“Explorando Corpos e Casas: Arte de Erwin Wurm no Ensino”
A proposta deste plano de aula é introduzir os alunos do 6º ano do Ensino Fundamental ao fascinante universo de Erwin Wurm, um artista contemporâneo conhecido por suas obras que questionam a relação entre o corpo humano e os objetos ao nosso redor, especialmente no que se refere às habitações e às casas. A aula será conduzida de forma a promover uma reflexão crítica sobre a interconexão entre os corpos e as casas, criando um espaço de diálogo onde cada aluno poderá expressar suas impressões e propostas artísticas.
Tema: Os corpos e as casas
Duração: 1:30
Etapa: Ensino Fundamental 2
Sub-etapa: 6º Ano
Faixa Etária: 9 a 11 anos
Objetivo Geral:
Proporcionar aos alunos uma compreensão crítica sobre a relação entre os corpos humanos e as casas, à luz das obras de Erwin Wurm, estimulando a criatividade e a expressão artística.
Objetivos Específicos:
– Fomentar a análise e interpretação de obras de arte contemporânea.
– Investigar como o espaço físico da casa influencia e é influenciado pela presença do corpo humano.
– Estimular a produção artística individual e coletiva a partir das reflexões propostas.
Habilidades BNCC:
– (EF69AR01) Pesquisar, apreciar e analisar formas distintas das artes visuais tradicionais e contemporâneas.
– (EF69AR02) Pesquisar e analisar diferentes estilos visuais, contextualizando-os no tempo e no espaço.
– (EF69AR05) Experimentar e analisar diferentes formas de expressão artística.
Materiais Necessários:
– Projetor ou TV para exibir imagens das obras de Erwin Wurm.
– Material de desenho (papel, lápis, canetinhas, tintas).
– Recortes de revistas e jornais para colagens.
– Tesouras e cola.
Situações Problema:
– Como as casas moldam nossas atividades e comportamentos diários?
– De que forma os nossos corpos se adaptam aos espaços em que habitamos?
– O que as obras de Erwin Wurm nos dizem sobre a relação entre estes dois elementos?
Contextualização:
Erwin Wurm é um artista contemporâneo que utiliza o corpo humano como forma de explorar a relação entre as pessoas e o espaço físico. Suas obras muitas vezes envolvem a transformação da forma humana em objetos e a inversa, levando os espectadores a questionarem como a habitação e a identidade estão interligadas. Essa reflexão é fundamental para que os alunos compreendam que, enquanto seres sociais, sempre estamos interagindo com os espaços que habitamos, e isso pode ser representado artisticamente.
Desenvolvimento:
1. Abertura da Aula (15 minutos)
A aula começa com uma discussão sobre como as casas refletem as identidades de quem nelas vive. Perguntas como “O que sua casa diz sobre você?” e “Como você se sente em seu espaço?” serão feitas para despertar o pensamento crítico.
2. Apresentação de Erwin Wurm (30 minutos)
Utilizando um projetor, exiba imagens das obras mais emblemáticas de Erwin Wurm. Explique as técnicas utilizadas e o que cada obra representa, incentivando os alunos a opinar e relacionar as obras com suas próprias vivências.
3. Atividade de Criação – Corpo e Casa (30 minutos)
Divida a turma em grupos. Cada grupo deve criar uma proposta artística que una os conceitos de corpo e casa. Eles podem escolher uma das técnicas vistas anteriormente, como colagem ou desenho. A atividade incentiva a criatividade coletiva e a expressão das ideias discutidas.
4. Apresentação das Criações (15 minutos)
Cada grupo apresenta sua criação e discute como seu trabalho se relaciona com as ideias de Erwin Wurm. Essa é uma oportunidade de feedback e reflexão mútua.
5. Reflexão Final (15 minutos)
Conclua a aula com uma discussão sobre o que aprenderam e como pode-se aplicar a visão crítica sobre seus próprios espaços habitacionais.
Atividades sugeridas:
Segunda-feira: Realizar uma apresentação sobre a temática “Corpo e Casa”, debatendo o impacto emocional e social que o espaço da casa pode ter sobre as pessoas.
Terça-feira: Visitar um blog ou site de arte contemporânea, pesquisando sobre artistas que trabalham a si próprios e o espaço.
Quarta-feira: Criar um diário ilustrado onde os alunos desenham parte de sua casa que mais gosta e acrescentam uma descrição do que representa para eles.
Quinta-feira: Grupos devem criar um pequeno teatro relacionado à ligação entre corpo e casa.
Sexta-feira: Realização de uma mostra final das produções artísticas onde os alunos expõem suas obras criadas, convidando a comunidade escolar a conhecer.
Discussão em Grupo:
Promova uma conversa em grupo sobre como a arte pode nos ajudar a entender melhor a nós mesmos e aos nossos espaços. Cada aluno deve expressar suas reflexões sobre o tema discutido.
Perguntas:
– O que você sente que a sua casa diz sobre você?
– Como você acha que a sua rotina diária é influenciada pela estrutura da sua casa?
– As obras de Erwin Wurm provocaram alguma reflexão nova para você? Como isso se aplica à sua vida?
Avaliação:
A avaliação será feita através da observação da participação dos alunos nas discussões em grupo, na qualidade das criações artísticas e nas apresentações. A capacidade de se expressar artisticamente e de articular reflexões sobre o tema será considerada.
