“Explorando Danças Urbanas: Plano de Aula para o 6º Ano”
A proposta deste plano de aula é o ensino das danças urbanas, que têm ganhado cada vez mais espaço nas escolas e na sociedade. A dança é uma forma de expressão que pode integrar diversas áreas do conhecimento e propiciar um desenvolvimento social e emocional significativo para os alunos do 6º ano do Ensino Fundamental. Este plano busca explorar as ricas possibilidades oferecidas pelas danças urbanas, tanto no aprendizado técnico quanto na reflexão crítica sobre estilos, ritmos, e a origem cultural dessas danças.
O objetivo deste ensino é despertar o interesse dos alunos por modalidades de dança que estão presentes na cultura contemporânea e que podem ser uma ferramenta poderosa para a expressão individual e coletiva. As danças urbanas, como o hip-hop, breaking, e street dance, não apenas promovem a atividade física, mas também favorecem o trabalho em equipe, a criatividade e o desenvolvimento da autoestima.
Tema: Danças Urbanas
Duração: 200 minutos
Etapa: Ensino Fundamental 2
Sub-etapa: 6º Ano
Faixa Etária: 13 anos
Objetivo Geral:
Propiciar uma vivência nas danças urbanas, promovendo o conhecimento dos estilos, desenvolvendo habilidades corporais e favorecendo a expressão artística dos alunos através da dança.
Objetivos Específicos:
– Compreender a importância cultural e histórica das danças urbanas.
– Desenvolver técnicas básicas das danças urbanas, trabalhando a coordenação, ritmo e improvisação.
– Fomentar o trabalho em grupo e a prática colaborativa durante as aulas de dança.
– Promover o respeito à diversidade e à cultura nas danças urbanas.
Habilidades BNCC:
– (EF69AR09) Pesquisar e analisar diferentes formas de expressão, representação e encenação da dança, reconhecendo e apreciando composições de dança de artistas e grupos brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas.
– (EF69AR10) Explorar elementos constitutivos do movimento cotidiano e do movimento dançado, abordando criticamente o desenvolvimento das formas da dança em sua história tradicional e contemporânea.
– (EF67EF11) Experimentar, fruir e recriar danças urbanas, identificando seus elementos constitutivos (ritmo, espaço, gestos).
– (EF67EF13) Diferenciar as danças urbanas das demais manifestações da dança, valorizando e respeitando os sentidos e significados atribuídos a eles por diferentes grupos sociais.
Materiais Necessários:
– Um espaço amplo para movimentação (sala de aula, ginásio ou pátio).
– Música em formato digital (tablets ou celulares).
– Aparelho de som.
– Materiais de apoio para anotações (papel e caneta).
– Materiais visuais sobre a história da dança urbana (imagens e vídeos).
– Figurinos simples (opcional).
Situações Problema:
– Como as danças urbanas se conectam com questões sociais e culturais contemporâneas?
– Quais elementos tornam uma dança urbana única e como podemos criar nossa própria coreografia?
– De que forma a música influencia os movimentos e a expressão na dança?
Contextualização:
As danças urbanas são formadas por uma combinação de movimentos que refletem a cultura das ruas, e as comunidades que as criaram. Tais estilos de dança têm surgido a partir das realidades sociais, políticas e econômicas em que os dançarinos estão inseridos. Durante as aulas, os alunos aprenderão sobre a origem dessas danças e como elas têm evoluído ao longo do tempo, tendo suas raízes no hip-hop, funk e break dance.
Desenvolvimento:
1. Introdução à dança urbana (40 minutos):
– Apresentação do tema para a turma, iniciando uma discussão sobre as danças urbanas e seus estilos.
– Exibir um vídeo mostrando uma apresentação de danças urbanas populares.
– Realizar uma oficina de movimentos básicos de estilos como o hip-hop e o breakdance, ensinando ao menos duas sequências de passos.
2. Aprofundamento na técnica (80 minutos):
– Dividir a turma em grupos e cada grupo ensina um estilo diferente (exemplo: locking, popping, breaking).
– Cada grupo pesquisa sobre o estilo atribuído e apresenta para a classe as características e movimentos.
– Prática dos movimentos em grupo, observando o ritmo e a expressão individual.
3. Criação de coreografia (80 minutos):
– Em grupos, os alunos criam uma coreografia original com base nos estilos que aprenderam.
– Apresentação das coreografias para a turma, incentivando feedbacks construtivos entre os colegas.
– Refletir sobre a experiência, discutindo a importância da colaboração e do respeito à cultura.
Atividades sugeridas:
1. Dia 1 – Introdução às danças urbanas (cerca de 200 minutos):
– Objetivo: Entender a importância cultural e histórica da dança.
