“Explorando Territórios e Identidades: Vivências para Bebês”
A elaboração deste plano de vivência tem como foco promover a interação dos bebês com o tema “Territórios e Identidades, Minha e Nossas Memórias”. A proposta é oferecer uma série de atividades práticas que estimulem a percepção sensorial e a expressão individual e coletiva dos pequenos, preparando um ambiente rico em oportunidades de exploração e socialização. Com isso, pretende-se fortalecer a identidade dos bebês, permitindo que eles se reconheçam e reconheçam os outros a partir de experiências significativas.
O plano é organizado para ser desenvolvido ao longo de cinco dias, onde cada dia trará uma nova proposta de vivência, focando nas experiências que permitem a exploração e a descoberta do mundo ao redor dos bebês. A participação ativa das famílias será incentivada, uma vez que as memórias e identidades também são construídas no convívio familiar. As atividades foram pensadas levando em consideração as características desta faixa etária, respeitando o desenvolvimento integral das crianças.
Tema: Territórios e identidades, minha e nossas memórias
Duração: 5 dias
Etapa: Educação Infantil
Sub-etapa: Bebês
Faixa Etária: 0 a 1 ano e 6 meses
Objetivo Geral:
Promover a percepção das identidades e memórias, permitindo que os bebês explorem suas sensações e iniciem a construção de conceitos de pertencimento através das brincadeiras e interações.
Objetivos Específicos:
– Proporcionar experiências sensoriais que estimulem a curiosidade e o reconhecimento do corpo.
– Fomentar interações sociais através do compartilhamento de espaço e materiais.
– Incentivar a comunicação não-verbal e verbal, através de gestos e balbucios.
– Contribuir para a construção da identidade dos bebês enquanto indivíduos e membros de um grupo.
Habilidades BNCC:
Campo de Experiências “O EU, O OUTRO E O NÓS”
(EI01EO01) Perceber que suas ações têm efeitos nas outras crianças e nos adultos.
(EI01EO02) Perceber as possibilidades e os limites de seu corpo nas brincadeiras e interações das quais participa.
(EI01EO03) Interagir com crianças da mesma faixa etária e adultos ao explorar espaços, materiais, objetos, brinquedos.
(EI01EO04) Comunicar necessidades, desejos e emoções, utilizando gestos, balbucios, palavras.
Campo de Experiências “CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS”
(EI01CG01) Movimentar as partes do corpo para exprimir corporalmente emoções, necessidades e desejos.
(EI01CG02) Experimentar as possibilidades corporais nas brincadeiras e interações em ambientes acolhedores e desafiantes.
Campo de Experiências “ESPAÇOS, TEMPOS, QUANTIDADES, RELAÇÕES E TRANSFORMAÇÕES”
(EI01ET03) Explorar o ambiente pela ação e observação, manipulando, experimentando e fazendo descobertas.
(EI01ET04) Manipular, experimentar, arrumar e explorar o espaço por meio de experiências de deslocamentos de si e dos objetos.
Materiais Necessários:
– Brinquedos sensoriais (texturas, sons e cores).
– Almofadas ou tapetes aconchegantes.
– Objetos naturais (frutas, folhas, pedras) para exploração tátil.
– Materiais de arte como tintas, papéis grandes e pincéis.
– Áudio de músicas variadas e canções infantis.
– Livros ilustrados com imagens grandes e coloridas.
Situações Problema:
– Como você se sente quando está em um lugar que gosta?
– O que é o lar para você?
– Quais sons você reconhece quando está em casa?
Contextualização:
Na introdução desse projeto, é fundamental criar um ambiente que possibilite os bebês reconhecerem seu espaço como um lugar de emoções e memórias. As experiências cotidianas podem ser uma ferramenta para que os pequenos compreendam a extensão do seu pertencimento, respeitando e valorizando a própria história e a coletiva.
Desenvolvimento:
– A ambientação do espaço deve ser acolhedora e estimuladora, utilizando objetos que possam ser explorados pelos bebês. Os educadores devem acompanhar de perto as interações e fazer intervenções que fomentem a descoberta e a comunicação.
– Durante as atividades, é importante que os educadores utilizem a fala e a musicalidade, propiciando um espaço em que cada bebê sinta-se livre para expressar suas emoções e se relacionar com os colegas.
Atividades sugeridas:
Dia 1 – “Descobrindo Texturas e Sons”
Objetivo: Estimular a percepção tátil e auditiva dos bebês.
Descrição: Organize uma área com diferentes texturas e fontes sonoras. Utilize tecidos variados como lixa, seda, algodão e objetos como panelas, garrafas sonoras.
Instruções: Os educadores devem apresentar os materiais, mostrando como eles soam ou como podem ser tocados. Os bebês devem ser incentivados a explorar através da interação.
