“Gravuras no Isopor: Arte e Antirracismo na Educação Infantil”
Este plano de aula tem como foco a elaboração de gravuras no isopor, uma atividade artística que não apenas explora as potencialidades criativas das crianças, mas também se conecta a um tema de grande relevância social: o combate ao racismo. Através do uso de técnicas de impressão e da reflexão sobre a importância das atitudes antiracistas, os pequenos poderão se expressar, desenvolver a empatia e entender mais sobre as diferenças que nos enriquecem como sociedade.
Com crianças de 4 a 5 anos, é fundamental que as aulas sejam dinâmicas, lúdicas e, ao mesmo tempo, educativas. Por isso, o plano propõe a interação entre diferentes linguagens artísticas e a promoção de discussões que incentivem a valorização da diversidade. A educação infantil deve ser um espaço onde as crianças aprendem sobre a convivência e o respeito mútuo desde cedo. Assim, este plano busca facilitar a construção de um ambiente de aprendizado positivo e reflexivo.
Tema: Gravuras no Isopor
Duração: 4 horas
Etapa: Educação Infantil
Sub-etapa: Crianças pequenas
Faixa Etária: 4 a 5 anos
Objetivo Geral:
Proporcionar uma experiência de arte que permita às crianças criar gravuras no isopor, promovendo a reflexão sobre o racismo, a valorização da diversidade e a importância de atitudes antirracistas.
Objetivos Específicos:
– Desenvolver a habilidade de expressão artística através da impressão em isopor.
– Estimular a empatia e a compreensão da diversidade através de discussões em grupo sobre o racismo.
– Incentivar a comunicação de ideias e sentimentos dos alunos sobre a temática abordada.
– Promover a habilidade de trabalhar em grupo, respeitando as opiniões e criações dos colegas.
Habilidades BNCC:
CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “O EU, O OUTRO E O NÓS”
(EI03EO01) Demonstrar empatia pelos outros, percebendo que as pessoas têm diferentes sentimentos, necessidades e maneiras de pensar e agir.
(EI03EO03) Ampliar as relações interpessoais, desenvolvendo atitudes de participação e cooperação.
(EI03EO06) Manifestar interesse e respeito por diferentes culturas e modos de vida.
CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS”
(EI03CG05) Coordenar suas habilidades manuais no atendimento adequado a seus interesses e necessidades em situações diversas.
CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “TRAÇOS, SONS, CORES E FORMAS”
(EI03TS02) Expressar-se livremente por meio de desenho, pintura, colagem, dobradura e escultura, criando produções bidimensionais e tridimensionais.
Materiais Necessários:
– Isopor
– Tinta atóxica (diversas cores)
– Pincéis
– Papel para impressão
– Rolo de pintura
– Recipientes para tinta
– Fita adesiva
– Papel toalha
– Aventais ou camisetas velhas para proteção das crianças
Situações Problema:
– Como podemos expressar nossas ideias sobre como respeitar as diferenças?
– O que significa ser antirracista e como isso nos afeta no dia a dia?
Contextualização:
É fundamental contextualizar a atividade dentro da realidade das crianças. A partir de contos e histórias que abordam temas de diversidade, discriminação e respeito, as crianças ouvirão relatos que as inspirarão a se expressar artisticamente. Além disso, o uso do isopor como material de arte traz uma abordagem tátil que fomenta a curiosidade e a exploração sensorial.
Desenvolvimento:
1. Introdução à atividade (30 min): Iniciar a aula com uma conversa sobre o que é o racismo e como podemos ser amigos de todos, independentemente das diferenças. Levar algumas cartas ilustradas que mostrem situações de amizade e inclusão.
2. Apresentação dos materiais (15 min): Mostrar o isopor e os outros materiais, explicando como funcionam e quais serão usados durante a atividade.
3. Criação das gravuras (2h):
– As crianças devem desenhar desenhos ou padrões no isopor.
– Aplicar a tinta sobre o desenho e, com cuidado, prensar o papel sobre o isopor para fazer a impressão.
– Variar as cores e fazer impressões diferentes, estimulando a criatividade.