– Atividade: Apresentação de um vídeo sobre a evolução das danças urbanas. Discussão sobre os diferentes estilos e a história por trás deles.
– Material necessário: Projetor, computador, músicas.
2. Dia 2 – Aprendizado de movimentos (cerca de 200 minutos):
– Objetivo: Aprender movimentos básicos de estilos de danças urbanas.
– Atividade: Aulas práticas onde cada aluno é incentivado a imitar movimentos e desenvolver sua própria maneira de se expressar.
– Material necessário: Aparelho de som, espaço para dançar.
3. Dia 3 – Improvisação e criação (cerca de 200 minutos):
– Objetivo: Estimular a criatividade e improvisação.
– Atividade: Os alunos devem se dividir em grupos e criar uma sequência de dança improvizada utilizando movimentos aprendidos.
– Material necessário: Músicas de diferentes estilos.
4. Dia 4 – Apresentações (cerca de 200 minutos):
– Objetivo: Demonstrar as coreografias criativas.
– Atividade: Apresentação das coreografias em duplas ou grupos, e discussão sobre a experiência de cada grupo.
– Material necessário: Espaço amplo para apresentações, música.
5. Dia 5 – Reflexão e feedback (cerca de 200 minutos):
– Objetivo: Refletir sobre a experiência e aprender com o feedback dos colegas.
– Atividade: Os alunos preenchem um formulário anônimo sobre o que aprenderam e como se sentiram durante as atividades.
– Material necessário: Papéis, canetas.
Discussão em Grupo:
– Qual estilo de dança urbana você mais gosta e por quê?
– Como a dança pode influenciar positivamente a sua vida?
– De que forma a cultura de rua impacta a sociedade?
Perguntas:
– O que você aprendeu sobre a história das danças urbanas?
– Quais foram os desafios que você enfrentou ao dançar?
– Como você adapta os movimentos da dança urbana à sua identidade pessoal?
Avaliação:
A avaliação deverá ser contínua e considerará a participação e envolvimento dos alunos nas atividades práticas, a entrega de grupos nas apresentações e a reflexão final sobre a experiência. Também será valioso observar como os alunos interagem uns com os outros, demonstrando respeito e consideração pela diversidade cultural.
Encerramento:
No final da semana, os alunos podem ser incentivados a refletir sobre a evolução de sua habilidade na dança e o quanto compartilhar experiências em grupo ajudou a fortalecer relacionamentos. Os alunos podem ser convidados a uma celebração de dança, onde irão apresentar suas coreografias para outras turmas.
Dicas:
– É importante que o professor evite críticas destrutivas e foca em reforçar habilidades e esforços dos alunos.
– Incentive a criatividade: se os alunos se sentirem seguros e à vontade, estarão mais inclinados a se expressar livremente.
– Use diferentes estilos musicais para inspirar a criação das coreografias, enriquecendo a experiência de aprendizado.
Texto sobre o tema:
As danças urbanas se tornaram uma forma de expressão amplamente reconhecida e celebrada no mundo contemporâneo. Sua origem remonta à cultura das ruas, onde jovens se reuniam em espaços públicos não apenas para praticar a dança, mas também para discutir e expressar suas realidades sociais, políticas e emocionais. O hip-hop, por exemplo, surgiu em Nova Iorque na década de 1970 e se tornou um movimento cultural que englobava não só a dança, mas também a música e o grafite. As danças urbanas são uma maneira valiosa de democratizar a dança e trazê-la para a esfera pública, longe das barreiras tradicionais que por muito tempo limitaram o acesso à arte.
Uma das características mais marcantes das danças urbanas é a diversidade de estilos. Desde a eletric boogaloo, que enfatiza movimentos fluidos e expressivos, até o krump, que é mais agressivo e forte, há um estilo para todos os gostos e para todas as narrativas. Essa diversidade não é apenas uma questão técnica; também reflete as diferentes comunidades que deram origem a cada estilo, revelando histórias e experiências profundas. Nas aulas de dança, ao aprender e praticar esses estilos, os alunos não apenas desenvolvem suas habilidades motoras e expressivas, mas também se tornam mais sensíveis e respeitosos à diversidade cultural, entendendo o valor do diálogo e da inclusão.
Dançando, os alunos podem vivenciar uma gama de sentimentos, experimentar a liberdade do movimento, e ao mesmo tempo, desenvolver a consciência corporal e a autoexpressão. As danças urbanas oferecem a oportunidade perfeita para que adolescentes explorem suas identidades em um ambiente seguro e acolhedor, longe de estereótipos e preconceitos que podem frequentemente cercá-los em outras esferas da vida social. Além disso, ao se envolver em atividades coletivas de dança, os alunos são incentivados a desenvolver empatia e colaboração, habilidades importantes não apenas para a dança, mas para sua vida social e emocional.