Materiais: Tecidos, panelas, garrafa com arroz.
Adaptação: Use materiais diferentes para cada bebê, respeitando o que cada um demonstra interesse.
Dia 2 – “Meu Corpo, Minhas Emoções”
Objetivo: Reconhecer partes do corpo e expressar emoções.
Descrição: Crie uma vivência onde os bebês são estimulados a se moverem livremente e expressarem suas emoções (sorrir, chorar, dançar).
Instruções: Utilize músicas alegres e chantagens corporais como “Cabeça, Ombro, Joelho e Pé” para diversos movimentos.
Materiais: Músicas, espaço amplo.
Adaptação: Para os bebês que não se movem por conta própria, incentive a participação com movimentos dos membros.
Dia 3 – “Cores e Formas”
Objetivo: Explorar cores e formas através da arte.
Descrição: Pintura livre onde cada bebê terá um papel grande para explorar as cores com tintas.
Instruções: Os educadores ajudam a guiar os bebês, mostrando como misturar cores e usando os dedos para desenhar.
Materiais: Tintas, papéis grandes, aventais.
Adaptação: Ofereça diferentes instrumentos de pintura como esponjas ou pincéis.
Dia 4 – “Contando Histórias com Músicas”
Objetivo: Estimular a atenção e a interação através de histórias e músicas.
Descrição: Leitura de histórias com entonações e melodias que capturem a atenção dos bebês.
Instruções: Utilize livros com grandes ilustrações e faça sons que correspondem às imagens.
Materiais: Livros ilustrados, CDs de histórias com música.
Adaptação: Permita que os bebês interajam tocando os livros e explorando a sonoridade.
Dia 5 – “Memórias da Família”
Objetivo: Relacionar as experiências da família aos sentimentos do bebê.
Descrição: Os familiares trazem fotografias ou objetos que contem histórias sobre o que é especial para a família.
Instruções: As crianças devem manusear os objetos e os familiares contar as histórias enquanto se interagem com os bebês.
Materiais: Fotografias, objetos familiares.
Adaptação: Quem não pode trazer, pode compartilhar oralmente suas memórias.
Discussão em Grupo:
Através de discussões durante as etapas, o foco será sempre nas memórias e sentimentos que os bebês podem expressar, ligando-os às suas identidades e experiências.
Perguntas:
– O que você sente quando vê uma fotografia familiar?
– Que história você gostaria de contar sobre o seu lugar favorito?
– Quais cores você gosta mais e como elas fazem você se sentir?
Avaliação:
A avaliação dos bebês deve ser contínua e observacional, atenta às interações, expressões e reações durante as vivências. Os educadores devem registrar as descobertas, os momentos de interação e as comunicações de cada bebê.
Encerramento:
Ao final da semana, será promovida uma roda de conversa onde os educadores e familiares irão refletir sobre as experiências vivenciadas. Esse momento permitirá a troca de impressões e a valorização das histórias compartilhadas.
Dicas:
– Sempre que possível, permita que os bebês explorem o espaço e os materiais livresmente.
– Esteja atento às necessidades e interesses individuais, adaptando as atividades conforme necessário.
– Utilize a musicalidade como um elemento constante nas interações para facilitar a comunicação e engajamento.
Texto sobre o tema:
O conceito de território e identidade é fundamental na formação dos bebês, pois envolve o entendimento do espaço ao seu redor e a percepção de pertencimento. Essas noções começam a ser construídas desde os primeiros meses de vida, quando os pequenos interagem com pais e cuidadores, formando laços afetivos e memórias que marcarão sua trajetória. A construção da identidade é um processo dinâmico que abrange não só a individualidade, mas também as relações sociais, influenciadas pelo contexto familiar e cultural. Ao falarmos sobre território, nos referimos não apenas ao espaço físico, mas também ao espaço emocional, o qual as crianças precisam sentir como seguro e acolhedor para explorar suas habilidades e desejos.
Quando se propõe a vivências que envolvem a exploração dessas dimensões, estamos indo além do simples brincar; nós estamos criando experiências que permitem a expressão de emoções e a comunicação com o outro. O ambiente deve ser uma verdadeira extensão do lar, onde cada interação favorece a construção de vínculos e a valorização da singularidade de cada bebê. Além disso, as memórias, tanto das experiências cotidianas quanto das interações sociais, se entrelaçam formando uma base sólida para o desenvolvimento da autoestima e do senso crítico.
É essencial proporcionar aos pequenos várias oportunidades de se expressar em uma sociedade que valoriza a diversidade. Os educadores têm um papel crucial nesse processo, pois ao criar espaços reflexivos e acolhedores, eles possibilitam que as crianças se sintam seguras para explorar suas emoções e fortalecer seus laços com as memórias familiares. Dessa forma, contribuímos para que cada um reconheça sua identidade e, ao mesmo tempo, como fazem parte de uma história maior, que envolve o coletivo.
