“Explorando a Intertextualidade: Aula Criativa para o 2º Ano”
A intertextualidade é um tema fascinante, especialmente no contexto da Língua Portuguesa para o 2º ano do Ensino Médio. Este plano de aula foi elaborado para abordar a intertextualidade de forma a instigar os alunos a explorarem as conexões entre diferentes textos e como essas relações ampliam a compreensão do conteúdo lido e ouvido. Por ser um conceito que permeia não apenas a literatura, mas também as diferentes formas de comunicação e os discursos sociais, a aula se propõe a ser dinâmica e reflexiva, permitindo que os estudantes se tornem atuantes em sua interpretação de textos.
Neste plano, os alunos serão incentivados a identificar elementos de intertextualidade em diferentes gêneros textuais e a discuti-los em grupo, promovendo uma visão crítica e analítica. Além de desenvolver habilidades de leitura e interpretação, a proposta proporciona um espaço para a criatividade dos estudantes na produção de textos intertextuais, refletindo seu entendimento sobre o tema.
Tema: Intertextualidade
Duração: 50 MINUTOS
Etapa: Ensino Médio
Sub-etapa: 2º Ano Médio
Faixa Etária: 15 a 16 anos
Objetivo Geral:
Proporcionar aos alunos uma compreensão aprofundada da intertextualidade, desenvolvendo habilidades analíticas e criativas na leitura e produção de textos, além de fomentar a discussão sobre a relação entre diferentes produções artísticas e discursivas.
Objetivos Específicos:
– Identificar e analisar a intertextualidade em diferentes gêneros textuais.
– Produzir textos intertextuais a partir de leituras realizadas em sala.
– Desenvolver uma visão crítica sobre as relações entre diferentes textos e suas significações.
Habilidades BNCC:
– (EM13LP03) Analisar relações de intertextualidade e interdiscursividade que permitam a explicitação de relações dialógicas.
– (EM13LP04) Estabelecer relações de interdiscursividade e intertextualidade para explicitar, sustentar e conferir consistência a posicionamentos.
– (EM13LP50) Analisar relações intertextuais e interdiscursivas entre obras de diferentes autores e gêneros literários de um mesmo momento histórico.
Materiais Necessários:
– Textos selecionados com relações intertextuais (poemas, contos, crônicas, músicas).
– Quadro ou flip chart.
– Canetas ou marcadores coloridos.
– Papel para anotações e produção textual.
– Acesso a computadores ou tablets (se disponível).
Situações Problema:
– Como diferentes autores se influenciam e dialogam por meio de suas obras?
– Qual o significado de um texto quando lido à luz das relações que ele estabelece com outros textos?
– De que forma a intertextualidade enriquece a nossa compreensão das mensagens transmitidas?
Contextualização:
A intertextualidade se refere à relação entre textos e como eles se influenciam mutuamente ao longo do tempo. É um conceito desenvolvido por Julio Cortázar e mais tarde expandido por Mikhail Bakhtin, que considera que toda produção textual é influenciada por outras. Para desenvolver esta temática, os alunos serão apresentados a exemplos claros de intertextualidade na literatura e na música popular, estabelecendo conexões entre diferentes épocas e estilos.
Desenvolvimento:
1. Introdução ao tema (10 minutos): O professor inicia a aula apresentando o conceito de intertextualidade, explicando sua importância e como se manifesta nos diferentes gêneros. Exemplos de obras com forte intertextualidade podem ser citados (ex: “A Morte e a Morte de Quincas Berro D’Água” de Jorge Amado).
2. Leitura coletiva (15 minutos): Selecionar um texto que contenha várias referências a outros textos, como músicas ou poemas que se relacionem. Os alunos devem ler em conjunto e anotar as referências.
3. Análise em grupos (10 minutos): Dividir a turma em pequenos grupos e pedir que discutam como as diferentes referências afetam a interpretação do texto lido.
4. Produção textual (10 minutos): Cada aluno deve produzir um pequeno texto que utilize referências a pelo menos dois outros textos, podendo ser parte de uma crônica ou um poema.
5. Compartilhamento e discussão (5 minutos): Alguns alunos são convidados a compartilhar suas produções, e o professor promove uma discussão sobre como as referências ajudaram na construção de sentido dos novos textos.