4. Discussão em grupo (30 min): Após a confecção das gravuras, propor um momento para que as crianças apresentem suas obras e compartilhem o que cada uma representa.
Atividades sugeridas:
1. Contação de História:
– Objetivo: Estimular a empatia.
– Descrição: Escolher um livro que trate de amizade entre crianças de diferentes culturas.
– Instruções: Contar a história, fazendo pausas para discutir as emoções dos personagens. Materiais: Livro ilustrado.
2. Música sobre a diversidade:
– Objetivo: Apresentar a diversidade de forma divertida.
– Descrição: Criar uma música simples onde cada criança pode dizer seu nome e uma coisa que gosta.
– Instruções: Levar instrumentos simples, como pandeiros e chocalhos.
3. Desenhos coletivos:
– Objetivo: Trabalhar em grupo e respeitar o espaço do outro.
– Descrição: Em grandes folhas de papel, as crianças devem desenhar juntas, respeitando as ideias dos colegas.
– Instruções: Utilizar lápis de cor e canetinhas. Sugestão: Fazer uma exposição dos desenhos.
4. Jogos de Imitação:
– Objetivo: Explorar a linguagem corporal e promover a atenção.
– Descrição: As crianças devem imitar diferentes ações de forma semelhante e diferente, criando uma dinâmica de grupo.
– Instruções: Incentivar a criatividade no movimento.
5. Teatro de Fantoches:
– Objetivo: Recontar histórias de forma lúdica.
– Descrição: Utilizar fantoches de papel para encenar histórias sobre amizade e respeito.
– Instruções: Criar personagens que representem diferentes culturas e modos de vida.
Discussão em Grupo:
Promover um momento para as crianças compartilharem suas gravuras e o que intentaram expressar. Incentivar a conversa sobre as semelhanças e diferenças entre as obras, reforçando o respeito mútuo e a apreciação da diversidade. Perguntas podem incluir: “O que você sentiu ao criar sua gravura?” e “Como você acha que podemos ser amigos uns dos outros?”
Perguntas:
– O que você acha que é mais importante para um amigo?
– Como podemos ajudar as pessoas que se sentem diferentes?
– Por que devemos respeitar as diferenças?
Avaliação:
A avaliação deve ser contínua e observacional, levando em conta a participação de cada criança durante as atividades e as discussões. O professor deve observar se as crianças estão conseguindo se expressar, cooperar, respeitar as ideias dos colegas e manifestar empatia.
Encerramento:
Finalizar a atividade dando espaço para que as crianças compartilhem como se sentiram ao longo do trabalho artístico e da discussão. Pode ser interessante realizar uma breve reflexão sobre o que aprenderam e como planejam levar esse aprendizado para suas interações no dia a dia.
Dicas:
– Sempre utilizar materiais que sejam seguros e apropriados para a faixa etária.
– Estimular a personalização da atividade, permitindo que cada criança adicione seu toque individual à sua gravura.
– Adaptar as discussões conforme o desenvolvimento do grupo, garantindo que todas as vozes sejam ouvidas.
Texto sobre o tema:
A arte sempre foi uma ferramenta poderosa de expressão e resistência. Por meio de técnicas simples como a gravura em isopor, podemos explorar questões profundas que permeiam nosso cotidiano, como o racismo e a valorização da diversidade. O uso do isopor, um material acessível e adaptável, permite que crianças pequenas, na faixa etária de 4 a 5 anos, desenvolvam suas habilidades motoras e criativas enquanto se envolvem em uma reflexão social importante. As gravuras não são apenas uma representação artística, mas também um meio de expressar sentimentos e questões que, por vezes, são desafiadoras de serem abordadas.
Nesse sentido, trabalhar o tema antirracista nas salas de aula pode começar desde a infância, utilizando a arte como um caminho para educar sobre empatia, respeito e coletividade. Por meio da criação de obras que refletem a individualidade e a diversidade de cada um, as crianças podem compreender a importância de criar um mundo mais justo, onde todos tenham seu espaço e suas vozes sejam respeitadas. Além de estimular a criatividade, atividades como a impressão em isopor propõem uma oportunidade de ensinar às crianças sobre a tolerância e a belíssima mistura de culturas que compõe nossa sociedade.