Desdobramentos do plano:
O plano de vivência proposto poderá ser expandido através da inclusão de atividades que envolvam os familiares em diferentes etapas. Por exemplo, produções de vídeos curtos onde cada família registra um momento especial e traz para compartilhar com o grupo. Isso enriquece a proposta e permite que as memórias sejam vividas em conjunto. Além disso, os educadores podem promover uma exposição das produções artísticas dos bebês, envolvendo a comunidade escolar e celebrando as memórias coletivas. Esse tipo de ação fortalece o vínculo entre escola e família, e proporciona um espaço de construção coletiva da identidade.
Também é importante pensar em um desdobramento que considere a continuidade do tema ao longo do ano letivo. Assim, futuramente, o projeto pode se transformar em um estudo mais profundo sobre as histórias de vida das famílias, criando uma roda do contar histórias, onde semanalmente, um membro da família traz sua narrativa, contribuindo para o desenvolvimento de uma rede de apoio emocional entre os participantes. Além disso, as histórias podem ser materializadas em livros de memórias, que sejam manuseados pelos bebês durante as atividades, favorecendo a interação e a construção de novas memórias.
Por último, avaliar as evoluções nas interações dos bebês ao longo do tempo será fundamental. A observação das habilidades sociais, como compartilhar, esperar a vez e expressar necessidades de forma adequada, pode ser uma forma de verificar o quanto os conceitos de “eu” e “outro” foram assimilados nas experiências vivenciadas. Fomente a prática de observações sistemáticas para documentar as descobertas e progressos de cada criança, promovendo um olhar atento e respeitoso sobre o desenvolvimento de suas identidades.
Orientações finais sobre o plano:
É imprescindível que o plano seja flexível, permitindo que os educadores se adaptem às dinâmicas que surgem em função das interações dos bebês. A observação cuidadosa permitirá que as atividades sejam ajustadas, respeitando o ritmo de cada criança e seu desenvolvimento integral. Um olhar sensível para as necessidades emocionais e comportamentais dos bebês é central na experiência de aprendizagem.
Além disso, a inclusão das famílias deve ser feita com muita espontaneidade e acolhimento. Quando os familiares se envolvem nas atividades propostas, eles não só ajudam a criar um ambiente mais rico para os bebês, mas também se sentem parte do processo educativo. Isso é fundamental para o fortalecimento das relações familiares e comunitárias que influenciam o desenvolvimento de cada criança.
Por fim, procure sempre documentar as experiências e reflexões sobre o que observou durante a vivência. A documentação pode servir como um recurso valioso para futuras reflexões, permitindo que os educadores analisem o impacto das atividades e considerem novos caminhos para aprofundar os temas abordados. O aprendizado é uma construção contínua, e as memórias e a identidade se revelam em pequenos gestos e interações diárias.
5 Sugestões lúdicas sobre este tema:
1. “Jardim Sensorial” (0 a 1 ano)
Objetivo: Estimular a exploração tátil com elementos naturais.
Material: Folhas, flores, sementes, e objetos seguros para manuseio.
Modo de condução: Disponibilizar o material em um espaço coberto e deixar os bebês explorarem, tocando e cheirando cada elemento, sempre com supervisão constante.
2. “Ritmo e Movimento” (1 a 1 ano e 6 meses)
Objetivo: Trabalhar a coordenação motora e o ritmo.
Material: Instrumentos musicais simples como tambor, caixas e chocalhos.
Modo de condução: Criar rodas onde os bebês possam tocar os instrumentos e se mover ao som, explorando o ritmo que cada um pode criar.
3. “Caixa de Memórias” (0 a 1 ano)
Objetivo: Reconhecer objetos de casa e suas funções.
Material: Caixas com objetos do dia a dia (panos, utensílios, brinquedos).
Modo de condução: Deixe os bebês explorar a caixa, falando sobre cada objeto e suas histórias. Envolver os familiares nas histórias é crucial.
4. “Contação de Histórias” (1 a 1 ano e 6 meses)
Objetivo: Estimular a atenção e a interação através das narrativas.
Material: Livros ilustrados grandes e coloridos.
Modo de condução: Fazer a leitura de uma história utilizando diferentes vozes e expressões, convidando os bebês a interagirem.
5. “Pinte seu Amigos” (0 a 1 ano)
Objetivo: Estimular a criatividade e a percepção das cores.
Material: Tintas naturais e papéis.
Modo de condução: Deixe os bebês brincarem com as tintas, incentivando-os a explorar o movimento do corpo na pintura, e fazer as adaptações necessárias para não se sujar.
Este conjunto de propostas visam abranger não apenas diferentes aspectos do desenvolvimento dos bebês, mas também a construção de memórias e identidades de forma