Explorando o Concretismo: Arte e Criatividade no 9º Ano
Este plano de aula pretende explorar o movimento artístico do concretismo no Brasil, oferecendo uma visão abrangente aos alunos do 9º ano do Ensino Fundamental 2. A proposta é lidar com a estética única e a filosofia por trás do concretismo, abordando sua influência na arte contemporânea e suas particularidades em comparação a outros movimentos artísticos. O objetivo é não apenas entender o concretismo, mas também discutir como ele se insere no contexto cultural e histórico do Brasil.
Os alunos terão a oportunidade de observar obras de artistas concretos, discutir seus significados e até mesmo criar suas próprias produções inspiradas nesse movimento. Além de promover o aprendizado estético e contextual, o plano visa fomentar a criatividade, a expressão pessoal e a análise crítica em relação à arte.
Tema: Concretismo no Brasil
Duração: 45 min
Etapa: Ensino Fundamental 2
Sub-etapa: 9º Ano
Faixa Etária: 13 e 14 anos
Objetivo Geral:
Proporcionar aos alunos uma compreensão crítica do movimento concretista no Brasil, explorando suas características, impactos na arte contemporânea e promovendo atividades que estimulem a criatividade e a expressão artística.
Objetivos Específicos:
– Compreender os fundamentos e a história do concretismo no Brasil.
– Analisar obras de artistas concretistas, relacionando-as a seu contexto cultural e histórico.
– Promover a produção artística dos alunos a partir da inspiração em obras concretistas.
– Fomentar debates sobre a função da arte na sociedade e seu papel na expressão de ideias e sentimentos.
Habilidades BNCC:
– (EF69AR01) Pesquisar, apreciar e analisar formas distintas das artes visuais tradicionais e contemporâneas, em obras de artistas brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas e em diferentes matrizes estéticas e culturais, de modo a ampliar a experiência com diferentes contextos e práticas artístico-visuais e cultivar a percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e o repertório imagético.
– (EF69AR02) Pesquisar e analisar diferentes estilos visuais, contextualizando-os no tempo e no espaço.
– (EF69AR04) Analisar os elementos constitutivos das artes visuais (ponto, linha, forma, direção, cor, tom, escala, dimensão, espaço, movimento etc.) na apreciação de diferentes produções artísticas.
Materiais Necessários:
– Imagens de obras de artistas concretistas como Willys de Castro, Lygia Clark, Hélio Oiticica e Max Bill.
– Papéis coloridos, tesoura, cola e canetas para atividades práticas.
– Projetor ou TV para exibição das imagens.
– Materiais para anotações e reflexões dos alunos.
Situações Problema:
– Como o concretismo se diferencia de outros movimentos artísticos?
– Quais são as principais características das obras concretistas?
Contextualização:
O concretismo surgiu no Brasil na década de 1950, como uma resposta às expressões artísticas que buscavam uma linguagem mais pura, distante das influências da representação direta e da figuração. Este movimento buscava a construção de obras que fossem autossuficientes, utilizando formas geométricas e cores que visavam a pureza estética. Ensinar sobre o concretismo contribui para uma compreensão mais ampla da trajetória das artes visuais no Brasil e suas interações com o contexto social e político.
Desenvolvimento:
1. Introdução (10 min): O professor inicia a aula contextualizando os alunos sobre o concretismo. Você pode utilizar slides com imagens das obras e discutir brevemente a biografia dos artistas e os contextos em que trabalham. Em seguida, os alunos podem ser divididos em grupos para discutir suas impressões sobre o que observaram.
2. Análise de Obras (15 min): Proposta de análise de obras escolhidas para a aula. Os alunos deverão observar e identificar características do movimento. O professor pode propor perguntas para que eles discutam em grupo: Quais formas e cores são mais utilizadas? O que as obras expressam? Como a obra se relaciona com o contexto social na época em que foi criada?
3. Atividade Prática (15 min): Os alunos devem criar uma obra inspirada no concretismo, usando papel colorido e outros materiais. O foco será no uso de formas geométricas e combinação de cores. O professor deve circular pela sala, ajudar e incentivar a criatividade.
4. Conclusão (5 min): Exibição das obras criadas pelos alunos. Cada grupo pode apresentar sua criação e explicar sua inspiração e escolhas. O professor pode promover uma discussão sobre as diversas interpretações feitas pelos alunos e comparar com os trabalhos dos artistas que estudaram.
