viva que molda a realidade ao seu redor.
Além disso, o acompanhamento e a mediação do professor são essenciais. Este deve atuar como um facilitador das discussões, promovendo um ambiente de respeito e abertura onde todos possam expressar suas opiniões e dúvidas. Ao estimular essas práticas de reflexão e debate, a aula se tornará mais significativa e impactante, contribuindo para a formação de cidadãos críticos, informados e participantes na sociedade, reconhecendo a pluridimensionalidade da linguagem e suas aplicações diretas no cotidiano.
5 Sugestões lúdicas sobre este tema:
1. Teatro de Marionetes: Os alunos podem criar um pequeno teatro de marionetes onde encenam situações que envolvam questões de direitos, utilizando expressões de modalização. Essa atividade promove a criatividade e entrosamento da turma, além de torna a discussão lúdica e interativa.
2. Jogo da Modalização: Crie um jogo de cartas com palavras/frases que expressem diferentes níveis de obrigatoriedade, permissão e proibição. Os alunos devem formar frases usando as cartas na mesa e discutir se as mensagens refletem uma norma, um direito ou uma proibição.
3. Caça ao Tesouro da Modalização: Dividir a turma em grupos e esconder pistas em diversos textos que envolvam modalizações. Cada pista encontrada deve levar a outra, até que os alunos descubram um “tesouro” – uma citação legal, um direito, um dever que os jovens cidadãos devem conhecer.
4. Criação de Slam Poético: Os alunos podem elaborar textos de slam que explorem os direitos da criança utilizando a modalização. Essa atividade une poesia e linguagem jurídica de uma forma inovadora e engajadora.
5. Oficina de Cartazes: Os alunos formam duplas e criam cartazes que explicam as diferenças entre obrigações e permissões, ilustrando exemplos de forma artística e explicativa. Esses cartazes podem ser expostos na escola, promovendo a educação para direitos entre as outras turmas.
Este plano de aula pode ser ajustado conforme as necessidades e formatos de ensino de cada turma, garantindo que a experiência de aprendizado seja rica e significativa para todos os alunos envolvidos.