Encerramento:
A aula de encerramento será uma apresentação pública na escola, onde cada grupo mostrará suas criações e a reflexão que cada obra inspirou.
Dicas:
Incentive os alunos a explorarem seus próprios estilos artísticos e a não se preocuparem com a perfeição. Encoraje a experimentação, com uma variedade de materiais e técnicas, para que cada um possa encontrar um método que ressoe com sua visão pessoal.
Texto sobre o tema:
O relacionamento entre os corpos e as casas é um tema de vasta relevância nas artes contemporâneas. Artistas como Erwin Wurm conseguiram captar a essência desta interação, utilizando o corpo humano como um meio para questionar a função das habitações. Em uma sociedade cada vez mais urbana e industrializada, as casas não são apenas estruturas físicas, mas também simbolizam espaços de identidade e emoção. O modo como disparamos nossas vivências no interior das casas estabelece um elo profundo entre nosso eu interior e o exterior, gerando uma face do cotidiano que nos define.
As casas, ao seu redor, moldam experiências humanas. Construa uma casa e você define um espaço para abrigar sua história. Simultaneamente, o corpo humano, com suas características, sua mobilidade e suas vivências, torna-se um reflexo do espaço que habita. Essa relação é o que a arte contemporânea tenta explorar, e a obra de Erwin Wurm é um excelente ponto de partida para discussões significativas sobre como articular arte, espaço e identidade.
Evidentemente, o que podemos aprender com a arte é que nosso espaço é mais do que um simples abrigo. Ele afeta nosso comportamento e emoções, influenciando não apenas a forma como nos vemos, mas também como nos relacionamos com os outros. Em um contexto educacional, explorar tal temática permite que os alunos desenvolvam uma consciência crítica sobre suas próprias realidades, promovendo um entendimento mais profundo sobre o que significa viver em comunidade e interagir com os espaços ao nosso redor.
Desdobramentos do plano:
A temática “os corpos e as casas” pode ser desdobrada em várias disciplinas, enriquecendo o currículo escolar de forma integrativa. Por exemplo, em Geografia, os alunos podem estudar a influência da arquitetura nas práticas culturais e sociais de diferentes regiões, comparando as estruturas das casas em diversas culturas e o que elas comunicam sobre seus habitantes. Isso não apenas amplia a compreensão geográfica, mas também promove um respeito pelas diversidades culturais.
Na disciplina de História, é possível discutir a evolução das casas ao longo do tempo, como as moradias foram moldadas pelas circunstâncias históricas, sociais e econômicas. Tal pesquisa faz com que os alunos entendam a moradia não apenas como um espaço físico, mas como um reflexo das dinâmicas sociais em diferentes períodos históricos.
Além disso, nas aulas de Artes, a exploração do corpo como forma de arte pode ser ampliada com estudos sobre a dança ou a performance. Os alunos poderiam experimentar diferentes formas de expressão artística que envolvem o corpo humano, gerando uma conexão mais visceral entre o tema estudado e suas atividades práticas.
Orientações finais sobre o plano:
Este plano de aula não só introduz os alunos a um artista contemporâneo, mas também promove um ambiente de aprendizado inclusivo e expressivo. É fundamental que o professor esteja aberto aos comentários e às experiências dos alunos, permitindo que todos se sintam à vontade para partilhar e criar. Promover a participação ativa e incentivar o respeito pelas opiniões e expressões de arte é vital para que todos se sintam valorizados.
A abordagem interdisciplinar aqui proposta sublinha a importância de conectar diferentes áreas do conhecimento, ampliando não apenas o aprendizado, mas a capacidade crítica dos alunos ao analisarem as interações entre corpo e espaço. Assim, este plano de aula poderá não somente impactar a forma como os alunos percebem a arte, mas também como se vêem e se relacionam com o mundo ao seu redor.
5 Sugestões lúdicas sobre este tema:
1. Teatro de Sombras:
Os alunos podem criar fantoches de papel representando diferentes partes do corpo humano e usar uma caixa de luz para criar um teatro de sombras. O tema pode envolver situações em que o corpo interage com diferentes lugares da casa.
2. Desenhos Colaborativos:
Organizar atividades onde os alunos ficam em pares e desenham um conjunto que combina partes do corpo humanas com elementos de arquitetura. A ideia é que cada aluno contribua com detalhes, mesclando os dois mundos criativamente.
3. Criação de um Mapa do Corpo e da Casa:
Os alunos terão a tarefa de desenhar um mapa de sua casa e, em cada cômodo, colocar imagens ou palavras que identificam emoções ou memórias que remetem àquele espaço.
4. Concurso de Mini Arquitetura:
Utilizar materiais recicláveis para construir maquetes de casas. As construções devem considerar como o espaço funcionará para os corpos que habitam esse espaço. Os alunos podem apresentar a maquete para explicar suas escolhas.
5. Jornada na Casa da Arte:
Promover uma caça ao tesouro dentro da escola onde os alunos devem procurar e registrar elementos que representam a ideia de “corpo em movimento” em vários espaços, como corredores, salas de aula e áreas de lazer, refletindo como eles interagem nesses espaços.
Este plano de aula fornecerá uma base sólida para promover discussões significativas, aprendizado interativo e reflexões profundas, respeitando e celebrando as experiências únicas de cada aluno.