Importante ressaltar que as interações entre as crianças durante a atividade, assim como o ambiente preparado pelo educador, têm grande impacto na forma como os pequenos entendem e assimilam as mensagens transmitidas. Por isso, o papel do educador é fundamental para guiar a reflexão e a sensibilidade em torno dos temas abordados.
Desdobramentos do plano:
Após a atividade de gravuras no isopor, os desdobramentos podem ser bastante variados. Um primeiro passo pode ser realizar uma exposição em sala com as obras produzidas, permitindo que as crianças demonstrem para os familiares aquilo que aprenderam sobre a diversidade e respeito ao outro. É uma forma de compartilhar não apenas as gravuras, mas também as reflexões sobre empatia e inclusão.
Outra maneira interessante de dar sequência ao tema é propor a elaboração de um mural coletivo, onde cada criança possa colar sua gravura e escrever uma frase que represente a amizade e o respeito. Esse mural pode ser um reflexo concreto do aprendizado e uma forma de estar sempre lembrando a importância de sermos antirracistas. O projeto pode ser desenvolvido ao longo de algumas semanas, sempre dedicando um tempo para revisitar as discussões iniciais e relacionar com novos aprendizados.
Ainda, as histórias contadas sobre diversidade e inclusão podem ser ampliadas e transformadas em uma atividade de reescrita onde as crianças possam adaptar e criar seus próprios contos, incentivando a criação textual que respeita diferentes características culturais e sociais. Essa atividade desenvolve não apenas o aspecto crítico e reflexivo, mas também a ampliação do vocabulario e das expressões.
Orientações finais sobre o plano:
Este plano de aula tem como proposição não apenas a criação artística, mas uma abordagem aprofundada sobre empatia e respeito ao próximo. É importante que o professor esteja atento às dinâmicas que surgem durante a atividade, escutando ativamente as crianças e conduzindo as discussões de forma planejada e aberta. A arte, aliada aos temas sociais, proporciona uma experiência rica e transformadora, revelando o potencial das crianças em se tornarem cidadãos conscientes e respeitosos com as diferenças.
Lembre-se de que cada grupo é único e que adaptações podem ser necessárias para melhor atender as necessidades dos alunos. O mais importante é que o espaço criado favoreça a expressão livre, o respeito e o aprendizado constante. As atividades artísticas podem variar em complexidade e devem ser planejadas considerando o desenvolvimento de cada criança, garantindo que todas participem ativamente e se sintam valorizadas em suas contribuições.
Por fim, ao abordar temas importantes como o combate ao racismo, o educador tem a oportunidade de cultivar um ambiente escolar onde as diferenças são respeitadas e celebradas. A educação infantil deve, portanto, ser um espaço de acolhimento e liberdade, onde todas as crianças possam se sentir seguras para expressar suas emoções e aprendizados.
5 Sugestões lúdicas sobre este tema:
1. Jogo das Cores: Criar um jogo onde as crianças devem colorir desenhos de personagens de diferentes culturas. Conforme colorirem, discutir as tradições de cada cultura representada.
2. Desenho do Futuro: Propor que as crianças desenhem como elas imaginam que será o mundo em que viveremos, enfatizando a amizade e o respeito entre todos.
3. Canta e Conta: Criar uma música sobre amizade que as crianças irão cantar e voltar a repetir sempre que se reunirem na sala.
4. Mural dos Sonhos: Fazer um mural onde as crianças possam colar imagens ou desenhos que representem suas esperanças para um mundo livre de preconceitos.
5. Estatuetas da Diversidade: Utilizando massinha de modelar, as crianças poderão criar diversas “estatuetas” que representem diferentes características e culturas, promovendo a aceitação e o respeito.
Todas essas atividades lúdicas ajudam a estimular a criatividade e a reflexão crítica nas crianças, construindo uma base sólida para um futuro em que a aceitação e a colaboração sejam cada vez mais presentes em nossas sociedades.