Atividades sugeridas:
Dia 1: Introdução ao Concretismo
– Objetivo: Compreender o contexto histórico do movimento.
– Descrição: O professor apresentará um vídeo explicativo sobre a origem e as características do concretismo no Brasil.
– Material: Vídeo e slides.
Dia 2: Análise Crítica
– Objetivo: Analisar obras concretistas e discutir suas características.
– Descrição: Formar grupos para analisar imagens de obras concretistas e apresentar suas impressões para a turma.
– Material: Impressões de obras e papel para anotações.
Dia 3: Produção Artística
– Objetivo: Criar uma obra inspirada no concretismo.
– Descrição: Usando papel colorido e formas geométricas, os alunos criam suas obras.
– Material: Papel colorido, tesoura, cola e canetas.
Dia 4: Apresentação
– Objetivo: Compartilhar e discutir as obras criadas.
– Descrição: Cada grupo compartilha seu trabalho e discute suas inspirações. Os outros alunos podem fazer perguntas e comentar.
– Material: Obras criadas.
Dia 5: Reflexão Final
– Objetivo: Refletir sobre a importância do concretismo na arte contemporânea.
– Descrição: Os alunos escrevem uma breve redação sobre como o concretismo influencia a arte hoje e compartilham com a turma.
– Material: Papel e caneta.
Discussão em Grupo:
– Quais elementos o concretismo busca evitar, se comparado a outros estilos?
– Qual a importância das formas geométricas e do uso da cor nesse movimento?
– Como o concretismo reflete a realidade social e política do Brasil na época de sua formação?
Perguntas:
– O que você entendeu sobre a filosofia por trás do concretismo?
– Por que você acha que o concretismo se opõe à arte figurativa?
– Quais sentimentos ou ideias suas obras tentaram transmitir?
Avaliação:
– Participação nas discussões em grupo.
– Criatividade e envolvimento nas atividades práticas.
– Qualidade das reflexões escritas sobre o que aprenderam sobre o concretismo.
Encerramento:
A aula se encerrará com uma breve reflexão conjunta sobre a importância da arte na sociedade e o que aprenderam sobre o concretismo. Os alunos serão incentivados a levar essa reflexão para suas vidas cotidianas e perceber a arte ao seu redor.
Dicas:
– Trazer exemplos de obras contemporâneas que dialoguem com o concretismo para instigar a curiosidade dos alunos.
– Estimular a busca de informação e a pesquisa de novos artistas que se inspiram no concretismo.
– Avaliar a possibilidade de visitas a exposições de arte locais que apresentem obras concretistas ou contemporâneas que tomem como referência o movimento.
Texto sobre o tema:
O concretismo é um movimento artístico que se destacou no Brasil nas décadas de 1950 e 1960, buscando uma abordagem que privilegiasse a experimentação e a construção de obras autônomas. Os artistas concretistas, inspirados por uma estética da simplicidade e pela relação matemática entre formas e cores, criaram obras que dialogavam com os novos tempos pós-guerra, reflexo das transformações sociais e culturais em curso. Figuras como Willys de Castro e Lygia Clark foram fundamentais nesse processo, cada um a seu modo, promovendo uma linguagem visual que se distanciava da representação tradicional. O movimento questionou a função da arte ao propor que a experiência estética não fosse mediada por narrativas ou formas figurativas, mas que se desse através da interação direta do espectador com a obra, criando um espaço para a interpretação pessoal e o envolvimento emocional.
Com o avanço das mídias digitais, o legado do concretismo é evidente nas práticas artísticas contemporâneas, onde artistas, influenciados por essa linguagem objetiva e rigorosa, desenvolvem trabalhos que atravessam as fronteiras do tradicional e do virtual. O potencial da arte concreta para dialogar com a modernidade continua a ressoar em várias expressões artísticas, fazendo com que o movimento se torne um campo fértil para novas investigações e experimentações. A força do concretismo não reside apenas em suas formas geométricas, mas também na sua capacidade de questionar e redefinir o papel da arte na sociedade, como um elemento que pode tanto provocar quanto refletir sobre a realidade que nos cerca.