Atividades sugeridas:
1. Atividade de Pesquisa (Dia 1): Para a próxima aula, os alunos devem trazer um texto (pode ser literário, jornalístico ou de música) que utilize intertextualidade. O objetivo é identificar e discutir com a turma essas relações.
– Materiais: Textos, canetas para anotações.
– Adaptação: Alunos com dificuldade de escrita podem apresentar uma música ou filme que contemple a intertextualidade e explicar suas referências.
2. Criação de um Mapa Mental (Dia 2): Com os textos trazidos, os alunos devem criar um mapa mental em sala de aula que conecte as obras lidas à luz das referência intertextuais.
– Materiais: Papéis grandes, canetas coloridas.
– Adaptação: Use programas de design para criar um mapa digital com alunos que prefiram o formato visual digital.
3. Debate sobre Intertextualidade (Dia 3): Organizar um debate em sala sobre a influência da intertextualidade na construção de significados em diferentes obras.
– Materiais: Anotações dos alunos, textos lidos.
– Adaptação: Os alunos mais tímidos podem fazer fichas com argumentos e ler durante o debate.
4. Produção de Vídeos (Dia 4): Pedir que os alunos criem um breve vídeo ou podcast comentando uma obra que utiliza intertextualidade, explicando suas referências.
– Materiais: Celulares, aplicativos de edição simples.
– Adaptação: Em grupos, alunos com menor habilidade tecnológica podem dividir funções entre gravação e edição.
5. Criação de um Zine (Dia 5): Convidar os alunos a criar um “zine” (revista feita à mão) com suas produções sobre intertextualidade e distribuir na escola.
– Materiais: Papel, tesoura, cola.
– Adaptação: Os alunos podem criar zines digitais usando ferramentas como Canva.
Discussão em Grupo:
Os alunos discutirão como as obras estudadas refletem a realidade social, política e cultural do contexto em que foram produzidas e como as influências mútuas entre autores ajudam a moldar discursos em diferentes épocas.
Perguntas:
– Quais referências você encontrou no texto lido?
– Como a intertextualidade altera a interpretação do texto original?
– Por que você acredita que os autores fazem uso de referências a obras anteriores?
Avaliação:
A avaliação será feita com base na participação dos alunos nas discussões e atividades, na elaboração dos textos e no desenvolvimento dos projetos apresentados. Os professores poderão utilizar uma rubrica que inclua critérios como: compreensão do tema, criatividade, clareza nas produções e participação ativa nas discussões.
Encerramento:
Finalizar a aula ressaltando a importância da intertextualidade na compreensão das obras e como o diálogo entre textos ajuda a formar cidadãos mais críticos e reflexivos sobre os discursos que apresentam. Convidar os alunos a pensarem sobre como estes elementos podem estar presentes em suas próprias produções literárias e artísticas.
Dicas:
– Estimule a leitura de diferentes gêneros para ampliar a percepção de intertextualidade.
– Fomente a discussão respeitosa, promovendo um debate saudável sobre diferentes interpretações.
– Acompanhe o progresso dos alunos em suas produções textuais e ofereça feedback construtivo.
Texto sobre o tema:
A intertextualidade é um conceito fundamental que nos ajuda a entender como diferentes obras dialogam entre si, influenciando a forma como as mensagens são transmitidas e recebidas por diferentes públicos. Na literatura, este fenômeno pode se manifestar por meio de referências diretas a obras anteriores, citações, paráfrases ou mesmo de estilos que remetem a outros autores e gêneros. O que torna a intertextualidade tão rica é o fato de que cada leitura e cada contexto trazem uma nova perspectiva para a relação entre textos.
No cotidiano, a intertextualidade se revela em diversas mídias, como em letras de músicas que fazem alusão a outros artistas, filmes que homenageiam clássicos da literatura ou campanhas publicitárias que revisitam obras de arte. Essa prática não só enriquece a experiência do público, mas também provoca reflexões sobre como a arte e a comunicação se entrelaçam, revelando as intersecções entre diferentes épocas e culturas. Estudar a intertextualidade, portanto, é um exercício contínuo e estimulante que amplia o repertório cultural dos indivíduos.