Desdobramentos do plano:
As danças urbanas podem ser integradas a diversas disciplinas, proporcionando um aprendizado contextualizado que extrapola os limites do ensino da dança. As aulas podem incluir discussões sobre a história da dança e suas interseções com a música, a arte, e questões sociais contemporâneas, fazendo assim uma conexão mais ampla e significativa para os alunos. Professores de artes e educação física podem colaborar, gerando uma rotina interdisciplinar, onde os alunos aprendem a construir cenários cênicos para suas apresentações de dança, unindo dança e teatro ou até mesmo música.
Os movimentos aprendidos em sala de aula podem inspirar a criação de um festival de dança dentro da escola, onde os alunos podem se apresentar e trocar experiências com as famílias e a comunidade escolar. Essa prática não só promove a integração familiar como fortalece a identidade cultural e a autoimagem dos alunos, favorecendo um ambiente escolar mais inclusivo e acolhedor. Além disso, o festival pode tornar-se uma plataforma para discutir temas relacionados à cultura urbana, amplificando vozes e narrativas que muitas vezes são marginalizadas em outras esferas.
Por último, é possível explorar a produção de conteúdos digitais, como vídeos de ensaios ou apresentações e postagens nas redes sociais, promovendo assim uma nova forma de engajamento entre os alunos. Essa atividade permite que eles pratiquem a escrita criativa, a produção audiovisual e se familiarizem com a edução digital, ampliando as habilidades necessárias para a sociedade contemporânea.
Orientações finais sobre o plano:
Ao implementar este plano de aula, é essencial que os professores estejam conscientes da importância do respeito à diversidade presente no espaço de dança. Cada aluno traz consigo um conjunto único de experiências, bagagem cultural e estilos pessoais que devem ser celebrados e compreendidos. A inclusão deve ser um princípio norteador durante todas as atividades; assim, garantir que todos os alunos tenham oportunidades iguais de participar e se expressar é fundamental. Os professores devem sempre estar atentos à dinâmica em grupo, promovendo um espaço seguro onde todos possam se sentir confortáveis ao se expressar e se arriscar novos movimentos.
Reforçar a conexão entre a cultura das danças urbanas e suas origens sociais também é importante. Os alunos devem entender que a dança vai além de um simples movimento; é um meio poderoso de se conectar com sua identidade e com as histórias de sua comunidade. Ao incentivar a reflexão crítica sobre estas questões, estamos preparando-os não apenas como dançarinos, mas como cidadãos ativos e conscientes de seu papel na sociedade.
Por fim, é fundamental que haja uma avaliação cuidadosa do aprendizado e das habilidades adquiridas ao longo do processo. Além das apresentações, os professores devem incentivar a autorreflexão, questionando os alunos sobre suas experiências, o que aprenderam e como podem aplicar esses conhecimentos e habilidades fora do ambiente escolar. Essa abordagem resultará em um aprendizado mais significativo e duradouro para todos os alunos envolvidos.
5 Sugestões lúdicas sobre este tema:
1. Criando um vídeo de dança em grupo: Os alunos podem criar um vídeo coletivo apresentando os passos que aprenderam, usando suas próprias coreografias. Esta atividade permite que eles examine aspectos técnicos de filmagem enquanto expressam sua criatividade.
2. Desafio de dança: Propor um desafio em que os alunos devem aprender um estilo diferente em poucas horas e apresentá-lo. Esse desafio poderá ser entre grupos ou individuais, promovendo competitividade saudável enquanto praticam.
3. Dia da Cultura Urbana: Organizar um dia dedicado às danças urbanas com apresentações e oficinas abertas para toda a comunidade escolar. Os alunos podem obter achados do evento, mostrar o que aprenderam e colaborar com outras turmas na criação de danças e coreografias.
4. Criação de um mural coletivo: Os alunos podem criar um mural que represente a diversidade das danças urbanas que aprenderam. Este mural pode ser em forma de desenhos ou até mesmo fotos deles durante as suas apresentações.
5. Oficina de movimentos: Promover oficinas durante as aulas de outras disciplinas, onde os alunos podem trazer seus estilos de dança e compartilhar com a turma, integrando dança com aprendizagem em diferentes contextos.
Esse plano de aula é uma contribuição significativa para o enriquecimento do aprendizado dos alunos, refletindo o dinamismo e a riqueza da cultura das danças urbanas. O engajamento nesta experiência permitirá que os alunos se descubram e se conectem com novas formas de expressão artística.