Desdobramentos do plano:
O estudo do concretismo no Brasil pode levar os alunos a explorarem outras vertentes artísticas que também desafiaram normas estabelecidas em sua época. Por exemplo, a futura exploração dos movimentos neoconcretistas, que surgiram posteriormente, podem enriquecer a discussão em sala, permitindo que os alunos entendam as nuances e as evoluções dentro do cenário da arte contemporânea brasileira. Essa exploração pode ser ampliada por visitas a museus ou galerias de arte onde obras concretistas estão em exibição, estimulando uma interação prática e sensorial com as obras, o que, sem dúvida, vai engrandecer a experiência educativa e ampliar o aprendizado.
Outro aspecto fundamental é a possibilidade de os alunos serem incentivados a desenvolver projetos de arte que inspirem a continuidade do legado do concretismo. Ao criar espaços de exibição para os alunos, os educadores podem promover não apenas uma avaliação a partir das atividades, mas também fomentar um sentimento de pertencimento e orgulho em relação à produção cultural brasileira. A arte, quando tratada de maneira integrada ao cotidiano dos alunos, pode promover discussões sociais, culturais e críticas que contribuem para a formação de cidadãos conscientes e críticos. Essa perspectiva é fundamental para gerar um aprendizado mais significativo e duradouro, reforçando a ideia de que a arte é uma ferramenta poderosa de expressão e transformação social.
Orientações finais sobre o plano:
É importante que o educador esteja preparado para abordar as questões que surgirem durante as discussões, sempre incentivando os alunos a se expressarem livremente e respeitando as diferentes opiniões que possam surgir. Ao lidar com um tema tão rico e multifacetado como o concretismo, a flexibilidade no plano de aula é crucial. Portanto, é recomendável criar um espaço acolhedor, onde os alunos sintam-se seguros para compartilhar suas próprias interpretações e experiências.
Ademais, o uso de tecnologias digitais pode ser um suporte valioso nas salas de aula contemporâneas, permitindo que os alunos acessem uma vasta gama de recursos e informações. Isso não somente enriquece o conteúdo da aula, mas também instiga a curiosidade e a pesquisa, elementos essenciais para um aprendizado ativo e autônomo. Portanto, a utilização de plataformas como Pinterest ou Instagram para que os alunos explorem artistas contemporâneos pode ser uma estratégia eficaz.
Por fim, o educador deve ter em mente que o objetivo é não apenas transmitir conhecimento sobre o concretismo, mas também cultivar a capacidade crítica dos alunos em relação ao que consumem no mundo da arte e além dele. Incentivá-los a relacionar a arte com temas sociais, culturais e políticos pode gerar uma compreensão mais profunda da função da expressão artística na sociedade, formando cidadãos críticos e aptos a reconhecerem e questionarem a realidade ao seu redor.
5 Sugestões lúdicas sobre este tema:
1. Criação de Frases Concretas: Os alunos devem criar frases utilizando palavras que descrevam formas geométricas ou cores. Depois, eles devem desenhar as palavras de maneira que formem uma obra visual que represente o concretismo. Essa atividade pode ser ajustada para incluir temas variados, como natureza ou sentimentos, permitindo adaptações para diferentes níveis de habilidade linguística.
2. Desfile de Formas: Organizar um desfile onde os alunos devem se vestir de acordo com uma forma geométrica ou uma cor característica das obras de concretismo. Eles explicarão suas escolhas e o que essas formas representam. Essa atividade permite aplicação interdisciplinar, integrando artes e educação física.
3. Jogo das Combinações: Criar um jogo de cartas onde cada aluno desenha uma forma geométrica em uma carta, e os colegas devem combinar as cartas para formar uma nova obra. Essa atividade ajuda a desenvolver o pensamento criativo e a colaboração dos alunos.
4. Construção de Painéis: Em grupos, os alunos podem criar painéis usando recortes de revistas, jornais e outros materiais que representem ou se inspirem no concretismo. Ao final, podem apresentar o painel e explicar as decisões tomadas. Essa atividade estimula a criatividade e a expressão em grupo.
5. Explorando o Serviço da Arte: Proponha a realização de entrevistas com familiares ou membros da comunidade sobre sua relação com a arte e o que pensam sobre o concretismo. Os alunos podem depois apresentar as descobertas em forma de uma reportagem ou apresentação. Isso ajuda a integrar conhecimentos e experiências pessoais ao estudo da arte.
Essas atividades não só estimulam o aprendizado sobre o concretismo, mas também promovem um ambiente colaborativo e criativo nas aulas, fazendo com que os alunos se sintam parte do conteúdo estudado.