Por fim, ao analisarmos a intertextualidade, podemos perceber que não se trata apenas de uma técnica literária, mas de uma forma de realizar um diálogo contínuo entre o passado e o presente, entre o autor e o leitor. A reflexão sobre esses diálogos nos ajuda a entender o papel das narrativas na formação de identidade e em como os discursos são construídos e desconstruídos ao longo do tempo.
Desdobramentos do plano:
Este plano de aula pode ser expandido para incluir a análise de filmes e obras de arte que utilizem elementos de intertextualidade. Por meio desta abordagem, os alunos poderão perceber como esses fenômenos estão presentes em variadas formas de expressão cultural. Além disso, os projetos que envolvem criação cinematográfica ou de mídia social também podem ser integrados, permitindo que os estudantes experimentem diferentes formatos e tecnologias, estimulando a criatividade e a expressividade em suas produções.
Para um aprofundamento adicional, o professor pode convidar outros especialistas, como escritores, cineastas ou críticos de arte, para que compartilhem suas experiências com intertextualidade e discutam com os alunos os desafios e as possibilidades que estas práticas apresentam. Esta troca de experiências pode enriquecer ainda mais o aprendizado dos estudantes, contribuindo para um ensino mais colaborativo e experiencial.
O desenvolvimento dessas atividades pode culminar em uma apresentação final, onde os alunos podem expor suas produções intertextuais por meio de uma feira literária, promovendo a socialização do conhecimento e o diálogo sobre as criações apresentadas, além de possibilitar a troca de experiências entre diferentes grupos de alunos.
Orientações finais sobre o plano:
É essencial que o professor esteja preparado para mediar as discussões e auxiliar os alunos a estabelecerem conexões significativas entre os textos estudados e suas próprias vivências. A dinâmica das aulas deve permitir que os estudantes se sintam à vontade para expressar suas opiniões e questionamentos, enriquecendo a discussão.
Ainda, é importante incentivar a diversidade de perspectivas nos debates, respeitando as diversas interpretações que podem surgir. A prática da reflexão crítica é fundamental para formar cidadãos conscientes e ativos em relação ao mundo que os rodeia.
Além disso, mantendo abertas as linhas de comunicação entre professores e alunos, é possível oferecer suporte contínuo durante o desenvolvimento das atividades, estimulando um ambiente colaborativo em que todos possam contribuir para a construção do conhecimento de forma significativa e engajante.
5 Sugestões lúdicas sobre este tema:
1. Jogo da Memória Intertextual: Criar cartões com trechos de textos que contenham referências intertextuais e cartões com os títulos das obras referenciadas. Os alunos devem jogar para encontrar os pares correspondentes, discutindo o significado das conexões.
– Faixa etária: 15 a 16 anos.
– Materiais: Cartões.
2. Teatro de Sombras: Dividir os alunos em grupos para que criem pequenas peças inspiradas em textos intertextuais. As encenações podem ser apresentadas com silhuetas e vozes ao fundo, promovendo uma nova leitura das obras.
– Faixa etária: 15 a 16 anos.
– Materiais: Cartolinas, projetor ou luz para criar sombras.
3. Clube do Livro Intertextual: Criar um espaço onde os alunos podem trazer e indicar livros que contenham referências intertextuais, debatendo as obras e seus contextos.
– Faixa etária: 15 a 16 anos.
– Materiais: Livros, anotações.
4. Produção de Rap ou Poesia: Os alunos podem criar letras que utilizem referências a obras já estudadas, na forma de rap ou poesia, explorando ritmos e rimas.
– Faixa etária: 15 a 16 anos.
– Materiais: Folhas para anotações.
5. Criação de Diagramas de Venn: Convidar os alunos a representarem graficamente as similaridades e diferenças entre os textos analisados, utilizando os Diagramas de Venn para organizar ideias sobre as intertextualidades encontradas.
– Faixa etária: 15 a 16 anos.
– Materiais: Folhas, marcadores.
Este plano de aula busca proporcionar uma experiência rica e reflexiva, essencial para a formação crítica dos alunos no uso da intertextualidade como ferramenta de leitura e produção de sentido. Com isso, espera-se que os alunos desenvolvam não apenas habilidade em analisar textos, mas também em criar diálogos com as obras que consomem ao longo de suas vivências.